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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Armas do Brasil violam embargo, afirma ONU

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Investigadores das Nações Unidas encontraram armamento não letal de fabricação brasileira na Costa do Marfim, em violação ao embargo imposto pelo Conselho de Segurança. A informação está em um relatório apresentado em outubro ao órgão máximo da ONU, com documentos confidenciais da empresa Condor, a fabricante das armas, e fotos do arsenal "made in Brazil" descoberto.
O governo brasileiro alegou aos investigadores internacionais que as armas foram vendidas a Burkina Faso, e não à Costa do Marfim. O Itamaraty enviou à ONU o contrato de venda entre o governo burquinense e a Condor - assinado pelo diretor comercial da companhia, Ricardo Bester -, o qual proibia a reexportação das armas. O relatório das Nações Unidas não chega a uma conclusão sobre como elas foram parar no território marfinense.
O pacote vendido pela empresa incluiu 700 lançadores de granadas não letais e milhares de projéteis, ao custo de cerca de R$ 2,7 milhões. As armas foram destinadas diretamente ao "Estado-maior particular da presidência" do país do oeste africano, segundo os documentos obtidos pela ONU. O embaixador de Burkina em Brasília, Alain Ilboudo, disse que não estava "informado" sobre o caso e deixou sem resposta as perguntas do Estado.
O Conselho de Segurança da ONU impôs o embargo de armas à Costa do Marfim em 2004, tentando frear uma guerra civil que se estendia por quase cinco anos. A situação marfinense, porém, continua altamente volátil: em 2011, o presidente Laurent Gbagbo recusou-se a reconhecer a vitória nas urnas do rival Alassane Ouattara, e o país voltou a ser palco de batalhas de rua e massacres. Em abril daquele ano, tropas francesas intervieram e prenderam Gbagbo.
Em uma aparente coincidência, cinco dias após a publicação do relatório da ONU informando sobre as armas brasileiras, a Casa Civil em Brasília publicou o decreto, assinado pela presidente Dilma Rousseff, que renovava o compromisso com o embargo internacional à Costa do Marfim.
Riscos. Para Daniel Mack, da ONG Sou da Paz, o governo brasileiro também deve ser responsabilizado. "A existência de uma rota de tráfico entre Burkina Faso e a Costa do Marfim é notória", afirma Mack, que diz ser "impossível ignorar os riscos" de uma operação desse tipo. Além da Costa do Marfim, o território burquinense faz fronteira com o Mali, país que foi palco de uma guerra civil e uma intervenção militar europeia este ano.
Alegando obrigações contratuais, a Condor se recusou a comentar a venda sob investigação da ONU. A empresa, que exporta armas não letais para 40 países (mais informações nesta página), disse ainda que "jamais foi notificada" por autoridades nacionais ou internacionais sobre o caso. No entanto, o Ministério da Defesa afirmou que, após os funcionários das Nações Unidas encontrarem o arsenal na Costa do Marfim, a Condor foi consultada e "ratificou ter exportado" o armamento a Burkina Faso.
Dentro do governo brasileiro, as explicações sobre quem deve responder pelo caso são contraditórias. A pasta da Defesa, que supervisiona exportação de qualquer tipo de armamento, disse que sua "responsabilidade é compartilhada" com o Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores confirmou ter enviado as informações à ONU, mas disse que não participou diretamente da decisão de exportar o material a Burkina Faso. A chancelaria alega que o fato de se tratar de armas não letais a isenta de participar da decisão final sobre a venda.
A ONG Sou da Paz rejeita a ideia de que a exportação desse tipo de armamento merece tratamento mais brando. "Não existe 'armamento não letal': as armas em questão podem ser 'menos letais', mas, em mãos despreparadas, criminosas ou irresponsáveis, podem causar ferimentos sérios e até a morte, como se viu diversas vezes", afirma Mack, citando como exemplo o uso de armamento da Condor em países do Oriente Médio durante a Primavera Árabe e nos protestos de junho no Brasil.
 
Fonte: Estadão
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Irã diz que sanções vão falhar e repete ameaça de Ormuz

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Políticos iranianos disseram nesta terça-feira que esperam que a União Europeia volte atrás do embargo imposto ao petróleo iraniano e repetiram a ameaça de fechar o importante canal de navegação no Estreito de Ormuz se o Ocidente impedir Teerã de exportar seu petróleo.
Um dia depois de a UE aprovar um embargo ao petróleo iraniano, o tom do discurso do Irã foi de desafio, mesmo de ceticismo, com Teerã insistindo que, com a UE enfrentando uma crise econômica, precisa mais do petróleo do Irã do que o Irã precisa dos seus negócios.
A proibição deve entrar totalmente em vigor dentro de seis meses.
"As ineficazes sanções do Ocidente contra o Estado islâmico não são uma ameaça para nós. Elas são oportunidades e já trouxeram vários benefícios ao país", disse o ministro da Inteligência, Heydar Moslehi, à agência de notícias oficial Irna.
Falando em Londres, o embaixador saudita na Grã-Bretanha, príncipe Mohammad Bin Nawaf, disse que a região testemunhava "uma situação muito difícil e muito tensa".
"Vimos todos os dias uma escalada na retórica e isso definitivamente não ajuda a estabilizar a região", disse. "Acho que as próximas semanas serão muito importantes para toda a região. Esperamos que o Irã aceite as propostas apresentadas."
Ele disse que as ameaças do Irã de bloquear o Estreito de Ormuz teriam grandes consequências sobre a República Islâmica e a região.

"Será muito difícil manter tal bloqueio contra a exportação de petróleo, mas as ramificações de tal decisão seriam muito graves e definitivamente provocariam uma escalada em toda a situação e Deus sabe aonde isso levaria. Definitivamente, os iranianos pagarão um preço muito alto se apostarem e tomarem essa decisão", disse o enviado saudita.

A UE quer pressionar o Irã a suspender seu polêmico programa nuclear e que volte à mesa de negociações com as seis potências mundiais.

Um porta-voz do Ministério do Petróleo disse que o Irã tinha tempo suficiente para se preparar para as sanções e encontraria outros compradores para os 18 por cento de suas exportações que até agora iam para o bloco europeu de 27 países.

"A primeira fase (das sanções) é propaganda, só então vai entrar na fase de implementação. É por isso que puseram esse período de seis meses, para estudar o mercado", disse Alireza Nikzad Rahbar, prevendo que o embargo pode ser revogado antes que entre em vigor completamente.

"Esse mercado vai prejudicá-los porque o petróleo está ficando mais caro, e quando o petróleo fica mais caro, isso afeta o povo da Europa", disse ele segundo a televisão estatal. "Esperamos que nestes seis meses eles escolham o caminho certo".

O embargo não entrará totalmente em vigor até 1o de julho porque os ministros das Relações Exteriores do bloco que concordaram com a proibição em uma reunião em Bruxelas não queriam castigar as economias fragilizadas da Grécia, Itália e outras para as quais o Irã é um grande fornecedor de petróleo.

A estratégia será revista em maio, quando será decidido se irá continuar.

Fonte: Reuters
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Chanceler britânico quer intensificar sanções da UE contra Irã

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O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, pedirá em uma reunião com seus colegas da UE (União Europeia) uma "intensificação das sanções" contra o Irã, segundo foi citado pelo jornal britânico "The Guardian". Ele negou, porém, que haverá retaliações pelo ataque à embaixada do Reino Unido em Teerã.

