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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

OPERAÇÃO DE GUERRA: Mais de 50 toneladas de equipamentos e materiais são transportados pela FAB para Manaus

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A Força Aérea Brasileira transporta mais de 50 toneladas entre equipamentos e materiais para a montagem de Hospital de Campanha (HCAMP), além de um total de 386 cilindros de oxigênio para Manaus. Uma verdadeira operação de “guerra”, que coloca à prova a capacidade logística da Força Aérea Brasileira, que tem realizado uma verdadeira ponte-aérea no combate ao Covid-19 na região amazônica.

O Ministério da Defesa atende à solicitação do Governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima, que requereu apoio junto ao Comando Conjunto da Amazônia, um dos 10 comandos conjuntos estabelecidos em todo o país pela Operação Covid-19.

Na última quarta-feira (13), duas aeronaves KC-390 “Millennium” decolaram rumo à Capital do Amazonas. As aeronaves transportaram 25 toneladas de carga, partindo do Rio de Janeiro carregadas com 20 barracas climatizadas, 20 climatizadores e três geradores de energia, entre outros insumos de saúde.

Nesta última quinta-feira (14), outra aeronave KC-390 decolou rumo a Manaus, esta partindo de Recife com 25 toneladas de materiais para a montagem do Hospital de Campanha (HCAMP). Entre os itens estão: sete barracas, nove condicionadores de ar, 42 luminárias e dois geradores de energia, entre móveis e equipamentos hospitalares.

As Forças Armadas também foram requisitadas para transportar em caráter de urgência cilindros de oxigênio hospitalar para Manaus. A missão com logística de guerra teve início na sexta-feira, 8 de janeiro, e deve terminar no próximo domingo (17). No total, 386 cilindros de oxigênio deverão ser transportados por aeronaves C-130 “Hércules” da Força Aérea Brasileira (FAB) para o Amazonas.



O primeiro voo decolou de Belém, no Pará, em direção à Manaus no dia 8 de janeiro, O “Hércules” seguiu com carregamento de 150 cilindros de oxigênio. No sábado passado (9), o segundo “Hércules” decolou da Capital Paraense rumo à Manaus transportando mais 200 cilindros de oxigênio para o tratamento de vítimas do Covid-19. Nos próximos dias, aeronaves C-130 da FAB entregarão os 36 cilindros de oxigênio remanescentes. 

Por trás do transporte de cilindros de oxigênio, existe uma operação logística típica de guerra. Em 10 dias, serão percorridos 37.600 km e alocadas 94 horas de voo. O equivalente a quase uma volta completa na Terra sobre a linha do equador.


GBN Defense - A informação começa aqui

 com informações do CCOMSOD


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sábado, 11 de abril de 2020

KC-390 inicia nova fase operacional e atua na Logística da Operação COVID-19

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Nesta sexta-feira (10), a maior e mais moderna aeronave já produzida no hemisfério sul, o KC-390 "Millennium", demonstrou suas capacidades de transporte tático atuando no apoio logístico ao enfrentamento a pandemia do Coronavírus (COVID-19), cumprindo a missão de transporte aéreo logístico, transportando mais de 6,9 toneladas em materiais hospitalares e uma ambulância do Rio de Janeiro para Manaus.

O KC-390 incorporado a Força Aérea Brasileira em 2019, é operado pelo 1º Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT), o "Esquadrão Zeus", decolou na manhã desta sexta-feira (10) da Base Aérea de Anápolis em Goiás, rumo a Base Aérea do Galeão no Rio de Janeiro, onde foi reabastecida e carregada com material hospitalar destinado aos esforços interministeriais de combate ao COVID-19. 

A nova aeronave brasileira que irá substituir gradativamente os vetustos C-130 "Hércules", está em processo de qualificação e treinamentos de seus tripulantes, os quais após a familiarização com a aeronave, iniciam uma nova e importante fase de sua preparação para que estejam plenamente qualificados para operação do tipo no Brasil. 

No mês de março, foi concluído o treinamento básico dos pilotos, fase esta em que foram realizados voos locais, com objetivo a familiarizar as tripulações com os comandos e características operacionais da aeronave, importante fase que precede o inicio do emprego da mesma em missões de Transporte Aéreo Logístico, quando de fato a aeronave inicia sua operação em rotas realizando a ligação logística prevista pela FAB. O KC-390 dá início neste mês de abril, aos voos em rota para o Rio de Janeiro (RJ), Guarulhos (SP), Manaus (AM), Belém (PA), Natal (RN), além de Canoas e Santa Maria (RS). Aproveitando estas missões de treinamento, entendeu-se que trata-se de uma oportunidade de aproveitar essas missões, para realizar o transporte de cargas atendendo a uma das demandas da Operação COVID-19, assim contribuindo não apenas com o treinamento de pilotos, mecânicos e Mestres de Carga, no carregamento e descarregamento de cargas, mas atendendo a demanda logística neste momento que nosso país enfrenta.

A missão interministerial, coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), no acionamento das missões de Transporte Aéreo Logístico, e do Comando de Preparo (COMPREP), responsável pelo desenvolvimento da doutrina utilizada no preparo operacional dos tripulantes, junto ao Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, em apoio ao Ministério da Saúde, visa transportar equipamentos e insumos a diversas regiões do Brasil, para auxiliar no combate à COVID-19.



