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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Os "Teen Fighters" da USAF

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“Teen Fighters” é um apelido dado para um grupo de aviões de combate de origem norte-americana que ainda hoje são considerados as melhores aeronaves de combate já produzidas. O nome deriva de uma série de caças supersônicos dos EUA, construídos para a Força Aérea dos Estados Unidos e Marinha dos Estados Unidos durante o final do século XX, sendo os primeiros caças supersônicos ocidentais de 4ª geração.

A sequência de números usados nesses caças foi o novo sistema de designação de aeronaves dos três serviços aéreos dos Estados Unidos, adotado a partir de 1962, que redefiniu a sequência F-#. As aeronaves pertencentes a essa série são o F-14 TomCat (que completa 49 anos do seu primeiro voo em 2019), o F-15 Eagle, o F-16 Fighting Falcon e o F/A-18 Hornet e Super Hornet (que mesmo sendo um caça completamente diferente do original, herdou o mesmo número).

Caças experimentais e protótipos mal sucedidos atribuídos a números na faixa “teen” (que corresponde ao final dos números em inglês de 13 a 19) geralmente não são considerados parte da série. Portanto, não inclui por exemplo o Northrop YF-17, que mais tarde evoluiu para o F/A-18. Algumas fontes referem-se a um suposto “F-19” sendo um caça secreto que foi produzido, mas não existem informações sobre ele. A designação “F-13” não foi utilizada.

Dos “Teen Fighters” apenas o F-14 não está mais em serviço na Marinha dos Estados Unidos (USN) desde 2006, com algumas unidades ainda operacionais no Irã. Já o F/A-18 Hornet (também chamado de “Classic” ou “Legacy”, para evitar confusão com o Super Hornet), também deu baixa na US Navy, mas ainda continua operacional no Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC).

Juntas essas aeronaves abateram nas mãos dos norte-americanos ou de nações estrangeiras que os operaram, um total de 317 aeronaves inimigas, tendo apenas seis aeronaves abatidas em combates ar-ar e nove aeronaves abatidas por fogo ou mísseis antiaéreos (Dados obtidos até 2018).

OS “TEEN FIGHTERS”:

GRUMMAN F-14 TOMCAT

Grumman F-14D TomCat

  • Caça bimotor, de dois lugares em tandem e de asa de geometria variável
  • Fabricante: Grumman Aerospace (depois Northrop-Grumman)
  • Primeiro voo: 21 de dezembro de 1970
  • Entrada em serviço: 22 de setembro de 1974
  • Retirada de serviço: 22 de setembro de 2006 (USN)
  • Produção: 1969 a 1991
  • Total construído: 712
  • Custo unitário US$ 38 milhões (1998)
  • Usuários: Marinha dos Estados Unidos (1974-2006), Força Aérea Iraniana (1980-presente)


McDONNELL DOUGLAS F-15 EAGLE (BOEING F-15E STRIKE EAGLE)
 
F-15C da USAF
  • Caça tático bimotor monoposto (A e C) e biposto (B, D e E Strike Eagle)
  • Fabricante: McDonnell Douglas (depois Boeing Defense, Space & Security)
  • Primeiro voo: 27 de julho de 1972; 11 de dezembro de 1986 (F-15E)
  • Estrada em serviço: 9 de janeiro de 1976; 30 de setembro de 1989
  • Status Em produção e em serviço
  • Produção: 1972 – presente (1985 – presente)
  • Número construído F-15A/B/C/D/J/DJ: 1.198 (F-15E: 420)
  • Custo unitário: F-15A/B: US$ 27,9 milhões (1998); F-15C/D: US$ 29,9 milhões (1998);   F-15E: US$ 32 milhões (1998), F-15K: US$ 100 milhões (2006).
  • Principais usuários: Força Aérea dos Estados Unidos, Força Aérea de Israel, Força Aérea do Japão, Real Força Aérea Saudita, Força Aérea da Coreia do Sul, Força Aérea de Singapura.
F-15E da USAF no Afeganistão





GENERAL DYNAMICS F-16 FIGHTING FALCON
 


  • Caça multifunção monomotor monoposto (F-16A, B e E) e biposto (C, D e F)
  • Fabricante: General Dynamics (depois Lockheed Martin)
  • Primeiro voo: 20 de janeiro de 1974 (não planejado); 2 de fevereiro de 1974 (oficial)
  • Entrada em serviço: 17 de agosto de 1978
  • Status: Em produção e em serviço
  • Produção:1973–2017, 2019 – presente
  • Número construído 4.604 (até 2018)
  • Custo unitário: F-16A/B: US$ 14,6 milhões (1998); F-16C/D: US$ 18,8 milhões (1998);   F-16E/F US$ 25 milhões (estimativa)
  • Principais usuários: Força Aérea dos Estados Unidos, Força Aérea de Israel, Força Aérea da Turquia, Força Aérea Grega, Força Aérea do Egito, Força Aérea do Chile e mais 20 outros usuários.