Hague se encontrará com outros chanceleres da UE para discutir o programa nuclear iraniano que, segundo a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), sugere que o país tenta dotar-se de armas nucleares.

O Irã negou em reiteradas ocasiões que queira fabricar armas atômicas.

O ministro britânico planeja convencer os colegas a implementar novas sanções contra a importação de petróleo como parte de um pacote de medidas punitivas ao Irã, sendo que o país persa já foi penalizado no sistema financeiro.

Em entrevista a um programa de rádio da rede BBC, Hague afirmou que qualquer nova ação que for acordada contra os iranianos estaria relacionada à tentativa persa de produzir armas nucleares e não ao ataque à sede diplomática britânica no país.

"Nossa preocupação em longo prazo é, claro, o programa nuclear, o perigo que isso coloca à paz no oriente médio e no mundo todo, a ameaça da proliferação [nuclear] se espalhando para outros países da região. É por isso que nós entraremos em um acordo, espero, para intensificar as sanções europeias ao Irã", defendeu.

EMBAIXADA

Ontem, o ministro britânico ordenou o fechamento imediato da embaixada iraniana no Reino Unido e deu um prazo de 48 horas para que todos funcionários da diplomacia iraniana deixem Londres. A decisão foi tomada em resposta à invasão, na terça-feira, da embaixada britânica em Teerã, que também foi fechada e teve seus diplomatas retirados do Irã.

Em pronunciamento diante do Parlamento, Hague disse que isso não significa o corte total das relações com Teerã, apesar de reconhecer que as relações entre os dois países estão no nível mais baixo possível.

"O representante iraniano em Londres está sendo informado agora que nós solicitamos o imediato fechamento da embaixada iraniana em Londres e que todos os funcionários diplomáticos iranianos têm de deixar o Reino Unido dentro de 48 horas", disse William Hague ao Parlamento.

O ministro britânico afirmou ainda que o ataque à embaixada não poderia ter ocorrido sem "algum grau de consentimento" do regime iraniano. "Se algum país torna impossível para nós operarmos em seu solo, eles não podem esperar ter uma embaixada em funcionamento aqui", disse.

ATAQUES

Dezenas de manifestantes islamitas radicais atacaram, ocuparam e saquearam na terça-feira a embaixada do Reino Unido em Teerã para protestar contra as sanções aplicadas ao Irã por seu polêmico programa nuclear.

Os manifestantes estilhaçaram vidros e incendiaram um carro. Segundo relatos, o grupo composto em sua maioria por militantes estudantis retiraram a bandeira britânica do haste, atearam fogo e subiram a bandeira nacional do Irã no lugar.

O ministério das Relações Exteriores iraniano lamentou os fatos e afirmou que os autores dos saques serão levados à Justiça.

Em sua disputa com o Ocidente, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e seus ministros têm resistido em interromper seu programa nuclear, que afirmam ter fins pacíficos.

Países ocidentais acreditam que o objetivo do programa nuclear iraniano é construir uma arma nuclear, o que Teerã nega.

Fonte: Folha
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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Rússia se opõe a embargo de armas contra regime da Síria

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A Rússia se opõe à imposição de um embargo de armas contra a Síria e acredita que alguns países deveriam parar de ameaçar o regime sírio com ultimatos, disse o ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, nesta terça-feira.

As propostas para "impor uma proibição contra todas as entregas de armas são bem desonestas", disse Lavrov, sugerindo que, na prática, o embargo contra as armas cortaria o fornecimento para o regime do ditador sírio, Bashar Assad, mas não para seus opositores.

"Sabemos como isso funcionou na Líbia, quando um embargo de armas se aplicava apenas ao Exército líbio. A oposição recebeu armas, enquanto países como a França e o Qatar se pronunciaram publicamente sobre isso sem constrangimento", disse em coletiva de imprensa conjunta com o ministro de Relações Exteriores da Islândia.

Rebeldes líbios derrubaram Muammar Gaddafi em agosto.

Lavrov, referindo-se às potências do Ocidente e à Liga Árabe, disse ser hora de "parar de usar ultimatos" para pressionar Damasco e reiterou os pedidos da Rússia por um diálogo entre o regime sírio e seus inimigos. Para a Rússia, os opositores também compartilham a culpa pelo derramamento de sangue no país.

"Quanto mais continuar o que está acontecendo na Síria, mais nos trará dificuldades. Na maior parte, grupos armados estão provocando as autoridades. Esperar que as autoridades fechem os olhos para isso não está certo", disse Lavrov.

Uma comissão de inquérito da ONU disse na segunda-feira que durante a repressão contra manifestantes forças militares e de segurança sírias haviam cometido crimes contra a humanidade, inclusive assassinato, tortura e estupro, e pediu um embargo de armas contra a Síria.

A Rússia, que também tem criticado maiores sanções contra a Síria pelos países do Ocidente e da Liga Árabe, tem relações políticas e estratégicas próximas com o regime de Assad, e tem sido o maior fornecedor de armas do país.

A Rússia se uniu à China no mês passado para vetar uma resolução do Conselho de Segurança, que tinha o apoio do Ocidente, condenando o governo de Assad pela violência.

Segundo investigadores da ONU, mais de 3.500 pessoas já morreram no país por conta da violência.

Fonte: Reuters
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O Irã não está prestes a entrar em colapso

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Há duas narrativas centrais que presumem que o Estado iraniano tenha a probabilidade de desabar sob a pressão de sanções e/ou ameaças de guerra. Em minha opinião, as duas narrativas são falhas.

A primeira delas alega que o dinheiro do Irã está acabando e sua economia se encontra à beira do desastre. Esta versão vem sendo apresentada repetidas vezes como argumento em favor de sanções ou como exemplo da incompetência do Estado iraniano.

Mas essa narrativa não corresponde aos fatos. O Banco Mundial avaliou o crescimento econômico do Irã em 3,0% em 2010, e o FMI diz que o PIB nominal do país cresceu de US$330,5 bilhões em 2009 para UD$360 bilhões em 2010.

Recentemente o FMI concluiu uma visita ao Irã e elogiou o governo por seus êxitos precoces com o programa de reforma de subsídios e os avanços conquistados no setor financeiro, que é animado por um mercado acionário dinâmico.

O argumento de que o Irã estaria economicamente isolado tampouco se sustenta. De acordo com o relatório mais recente da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento), os investimentos externos diretos no país aumentaram exponencialmente, de US$1,6 bilhão em 2008 para US$3,6 bilhões em 2010.
Isso não quer dizer que não haja problemas econômicos sérios no país; existem muitos, e eles variam desde a corrupção até a ineficiência estrutural. Significa que existe um outro lado da história do Irã que é minimizado por motivos ideológicos. Em última análise, os EUA e, em grau menor, a Europa estão se desqualificando do mercado iraniano em um período de calamidade econômica intensa. Já a China e a Rússia dizem "obrigado".

Há também vários fatores "soft" que alimentam a relativa estabilidade da economia iraniana. O país já se garantiu um lugar entre os inovadores tecnológicos da região, principalmente graças a investimentos sistemáticos em infraestrutura funcionante de pesquisas e desenvolvimento. O número de publicações científicas no Irã aumentou de 736 em 1996 para 13.238 em 2008. É o crescimento dessa natureza mais acelerado no mundo.