O KC-390 Millennium representa uma nova era no Transporte Tático da Força Aérea Brasileira, sendo fruto do desenvolvimento conjunto entre a gigante brasileira Embraer, fabricante da aeronave e a Força Aérea Brasileira, que definiu os requisitos e alocou os recursos para o programa de desenvolvimento da aeronave que irá substituir os míticos "Hércules" do inventário da FAB. A nova aeronave que se tornará a espinha dorsal do Transporte Aéreo logístico brasileiro, apresenta capacidade de realizar missões não apenas de Transporte Aéreo Logístico, como também Reabastecimento em Voo (REVO), Evacuação Aeromédica, Busca e Salvamento, Combate a Incêndio em Voo, dentre outras. A aeronave provê grande mobilidade estratégica às Forças de Armadas do Brasil.

Muitos de nossos leitores enviaram questionamentos sobre a ausência do KC-390 em recentes missões no âmbito do COVID-19, como o recente resgate de brasileiros no Peru, o qual foi cumprido pelos C-130 "Hércules". Esclarecendo as dúvidas suscitadas, o KC-390 é uma aeronave que esta em avançada fase de implementação em nossas linhas de voo, há todo um processo que necessita ser cumprido para que sua operação seja realizada com eficiência e segurança, principalmente por ser uma aeronave completamente nova e trás consigo novas tecnologias e capacidades, demandando a qualificação de suas equipagens no novo meio, para gradativamente o inserir a nova aeronave nas atividades previstas pela força. Conforme descrevemos nesta reportagem, a mesma inicia agora a fase de voos em rota, o que possibilitará em breve alcançar a plena capacidade operativa, que é quando o tipo estará plenamente certificado para cumprir o vasto leque de missões as quais se propõe.


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Com informações e imagens da FAB


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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Marinha do Brasil segue na luta contra o COVID-19

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A Marinha do Brasil (MB), com o propósito de dar continuidade às ações de desinfecção de locais de grande circulação de pessoas, realizará, na manhã de quarta-feira, 8 de abril, nova ação de combate à proliferação do coronavírus, desta vez, na Estação das Barcas em Paquetá. Em coordenação com o Comando Conjunto do Leste, a ação está inserida no contexto da Operação COVID-19, em atendimento à diretriz emanada pelo Ministério da Defesa, que regula o emprego das Forças Armadas na prevenção e no combate ao vírus. 

Para a ação, a Marinha do Brasil empregará embarcações e transporte de material, viaturas e pessoal, assim como um Destacamento de Fuzileiros Navais composto por cerca de 30 militares, que, após o desembarque na Praia da Moreninha, em Paquetá, irá realizar a atividade de desinfecção Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) na Estação das Barcas. 


Ressalta-se que a capacidade de, a partir do mar, atuar em uma área de interesse no litoral, é inerente ao Poder Naval da Marinha. A mobilidade marítima, conferida pelo emprego de embarcações, somada ao emprego das tropas de Fuzileiros Navais, componente anfíbio do poder naval, possibilita à MB atuar tempestivamente em qualquer região que configure um cenário estratégico de interesse. 

A Estação das Barcas (Praça XV) foi o primeiro local a ser desinfectado, no dia 26 de março, em uma ação que contou com a participação de 49 militares do Corpo de Fuzileiros Navais, treinados em procedimentos de Defesa NBQR. No sábado, 28, o Terminal Alvorada do BRT passou por desinfecção. 

A ocasião também marca a entrega de 25 livros à Escola Municipal Joaquim Manuel de Macedo, em Paquetá. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Marinha do Brasil e a Academia Brasileira de Letras.


Fonte: Marinha do Brasil
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quarta-feira, 25 de março de 2020

Chegam ao Brasil voos da FAB com brasileiros repatriados do Peru

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Duas aeronaves C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira decolaram, na manhã de terça-feira (24), partindo do Rio de Janeiro e de Belém, rumo a Cuzco (Peru), a fim de resgatar brasileiros que se encontram isolados naquela cidade. A operação, determinada pelo Presidente da República Jair Bolsonaro, é uma ação coordenada entre o Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores. 

O primeiro "Hécules" da FAB, que decolou do Rio de Janeiro, realizando escala em Porto Velho antes de pousar em Cuzco. Já a segunda aeronave decolou de Belém para Porto Velho. Na manhã desta quarta-feira (25) as duas aeronaves seguiram para Cuzco.

No final da tarde desta quarta-feira (25), as duas aeronaves regressaram à Porto Velho com 66 brasileiros que estavam retidos em Cuzco, no Peru. Após cumprir a escala técnica, onde não houve desembarque de passageiros, os dois "Hércules" da Força Aérea Brasileira seguiram rumo a São Paulo.

Determinada pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, a Operação é uma ação coordenada entre o Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores.

O governo brasileiro, por meio da rede diplomática e consular do Itamaraty, segue acompanhando a situação dos viajantes brasileiros no exterior e está trabalhando para permitir a repatriação de todos. Vale ressaltar que também estão previstos voos comerciais partindo de Cuzco e de Lima. Os brasileiros interessados em embarcar nesses voos devem seguir as orientações da Embaixada, publicadas no perfil de Embaixada do Brasil no Facebook.