McDONNELL DOUGLAS F/A-18 HORNET (LEGACY)


  • Caça multifunção com capacidade de operar embarcado
  • Fabricante: McDonnell Douglas e Northrop (1974 – 1997); Boeing (1997 – 2000)
  • Primeiro voo: 18 de novembro de 1978
  • Entrada em serviço: 1º de julho de 1984 (USN); 7 de janeiro de 1984 (USMC)
  • Retirada de serviço: 1º de maio de 2018 (USN)
  • Status Em serviço
  • Produção: 1974 – 2000
  • Número construído F/A-18A/B/C/D: 1.480
  • Custo unitário: US$ 29 milhões (F-18C/D) (2006)
  • Usuários: Marinha dos Estados Unidos (histórico), Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, Real Força Aérea Australiana, Real Força Aérea Canadense, Força Aérea Espanhola, Força Aérea Suíça, Força Aérea Finlandesa, Força Aérea do Kuwait, Real Força Aérea da Malásia.



BOEING F/A-18 SUPER HORNET


  • Caça multifunção com capacidade de operar embarcado, desenvolvido a partir do McDonnell Douglas F/A-18 Hornet
  • Fabricante: Boeing Defense, Space & Security
  • Primeiro voo: 29 de novembro de 1995
  • Entrada em serviço: 2001
  • Status Em produção e em serviço
  • Produção: 1995 – presente
  • Número construído: 600 (até outubro de 2018)
  • Custo unitário: US$ 70,5 milhões (2017)
  • Usuários principais Marinha dos Estados Unidos, Real Força Aérea Australiana


Por Luiz Reis, Professor de História da Rede Oficial de Ensino do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, Historiador Militar, entusiasta da Aviação Civil e Militar, fotógrafo amador, brasiliense com alma paulista, reside em Fortaleza/CE. Luiz colaborou com Canal Arte da Guerra e atuou nos blogs da trilogia Forças de Defesa e do Blog Velho General, hoje faz parte da equipe do GBN Defense. Presta consultoria sobre História da Aviação.




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sábado, 11 de maio de 2019

Novo Decreto sobre armas é plenamente constitucional

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Diante da polêmica levantada diante do Decreto que modifica as regulamentações sobre o porte de armas e a alteração na determinação de armas restritas no Brasil, o GBN News resolveu tirar algumas dúvidas que surgiram diante de tantas informações desencontradas e a já conhecida industria de fake news que tenta de forma vil manipular nossa sociedade. 

Assim buscamos duas pessoas nas quais temos credibilidade para comentar a questão. A primeira delas é um grande amigo nosso, praticante de tiro desportivo e CAC, membro de um renomado clube de tiro fluminense, o qual procuramos e nos escreveu um breve comentário sobre o decreto. O segundo nome, trata-se do Advogado criminalista e Professor de Direito Penal na pós-graduação lato sensu da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Felipe Drumond Coutinho de Souza, que nos autorizou reproduzir sua analise sobre o assunto.

Nas últimas horas muito está se falando sobre o novo decreto da "facilitação" do porte de armas. Na verdade esse decreto deu ao cidadão de bem o direito de defesa que antes era negado pela PF.

A grande mídia faz entender que o presidente Bolsonaro reinventou a roda e por falta de conhecimento ou alguma outra justificativa passam essa inverdade. Estamos vivendo uma epidemia de violência causada pela falência dos valores morais da sociedade e dos governos anteriores.

O R 105 foi um decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas que discricionou os calibres das armas onde vigorou até o dia 8 de maio desse ano, o R 105 foi feito sem parâmetros nenhum que justificasse o porquê de calibres permitidos e restritos.

Em 2003 tivemos um plebiscito onde a maioria disse sim para compra de armas e munições, porém o desgoverno optou por lei 10 826/03, a qual não negava propriamente dito o acesso a armas, mas ficava a cargo da PF conceder ou não e na sua grande maioria era indeferido.

No início desse ano tivemos um avanço a favor da compra de armas para posse. Muitas categorias que necessitam de porte para defesa pessoal tais como: oficiais de justiça, advogados, vigilantes , caminhoneiros, CAcs, etc... Os quais lidam ou são alvos desse mal, a violência epidemiológica que afeta quase toda sociedade,( ficando de fora quem pode pagar um SPP ou usa agente públicos para o mesmo ), ficaram sem o devido direito de defesa da sua vida e dos seus.

Vale ressaltar que a "facilitação" é um não a proibição incondicional e mesmo assim ainda temos vários requisitos para serem preenchidos entre eles:

- um laudo psicológico;
- um laudo que comprove que está apto ao uso da arma;
- sem antecedência criminal
- residência fixa dentre outras exigências

Que fique bem claro que o cidadão de bem que busca uma arma é para ter no mínimo chances de se defender, pois a epidemia da violência está palpável e assustadora e o governo vem combatendo e não alcançando êxito e para piorar tira o seu maior aliado que muitas das vezes não faz uma denúncia por conta de sofrer represálias .

Como bom cristão que sou sigo o conselho do bom mestre .

Lucas 22:36 diz: "...e,se não tem espada , vedam a sua capa e comprem uma ". Segundo nosso primeiro analista ouvido, Junior Fiuza.