Como parte do plano abrangente para a ciência, o Irã pretende criar um centro de nanotecnologia e direcionar 4% de seu PIB para pesquisas e desenvolvimento. Graças a essas políticas, o país tornou-se uma potência nas pesquisas com células-tronco na tecnologia de satélites. Algumas semanas atrás o Irã lançou com êxito o satélite Rassad, e em fevereiro enviou ao espaço sua primeira biocápsula de seres vivos, usando o transportador Kavoshgar-3 (Explorador-3). Até 2019 o Irã pretende enviar seus primeiros astronautas ao espaço.

A segunda narrativa dominante, que está estreitamente interligada com a anterior, prevê a derrocada iminente da república islâmica. É comparável às previsões semelhantes feitas sobre a queda dos irmãos Castro, que estão no poder em Cuba há quase seis décadas. No entanto, a ideia de que o Estado iraniano estaria prestes a cair é ideologicamente oportunista e está distante da realidade política do país.

Existem, a meu ver, várias razões interdependentes pelas quais o Estado iraniano permanece relativamente estável, pelo menos no curto e médio prazo:

- Não há governo abrangente por um partido único que sufoque a dissensão política por completo.

- Não há ausência absoluta de responsabilidade perante a população.

- Não há setor militar e de inteligência que não esteja ideologicamente comprometido com o Estado/sistema.

- Há uma base engajada que apóia o Estado e não há movimento real em favor de uma revolução no país, nem mesmo por parte da oposição reprimida.

O que é mais importante é que não há dependência excessiva do Ocidente que possa produzir uma crise de legitimidade (como foi o caso no Egito de Hosni Mubarak, na Tunísia sob Zine al-Abidine Ben-Ali e no Irã sob o xá) e não há subserviência às exigências de Israel. A forte ênfase do governo iraniano sobre a "independência nacional" continua a lhe valer apoio na sociedade iraniana. Logo, o confronto em torno do dossiê nuclear é alimentado repetidamente para intensificar as chamas do nacionalismo iraniano.

Estas são conclusões que são em grande medida postas em segundo plano em muitas análises sobre o Irã. Ao invés disso, existe toda uma literatura de especialização instantânea que está vinculada à política do momento. Se a análise feita de um país é incorreta, as prescrições políticas só podem ser erradas também.

O Afeganistão e o Iraque são exemplos muito bons da relação entre a ausência de conhecimentos corretos sobre um país e fracasso estratégico.

Por: ARSHIN ADIB-MOGHADDAM
Fonte: Guardian
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sábado, 8 de outubro de 2011

Chefe da oposição curda é morto na Síria; Moscou considera saída de Assad

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Um chefe da oposição curda, Mechaal Tamo, foi assassinado nesta sexta-feira na Síria, onde ao menos 16 civis morreram na repressão às manifestações contra o regime de Bashar al-Assad.

Em Damasco, o opositor e ex-deputado sírio Riad Seif foi hospitalizado após ser espancado por agentes de segurança na entrada da Mesquita al-Hassan, no bairro Midane, denunciaram os Comitês de Coordenação Local (LCC), movimento que organiza as manifestações.

Estados Unidos e a oposição síria denunciaram o assassinato e o ataque como uma "escalada" na repressão realizada pelo regime do presidente Bashar al Assad, inflexível diante dos protestos e das sançõs desde o início da revolta em meados de março.

"Os ataques de hoje ilustram as últimas tentativas do regime sírio de calar a oposição pacífica no interior da Síria. O presidente Assad deve ir embora agora mesmo, antes que seu país vá mais longe nessa direção tão perigosa", completou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em comunicado.
A França se uniu à condenação e considerou "chocantes" o assassinato do opositor Mechaal Tamo e a agressão a Riad Seif.

Mechaal Tamo, 53 anos, membro do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição no país, foi assassinado por homens armados em sua casa em Qamishli (nordeste), segundo militantes.

"Quatro homens armados e mascarados entraram na casa de Mechaal Tamo e atiraram nele, no seu filho Marcel e em um amigo", sendo que os dois últimos ficaram feridos, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), sem precisar quem efetuou os disparos.

A agência oficial de notícias síria, Sana, confirmou a morte de Tamo, mas disse que ele foi morto por "homens armados em um carro preto que dispararam contra seu veículo".

Após o anúncio da morte, milhares de manifestantes curdos saíram às ruas, principalmente diante do hospital de Qamichli, para onde o corpo de Tamo foi levado.

Fundador do Movimento Futuro, um partido liberal curdo que considera os curdos como parte integrante da Síria, Mechaal Tamo foi recentemente libertado após três meses e meio na prisão. Ele rejeitou uma proposta de diálogo apresentada aos partidos curdos pelas autoridades do governo para resolver a crise que atinge o país desde março.

Criado no fim de agosto em Istambul, o CNS reúne a maioria das correntes políticas de oposição ao regime de Assad, em particular os LCC, liberais, a Irmandade Muçulmana, além dos partidos curdos e assírios.
Milhares de pessoas marcharam nesta sexta-feira em todo o país com o lema "O CNS é nosso representante, o meu, o seu e o de todos os sírios".

Como em todas as sextas-feiras, as forças de segurança abriram fogo para dispersar os manifestantes, matando 16 civis: três em Duma e um em Zabadani, duas cidades próximas a Damasco, um na região de Jisr al-Chughur, e 11 em Homs, segundo o OSDH.

Tiros e explosões podiam ser ouvidos em Homs, onde manifestantes exigiram a queda do regime. Eles bateram seus sapatos em fotografias do presidente sírio, cujo rosto foi marcado com uma cruz, segundo um vídeo postado no YouTube.

Em Maaret al-Numane, na região de Idleb, as forças de segurança atiraram contra uma grande manifestação perto da fronteira turca, ferindo cinco pessoas, segundo o OSDH.

Em Deraa, milhares de pessoas pisaram em bandeiras gigantes da Rússia e da China, que se opuseram na terça-feira ao projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando a repressão. Eles gritavam "o povo quer a saída do presidente", segundo um outro vídeo.

O presidente russo Dmitri Medvedev, cujo país é um aliado próximo de Damasco, considerou pela primeira vez nesta sexta-feira a saída de Assad, mesmo mantendo sua oposição a qualquer ingerência dos ocidentais em questões internas sírias.

"Nós trabalhamos ativamente com os líderes sírios para que eles façam as reformas indispensáveis. Se eles não forem capazes de realizar estas reformas, eles devem sair", afirmou. "Mas cabe ao povo e ao regime sírio decidir isso, e não à Otan ou a alguns países europeus".

Aliado de longa data da Síria, para a qual fornece armamento, a Rússia decidiu ser a advogada do regime Assad e acolherá em outubro duas delegações de oposição, como já fez - sem grande sucesso - no passado.

A repressão deixou mais de 2.900 mortos, sendo pelo menos 187 crianças, segundo a ONU, o que faz o Conselho de Direitos Humanos intensificar suas críticas à Síria.

Vários países ocidentais pediram que Damasco permita a entrada sem impedimentos da Comissão
Internacional Independente de Investigação, encarregada em agosto pela ONU para investigar as violações dos Direitos Humanos.

Fonte: EFE
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Rússia e China vetam resolução contra a Síria

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A Rússia e a China vetaram esta terça-feira uma resolução do Conselho de Segurança da ONU ameaçando a Síria com "medidas dirigidas", caso o líder Bashar al-Assad não ponha fim à repressão mortal a um movimento que pede sua saída do poder.