GBN Defense - A informação começa aqui

com informe:
Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Defesa
Departamento de Comunicação Social do Ministério das Relações Exteriores
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Embraer colabora com tecnologias e soluções para combate ao COVID-19

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A Embraer está se unindo a empresas e centros de pesquisas no país para colaborar com tecnologias que possam aumentar a disponibilidade de equipamentos e soluções para o combate ao COVID-19 no Brasil.
 
As ações, desenvolvidas em conjunto com a cadeia de fornecedores da Embraer, englobam a fabricação de peças para a indústria de ventiladores e respiradores, a substituição de componentes importados para ventiladores, o desenvolvimento de sistemas de filtros de alta eficiência para transformação de leitos regulares em tratamento intensivo, e estudos para o desenvolvimento de respiradores simples, robustos e portáteis visando a rápida implementação e disponibilidade. 

Um grupo de trabalho já tem conduzido iniciativas em apoio a uma fábrica nacional de respiradores, com previsão de início de produção de peças a partir da próxima semana, em atendimento ao aumento emergencial da demanda por esses equipamentos. A empresa, em cooperação com os parceiros, já concluiu as análises técnicas e de capacidade produtiva para o atendimento das necessidades identificadas.

Em parceria com o hospital Albert Einstein, a Embraer está propondo também o fornecimento de apoio técnico para o desenvolvimento de sistemas de exaustão para controle biológico, que pode converter leitos regulares em áreas de tratamento intensivo. Por meio da tecnologia de filtros de alta eficiência de absorção de partículas de ar, já existentes nos sistemas de ar condicionados das aeronaves, o objetivo é levar esta solução para os hospitais que precisam deste tipo de solução de forma imediata.

Outra frente de trabalho está dedicada à análise de fabricação de válvulas de controle e sensores de fluxo que permitam ampliar a capacidade de produção de outra indústria nacional de respiradores, além da adaptação de um modelo de respirador para uso no combate ao COVID-19.

As análises de soluções inovadoras e o potencial de outras ações que estão sendo apresentadas pelo mercado podem contribuir para a identificação de novas frentes de atuação onde a Embraer possa aplicar sua expertise nesse momento de colaboração global e de necessidade de resultado efetivo e de curto prazo, diante de um cenário sem precedente para o sistema de saúde brasileiro.
 
A Embraer vai continuar monitorando a situação para colocar a sua expertise de integração de sistemas complexos em prol da população brasileira nessa ampla cooperação de combate ao COVID-19.
 

GBN Defense - Com informações Embraer
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Marinha do Brasil relata que dois oficiais do "Almirante Saboia" testaram positivo para COVID-19

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Em nota preliminar, a Marinha do Brasil por intermédio do Comando em Chefe da Esquadra, informou que dois oficiais do NDCC Almirante Saboia (G25), seu Comandante e seu Imediato, testaram positivo para o COVID-19. Cumprindo as medidas previstas pelos protocolos deliberados em conjunto pelo Ministério da Saúde e Ministério da Defesa, ambos oficiais cumprem o isolamento residencial, sob acompanhamento da Unidade Médica da Esquadra.

Companhia de Defesa NBQR descontamina o navio
Após o resultado do teste positivo, a Marinha acionou a Companhia de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica, a qual foi responsável por executar as medidas de descontaminação previstas neste tipo de situação no navio, à semelhança do procedimento adotado para os demais navios em operação. Todos os militares que compõe a tripulação do NDCC Almirante Saboia estão sendo monitorados,  conforme os protocolos previstos. 

Visando a manutenção da capacidade operativa do navio, serão designados, interinamente, um novo Comandante e Imediato, mantendo o navio plenamente operativo. Nós do GBN Defense, estendemos nossas estimas de pronto restabelecimento de nossos oficiais acometidos pelo vírus, certos de que juntos venceremos mais este desafio.

Pedimos a todos que cumpram as orientações preventivas anunciadas pelas autoridades competentes, afim de que, possamos juntos derrotar esse inimigo silencioso e invisível. Cabe a cada um de nós cumprirmos com nossa responsabilidade, O Brasil depende de VOCÊ!!! Juntos contra o Coronavírus!!!


GBN Defense -  A informação começa aqui
Com informações do CCSM
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domingo, 22 de março de 2020

Brasil contra o Coronavírus - Dados atualizados: Fatos e Mitos

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DADOS COLHIDOS NO DIA 22/03 ÀS 18H -

Como é de conhecimento geral, o “Novo Coronavírus” (mais tecnicamente SARS-CoV-2) e a doença causada por ele, a COVID 19, que para efeitos de simplicidade vamos chamar de covid-19, estão afetando o mundo inteiro numa pandemia de proporções que lembram a gripe espanhola de um século atrás.

Assim como nos assuntos militares, aparece todo tipo de informações, com fatos e mitos se misturando e causando grande confusão e angústia nas pessoas, com cenas lamentáveis de pessoas se agredindo em mercados e farmácias.

