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terça-feira, 7 de setembro de 2010

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL- conheça mais sobre nossa história

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Hoje comemoramos 188 anos de independência, sendo o maior país da América Latina e o quinto maior do mundo, sendo uma nação que tem crescido em ritmo acelerado nos últimos anos, sendo uma potência emergente e um novo jogador no cenário geopolítico internacional.

O GeoPolítica Brasil hoje publica mais um capitulo de nossa série sobre a “Independência”, buscando detalhar um pouco mais o processo de reconhecimento e tratando de nossa raiz cultural que influi de forma ainda muito forte em nossa política e sociedade.

Nosso país era a única monarquia no continente americano e sua economia baseava-se no trabalho escravo, exportando ouro, diamantes, madeiras, açúcar, tabaco, algodão, café e couros, mantendo sua matriz econômica colonial, postura que foi mantida por muito tempo, deixando o Brasil atrasado em relação aos demais países que mantinham uma taxa de desenvolvimento tecnológico alta, como os americanos que mergulharam no desenvolvimento tecnológico e se mantendo entre os players da primeira revolução industrial. Em 25 de março de 1824, era promulgada a primeira Carta Magna do Brasil, que durou quase inalterada, até 1891. A Constituição de 1824 situou um governo monárquico, hereditário e constitucional representativo. O imperador, não estava sujeito a responsabilidade legal alguma; exercia o Poder Executivo com os ministros, que eram pessoas escolhidas por ele e também o moderador com seus conselheiros.

Os EUA foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil em 1824. Depois o México e a Argentina, em 1825. A França foi o primeiro país da Europa a reconhecer a independência do Brasil. Portugal não queria aceitar a independência do Brasil. No entanto, com a ajuda da Inglaterra, os dois países chegaram a um pacto: Portugal reconheceria a independência, e em troca o governo britânico exigiu que o Brasil pagasse um débito de 2 milhões de libras que Portugal devia a Inglaterra. Para pagar a indenização para Portugal o Brasil pediu um crédito à Inglaterra. O Brasil aumentou a sua dívida externa, e a Inglaterra conseguiu lucros com o acordo.

Depois do reconhecimento da independência pelos portugueses, veio o reconhecimento oficial da Inglaterra e dos demais países Europeus. A Independência do Brasil foi resultado de um acordo político, armado por um grupo de representantes das classes dominantes da época, que manteve a monarquia, a escravidão e o latifúndio. No dia 12 de outubro, D. Pedro foi proclamado “Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil”. Foi José Bonifácio de Andrada e Silva (ministro dos Negócios do Interior, da Justiça e dos Estrangeiros), que com suas artimanhas políticas conseguiu a Independência do Brasil, proclamada em sete de setembro, e nada mais foi que uma atitude de cima para baixo, sem nenhuma modificação social.

A população brasileira foi mantida fora das decisões a respeito do futuro do país, muito diferente de nossos hermanos das Américas que partiram da posição de colônia para república, onde houve espaço para participação ativa no processo de diversas camadas da sociedade, tendo sido este mais um dos motivos que levaram a participação nula no processo pelas classes de base de nossa sociedade, imprimindo desde então uma postura passiva e omissa da grande parcela de nosso povo, algo que perdura até os dias de hoje na república, onde ainda muitos preferem futebol e carnaval á se importar e debater as questões de interesse público e social. Contribuindo assim para que tenhamos ainda hoje a frente de nosso governo muitos corruptos e políticos sem preparo ou um projeto real de interesse nacional, buscando em sua grande maioria defender interesses de elites minoritárias e até próprios.

Nossa cultura desde então foi a de buscar lá fora as tendências, ignorando desde o inicio a cultura nacional, um mal que ainda é bem presente, embora nos últimos anos tenham visto um movimento crescente de valorização do nacional pelo atual governo e que tem surtido efeito.

Nossa economia se manteve estagnada por muitos anos, até mesmo após a entrada da república mantivemos uma postura atrasada, em muito devido à falta de Política e a predominância do coronelismo, que usou de sua influência e força para manter o poder nas mãos da elite, com isso hoje ainda é comum ver a “politicagem” presente em nosso meio, um mal que só será dissipado com o engajamento do povo e principalmente com interesse e educação política.