Os países europeus, que esboçaram a resolução, até utilizaram o termo "medidas dirigidas" em vez de "sanções" para tentar evitar o veto da medida, mas fracassaram.

Nove países votaram a favor, enquanto a Rússia e a China se manifestaram contrárias, neutralizando a resolução, devido ao seu poder de veto, uma vez que são membros permanentes do Conselho. Brasil, África do Sul, Índia e Líbano se abstiveram.

"Todos os esforços foram feitos para produzir uma resposta unânime", declarou o embaixador da França na ONU, Gerard Araud. "Numerosas concessões foram feitas à Rússia, à China e aos países que se abstiveram", acrescentou.

Araud destacou que o veto demonstrou um "desprezo pelos interesses legítimos pelos quais se tem lutado na Síria", desde que os protestos contra o presidente começaram, em meados de março.

O embaixador russo da ONU, Vitaly Churkin, disse ao Conselho após seu voto que a Rússia não apoia o regime Assad ou a violência, mas é contra à resolução, porque ela está "baseada em uma filosofia de confrontação", e ia de encontro a uma saída pacífica da crise.

O representante chinês, Li Bandoug afirmou que seu país estava preocupado com a violência que toma conta da Síria, mas se opôs à proposta, porque "sanções, ou ameaças de sanções, não ajudam a Síria, apenas complicam a sua situação".

De acordo com a ONU, a repressão ao regime de Assad, cuja família está há 41 anos no poder, já deixou 2,7 mil mortos. Esse é o primeiro veto sino-russo desde que os dois países bloquearam sanções contra o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, em julho de 2008.

Fonte: Último Segundo
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Rússia diz que não vai apoiar resolução da ONU para Síria

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A Rússia não vai apoiar uma resolução da ONU elaborada pela Europa sobre a Síria, disse o Ministério de Relações Exteriores nesta terça-feira, considerando o esboço da resolução "inaceitável," mas sem deixar claro se Moscou vai vetá-lo.

O vice-ministro de Relações Exteriores, Gennady Gatilov, disse à agência de notícias Interfax que a Rússia se recusou a apoiar o texto porque ele abria as portas para sanções punitivas contra a Síria.

"Não podemos apoiar tal texto," afirmou Gatilov, segundo a agência. "É inaceitável porque inclui a possibilidade de impor sanções contra a Síria."

O Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 nações, deve votar nesta terça-feira a resolução que condena a repressão do ditador Bashar Assad aos protestos pedindo o fim do governo dele de 11 anos.

A ONU afirma que ao menos 2.700 civis foram mortos desde o início das revoltas, há seis meses, enquanto a Síria culpa gangues armadas apoiadas pelo exterior pela morte de 700 membros das forças de segurança.
Gatilov disse que Moscou também se opõe à resolução porque ela deixou de incluir uma cláusula pedindo que as potências não se envolvam em questões internas sírias e pedindo um diálogo entre Assad e os manifestantes.

O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, cujo país já impôs um embargo de armas sobe a Síria, afirmou nesta terça-feira que vai estabelecer planos para mais sanções depois que ele visitar um campo de refugiados sírios dentro da Turquia, nos próximos dias.

Fonte: Reuters
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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

União Europeia propõe nova resolução contra a Síria na ONU

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Manifestantes tomam as ruas de Homs


Países da União Europeia propuseram uma nova resolução contra a Síria na ONU. O texto descarta sanções imediatas contra Damasco, mas considera usá-las apenas se as forças de segurança sírias não interromperem a repressão contra os manifestantes que tentam derrubar o regime do ditador Bashar Assad.

Considerado mais brando, o texto busca conquistar o apoio da China e da Rússia, tradicionais aliados da Síria que rejeitam sanções contra o país.

A nova resolução foi apresentada por Reino Unido, França, Alemanha e Portugal, e conta com o apoio dos Estados Unidos. A expectativa dos diplomatas é que ela seja votada até o final desta semana.

A resolução "exige o fim imediato de toda a violência", segundo consta em cópias do documento obtidas por agências de notícias.

Diz ainda que o Conselho de Segurança "expressa sua determinação, no caso de a Síria não cumprir esta resolução, de adotar medidas específicas, incluindo sanções".

"Queremos mandar uma mensagem forte e unificada para assegurar que o regime de Assad não continue surdo às demandas da comunidade internacional", disse um diplomata europeu à Reuters.

Em agosto, Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Portugal apresentaram um projeto de resolução com pedido de sanções contra o ditador Assad, membros de sua família e colaboradores do regime.

Entretanto, a Rússia e a China, membros permanentes do Conselho de Segurança e, portanto, com poder de veto, ameaçaram rejeitar qualquer sanção contra a Síria.

Outras nações emergentes, como Brasil, África do Sul e Índia, também se opõem às sanções.

Na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse na Assembleia Geral das Nações Unidas que os países dos Brics --Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul--, acusados pelos Estados Unidos e União Europeia de impedir as sanções, não querem violência, mas buscam soluções multilaterais aos problemas na Síria.

REPRESSÃO

Enquanto diplomatas tentam encontrar uma solução para a crise, a repressão no país continua. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseado em Londres, informou pelo menos seis civis foram mortos e outros 20 ficaram feridos na terça-feira (27) pelas forças do regime de Assad.

Segundo estimativas das Nações Unidas, ao menos 2.700 pessoas morreram na Síria desde o início dos protestos.

OPOSIÇÃO

O grupo oposicionista Conselho Nacional Sírio anunciou que planeja organizar um encontro em Istambul no próximo fim de semana para tentar unificar a coalizão fragmentada, segundo informou aos jornalistas o porta-voz Bassma Kodmani.

Criado em agosto, o conselho é formado por 140 pessoas. Metade deles vivem na Síria e os seus nomes não foram divulgados por razões de segurança.

Fonte: Folha
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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Hillary pede que China apoie resolução contra a Síria

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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu nesta segunda-feira que a China apoie uma forte ação do Conselho de Segurança contra a Síria, durante uma reunião com o ministro das Relações Exteriores chinês Yang Jiechi, informou uma autoridade americana.

Sua conversa "está relacionada com a necessidade de uma forte resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede o fim da violência", disse à imprensa um funcionário do Departamento de Estado que pediu para não ser identificado.

"Creio que seja justo dizer que o ministro de Relações Exteriores chinês, Yang, compreendeu e apoiou a ideia de que o Conselho de Segurança seja mais ativo, e eles aceitaram que nossos embaixadores trabalhem nisso nos próximos dias", disse o funcionário.

Ao se dirigir à Assembleia Geral da ONU na quarta-feira, o presidente americano Barack Obama pediu sanções do Conselho de Segurança contra a Síria, dizendo que não há desculpa para a inação enquanto o governo sírio tortura e mata pessoas.

Mas altos funcionários dos Estados Unidos disseram que a conversa de Hillary e Yang foi mais ampla do que o tema das sanções.

Os aliados ocidentais dos Estados Unidos se uniram a Washington para impor sanções à Síria, mas Rússia e
China ameaçaram vetar uma resolução do Conselho de Segurança nesse sentido.

China, Rússia, Estados Unidos, Reino Unido e França são os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com direito a veto.


SANÇÕES

Na sexta-feira (23), a União Europeia decidiu endurecer suas sanções contra o regime sírio e, entre outras medidas, proibiu novos investimentos no setor petrolífero.