Como prezamos pelos fatos, além de um artigo sobre cuidados com a doença (Coronavírus (COVID-19) chega ao Brasil - Confira como se prevenir), resolvemos fazer uma pequena análise matemática sobre a evolução dos casos no Brasil, comparando os dados com os da China (país de origem da doença e que, aparentemente, já superou o primeiro surto) e a Itália (que ganhou uma triste notoriedade com os elevados números de casos).

Os dados serão apresentados em forma de gráficos, e as conclusões vão logo em seguida.

Mas, para diminuir a ansiedade, informamos desde já que o avanço da epidemia no Brasil não segue a tendência italiana, ou seja, é improvável termos aqui o caos que se abateu sobre a querida Itália.

Ademais, a própria China, com quase 7 vezes a população do Brasil, teve menos de 90 mil pessoas infectadas até o momento, e é improvável que tenhamos tantos casos por aqui.

Ou seja, nada de pânico, e nada de achar que teremos milhões de casos por aqui!


METODOLOGIA

Como os três países são obviamente diferentes em quase tudo, resolvemos fazer a comparação igualando várias coisas.

A primeira é o tempo - nos três países, avaliaremos os primeiros 30 dias com dados disponíveis, que apresentem mínima variação entre fontes. Como em qualquer doença nova, é neste período que apresentam-se as maiores variações, inclusive de metodologias dos serviços de saúde em relação a diagnóstico e tratamento, o que explica os vários ‘altos e baixos’ dos gráficos. Falaremos disso com mais detalhes depois.

O segundo ponto é a normalização dos dados. Os números de casos foram divididos pelas populações dos países, depois multiplicados por 100 mil. Com isso, a diferença de população entre os países é eliminada. Isso é feito porque, por exemplo, mil casos em São Paulo tem um impacto muito menor do que mil casos em uma cidade do interior.

O terceiro ponto é a escala dos dados é logarítmica, outra forma de corrigir as distorções. O caso da Itália é tão grave que seus dados normalizados ficam numa escala muito alta, fazendo os dados de Brasil e China quase desaparecerem. Com a escala logarítmica, a distorção italiana diminui muito de importância, e é mais fácil visualizar os dados

Outro ponto importante é que o Brasil apresentou a doença muito depois daqueles países, e foi mais rápido (em termos de casos absolutos) ao implementar medidas de quarentena - China começou em 23/01 (2 meses, 830 casos, 25 mortes - com ressalvas que serão discutidas mais adiante), Brasil começou já  em 12/03 (11 dias, 77 casos, nenhuma morte; a primeira morte foi em 17/03), e a Itália somente em 09/03 (19 dias, 9.172 casos, 463 mortes). Embora a quarentena brasileira seja, até o momento, mais branda que a italiana e muito mais branda que a chinesa, Estados e Municípios já adotaram medidas mais assertivas, inclusive com o cancelamento de aulas.

Os efeitos das quarentenas chinesa e italiana começaram a aparecer, timidamente, 5 dias depois do começo. Isso se deve ao fato que o vírus leva, em média, em torno de 14 dias para manifestar os sintomas, mas já aos 7 dias é transmissível. Espera-se que, após 20 dias, os efeitos da quarentena já sejam mais perceptíveis.

Uma última observação - há divergências de dados entre as várias fontes, às vezes até mesmo dentro do mesmo país. Os dados usados para nossa análise foram retirados do site https://www.worldometers.info/coronavirus/. É um site excelente e muito interativo, mas está todo em inglês, o que pode ser um impedimento para muitas pessoas.

GRÁFICO



Gráfico 1: novos casos de covid-19 no Brasil (círculos azuis), China (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Percebe-se que o Brasil está muito mais próximo da China que da Itália neste sentido.


Nesse gráfico, a China implementou medidas de quarentena no 8º dia, e percebe-se uma tendência de queda até o 25º dia, com um novo salto entre o 25º e o 26º dia; falaremos disso mais adiante.

Brasil e Itália apresentam menos pontos de dados porque a doença está no 31º dia na Itália e no 21º dia no Brasil.

Um lembrete - cada unidade na escala vertical, devido à escala logarítmica, representa um aumento de 10 vezes; como exemplo, no dia 11 o valor aproximado é de 0,01 no Brasil, 0,05 na China (4 vezes maior) e 0,94 na Itália (94 vezes maior).


Gráfico 2: total de casos de covid-19 no Brasil (círculos azuis), China (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Percebe-se que o Brasil está muito mais próximo da China que da Itália neste sentido.

Como a China foi o primeiro país com a doença, já estão numa fase de equilíbrio epidemiológico, ou seja, a doença já faz parte do normal do país, não mais um surto, e o número de casos praticamente não aumentou, o que é consequência da queda contínua de novos casos, conforme o Gráfico 1. Embora sutil, há uma variação no gráfico chinês, também entre os dias 25 e 26. Falaremos disso mais adiante.

Percebe-se, novamente, que o Brasil está mais próximo da China que da Itália. Vale novamente o lembrete da escala logarítmica. Por exemplo, aos 20 dias, Brasil apresenta um valor normalizado de 0,56, China de 1,70 (3 vezes maior) e Itália de 16,83 (30 vezes maior).