Novo Decreto sobre armas é plenamente constitucional, instrumentaliza a legitima defesa e não beneficia a caça.

No dia 08 de maio de 2019 entrou em vigor o Decreto nº 9.785/2019, que regulamenta a Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) ao dispor sobre aquisição, registro, posse, porte, comercialização e importação de armas de fogo e munições. Apesar de recente, o ato normativo já tem sido objeto de fortes críticas daqueles que o consideram inconstitucional por, supostamente, ter exorbitado a sua função regulamentadora nas inovações trazidas, que alteraram significativamente a normatização sobre armas no Brasil. Isso, no entanto, não significa que qualquer inconstitucionalidade tenha sido praticada.

Com o decreto, o regramento geral de armas no país sofreu significativo avanço, deixando para trás amarras burocráticas absolutamente desnecessárias, pois em nada tornavam a sociedade mais segura e protegida de armas nas mãos de pessoas com intenção criminosa. Dentre as mudanças mais criticadas estão a modificação de calibres permitidos e restritos, de modo que revólveres até o calibre .44 magnum e pistolas de todos os calibres conhecidos (9mm Luger, .40SW, .45ACP e etc) passaram a ser considerados permitidos, a alteração do número máximo de munições que podem ser adquiridas por ano, tendo sido fixado o limite de cinco mil para armas de calibre permitido e mil para armas de calibre restrito e a definição de critérios objetivos para a obtenção do porte de armas.

Apesar das críticas, as mudanças são absolutamente constitucionais e regulares. A Lei jamais estabeleceu a definição dos calibres restritos ou permitidos, nem, tampouco, qualquer limite quantitativo de munições que podem ser anualmente adquiridas, tendo delegado essa função à regulamentação por Decreto, sendo certo que não há qualquer restrição a esse ato do presidente da República no que se relaciona a tais alterações.

No que diz respeito à obtenção de porte de arma, também não há qualquer irregularidade. A Lei determina que, para a sua concessão, é necessário, além dos requisitos exigidos para a aquisição de arma, a comprovação de efetiva necessidade, sem estabelecer qualquer critério objetivo. Diante disso, o decreto apenas enumera algumas profissões e atividades cujo exercício passou a ser considerado como suficiente à presunção da existência da efetiva necessidade para a concessão do porte. Decretos presidenciais têm função de regulamentar dispositivos legais, especialmente os de redação abstrata e genérica, de modo a fixar regras mais precisas para a aplicação da Lei. Foi exatamente o que fora implementado para tornar o processo menos subjetivo, desigual e dependente das preferências pessoais de cada autoridade.

Por fim, importante salientar que o decreto não viabiliza, sob nenhum aspecto, a caça. 

Há apenas a previsão de que caçadores já registrados têm presumida a necessidade para o porte de arma curta exclusiva para defesa pessoal, sem autorização para abate de animais.

Apesar de ser devido o respeito a quem se opõe às escolhas políticas do decreto, isso não pode tornar inconstitucionais atos perfeitamente lícitos em prol da legítima defesa.


Por:  Felipe Drumond Coutinho de Souza - Advogado criminalista e Professor de Direito Penal na pós-graduação lato sensu da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).


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domingo, 28 de outubro de 2018