"As medidas restritivas têm o objetivo de ter o máximo impacto contra o regime sírio e, ao mesmo tempo, evitar os efeitos negativos à população síria", afirmou a chefe de diplomacia da UE, Catherine Ashton.

As novas medidas foram aprovadas pelos 27 membros do bloco e entraram em vigor no sábado.

Na quarta-feira, havia relatos de que novas sanções contra a Síria, que incluiriam a proibição de investir no setor petroleiro e de fornecer moedas e notas ao seu banco central, seriam impostas, após ser alcançado em Bruxelas um acordo sobre novas medidas contra o regime de Bashar Assad para que ponha fim à brutal repressão da revolta da oposição iniciada em meados de março.

A ONU estima que, desde o início dos protestos pela saída de Assad do poder, morreram ao menos 2.700 pessoas, dado negado pelo regime. 

Fonte: Folha
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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Irã protesta por cancelamento do contrato de entrega dos S-300

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Outro capítulo foi aberto nas relações entre Teerã e Moscou a respeito da entrega do sistema de defesa aérea S-300 para o Irã. Segundo a agência iraniana FARS, o Irã entrou com uma ação contra o governo russo em um tribunal internacional de arbitragem por ter anulado um contrato para cinco unidades do avançado sistema de defesa aérea. A queixa legal foi anunciada em 25 de agosto pelo embaixador iraniano na Rússia, Mahmoud Reza Sajjadi. No entanto, o embaixador não especificou se a denúncia foi protocolada na Corte Internacional de Justiça, que resolve disputas entre Estados.

O contrato, que tinha sido assinado no final de 2005, inclui a compra do modelo S-300V do sistema de defesa aérea. A última versão da série S-300 é o S-300PMU2, que tem um alcance de 195 km (cerca de 120 milhas) e pode interceptar aeronaves e mísseis balísticos em altitudes de 10 metros a 27 quilômetros. O S-300 é considerado um dos mais eficazes sistemas de defesa aérea do mundo, comparável em desempenho com o sistema Patriot construído nos EUA.

ENTRE OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS E um embargo de armas

Apesar de um relatório da agência de notícias russa RIA Novosti, afirmando que o Irã já tinha arquivado a queixa cerca de seis meses atrás, as autoridades russas expressaram sua surpresa com o movimento iraniano. De acordo com a agência de notícias Interfax, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo Alexander Lukashevich disse: "Tendo em conta a natureza tradicionalmente amigável das relações bilaterais, o fato de que os nossos parceiros iranianos tenham escolhido este caminho não pode deixar de causar surpresa."

Lukashevich acrescentou: "O cumprimento pela parte russa do respectivo contrato tornou-se impossível devido à Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas " Adotado em Junho de 2010, em uma quarta rodada de sanções contra o Irã, a resolução proíbe toda a atividade, principalmente "comercio relativo ao enriquecimento de urânio e outros materiais ou tecnologia nucleares em outros Estados ". Além disso, proíbe a transferência de "qualquer tanque, veículos blindados de combate, sistemas de artilharia de grande calibre, helicópteros de ataque, ou mísseis e sistemas relacionados ou partes" para o Irã.

Nos últimos anos, a Rússia parecia dividida entre suas obrigações contratuais, a pressão internacional, bem como o medo de sustentar perdas significativas por cancelar o contrato. De acordo com um analista militar russo, a decisão de não ir em frente com o contrato custaria a Rússia cerca de 1 bilhão, além de 300 á 400 milhões em multas e penalidades contratuais.

No entanto, como as sanções da ONU contra o Irã foram temperadas à luz da resolução da ONU de 1929, o presidente russo Dmitry Medvedev assinou um decreto em 2010 que proíbe o fornecimento dos S-300, bem como outros sistemas de armas ao Irã.

A decisão russa foi tomada apesar dos Estados Unidos a garantir que a entrega do sistema S-300 não representaria uma violação da resolução. Um porta-voz do Departamento de Estado explicou que em junho de 2010 "A [Resolução] 1929 proíbe a venda e transferência de itens no Registro de Armas Convencionais, que não inclui o S-300."

REAÇÕES

O Irã, por sua vez, já havia realizado várias tentativas para colocar pressão sobre o seu parceiro contratual. Entre muitos esforços ineficazes para obter os sistemas russos e melhorar as capacidades do Irã de defesa aérea, o ministro da Defesa Ahmad Vahidi chamado à Rússia no final de 2009 para cumprir o contrato, provocativamente alegou que ele não "acha que é certo para a Rússia ser visto no mundo como um país que não cumpre as suas obrigações contratuais. "

Quando ficou claro que a Rússia ainda impediu a entrega dos sistemas comprados, o ministro iraniano da Defesa, General Ahmad Vahidi, anunciou em um comunicado desafiador em abril de 2010 que o Irã pretende desenvolver seus próprios sistemas de defesa aérea semelhante ao sistema S-300. Além disso, ele disse que um sistema de defesa aérea de médio alcance já havia sido desenvolvido com sucesso, explicando que consistiu em "três radares e um míssil produzidos internamente que tem uma grande agilidade e um alcance de mais de 40 quilômetros".

Em novembro de 2010, altos oficiais militares disseram ao site do Irã TV Press que o sistema anunciado é um análogo do S-300, uma versão simples atualizada do S-200 de fabricação soviética - um sistema que entrou em serviço em 1967 e foi adquirida pelo Irã no final de 1980. O S-200 é considerado obsoleto em comparação com modernos sistemas de defesa aérea e contramedidas implantados em aeronaves ocidentais.

Os temores de um VIZINHO SOB PRESSÃO

Por razões bem conhecidas, Israel se destacava entre as fileiras dos adversários internacionais ao contrato, tendo uma postura mais dura do que os protestos de outros líderes políticos ao redor do mundo. Como relatado em agosto de 2009, o presidente israelense, Shimon Peres pediu repetidamente que Medvedev não realiza-se a entrega dos sistemas. Peres alertou sobre uma mudança perigosa do "delicado equilíbrio de poder" na região caso o Irã recebe-se o S-300. Colocando o assunto em um contexto internacional, o presidente israelense disse que Israel tem "uma prova clara de que as armas russas chegam às mãos de organizações terroristas, especialmente o Hamas e o Hezbollah, que os recebem do Irã e da Síria".

É improvável que tais sistemas de defesa aérea valiosa seria objeto de comércio ilícito de armas envolvendo o Hamas ou forças da milícia Hezbollah. No entanto, a chamada era direcionada a uma parada completa na cooperação militar entre a Rússia e o Irã. Israel tem um óbvio interesse em manter todas as suas opções para reagir a qualquer ameaça potencial vindo de um Irã com armas nucleares ou para impedir que tal desenvolvimento seja concluído.

Isto pode também incluir um ataque aéreo contra instalações iranianas. Tal ataque preventivo pode ser seriamente prejudicado caso o Irã possua sistemas de defesa aérea S-300. A visão cética das capacidades do S-300 em mãos iranianas foi publicado, explicando que o S-300 "poderia causar mais problemas para a defesa aérea iraniana do que eles valem".

Fonte: Defense & Professional
Tradução e Adaptação: GeoPolítica Brasil - Angelo D. Nicolaci

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sábado, 27 de agosto de 2011

Rússia apresenta a ONU projeto que não prevê sanções à Síria

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A Rússia apresentou nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a Síria que elimina as sanções promovidas pelos países ocidentais contra o governo de Bashar Assad pela sangrenta repressão à oposição que já deixou ao menos 2.200 mortos, indicaram diplomatas.