RESSALVAS

A primeira ressalva é que a covid-19 apresenta um grande número de portadores assintomáticos, ou seja, pessoas infectadas mas que não apresentam sintomas. Dessa forma, só é possível saber com um nível razoável de certeza se a pessoa está infectada com exames laboratoriais. Como é impossível testar toda a população, e várias vezes ao longo do tempo para complicar ainda mais, em todos os lugares do mundo há uma subnotificação, ou seja, o número real de casos é maior do que os relatados. O Brasil, por exemplo, só faz os testes confirmatórios em casos moderados a graves, enquanto que a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) é que todos os casos suspeitos sejam testados, o que tem sido impossível devido à pouca disponibilidade de kits para testes.

A disponibilidade de kits pode levar a protocolos diferentes protocolos de exames, e o Brasil tinha poucos kits no início da epidemia, realizando testes apenas nos casos mais graves. Entretanto, como o Brasil adquiriu uma grande quantidade de kits em 21/03, e espera-se que estejam distribuídos até 29/03. Isso deve mudar os dados brasileiros.

A segunda ressalva é que os protocolos podem mudar ao longo do tempo, seja pela disponibilidade de kits, seja porque os serviços de saúde mudam os protocolos de teste ao longo do tempo, com diferenças potencialmente grandes nos resultados. A China fez isso, e comentaremos mais adiante.

A terceira ressalva se aplica principalmente à China. Há relatos de que o surto de covid-19, na verdade, começou em novembro, mas o regime chinês só divulgou a situação a partir de janeiro. Ainda assim, os dados divulgados pelo governo central parecem não ter sido os reais, e a mudança de protocolo de teste entre os dias 25 e 26 da análise acima (9 e 10/02/2020) levou a um aumento enorme dos casos relatados (40.171 casos no dia 9 para 48.315 no dia 10), um aumento de 20% nos casos, depois de o aumento dos casos estar em queda. O aumento já tinha atingido um patamar de aumento na ordem de 8-11%.

SITUAÇÃO BRASILEIRA

A mídia relata, incessantemente, a situação ao redor do mundo, e percebe-se um grande nível de incertezas, e de acertos e erros pelos países. Em relação ao Brasil, é inegável que houve muitos acertos, mas também que houve muitos erros.

O primeiro erro do Brasil é a ausência de um plano de contingência para tais casos, o que já foi observado no derramamento de óleo no litoral brasileiro em 2019. Sem um plano unificado de contingência, há uma discrepância nas ações tomadas nos Estados e Municípios, o que pode complicar o combate à epidemia. Isso se estende também à postura pública dos governantes, que muitas vezes apresentam falas e atitudes contraditórias.

O segundo erro do Brasil, e isso é mais questionável, foi a demora em implementar medidas restritivas em relação a viagens internacionais e fronteiras. Seja devido a questões legais, seja por outros motivos, o Brasil demorou muito para implementar medidas de maior vigilância nas viagens e fronteiras. Como a doença se originou na China, e depois se espalhou para outros países, restrições a viagens internacionais poderiam ter tido um impacto significativo na contenção da doença. Vale ressaltar, porém, que há divergências entre os especialistas no impacto de tais medidas.

O terceiro erro no Brasil é a demora na implementação de medidas mais severas de quarentena e distanciamento social. Tais medidas, aparentemente, tem um impacto bastante pronunciado na disseminação da doença, mas também há divergências entre os especialistas em relação aos resultados.

Mas não são só observações negativas.

O repatriamento de brasileiros que estavam presos na China quando do início da quarentena naquele país, Operação "Regresso à Pátria Amada Brasil", foi muito bem planejada e executada. O assunto foi explorado no GBN: Operação "Regresso à Pátria Amada Brasil" retorna com brasileiros oriundos da China e inicia nova fase com apoio das equipes NBQR da Marinha do Brasil.

Além do repatriamento, as Forças Armadas também estão participando do combate à epidemia, conforme noticiado no GBN: Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa é ativado para ações de combate ao COVID-19.

O trabalho do Ministério da Saúde, no sentido de orientar a população, tem sido muito elogiado. A produção de medicamentos usados no tratamento experimental da covid-19 e importação de kits de testes para o diagnóstico foram feitos em um espaço de tempo bastante curto. Isso deve ajudar tanto no monitoramento da doença como na redução de impactos da epidemia.

POR QUÊ A SITUAÇÃO ITALIANA É TÃO GRAVE?

A Itália se encontra na Europa, em que assuntos como controle de imigração e restrição de viagens de determinados países são tabus ou até mesmo crimes.

Isso levou o país a tomar medidas no mínimo controversas, como a iniciativa “Abrace um chinês”, em que as pessoas, sem máscaras, abraçavam os chineses com quem se encontravam na rua.

Tais medidas, junto com a demora italiana em implementar restrições à entrada de imigrantes e de impor medidas de controle de imigração e de viagens internacionais, levou a um aumento explosivo no número de casos na Itália.

Uma situação parecida, embora menos drástica, pode ser observada em outros países europeus, como Alemanha e Espanha. Os motivos são os mesmos - tais países são refratários a medidas mais austeras de controle de imigração e viagens internacionais.


Gráfico 3: novos casos de covid-19 na Espanha (círculos azuis), Espanha (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Observe-se que os três gráficos são assustadoramente próximos. Valores relativos do dia 25: Espanha (4,03), Alemanha (3,37) e Itália (5,95).