Museu Militar Conde de Linhares celebra 20 anos

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No dia 19 de outubro, estivemos presentes ao Museu Militar Conde de Linhares, onde foi realizada cerimonia alusiva ao 20º aniversário deste referido museu. O evento contou com a presença de diversas autoridades, como Gen. Div Décio dos Santos Brasil, o Gen Bda Luís Antonio Silva dos Santos, além de presenças ilustres, como Sergio Capella, Presidente da CVMARJ (Clube de Viaturas Militares Antigas do Rio de Janeiro), sociedade envolvida diretamente na preservação histórica brasileira, constituindo um seleto grupo de pessoas engajadas na preservação não apenas de viaturas históricas, mas também preservando viva a história dessas e dos feitos de nossos heróis brasileiros no distante teatro de operações italiano durante a Segunda Guerra Mundial. Também encontramos nosso amigo veterano da AVCFN Sarmento e membros do Grupo Histórico Libertadores de Montese, que realiza uma bela encenação da rendição alemã às forças brasileiras na Itália, maior feito de nossas forças naquele conflito. Além dos representantes das instituições que por demonstrarem amizade e tendo realizado trabalho relevante de colaboração com este bastião de cultural no decorrer deste ano, foram agraciadas com o diploma de “Amigo do Museu”. Neste ano, foram agraciados como “Amigos do Museu” as Escolas Municipais Portugal, Marechal Carlos Bitencourt e Monte Castelo, o Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), o Programa PHOENIX e o Centro de Expressões Culturais.
O Museu que homenageia D. Rodrigo de Souza Coutinho, o Conde de Linhares, que foi um nome de relevância histórica ao Brasil, tendo sido um político que acompanhou a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, e aqui na qualidade de Ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, teve um papel fundamental na concepção de referidas instituições brasileiras, fundou a Academia Real Militar, o Jardim Botânico, o Arquivo Militar, a Biblioteca Nacional e a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
O Museu Militar Conde de Linhares, foi inaugurado em 12 de outubro de 1998, pelo General do Exército Zenildo da Lucena, então Ministro do Exército, desde então exercendo o papel de salvaguardar e disseminar a história militar brasileira, contando com um rico acervo de indumentárias militares, armas e viaturas de emprego militar, dentre estas conta com uma exposição permanente sobre a atuação da Força Expedicionária Brasileira no teatro de operações europeu, contando com armas e equipamentos empregados pelas forças nacionais, aliadas e inimigas envolvidas naquele conflito. Em seu pátio é possível conhecer diversas viaturas que tiveram papel na história brasileira, destacando-se inúmeros projetos da indústria brasileira, como os carros de combate "Urutu", "Cascavel" e o MBT EE-T1 "Osório".
O acervo é muito diversificado e documenta a evolução dos armamentos, equipamentos de comunicação, viaturas de emprego militar e indumentária adotados pelas tropas brasileiras nos campos de batalha.
O acervo possui diversos itens utilizados pelo Exército Brasileiro em várias fases da nossa história, como a Guerra do Paraguai, as revoltas e movimentos que eclodiram pelo Brasil Império, a Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial e as Forças de Paz brasileiras atuantes no âmbito da ONU em várias partes do mundo.
É uma verdadeira máquina do tempo e uma importante imersão na história não apenas de nosso Exército Brasileiro, mas um mergulho em nossa história, trazendo um rico conhecimento da evoluções que experimentamos ao longos de séculos de história, sendo fundamental para valorização de nossas instituições militares e seu papel primordial em nossa nação.
O Museu Militar Conde de Linhares fica localizado em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, bem próximo à Quinta da Boa Vista, onde esta localizado o Museu Nacional, na Avenida Pedro II, número 383. O GBN News apoia a preservação histórica brasileira e recomenda a todos uma visita a este referido museu, tenho certeza que todos irão se surpreender com toda a riqueza desse acervo e a qualidade de suas instalações.

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança.


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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O Brasil e sua Independência - Conhecendo a sua história

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Começamos hoje o mês em que comemoramos a nossa "Independência", ato realizado segundo reza a história, ás margens do Ipiranga no dia 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro I. Mas até que ponto somos independentes? Qual o futuro de nosso país e como tem sido nosso caminho rumo a verdadeira independência? 

São questões complexas, as quais viemos na incessante busca por respostas e soluções, onde invariavelmente nos deparamos com a falta de uma resposta exata, nos atendo ao fato que o mundo continua em constantes mudanças e a cada dia nos deparamos com novos e desafiadores cenários, o que torna muito difícil fazer uma previsão exata do que nos aguarda no futuro, pois conforme acompanhamos ao longo de nossa caminhada com o GBN News, que nasceu há 7 anos como GeoPolítica Brasil, onde temos buscado trazer respostas e discussões que nos ajude a encontrar respostas, porém fica difícil desenhar um cenário, pois dependemos em muito de fatores que fogem ao controle de toda a sociedade brasileira.

O GBN News resolveu fazer uma releitura de importantes artigos e matérias especiais sobre a tão importante data histórica nacional, trazendo mais uma vez a tona estas importantes questões para que possamos estimular o debate acerca  deste tema tão importante à nossa pátria, "INDEPENDÊNCIA". 

Serão publicados mais uma vez a série de artigos e matérias atualizados sobre o assunto que possui uma enorme riqueza a ser estudada e compreendida, para que assim possamos compreender o hoje e possibilitar uma visão mais nítida do amanhã, para tanto, mais uma vez convido a todos a dar sua contribuição com seus comentários e dissertações acerca do tema.

Nessa primeira matéria especial vamos abordar nossa “independência” , a história, o preço pago e uma analogia com os dias atuais.

Como é conhecimento de todos, diferente de outras nações, o Brasil não enfrentou qualquer tipo de “guerra de independência”, tivemos movimentos internos e revoltas pela emancipação, que culminaram com o momento que ficou marcado na história do Brasil como o dia D, quando as margens do Ipiranga D. Pedro I bradou o grito de Independência, exatamente no dia 7 de setembro de 1822.

Um fato pouco comentado e mesmo por muitos desconhecido a respeito de nossa independência, é que tal declaração em nada mudou a nossa realidade sócio-econômica, tendo se limitado a esfera política, onde passamos a ter um governo "independente" de Portugal, embora nosso primeiro imperador fosse um príncipe português.

O movimento pela independência foi marcado por rebeliões como a “Conjuração Baiana” e a “Inconfidência Mineira” que antecederam o ato de D. Pedro I, deixando claro que a atitude dele não foi um ato isolado, mas sim um posicionamento frente a uma conjuntura política que se desenvolvia no Brasil colônia e que de uma forma ou de outra culminaria em nossa independência do julgo português.