O Conselho deverá examinar deste modo dois projetos, um europeu, apoiado pelos Estados Unidos, que inclui sanções, e outro russo, que se limita a pedir que Assad acelere as reformas políticas, o que permite antever uma dura batalha no órgão sobre a atitude a ser adotada em relação a Damasco.

O texto europeu, fortemente apoiado por Washington, foi apresentado na quarta-feira por França, Reino Unido, Alemanha e Portugal, mas Rússia e China se negaram na quinta-feira a participar de discussões informais a esse respeito.

A Rússia deixou a entender que vetará quaisquer resoluções de sanções que for colocada em votação.

Brasil, Índia e África do Sul também estão relutantes em sancionar e até condenar a Síria. No entanto, segundo a Reuters, os três países, que desejam se tornar membros permanentes do Conselho de Segurança, estão "participando construtivamente do texto".

Seu próprio projeto de resolução, do qual a France Presse obteve uma cópia, pede que o governo sírio "acelere a implementação das reformas anunciadas, com o objetivo de responder efetivamente às legítimas aspirações e preocupações do povo sírio".

O texto russo pede, por outro lado, que a oposição síria "realize um diálogo político" com o governo com o objetivo de abrir uma "discussão substancial e detalhada sobre os meios a serem empregados para reformar a sociedade síria".

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, declarou à imprensa que seu projeto conta com "sólido apoio" de alguns dos 15 membros do Conselho de Segurança.

No início da semana, Churkin disse que não era a hora de aplicar sanções à Síria. Depois de meses ajudando a bloquear qualquer ação do Conselho de Segurança em relação à Síria, Rússia e China apoiaram, no dia 3 de agosto, uma condenação que condena a repressão feita pelo governo sírio, pede o fim dessa repressão.

A Rússia, além de manter relações próximas com a Síria, é uma dos fornecedores de armas do país. Uma das sanções proposta é o embargo de armas, o que tornaria ilegal a venda de armas para Damasco.






Fonte: Folha

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Rússia e China boicotam reunião da ONU sobre repressão na Síria

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As delegações de Rússia e China boicotaram nesta quinta-feira (25) uma reunião do Conselho de Segurança da ONU referente à situação política na Síria e reiteraram, assim, sua rejeição à proposta de Estados Unidos e Europa para que a organização adote um pacote de sanções contra a Síria.

Um diplomata ocidental confirmou à agência Efe que nem o representante da Rússia nem o da China compareceram a um encontro que o Conselho tinha convocado para analisar o projeto de resolução sobre a Síria que europeus e americanos fizeram circular na terça-feira.

"Nem Rússia nem China se apresentaram, mas esperamos que se unam às negociações de maneira construtiva o mais rápido possível", indicou o mesmo diplomata, que evitou detalhar se já se falou sobre alguma data concreta para apresentar oficialmente a resolução e submetê-la a votação.

A mesma fonte assinalou, no entanto, que europeus e americanos mantêm "conversas construtivas" com os demais membros do Conselho de Segurança e destacou a vontade dessas delegações em convencer russos e chineses de que "não é possível fazer vista grossa diante da terrível situação que vive a Síria".

Outras fontes do Conselho de Segurança indicaram também à Efe que "ainda é muito cedo" para apresentar oficialmente a resolução no seio do principal órgão de decisão da ONU, onde "ainda se precisa de mais tempo para debater" as distintas opiniões sobre a repressão de Damasco contra os protestos civis.

"É urgente que nos mobilizemos. O presidente Bashar al Assad não reage diante dos pedidos da comunidade internacional e acreditamos que o Conselho de Segurança deva agir", assinalou à Efe, por sua vez, o embaixador adjunto da Alemanha na ONU, Miguel Berger, pouco antes da reunião do Conselho sobre a Síria.

Os membros do Conselho esperam conhecer em breve o relatório do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) referente à atual situação na Síria, um texto que incluiria dados sobre a repressão e que exerceria mais pressão sobre as delegações para que ajam a respeito.

Em reunião realizada na quarta-feira na sede da ONU em Nova York, os representantes da Rússia e China já haviam expressado desaprovação perante a ideia dos EUA e dos países da União Europeia (UE) de aplicar sanções à Síria, uma oposição manifestada com força pelo embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin.

Fonte: EFE

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Rússia se nega a pedir saída de ditador sírio

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A Rússia se opôs nesta sexta-feira aos pedidos dos Estados Unidos e da União Europeia de renúncia do ditador sírio, Bashar Assad, e disse que ele precisa de mais tempo para pôr em prática as reformas que propôs.

"Nós não apoiamos esses chamados e acreditamos que é necessário agora dar ao regime do presidente Assad tempo para implementar todos os processos de reforma que foram anunciados", disse um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, segundo a agência de notícias russa Interfax.

A posição da Rússia a deixa firmemente contra o Ocidente, que vem aumentando a pressão sobre Assad pela violenta repressão do governo sírio contra manifestantes que há cinco meses pedem o fim de seu regime.

Na quinta-feira o presidente dos EUA, Barack Obama, e a União Europeia fizeram sua primeira exigência explícita de renúncia de Assad. Nações ocidentais disseram que vão preparar uma resolução contra a Síria para ser apresentada ao Conselho de Segurança (CS) da ONU.

A Rússia, que tem poder de voto no CS, por ser membro permanente, tem dito que não apoiará uma resolução contra a Síria, mas aprovou um comunicado em 3 de agosto que criticava a violência e pedia o fim da repressão.

Também nesta sexta-feira, a Espanha manifestou apoio às declarações de Reino Unido, França, Alemanha e Portugal sobre as tentativas de obter uma resolução da ONU para impor sanções ao regime de Assad.

As sanções poderiam incluir um embargo de armas, o congelamento dos bens sírios e uma proibição das viagens de algumas autoridades, segundo Philip Parham, embaixador adjunto do Reino Unido na ONU.

Fonte: Folha
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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Rússia tenta retomar negociações nucleares com Irã

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A Rússia tentará retomar nesta semana as negociações nucleares entre o Irã e as grandes potências mundiais, na esperança de que a relação especial de Moscou com Teerã contribua para ressuscitar o processo que tem por objetivo o fim do programa iraniano de enriquecimento de urânio.

Nikolai Patrushev, secretário do Conselho Presidencial de Segurança, reúne-se nesta segunda-feira em Teerã com seu homólogo e com o presidente Mahmoud Ahmadinejad, aos quais deve apresentar uma proposta de retomada do diálogo, que foi abandonado em janeiro.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse em julho ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que Moscou tinha uma estratégia "passo a passo" para fazer o Irã esclarecer dúvidas sobre o seu programa nuclear, em troca da eliminação gradual de sanções ao país.

Os EUA e outras potências ocidentais acusam o Irã de desenvolver secretamente armas nucleares, algo que a República Islâmica nega, alegando que suas atividades se destinam exclusivamente à geração de energia para fins pacíficos.

Washington e Israel não descartam uma ação militar contra o Irã, e analistas dizem que negociações multilaterais seriam uma forma de evitar essa arriscada opção. Mas, depois do rompimento da última rodada do diálogo, em Istambul, poucos esperam avanços significativos.