Até o fim da Segunda Guerra o Brasil praticamente importava todos os artigos industrializados, sendo basicamente uma economia agrícola, o que só começou a mudar com o acordo feito por Getúlio Vargas que trouxe investimento para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, Conselho Nacional de Petróleo, Companhia Vale do Rio Doce, Hidroelétricas e promulgou as leis trabalhistas, tendo marcado uma virada em nossa história com tamanho investimento nas industrias de base e energia. Apesar disso as nossas exportações continuaram a se manter acarretando um acúmulo de divisas. A matéria-prima nacional substituiu a importada.

Ao final da Segunda Guerra já existiam indústrias com capital e tecnologia nacionais, como a indústria de autopeças.

No segundo governo Vargas (1951-1954), os projetos de desenvolvimento baseados no capitalismo de Estado, através de investimentos públicos no extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC, em 1951), BNDES, dentre outros, forneceram importantes subsídios para Juscelino Kubitschek lançar seu Plano de Metas, ainda que a um elevado custo de internacionalização da economia brasileira. Algo que será abordado futuramente em uma nova série do GeoPolítica Brasil sobre a indústria nacional.

Durante os anos que se seguiram o Brasil migrou de uma política colonial atrasada para uma nova postura industrial que dava largos passos, embora se mantivesse dependente ainda de muito da tecnologia externa, o que em determinados momentos nos travou em projetos importantes e nos limitou no desenvolvimento de muito de nossa industria e cultura.

Outra marca que ainda carregamos em nossa sociedade é a característica “síndrome do viralatismo”, onde ainda há a postura de se torcer o nariz para as conquistas e desenvolvimentos nacionais e valorização do que vem de fora.

Hoje devido a importantes avanços e conquistas em diversos setores científicos e econômicos, o povo brasileiro tem mudado um pouco essa postura, passando a reconhecer o valor da “prata da casa” e investido embora ainda timidamente na modernização de nossa industria e economia, com base na educação e formação de núcleos de estudo e pesquisa, bem como a postura séria do governo que tem criado mecanismos para que se dê continuidade aos projetos de desenvolvimento do país, em uma clara postura de amadurecimento político e estratégico. Como sinal claro estão o investimento pesado na revitalização da industria pesada, em especial na industria naval, que outrora foi destaque e grande participante do mercado mundial e que havia sido sucateada e era quase inexistente na década de 90, como também pelo investimento em DEFESA com a implantação da Estratégia Nacional de Defesa (END), que visa reequipar nossas forças armadas de acordo com a necessidade que se faz diante da posição do Brasil no mundo e a recuperar o núcleo da industria de defesa nacional, que nos anos 80 participou fortemente dos programas de defesa nacional e também participou do mercado internacional, mesmo que com apenas 2% do mercado, mas movimentando de forma considerável nossa economia e desenvolvendo novas tecnologias e capacitações, trazendo o país a um novo patamar de capital industrial, científico e intelectual.

Finalizando o Brasil se tornou “Independente” em 7 de setembro de 1822, mas ainda esta caminhando para a conquista real de sua independência.

Como todo brasileiro que se orgulha de sua nação saúdo a todos nós brasileiros por nossas conquistas e lutas, e neste 7 de setembro faço votos de que possamos no próximo ano comemorar novas conquistas e contar com uma postura madura e engajada de nossa sociedade nas decisões do rumo de nosso país.

Viva ao Brasil, Viva ao povo brasileiro, Viva a nossa “Independência”!!!!


Autor: Angelo D. Nicolaci

editor GeoPolítica Brasil
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domingo, 5 de setembro de 2010

Independência do Brasil, até onde somos independentes?

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Dando prosseguimento a nossa série sobre a “Independência”, vamos falar sobre a questão tecnológica a qual em grande parte ainda somos uma nação dependente, principalmente no que diz respeito a alta tecnologia e defesa.

Hoje vivemos em um mundo dito globalizado, onde o conhecimento “flui” sem fronteiras, mas a verdade como bem sabemos não é essa, principalmente no que diz respeito a vanguarda tecnológica, pois quem investe em pesquisa e desenvolvimento jamais irá ceder o “pulo do gato” a um possível futuro concorrente, mesmo embora muitos possam afirmar que o mercado esta cada vez mais estreito e as grandes industrias e centros de pesquisa busquem partir para o desenvolvimento compartilhado para reduzir os seus custos, ainda há e muito a proteção feroz da propriedade intelectual e tecnológica.