Um dos grandes motivadores de nossa independência foi o movimento republicano que se propagava pelas Américas, sendo um claro risco ao domínio português, como exemplo podemos citar a Independência Americana, que assumiu um rumo diferente do nosso, uma vez que partiram para um modelo político democrático presidencial, enquanto por aqui prosseguíamos com a monarquia, tendo como Imperador do Brasil D. Pedro I.

A revolução industrial, a difusão do liberalismo econômico, o iluminismo e a insatisfação com o modelo colonial, deram força a nossa independência, assim como o interesse britânico de expandir seus tentáculos sobre o novo mundo, explorando novos mercados e fontes de matérias primas para suprir as necessidade de sua revolução industrial que seguia a todo vapor, o que demandava matéria prima,  e como se sabe sempre fomos ricos em recursos naturais.

Se o que define a condição de colônia é o monopólio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as relações com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal.

Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no Brasil, é considerado como a primeira medida formal em direção ao "sete de setembro".

Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentuou com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores.

Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês.

Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI ao retornar a Portugal deixou a aristocracia rural brasileira sentir-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de independência na América Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas.

A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o cuidado de não comprometer seus privilégios, representados pelo latifúndio e escravismo. Sendo conduzida com a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em geral. Temendo a mudança para o modelo que surgiu na America do Norte com a independência dos EUA.

Com as exigências para que também o príncipe regente D. Pedro voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que marcava a independência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria seus privilégios, , pois a partida de D.Pedro poderia representar o esfacelamento do país.

Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".

É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil.

A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.

Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México, com o reconhecimento dos Estados Unidos a nossa independência, criou-se um laço político que perdura até os dias de hoje e que nos aproximou por demais de sua econômia, nos tornando em certo ponto dependentes deste “irmão” mais velho. Isso iremos abordar mais a frente nos próximos artigos desta série sobre nossa “Independência”.

Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra, que viu uma ótima oportunidade de aumentar sua influência em nosso país e aumentar sua participação em nossa economia e nos rumos do Brasil, marcando por assim dizer o inicio da divída externa brasileira.

O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou. Como podemos notar pouco mudou neste sentido até os dias de hoje.

Embora tenhamos declarado independência, mantivemos a mesma forma econômica e social, o que nos atinge ainda hoje, pois enquanto os demais países modernizavam suas relações sócio-econômicas e ingressavam na revolução industrial, encontrando-se em um novo patamar econômico, o Brasil permanecia estagnado a bel prazer de uma elite que podemos classificar como “Burra e Míope”. Além do mais nossa nação carecia de investimentos, algo que se arraigou a cultura nacional e se tornou um mal que precisamos extirpar.

Hoje ainda sofremos as mazelas que nos trouxe tal independência, que foi mais um ato simbólico e político do que uma real independência, pois continuamos dependendo de atores externos, seja no contexto geopolítico ou econômico, como principalmente no campo tecnológico, ponto esse que podemos dizer que é nosso "calcanhar de Aquiles", basta observar a enorme dependência tecnológica e sua defasagem nos mais diversos campos.



Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança.



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sábado, 31 de janeiro de 2015

Petrobrás - Entenda a crise que afetou nossa estatal

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Nos últimos meses temos assistido uma serie de escândalos envolvendo uma das estatais de maior prestigio no Brasil, Petrobrás, empresa que por décadas foi orgulho nacional quer por seus vultosos investimentos e contribuição para o PIB nacional, quer pelo pioneirismo e competência na exploração de petróleo e gás em águas profundas.

desde que veio a tona o escândalo da compra da refinaria de Pasadena, a estatal se vê mergulhada em uma serie de escândalos envolvendo corrupção nos mais variados escalões da companhia e do governo.

Como ponta do iceberg, a compra da refinaria texana de Pasadena em setembro de 2006, quando a Petrobras pagou US$ 360 milhões de dólares á Astra Oil Company por 50% da refinaria, quando um ano antes a empresa belga pagou apenas US$ 42,5 milhões de dólares pela refinaria, ou seja, a Petrobrás pagou cerca de oito vezes mais por apenas 50% do negócio. Mas o escândalo não para por ai, além da compra superfaturada, após a conclusão da aquisição a Astra Oil resolveu vender sua participação na refinaria, tendo a estatal brasileira assinado um acordo de opção de compra da mesma, se viu em um desentendimento com a belga, resultando em uma ação judicial contra a estatal brasileira, como sentença a Petrobrás foi condenada e fechou um acordo de pagamento da quantia de US$ 820 milhões de dólares para por fim ao litigio.

Tal "negócio da china" gerou um prejuízo estimado de US$1 bilhão de dólares á estatal e seus acionistas. O caso envolveu pessoas ligadas ao PT em diversos níveis de envolvimento.

O nocivo aparelhamento politico promovido nos últimos mandatos do PT, tem prejudicado diretamente a capacidade empresarial e decisória da estatal brasileira de petróleo e gás Petrobrás e suas ramificações, ainda atingindo outros setores estratégicos sob direção do governo federal. O que tem tornado tais negócios vulneráveis á corrupção, improbidade administrativa e conferindo uma visão míope e obtusa dos mercados, contaminando a administração com seu ideologismo ultrapassado e retrógrado, levando a Petrobrás e outras estatais a enfrentar uma grande dificuldade para alcançar seus objetivos e metas.