Gráfico 4: total de casos de covid-19 na Espanha (círculos azuis), Espanha (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Observe-se que, novamente, os três gráficos são assustadoramente próximos. Valores relativos do dia 25: Espanha (25,31), Alemanha (13,23) e Itália (41,03).

CONCLUSÃO

Este é um momento que exige de todos cooperação, cautela e colaboração com as orientações das autoridades. Entretanto, queremos confortar os leitores com a informação de que a situação brasileira, embora ainda inspire cuidados, não é nem de longe catastrófica como alguns querem fazer parecer. Mesmo na Itália, onde a situação é, proporcionalmente, uma das mais críticas, a situação está começando a se estabilizar, e em poucos dias o pior já terá sido superado, tanto lá como aqui.

Sugerimos aos leitores que busquem informações em sites confiáveis, como do Ministério da Saúde (https://coronavirus.saude.gov.br/).

Nunca é demais lembrar os cuidados básicos:

  • Siga as instruções das autoridades, e lembre-se que quarentena não são férias; evite sair de casa!

  • Lave as mãos com frequência, com água e sabão mesmo, e caso disponível, sanitizantes como álcool gel

  • Evite contato com mucosas (boca, olhos e nariz), mesmo com as mãos limpas

  • Cubra a boca ao tossir com o braço; evite usar as mãos pra isso

  • Não recorra à automedicação

  • Isolamento social absoluto, ou seja, fique em casa o máximo possível e interaja com o menor número possível de pessoas

  • Faça compras através de serviços delivery tanto quanto possível, evitando fazer compras pessoalmente

  • Evite aglomerações

  • Evite contato com pessoas sabidamente doentes

  • Procure o serviço de saúde se tiver os seguintes sintomas:


    • Tosse seca

    • Febre

    • Fadiga

    • Dificuldade para respirar (se estiver com dificuldade para respirar, procure imediatamente auxílio médico)

    • Outros sintomas menos comuns: nariz entupido ou escorrendo, dor de garganta, diarreia, dores pelo corpo

  • Mesmo se não estiver sabidamente doente nem com sintomas, evite contato com pessoas dos grupos de risco


    • Idosos

    • Diabéticos

    • Hipertensos

    • Quem tem insuficiência renal crônica

    • Quem tem doença respiratória crônica

    • Quem tem doença cardiovascular

    • Pessoas com a imunidade comprometida (quimioterapia, leucemia, AIDS, etc)


E o principal: não entre em pânico! A humanidade já sobreviveu a outras pandemias, como peste negra e gripe espanhola, em tempos com muito menos recursos; venceremos mais esse desafio!

Por Renato Marçal

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Coronavírus no Brasil - Fatos e Mitos

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Como é de conhecimento geral, o “Novo Coronavírus” (mais tecnicamente SARS-CoV-2) e a doença causada por ele, a COVID 19, que para efeitos de simplicidade vamos chamar de covid-19, estão afetando o mundo inteiro numa pandemia de proporções que lembram a gripe espanhola de um século atrás.

Assim como nos assuntos militares, aparece todo tipo de informações, com fatos e mitos se misturando e causando grande confusão e angústia nas pessoas, com cenas lamentáveis de pessoas se agredindo em mercados e farmácias.

Como prezamos pelos fatos, além de um artigo sobre cuidados com a doença (Coronavírus (COVID-19) chega ao Brasil - Confira como se prevenir), resolvemos fazer uma pequena análise matemática sobre a evolução dos casos no Brasil, comparando os dados com os da China (país de origem da doença e que, aparentemente, já superou o primeiro surto) e a Itália (que ganhou uma triste notoriedade com os elevados números de casos).

Os dados serão apresentados em forma de gráficos, e as conclusões vão logo em seguida.

Mas, para diminuir a ansiedade, informamos desde já que o avanço da epidemia no Brasil não segue a tendência italiana, ou seja, é improvável termos aqui o caos que se abateu sobre a querida Itália.

Ademais, a própria China, com quase 7 vezes a população do Brasil, teve menos de 90 mil pessoas infectadas até o momento, e é improvável que tenhamos tantos casos por aqui.

Ou seja, nada de pânico, e nada de achar que teremos milhões de casos por aqui!




METODOLOGIA

Como os três países são obviamente diferentes em quase tudo, resolvemos fazer a comparação igualando várias coisas.

A primeira é o tempo - nos três países, avaliaremos os primeiros 30 dias com dados disponíveis, que apresentem mínima variação entre fontes. Como em qualquer doença nova, é neste período que apresentam-se as maiores variações, inclusive de metodologias dos serviços de saúde em relação a diagnóstico e tratamento, o que explica os vários ‘altos e baixos’ dos gráficos. Falaremos disso com mais detalhes depois.

O segundo ponto é a normalização dos dados. Os números de casos foram divididos pelas populações dos países, depois multiplicados por 100 mil. Com isso, a diferença de população entre os países é eliminada. Isso é feito porque mil casos em São Paulo tem um impacto muito menor do que mil casos em uma cidade do interior.