O Brasil por décadas manteve-se ao largo das pesquisas tecnológicas, investindo muito menos de um terço do que se investe a exemplo na Europa e EUA, tornando-se um país por demais atrasado no que diz respeito a capacidade tecnológica. Bom exemplo disso esta em sua casa agora, nós não dominamos a tecnologia de microprocessadores e muitos itens que são comuns em eletro-eletrônicos que você possui em sua casa. Coisas que podem parecer simples, mas pelas quais pagamos um alto preço por não possuirmos nossa independência tecnológica, um dos efeitos colaterais que citei no primeiro artigo desta série, como sendo um dos males de nosso processo de independência que se restringiu a esfera política, mantendo por tempo demasiado uma postura colonial enquanto efervecia no mundo a primeira revolução industrial, nos atendo a investir na matriz agricultora e deixando de lado o investimento em pesquisa e desenvolvimento industrial e tecnológico.

Hoje a maior parte de tudo que produzimos, ou melhor, montamos, pois a nacionalização dos meios tecnológicos é sempre muito baixa e compreenssivel do ponto de vista estratégico e de mercado por parte dos detentores de tal tecnologia, restringe por demais o crescimento da industria nacional. Você pode estar achando que estou equivocado, pois os números indicam o crescimento de nossa matriz industrial, mas eu faço algumas perguntas: Quem são os seus fornecedores de tecnologia? De onde vem os meios? Qual seu custo? Em que acrescenta a nossa independência tecnológica?

Possuimos hoje a terceira maior fabricante de aviões do mundo, a Embraer. Mas mesmo estando entre os maiores do mercado a mesma possui uma enorme dependência externa, pois toda tecnologia eletrônica, de motores e principalmente de materiais vem de fornecedores externos, sendo apenas integrados aqui no Brasil. No campo de Defesa podemos citar o embargo americano a venda de nossos “Super Tucanos” à Venezuela, pois os mesmo possuem sistemas e motorização americano. Alguns criticam a postura americana e ficam até indignado com tal fato, mas vamos olhar por outra ótica, digamos que você desenvolveu um motor super eficiente e de alto desempenho para carros de corrida, e uma fabrica de carros comprou de você para equipar seus veiculos, mas o mesmo resolveu vender os veiculos com o motor que você desenvolveu a uma equipe de corridas que compete com a sua, o que você faria? Logicamente iria proibir seu cliente de vender a seu adversário correto? Mas se seu cliente desenvolveu um motor próprio, ele poderá vender a quem quiser sem consultar ninguem, pois a tecnologia é dele. Essa é a grande importancia de se possuir independência tecnológica.

O Brasil tem perfil para se tornar um grande desenvolvedor de novas tecnologias e ser independente neste quesito, mas os principais passos neste sentido são deixados de lado. Devido a este fato pagamos as vezes mais que o dobro por determinados produtos em seus países de origem, na prática, significa que temos um custo tecnológico vinte vezes superior.

Quando se combina esse fator com a degradação da universidade pública, que é responsável pela maior parte das pesquisas no país, e a maior participação do ensino superior privado na formação, a situação se agrava, pois não haverá esperança de produção científica e tecnológica, uma vez que, de modo geral, as universidades particulares não investem em pesquisa. Deste modo, além de aumentar a sucatização tecnológica do país, elimina-se o caminho para a emancipação científica e tecnológica em que pode constituir-se a pesquisa.

É oportuno mencionar os pesados investimentos feitos em pesquisa nos países detentores da independencia tecnológica à insignificância de recursos aplicados pelos países meramente consumidores de tecnologia. Está nesta diferença a principal raiz da supremacia tecnológica que determina a dominação econômica.

Não tendo tecnologia própria, impedidos de produzi-la, pela atrofia da pesquisa, ou de adquirir tecnologia importada, devido a seu alto custo estaremos ilhados, perpetuando nossa condição colonial de fornecedor de materia primaria e consumidor de bens de alto valor agregado, ainda permanecendo submissos as regras e vontades dos detentores da tecnologia.