Após o escândalo de Pasadena, a estatal enfrentou outros escândalos, como o escândalo que ficou conhecido como a "Feira da Petrobrás",  Onde após enfrentar uma brusca desvalorização no mercado, onde caiu de um valor estimado em R$ 214,6 bilhões em dezembro de 2013, para um valor de R$ 175,6 bilhões em fevereiro de 2014, tal queda veio acompanhada em junho de um alerta emitido pelo MPF (Ministério Público Federal), que alertou o risco de falência caso a estatal não quitasse suas dividas. Para ilustrar o tamanho do endividamento alcançado pela nossa estatal, a agência de classificação de risco MOODY'S, rebaixou a nota da Petrobrás de "A3" para "Baa1".

Diante dos resultados decorrentes do escândalo de Pasadena e tentando uma saída para seu endividamento foi criado o departamento chamado de "Gerencia de Novos Negócios", mas que segundo denuncias realizadas em  março de 2013, transformou a empresa em uma verdadeira feira, dilapidando de forma criminosa o bilionário patrimônio da estatal brasileira. Tal ação resultou na venda de boa parte do patrimônio da estatal no exterior, onde foram vendidas refinarias, unidades e equipamentos de forma irresponsável e abaixo do preço real, esperando que tal ato desesperado capta-se US$ 10 bilhões de dólares.

Um dos exemplos de amadorismo e falta de capacidade da direção da estatal foi o emblemático caso da venda de 50%  da companhia PESA, a Petrobrás Argentina, por apenas US$ 900 milhões de dólares e o investimento de mais US$ 238 milhões de dólares pelo Grupo Indalo na aquisição de refinarias, distribuidoras e unidades petroquímicas operadas pela Petrobrás na Argentina. Esse aparente bom negócio na verdade resulta em um enorme prejuízo aos cofres brasileiros e aos acionistas da companhia brasileira. O investimento realizado nos últimos 12 anos pela estatal brasileira soma mais de US$ 6 bilhões de dólares, Ainda no âmbito desse negócio, a Petrobrás entregou por US$ 238 milhões de dólares um patrimônio avaliado em pelo menos US$ 400 Milhões de dólares, configurando um verdadeiro crime de lesa-pátria.

Não bastando isso, outro escândalo envolve um esquema de propina nas licitações da estatal. Onde Lobistas que participavam das negociações repassavam á funcionários e membros do PT e PMDB. Segundo denuncias realizadas por João Augusto Resende Henriques, confirmou em depoimento que todos os contratos internacionais da estatal que passavam por ele tinham inclusos a cobrança de um "pedágio" para que fosse vencida a licitação por seu cliente, onde um valor que oscilava entre 60% e 70% dessa "taxa" eram repassados ao PMDB, dinheiro esse que foi usado para financiar campanhas eleitorais, inclusive a campanha presidencial de Dilma Roussef em 2010. No olho do furacão ainda foi descoberto um esquema de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht, gigante nacional, pega também no escândalo de corrupção que veio a ser revelado recentemente em licitações vencidas pela mesma. A Odebrecht que atua em diversos mercados, repassou US$ 8 milhões de dólares para a campanha da presidente Dilma.

Como exemplo do funcionamento desse esquema, vamos apresentar o caso envolvendo a compra de um Navio-Sonda que custou a estatal US$ 1,6 bilhões de dólares, nesse contrato o propinoduto recebeu US$ 14,5 milhões de dólares, dos quais US$ 10 milhões foram repassados ao PMDB.

Outro grande obstáculo enfrentado pela Petrobrás é a falta de critério técnico na indicação de cargos estratégicos e decisórios na estatal, tendo a empresa sido vitima de um irresponsável aparelhamento político promovido pelo governo do PT, onde pessoas sem qualquer capacidade técnica e decisória assumira cargos de grande importância estratégica dentro da companhia. Um exemplo disso se dá quando há uma decisão do governo sobre a instalação de uma nova unidade ou investimento em determinada área, não há uma analise técnica real e concisa, ao invés disso os técnicos e engenheiros se desdobram para cumprir as ordens e decisões políticas dadas á empresa.

A operação "Lava Jato", deflagrada pela Polícia Federal, também apontou irregularidades nos contratos para construção da refinaria " Abreu e Lima", onde constatou-se por provas o super faturamento dos contratos daquela obra, onde havia sido orçada originalmente em R$ 2 bilhões de reais, mas ate o momento a mesma já custou R$ 18 bilhões aos cofres públicos.

O principal protagonista desta crise é o governo, principalmente quando a presidente Dilma continua a ignorar que a estatal tem sido vítima do aparelhamento político, e insiste em buscar culpados externos para atual crise da estatal petrolífera brasileira.

No inicio deste ano a diretoria da Petrobrás fez o anúncio de que não irá recorrer aos financiamentos externos, porém isso não resulta de uma simples decisão da diretoria, pois o mercado encontra-se fechado para a estatal. Um grande erro da direção da companhia foi o congelamento de preços dos seus principais produtos, atendendo á uma decisão do governo federal, e que gerou perdas de capital á estatal.