O processo multilateral com o Irã envolve os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China), mais a Alemanha.

A Rússia apoiou, em junho de 2010, uma quarta rodada de sanções da ONU ao programa nuclear iraniano, mas criticou medidas unilaterais mais duras impostas por EUA e União Europeia. Moscou também enfatiza sua oposição a qualquer ação militar. Por isso, o Irã pode ter mais simpatia a uma abordagem russa do que a uma iniciativa do Ocidente.

O eventual diálogo deve abranger as preocupações internacionais a respeito do processo iraniano de enriquecimento de urânio. Dependendo do grau de pureza do material obtido, o urânio pode ser usado em reatores civis ou na produção de armas. Teerã diz que está enriquecendo urânio para a produção elétrica e para fins médicos.

Fonte: Reuters

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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Irã não quer bomba nuclear, insiste Ahmadinejad

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O Irã não pretende produzir bombas atômicas, e seu programa nuclear se destina a fins puramente pacíficos, disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad em entrevista na quarta-feira ao canal Euronews.

"Quando dizemos que não queremos produzir uma bomba atômica, isso quer dizer que realmente não queremos produzir uma bomba atômica", disse Ahmadinejad, reiterando a tradicional posição iraniana sobre o tema. "Se alguém está procurando uma bomba atômica hoje em dia, é louco."

Os EUA e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver artefatos nucleares, e a França em 19 de julho criticou Teerã por instalar novas máquinas de enriquecimento de urânio.

O Irã diz que pretende com essas máquinas obter urânio com 20 por cento de pureza, para alimentar reatores médicos. Mas o Ocidente e Israel temem que o país refine o material até o grau necessário para o uso militar acima de 90 por cento.

"A produção de urânio com enriquecimento a 20 por cento é para uso totalmente pacífico", insistiu Ahmadinejad na entrevista transmitida ao vivo e traduzida para o francês.

Fonte: Reuters
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quinta-feira, 30 de junho de 2011

EUA impõem sanções a Síria e Irã por abusos a direitos humanos

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O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos disse na quarta-feira que irá impor sanções às forças de segurança da Síria por causa de abusos a direitos humanos e ao Irã por apoiar o regime sírio.

O Tesouro citou quatro importantes divisões das forças sírias que teriam congelados eventuais bens sob jurisdição dos EUA e com os quais os norte-americanos ficam proibidos de terem relações comerciais.

"As ações de hoje (quarta-feira) se somam aos esforços do governo (dos EUA) para pressionar (o presidente sírio Bashar) al-Assad e seu regime a acabar com o uso da perversa violência", disse David Cohen, subsecretário-interino do Tesouro para assuntos de terrorismo e inteligência financeira.

Há dúvidas sobre o efeito prático das sanções, já que dificilmente as forças sírias teriam bens sob jurisdição dos EUA.

Mas Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado, disse que as sanções "também limitam a capacidade de outras companhias e investidores internacionais de fazer negócios com eles."

"O que é mais importante, passa uma mensagem de que estamos vendo as ações desses indivíduos, e não só observando-os como tomando ações contra eles."

Irã e Síria são principais suportes do terrorismo

..Irã e Síria são os "principais suportes do terrorismo", denunciou nesta quarta-feira John Brennan, o principal assessor sobre terrorismo do presidente americano, Barack Obama, durante a apresentação da nova estratégia antiterrorista americana.

"Por esta razão vamos seguir utilizando todas as ferramentas de nossa política exterior para evitar que estes regimes e organizações ameacem nossa segurança nacional", afimou Brennan.

Segundo Brennan, os Estados Unidos admitem que "há vários países e grupos que apoiam o terrorismo e se opõem aos interesses americanos", disse Brennan durante uma conferência na Universidade Johns Hopkins.

Tanto Irã como Síria apoiam o movimento xiita libanês Hezbollah, um grupo que os Estados Unidos qualificam de terrorista.

Os EUA condenaram recentemente em diversas ocasiões o governo sírio por sua brutal repressão contra os manifestantes que protestam contra o regime do presidente Bashar al-Assad.

Os Estados Unidos e parte da comunidade internacional acusam o Irã de tentar adquirir armas atômicas se escondendo em um programa nuclear civil, o que Teerã sempre desmentiu.

O programa nuclear iraniano foi condenado por seis resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, quatro das quais incluem sanções econômicas e políticas. Estados Unidos e União Europeia também adotaram suas próprias sanções econômicas e políticas.

Fonte: Reuters / AFP
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sábado, 11 de junho de 2011

Irã processa UE após sanções por programa nuclear

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O Irã apresentou cerca de 20 processos contra a UE (União Europeia), em diferentes tribunais, pelas sanções econômicas e financeiras que lhe foram impostas, informou o diretor do departamento penal internacional da presidência iraniana, Majid Jaafarzadeh.

Em declarações divulgadas neste sábado pela imprensa estatal, o responsável indicou que seu país empreendeu, além disso, "medidas drásticas" contra o que considera violações dos direitos humanos causadas por essas medidas punitivas.

"Nos últimos anos, iniciamos ações legais no âmbito internacional para fazer frente às sanções. Acreditamos que terão fruto em um futuro próximo", previu.

"Pelo menos 20 processos foram apresentados em tribunais europeus pelas sanções da UE sobre o programa nuclear civil iraniano", acrescentou.

O Irã mantém há anos uma inflamada queda de braço com a comunidade internacional, e em particular com as grandes potências, que acusam o país de ocultar sob seu programa nuclear civil outro de natureza clandestina e ambições bélicas cujo objetivo seria produzir armas atômicas.

Essas suspeitas aumentaram nos últimos dias, depois que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) apresentou um relatório assinalando que acredita que o regime iraniano manteve sua atividade militar nuclear pelo menos até 2010.

Em fevereiro desse ano, o Irã ignorou as advertências mundiais e iniciou um programa de enriquecimento de urânio a 20%, desafio que levou o Conselho de Segurança das Nações Unidas a impor novas sanções internacionais.

Quase ao mesmo tempo, tanto Estados Unidos como a União Europeia acrescentaram medidas punitivas unilaterais, proibindo autoridades iranianas de viajar e vetando as transações comerciais com cerca de 100 companhias ligadas ao controverso programa nuclear.

Além disso, foram punidos 32 altos membros do regime, acusados de violações dos direitos humanos.

Fonte: EFE
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terça-feira, 24 de maio de 2011

Síria diz que sanções da UE são forma de desestabilizar o país

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O regime sírio reagiu nesta segunda-feira às sanções impostas pela União Europeia contra o ditador Bashar al Assad, dizendo ser uma tentativa de desestabilizar a Síria, além de ingerência nos assuntos internos do país.

"A Síria denuncia as sanções contra seu povo, no momento em que tenta preservar sua integridade e estabelecer um diálogo nacional no âmbito de reformas", noticiou a agência oficial de notícias Sana. "As decisões da UE buscam ingerir nos assuntos internos da Síria e desestabilizar sua segurança."

O chanceler sírio, Walid Al Moualem, classificou as sanções como um erro e disse que vão afetar os interesses europeus tanto quanto os da Síria. Ele disse ainda esperar mais medidas do tipo, mas disse que Damasco não permitirá que elas afetem o país.

Mais cedo, a UE impor proibição de viagem e congelar os bens do ditador sírio, Bashar al Assad.