O terceiro ponto é a escala dos dados é logarítmica, outra forma de corrigir as distorções. O caso da Itália é tão grave que seus dados normalizados ficam numa escala muito alta, fazendo os dados de Brasil e China quase desaparecerem. Com a escala logarítmica, a distorção italiana diminui muito de importância, e é mais fácil visualizar os dados

Outro ponto importante é que o Brasil apresentou a doença muito depois daqueles países, e foi mais rápido (em termos de casos absolutos) ao implementar medidas de quarentena - China começou em 23/01 (2 meses, 830 casos, 25 mortes - com ressalvas que serão discutidas mais adiante), Brasil começou já  em 12/03 (11 dias, 77 casos, nenhuma morte; a primeira morte foi em 17/03), e a Itália somente em 09/03 (19 dias, 9.172 casos, 463 mortes). Embora a quarentena brasileira seja, até o momento, mais branda que a italiana e muito mais branda que a chinesa, Estados e Municípios já adotaram medidas mais assertivas, inclusive com o cancelamento de aulas.

Os efeitos das quarentenas chinesa e italiana começaram a aparecer, timidamente, 5 dias depois do começo. Isso se deve ao fato que o vírus leva, em média, em torno de 14 dias para manifestar os sintomas, mas já aos 7 dias é transmissível. Espera-se que, após 20 dias, os efeitos da quarentena já sejam mais perceptíveis.




GRÁFICOS


Gráfico 1: novos casos de covid-19 no Brasil (círculos azuis), China (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Percebe-se que o Brasil está muito mais próximo da China que da Itália neste sentido.

Nesse gráfico, a China implementou medidas de quarentena no 8º dia, e percebe-se uma tendência de queda até o 25º dia, com um novo salto entre o 25º e o 26º dia; falaremos disso mais adiante.

Brasil e Itália apresentam menos pontos de dados porque a doença está no 31º dia na Itália e no 21º dia no Brasil.

Um lembrete - cada unidade na escala vertical, devido à escala logarítmica, representa um aumento de 10 vezes; como exemplo, no dia 11 o valor aproximado é de 0,01 no Brasil, 0,05 na China (4 vezes maior) e 0,94 na Itália (94 vezes maior).




Gráfico 2: total de casos de covid-19 no Brasil (círculos azuis), China (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Percebe-se que o Brasil está muito mais próximo da China que da Itália neste sentido.

Como a China foi o primeiro país com a doença, já estão numa fase de equilíbrio epidemiológico, ou seja, a doença já faz parte do normal do país, não mais um surto, e o número de casos praticamente não aumentou, o que é consequência da queda contínua de novos casos, conforme o Gráfico 1. Embora sutil, há uma variação no gráfico chinês, também entre os dias 25 e 26. Falaremos disso mais adiante.

Percebe-se, novamente, que o Brasil está mais próximo da China que da Itália. Vale novamente o lembrete da escala logarítmica. Por exemplo, aos 20 dias, Brasil apresenta um valor normalizado de 0,56, China de 1,70 (3 vezes maior) e Itália de 16,83 (30 vezes maior).




RESSALVAS

A primeira ressalva é que a covid-19 apresenta um grande número de portadores assintomáticos, ou seja, pessoas infectadas mas que não apresentam sintomas. Dessa forma, só é possível saber com um nível razoável de certeza se a pessoa está infectada com exames laboratoriais.

A segunda ressalva é que os protocolos podem mudar ao longo do tempo, seja pela disponibilidade de kits, seja porque os serviços de saúde possuem formas distintas de classificação.

A disponibilidade de kits pode levar a diferentes protocolos de exames, e o Brasil tinha poucos kits no início da epidemia, realizando testes apenas nos casos mais graves. Entretanto, como o Brasil adquiriu uma grande quantidade de kits em 21/03, e espera-se que estejam distribuídos até 29/03. Isso deve mudar os dados brasileiros.

A terceira ressalva se aplica principalmente à China. Há relatos de que o surto de covid-19, na verdade, começou em novembro, mas o regime chinês só divulgou a situação a partir de janeiro. Ainda assim, os dados divulgados pelo governo central parecem não ter sido os reais, e a mudança de protocolo de teste entre os dias 25 e 26 da análise acima (9 e 10/02/2020) levou a um aumento enorme dos casos relatados (40.171 casos no dia 9 para 48.315 no dia 10), um aumento de 20% nos casos, depois de o aumento dos casos estar em queda. O aumento já tinha atingido um patamar de aumento na ordem de 8-11%.




SITUAÇÃO BRASILEIRA

A mídia relata, incessantemente, a situação ao redor do mundo, e percebe-se um grande nível de incertezas, e de acertos e erros pelos países. Em relação ao Brasil, é inegável que houve muitos acertos, mas também houve muitos erros.

O primeiro erro do Brasil é a ausência de um plano de contingência para tais casos, o que já foi observado no derramamento de óleo no litoral brasileiro em 2019. Sem um plano unificado de contingência, há uma discrepância nas ações tomadas nos Estados e Municípios, o que pode complicar o combate à epidemia. Isso se estende também à postura pública dos governantes, que muitas vezes apresentam falas e atitudes contraditórias.