Neste ano de 2015 a Petrobrás tem um grande desafio á sua frente, manter seu programa de investimentos e reduzir seu endividamento, mesmo diante da grande repercussão dos escândalos de corrupção que tem manchado a imagem da empresa e resultado na fuga de investimentos, causando um enorme impacto em suas receitas. Outro ponto preocupante é o atraso no anúncio dos resultados da estatal no terceiro trimestre de 2014, algo que tem gerado incertezas e insegurança nos investidores e credores da companhia, Segundo anunciado pela Petrobrás, tais resultados serão divulgados até o inicio de fevereiro.

A estatal representa uma significativa participação no PIB brasileiro, sendo líder em seu mercado, a Petrobrás precisa ser preservada como a empresa que sempre foi, marcada por décadas de pioneirismo e competência, não como um instrumento político-partidário que tem se tornado nos últimos anos.

Cabe á nós brasileiros descruzarmos os braços, deixarmos a inércia e exigirmos desse governo ações reais de combate á corrupção que vem atingido a Petrobrás, não apenas apurar os casos de corrupção e estancá-los, mas punir e prender os envolvidos nestes escândalos, restaurando assim o prestigio e a imagem pública de transparência, idônea e inovadora da nossa estatal, voltando assim a atrair investimentos e retomar o rumo de crescimento.

Nós do GBN - GeoPolítica Brasil, apesar de um breve período de ausência nas discussões, nos mantivemos acompanhando de perto os acontecimentos na esfera nacional e global. Hoje com este artigo rompemos nosso silêncio e voltamos á nossas atividades, mantendo nosso compromisso de levar até você leitor com transparência e coerência informações e conteúdos de alta qualidade, defendendo acima de tudo nossa pátria e seus interesses estratégicos.

Muito obrigado a todos, conto com vocês na retomada de nosso trabalho com sua opinião, participação e comentários.

Angelo D. Nicolaci
Editor / Fundador
GBN - GeoPolítica Brasil



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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Uma resposta a ameaça dos mísseis balísticos.