A UE decidiu punir pessoalmente Al Assad pela violenta repressão de seu regime aos protestos populares que começaram em março. Segundo a ONU e organizações de defesa dos direitos humanos, mais de 900 pessoas já foram mortas pelas forças de segurança.

Os nomes de Assad e outras autoridades sírias serão publicados no Diário Oficial do bloco europeu. Eles se unirão a uma primeira lista de 13 figuras importantes do regime sírio, incluindo um irmão e vários primos do presidente, objetos de sanção desde 10 de maio --quando a UE também decretou um embargo sobre a venda de armas e suspendeu a ajuda ao desenvolvimento da Síria.

A decisão desta segunda-feira é fruto de um mês de complicadas discussões entre os 27 países da UE sobre a conveniência de punir Al Assad pessoalmente.

"É o que precisamos fazer", estimou em Bruxelas nesta segunda o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague. O regime sírio "deve seguir o caminho das reformas, e não o da repressão", disse.

Os Estados Unidos já haviam sancionado a Assad e a seis altos assessores por abusos dos direitos humanos. Já o presidente Barack Obama disse em seu discurso sobre o Oriente Médio que Assad deveria escolher entre "liderar a transição ou abandonar o poder".

Fonte: Folha
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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Kadafi contorna sanções da ONU para financiar contrarrevolução

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O ditador Muammar Kadafi e seus parceiros comerciais internacionais têm conseguido contornar as sanções da ONU para canalizar dinheiro e petróleo para a Líbia, a fim de financiar e abastecer suas forças militares.

Se a aliança internacional contra Kadafi tem aprendido alguma lição com a campanha para assumir o controle sobre o regime – ou de fato derrubá-lo e substituí-lo – a mais evidente até agora deve ser que o líder líbio é muito mais resistente e empreendedor do que muitos pensavam.

Os ataques aéreos da Otan e a zona de exclusão aérea estabelecida com a anuência das Nações Unidas deveriam dizimar as forças de Kadafi e manter seus jatos de combate no solo. Mas mesmo que a força aérea líbia não represente mais ameaça para os rebeldes ou para civis no conturbado país norte-africano, os bombardeios, que já duram mais de um mês, aparentemente falharam em deter o exército de Kadafi.

Longe do campo de batalha, esforços diplomáticos empregados para pressionar o regime na Líbia também tiveram menos impacto do que os opositores de Kadafi esperavam.

Apesar da recente afirmação do ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, de que as sanções contra o regime estariam funcionando e por isso deveriam ser mantidas, evidências apontam que, embora a Líbia esteja certamente sentindo seus efeitos, as restrições internacionais sobre o regime ainda estão longe de subjugar o ditador tão rapidamente quanto os líderes da Otan esperavam. "Para este fim, elas têm sido ineficazes", disse à Deutsche Welle Kristian Ulrichsen, especialista em Oriente Médio e Norte da África na universidade britânica London School of Economics (LSE).

"Enquanto a população civil de Misrata e outras cidades continuarem sendo alvo do regime, as sanções não terão cumprido seu objetivo principal, que é oferecer proteção humanitária para a população civil", acresceu.

Parece que a experiência de Kadafi em conviver com sanções durante a maior parte dos seus 42 anos no poder ensinou ao ditador líbio como contornar as tentativas da comunidade internacional de confiscar suas finanças e destruir os negócios que financiam seu regime.

Comércio de petróleo e gás abastece regime

Uma das táticas do ditador foi revelada recentemente em uma reportagem da agência Reuters, que afirma que o regime usa intermediários na Tunísia e uma companhia registrada em Hong Kong para importar gasolina para o oeste da Líbia através da transferência entre navios.

Essas transferências, que incluem mudanças duvidosas de nomes em documentos oficiais sobre origem e destino, seriam supostamente destinadas a driblar as sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que banem qualquer transação com a companhia estatal de petróleo da Líbia (NOC, na sigla em inglês).

Atualmente não é ilegal a Líbia importar ou exportar petróleo ou gasolina, mas é ilegal fazer negócios com a NOC. E ainda que não haja fortes evidências do envolvimento da NOC, os investigadores da ONU acreditam ser quase impossível que a NOC não esteja ligada de alguma forma à importação de gasolina para a Líbia.

Uma matéria posterior da Reuters revelou também que a Companhia Nacional de Transporte Marítimo da Líbia (GNMTC) importou gasolina da refinaria italiana Saras no início de abril, aproveitando uma lacuna nas sanções da ONU que permite aquisições por companhias que não estejam em uma lista de empresas banidas.

A GNMTC, que se acredita ser controlada pelo filho de Kadafi, Hannibal, não está em qualquer lista negra da ONU, embora Hannibal esteja. Negociar com a GNMTC é legal apenas se não houver evidências de que Hannibal obtenha benefício direto de qualquer transação.

Boicote às sanções

Outros países envolvidos em negociações com Kadafi têm ignorado de bom grado as sanções da ONU em benefício e lucro próprios.

Enquanto os Estados Unidos e a União Europeia bloquearam o acesso do ditador líbio a mais de 41 bilhões de euros em investimentos e contas em bancos estrangeiros, países como a Turquia e o Quênia recusaram-se a congelar os bens de Kadafi e permitiram que ele redirecionasse bilhões de euros para Trípoli desde o início da rebelião, em meados de fevereiro.

Outros países como Índia, China e Rússia, que resistiram aos esforços de expandir as sanções, prometeram apenas suspender pagamentos para suas próprias empresas que operam na Líbia – e não impor restrições aos negócios da Líbia.

"O fato de Kadafi poder contar com a entrada de capital proveniente de negócios e países que ignoram as sanções demonstra uma das principais falhas", diz Ulrichsen. "Até que isso seja corrigido e as sanções se tornem absolutas, Kadafi vai continuar a receber financiamento e apoio para prolongar a sobrevivência de seu regime."

Não se sabe exatamente quanto dinheiro o ditador líbio tem guardado, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que antes de Kadafi ter redirecionado seu fluxo de dinheiro de todas as partes do mundo para Trípoli, ele estaria sentado sobre uma fortuna estimada em 104 bilhões de dólares em dinheiro e ouro. Acredita-se que essa quantia aumentou significativamente durante os primeiros dias da rebelião.

Kadafi ganha tempo

A hesitação da comunidade internacional em agir mais rapidamente pode ter dado a Kadafi o tempo necessário para limpar suas contas bancárias antes que as bombas começassem a cair.

Kimberly Ann Elliott, especialista em sanções econômicas associada ao Instituto Peterson para Economia Internacional, nos Estados Unidos, disse que as sanções geralmente falham porque os ditadores têm tempo suficiente para transferir seus bens e evitar um choque financeiro.

"Normalmente, as ações com vista a esse tipo de sanção são anunciadas antes de sua imposição, então sempre há tempo para esses homens transferirem ou esconderem seus bens", disse Elliott à Deutsche Welle.

Já para Ulrichsen, ao apostar que o apoio internacional aos ataques aéreos enfraquecerá na medida em que continue o atual impasse, o regime de Kadafi tenta sobreviver aos bombardeios.

"Isso representa o principal perigo para a coalizão, no momento em que sérias questões já começam a ser levantadas sobre a eficácia da atual estratégia, o consenso deve começar a se desfazer em breve, se não houver qualquer sinal de uma solução bem-sucedida", conclui o especialista da LSE.

Fonte: Deutsche Welle
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