Um dos setores de grande importancia para nossa sociedade e que exibe uma dependencia quase que completa é o farmaceutico, o Brasil está em situação deficitária no que se refere ao desenvolvimento de inovações que contemplem a área de saúde. “Como o Brasil não detém tecnologia, precisa importar os produtos. Dessa forma, a balança comercial do setor é extremamente deficitária”, afirma. Dados do Ministério da Saúde mostram que o déficit comercial brasileiro no setor de fármacos e medicamentos é de aproximadamente US$ 3,5 bilhões. Falta ao país a adoção de políticas públicas consistentes e de longo prazo que possam alavancar o número de inovações na área. Como o país investe pouco, a dependência tecnológica cresce à medida que as inovações são mundialmente geradas.

O Brasil tem capacidade instalada para realização de trabalhos importantes na área de saúde. Atualmente as maiores responsáveis por essas pesquisas no país são as instituições públicas, apoiadas com recursos governamentais. Mesmo assim, o número de pesquisas é pequeno, além disto, existe uma desconexão entre as pesquisas realizadas e a utilização desses conhecimentos. Ainda há a falta de investimento na produção nacional de produtos quimicos necessários a esse setor, sendo mais de 90% importado, o que aumenta vertiginosamente o custo dos nossos medicamentos.

Em média: 1kg de soja custa US$ 0,10, 1kg de automóvel custa US$ 10 , 1kg de aparelho eletrônico custa US$ 100, 1kg de avião custa US$1.000 (10.000 quilos de soja) e 1kg de satélite custa US$ 50.000.Vejam, quanto mais tecnologia agregada tem um produto, maior é o seu preço, mais empregos foram gerados na sua fabricação.

Os países ricos sabem disso muito bem. Eles investem na pesquisa científica e tecnológica, mantedo sempre sua independência tecnológica, pois como todos sabem, conhecimento é poder, e conhecimento assim como independência não se compra se conquistam.

O Brasil é muito dependente da tecnologia externa. Quando fabricamos bens com alta tecnologia, fazemos apenas a parte final da produção.Por exemplo: o Brasil produz 5 milhões de televisores por ano e nenhum brasileiro projeta televisor. O miolo da TV, do telefone celular e de todos os aparelhos eletrônicos, é todo importado. Somos meros montadores de kits eletrônicos. Casos semelhantes também acontecem na indústria mecânica, de remédios e, incrível, até na de alimentos.O Brasil entra com a mão-de-obra barata e os recursos naturais. Os projetos, a tecnologia, o chamado pulo do gato, ficam no estrangeiro, com os verdadeiros donos do negócio.

É importante compreendermos que os donos dos projetos tecnológicos são os donos das decisões econômicas, são os donos do dinheiro, são os donos das riquezas do mundo.Assim como as águas dos rios correm para o mar, as riquezas do mundo correm em direção aos países detentores das tecnologias avançadas.A dependência científica e tecnológica acarretou para nós brasileiros a dependência econômica, política e cultural.

Hoje nos deparamos com um fase importante dentro de nossas Forças Armadas,que passam por um importante programa de reaparelhamento, o qual esta totalmente sendo desenhado sobre tecnologias as quais não dominamos, o que nos trás um custo altíssimo e sérias limitações, uma vez que o pouco que se possuia de nossa outrora vasta industria de defesa hoje é quase nula em termos de pesquisa,desenvolvimento e domínio tecnológico.

Só para citar um simples exemplo desta dependencia que neste setor tão vital a soberania nacional é preocupante, basta olhar para o nosso míssil ar-ar mectron MAA1 “piranha”, durante seu desenvolvimento, foi necessário comprar junto aos EUA componentes da cabeça de guiagem, o sensor foi escolhido e a cabeça do míssil projetada para receber tal componente, mas no momento da entrega recebemos dos americanos um produto totalmente fora das especificações as quais solicitamos, e até inferior, mas os mesmos alegaram que só forneceriam aquele componente que foi enviado, causando um aumento no custo de desenvolvimento de nosso míssil, uma vez que tivemos de reprojetar a cabeça de guiagem. Uma experiência que deixou mais do que clara a nossa dependência tecnológica e seu alto custo.