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A ameaça dos mísseis balísticos chamou a atenção mundial em 1991, quando o regime de Saddam Hussein bombardeou a Arábia Saudita e Israel com mísseis balísticos Al- Hussein, com base nos mísseis R-11/17 Scud soviéticos, em resposta a operação Desert Storm, resposta á sua invasão ao vizinho Kuwait.
Durante as últimas décadas, assistimos um aumento considerável no número de sistemas deste tipo e países a operá-los, principalmente sendo usados como armas estratégicas, possuindo um desempenho superior aos de gerações anteriores e apresentando a capacidade de ser armados com armas de destruição em massa.
Tal tecnologia hoje não mais de dominio restrito a grandes nações como á decadas passadas, hoje além dos EUA, Rússia e China, temos a Índia, Paquistão, Coréia do Norte e Irã entre os principais desenvolvedores destes sistemas de armas, com um considerável arsenal possuindo alcance suficiente para aplicação estratégica.
A Coreia do Norte desenvolveu sua própria linha de mísseis balísticos, o Taepo –Dong, que possui variantes dentro da categoria IRBM (míssil balístico de alcance intermediário no inglês)  e ICBM ( míssil balístico intercontinental).  Sendo a Coréia do Norte o principal colaborador no desenvolvimento da tecnologia aplicada pelo Irã em seus mísseis balísticos próprios, com a criação da família de mísseis balísticos Shahab.
Os mísseis balísticos iranianos Shahab 3 e 4 estão enquadrados na categoria de IRBM’s, tendo muita similaridade com os IRBM’s norte-coreanos do tipo Nodong 1, enquanto a versão Shahab 5 é considerado por analistas um míssil ICBM, provavelmente derivado da colaboração norte-coreana, apresentando muitas similaridades com o Taepo -Dong 2.
Na Índia desenvolve sua própria família de IRBM’s e ICBM’s, o AGNI IV esta inserido na categoria de IRBM’s, enquanto a versão AGNI V esta classificado entre os ICBM’s.
Todos países citados acima, possuem programas de IRBM’s e ICBM’s em andamento, criando um desafio para as defesas em geral, pois a cada nova versão, novas capacidades são acrescentadas, transpondo as atuais defesas antimísseis. O resultado da proliferação de mísseis balísticos IRBM’s e ICBM’s  no mundo tem sido, ao longo das duas últimas décadas, o crescente desenvolvimento e implantação de investimentos em sistemas ABM ( Anti Ballistic Missile ) recursos em desenvolvimento por diversos países, mais notoriamente na Rússia.
Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética realizaram grandes investimentos no desenvolvimento de sistemas ABM,  sendo hoje a Rússia herdeira dos sistemas soviéticos continuando a operar uma capacidade significativa desde os anos 1970 e desenvolvendo sistemas avançados . Ambos os antagonistas da Guerra Fria implantaram sistemas de emprego dual  ABM / SAM ( Sistemas de mísseis antiáereos / antimísseis balísticos ), possuindo capacidades otimizadas para combater não só as ameaças dos mísseis balísticos, os sistemas S- 300 da Rússia e Patriot dos Estados Unido, este último amplamente utilizado em 1991 contra os IRBMs iraquianos . Uma importante característica em ambos os sistemas, são o desenvolvimento da capacidade de acompanhar e destruir aeronaves de elevado desempenho , bem como projéteis balísticos.
Atualmente temos observado o desenvolvimento em Israel e diversas nações de uma série de sistemas ABMs  e um aumento nas capacidades ABM’s do pós-Guerra Fria, tanto pelos EUA como pela Rússia.
A Rússia tem investido pesado no desenvolvimento não só de novos ICBM’S e IRBM’s, como os mísseis “Yars” e “Rubehz”, mas tem desenvolvido principalmente seus sistemas, como o S- 300PMU2, S-400 e o desenvolvimento do novo sistema S-500. A maioria desses sistemas possui capacidade de interceptar mísseis balísticos ainda na fase de reentrada da atmosfera. Sendo importante ressaltar que tais sistemas possuem grande mobilidade, sendo capazes de operar em cenários adversos.
Bem oportuno se encararmos o atual cenário geo-estratégico que é imposto á Rússia, com a China sendo detentora de um grande estoque de IRBMs, sendo os mísseis DF- 21C sua espinha dorsal, o que confere ao governo chinês uma cobertura significativa do território russo e representam um risco estratégico real de longo prazo para a Rússia, pesando muito nas relações diplomáicas entre China e Rússia.
Em certo ponto, a implantação de um grande número de IRBMs da China lembra o jogo imposto pela OTAN durante o período da Guerra Fria, onde ambos possuiam sistema de IRBM’s dispostos em áreas estratégicas, criando um cenário de equilibrio e tensão entre os dois eixos que dominavam o cenário político bipolar existente naquele período sombrio da humanidade. Essa capacidade proporciona um efeito estratégico significativo sem se apoiar no poder estratégico dos ICBM’s.
O problema estratégico enfrentado pela Rússia não se restringe ao enclave chinês, mas sua posição geográfica coloca a Rússia ao alcance de IRBMs e ICBMs lançados do Irã e da Coreia do Norte. Não que isso ofereça uma ameaça real e imediata á Rússia, pois esta possui boa relação tanto com o Irã, como a Coreia do Norte, e em relação a China possui um grande histórico de acordos políticos e comerciais que dão lastro a boa relação de estabilidade entre estas nações. Porém, em um cenário hipotético de um ataque contra a Rússia lançado por uma dessas três nações, é de extrema importancia estratégica o dominio da tecnologia e sistemas  ABM / SAM de última geração capazes de contrapor tais ameaças.
Tal fato exposto acima, dá a real dimensão das necessidades russas de manter um constante desenvolvimento de seus sistemas ICBM’s, IRBM’s e principalmente a concepção de uma variada gama de sistemas ABM/SAM de notável capacidade.
Neste momento, a Rússia iniciou a substituição progressiva de toda a sua rede de sistemas SAM oriundos da era soviética, buscando atualizar suas capacidades de defesa para as ameaças impostas pelos avanços tecnológicos do campo de batalha moderno. Tal processo esta previsto para ser completado na próxima década, fornecendo uma capacidade robusta para defender sua infraestrutura e pontos estratégicos das ameaças representadas pelos modernos aviões de combate, mísseis de cruzeiro e armas guiadas de precisão.
Tais desenvolvimentos também leva a Rússia ao título de principal fornecedor de sistemas ABM/SAM’s no mundo. Fornecendo seus complexos de defesa a diversas nações ao redor do mundo, possuindo sisntemas em camadas que oferecem proteção em diversos níveis, atendendo aos mais variados orçamentos de defesa.
Os sistemas ABM’s da Rússia tem representado um salto em relação ao sistemas similares em outras nações, sendo alvo de “clonagem” por parte de outras nações, como podemos exemplificar com o sistema HQ-9 desenvolvido pela China, que recentemente chamou a atenção da Turquia.
Dentre os novos desenvolvimentos no campo de ABM’s russos, podemos citar o
Almaz- Antey S-500 Triumf,  o sistema será similar ao SAM / ABM  S- 400, mas será otimizado , principalmente para a função de ABM . O S- 500 deverá ser implantado em paralelo com o sistema de S- 400, que se destina principalmente a substituir os atuais S- 300 em suas diversas variantes .

Olhando para outras áreas do globo, vemos na América do Sul a busca por novos sistemas SAM, onde não se contempla a ameaça direta representada por IRBM’s e ICBM’s, devido a não proliferação destes tipos de armamento neste continente, mas países como a Venezuela investiram em sistemas de uso dual ABM/SAM, com a aquisição de um sistema S-300 junto a Rússia, enquanto isso o Brasil estuda a aquisição de um sistema similar após a aquisição dos sistemas Gepard e Pantsir S1 para dotar suas forças armadas de capacidade de defesa antiáerea moderna.
Por Angelo Nicolaci - GBN GeoPolítica Brasil
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