O segundo erro do Brasil, e isso é mais questionável, foi a demora em implementar medidas restritivas em relação a viagens internacionais e fronteiras. Seja devido a questões legais, seja por outros motivos, o Brasil demorou muito para implementar medidas de maior vigilância nas viagens e fronteiras. Como a doença se originou na China, e depois se espalhou para outros países, restrições a viagens internacionais poderiam ter tido um impacto significativo na contenção da doença. Vale ressaltar, porém, que há divergências entre os especialistas no impacto de tais medidas.

O terceiro erro no Brasil é a demora na implementação de medidas mais severas de quarentena e distanciamento social. Tais medidas, aparentemente, tem um impacto bastante pronunciado na disseminação da doença, mas também há divergências entre os especialistas em relação aos resultados.

Mas não são só observações negativas.

O repatriamento de brasileiros que estavam presos na China quando do início da quarentena naquele país, Operação "Regresso à Pátria Amada Brasil", foi muito bem planejada e executada. O assunto foi explorado no GBN: Operação "Regresso à Pátria Amada Brasil" retorna com brasileiros oriundos da China e inicia nova fase com apoio das equipes NBQR da Marinha do Brasil.

Além do repatriamento, as Forças Armadas também estão participando do combate à epidemia, conforme noticiado no GBN: Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa é ativado para ações de combate ao COVID-19.

O trabalho do Ministério da Saúde, no sentido de orientar a população, tem sido muito elogiado. A produção de medicamentos usados no tratamento experimental da covid-19 e importação de kits de testes para o diagnóstico foram feitos em um espaço de tempo bastante curto. Isso deve ajudar tanto no monitoramento da doença como na redução de impactos da epidemia.




POR QUÊ A SITUAÇÃO ITALIANA É TÃO GRAVE?

A Itália se encontra na Europa, em que assuntos como controle de imigração e restrição de viagens de determinados países são tabus ou até mesmo crimes.

Isso levou o país a tomar medidas no mínimo controversas, como a iniciativa “Abrace um chinês”, em que as pessoas, sem máscaras, abraçavam os chineses com quem se encontravam na rua.

Tais medidas, junto com a demora italiana em implementar restrições à entrada de imigrantes e de impor medidas de controle de imigração e de viagens internacionais, levou a um aumento explosivo no número de casos na Itália.

Uma situação parecida, embora menos drástica, pode ser observada em outros países europeus, como Alemanha e Espanha. Os motivos são os mesmos - tais países são refratários a medidas mais austeras de controle de imigração e viagens internacionais.


Gráfico 3: novos casos de covid-19 na Espanha (círculos azuis), Alemanha (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Observe-se que os três gráficos são assustadoramente próximos. Valores relativos do dia 25: Espanha (4,03), Alemanha (3,37) e Itália (5,95).


Gráfico 4: total de casos de covid-19 na Espanha (círculos azuis), Alemanha (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Observe-se que, novamente, os três gráficos são assustadoramente próximos. Valores relativos do dia 25: Espanha (25,31), Alemanha (13,23) e Itália (41,03).




CONCLUSÃO

Este é um momento que exige de todos cooperação, cautela e colaboração com as orientações das autoridades. Entretanto, queremos confortar os leitores com a informação de que a situação brasileira, embora ainda inspire cuidados, não é nem de longe catastrófica como alguns querem fazer parecer. Mesmo na Itália, onde a situação é, proporcionalmente, uma das mais críticas, a situação está começando a se estabilizar, e em poucos dias o pior já terá sido superado, tanto lá como aqui.

Sugerimos aos leitores que busquem informações em sites confiáveis, como do Ministério da Saúde (https://coronavirus.saude.gov.br/).

Nunca é demais lembrar os cuidados básicos:
  • Siga as instruções das autoridades, e lembre-se que quarentena não são férias; evite sair de casa!
  • Lave as mãos com frequência, com água e sabão mesmo, e caso disponível, sanitizantes como álcool gel
  • Evite contato com mucosas (boca, olhos e nariz), mesmo com as mãos limpas
  • Cubra a boca ao tossir com o braço; evite usar as mãos pra isso
  • Não recorra à automedicação
  • Fique em casa o máximo possível
  • Faça compras através de serviços delivery tanto quanto possível, evitando fazer compras pessoalmente
  • Evite aglomerações
  • Evite contato com pessoas sabidamente doentes
  • Procure o serviço de saúde se tiver os seguintes sintomas:
    • Tosse seca
    • Febre
    • Fadiga
    • Dificuldade para respirar (se estiver com dificuldade para respirar, procure imediatamente auxílio médico)
    • Outros sintomas menos comuns: nariz entupido ou escorrendo, dor de garganta, diarreia, dores pelo corpo
  • Mesmo se não estiver sabidamente doente nem com sintomas, evite contato com pessoas dos grupos de risco
    • Idosos
    • Diabéticos
    • Hipertensos
    • Quem tem insuficiência renal crônica
    • Quem tem doença respiratória crônica
    • Quem tem doença cardiovascular
    • Pessoas com a imunidade comprometida (quimioterapia, leucemia, AIDS, etc)

E o principal: não entre em pânico! A humanidade já sobreviveu a outras pandemias, como Peste Negra e Gripe Espanhola, em tempos com muito menos recursos; venceremos mais esse desafio!

Por Renato Marçal

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