Estamos em um ponto no qual devemos decidir se seremos indenpendentes ou só mais uma “colônia”, pois há recursos e meios para se alcançar essa independência, e isso não será feito do dia para noite, como muitos acreditam que será com a compra de submarinos e helis junto a França ou ao novo caça a ser escolhido para a FAB, pois tecnologia não se vende, se desenvolve, a tal transferência de tecnologia que é tão propagada no âmbito de compras determinados na no END (Estratégia Nacional de Defesa), não resultará em uma solução para nossa dependência tecnológica, mas pode ser um pequeno passo de centenas a serem dados por nosso governo em conjunto com a comunidade científica e a iniciativa privada, que devem
Juntos arcar com os custos de tal independência. Pois nenhum dos fornecedores destes programas de Defesa irão dar assim de mão beijada a sua tecnologia, algo que lhes custou bilhões em pesquisa e anos de desenvolvimento.

Mas para tranquilizar um pouco nossos compatriotas, temos ilhas de independência tecnológica e domínio pleno, como são o caso de nossas centrífugas para enriquecimento de Urânio ou a capacidade de explorar petróleo em águas profundas pela Petrobrás.

Cabe a cada um de nós decidir até quando vamos continuar sendo uma nação dependente, e comemorar mais uma vez neste ano a nossa dependente “Independência”.

Em nosso proximo artigo desta série vamos abordar as questões econômicas e culturais de nossa “Independência”.


Autor Angelo D. Nicolaci

Editor GeoPolítica Brasil
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sábado, 4 de setembro de 2010

O Brasil e a sua Independência, voltando ao inicio

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Dia 7 de setembro comemoramos o Dia da Independência, mas até que ponto somos independentes? Qual o futuro de nosso país e como tem sido nosso caminho até a verdadeira independência? São questões complexas e que podemos buscar soluções, mas sem obter uma resposta exata, uma vez que o mundo esta em constante mudança e nos atendo também ao fato de que devido ao tamanho dos desafios fica dificil desenhar um cenário, pois dependemos em muito de fatores que fogem ao controle de toda a sociedade brasileira.

O GeoPolítica Brasil esta trazendo a tona estas importantes questões para que possamos debater este tema tão importante INDEPENDÊNCIA. Hoje e nos próximos dias vamos publicar uma série de artigos, e convido a todos a dar sua contribuição com seus comentários.

Nessa primeira postagem vamos falar sobre nossa “independência” , sua história, os custos e os dias de hoje.

Como todos sabem, diferente de muitas nações, nosso país não enfrentou qualquer tipo de “guerra de independência”, tivemos movimentos internos e revoltas pela emancipação, que culminou com o momento que ficou marcado na história do Brasil como o dia D, quando as margens do Ipiranga D. Pedro bradou o grito de independência, exatamente no dia 7 de setembro de 1822.

Uma questão que pouco se comenta a respeito de nossa independência, é o fato de que tal declaração em nada mudou a nossa realidade sócio-econômica, ficando restrita a esfera política, onde passamos a ter um governo próprio, não “dependendo” mais de Portugal, embora nosso primeiro governante fosse um príncipe português.

O movimento pela independência foi marcado por rebeliões como a “Conjuração Baiana” e a “Inconfidência Mineira” que antecederam o ato de D. Pedro, deixando claro que a atitude dele não foi um ato isolado, mas sim um posicionamento frente a conjuntura política que se desenvolvia no Brasil colônia e que de uma forma ou de outra culminaria em nossa independência do julgo português.

Um dos grandes motivadores de nossa independência foi o movimento republicano que se propagava pelas américas, como maior exemplo foi a Independência Americana, que assumiu um rumo diferente do nosso, uma vez que eles partiram para democracia, enquanto por aqui prosseguia a monarquia com D. Pedro como nosso governante.

A revolução industrial, a difusão do liberalismo econômico, o iluminismo e a insatisfação com o modelo colonial, deram força a nossa independência, como o interesse britânico de expandir seus tentáculos sobre o novo mundo, explorando novos mercados e fontes de matérias primas para sua revolução industrial.

Se o que define a condição de colônia é o monopólio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as relações com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal.

Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção ao "sete de setembro".

Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores.

Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês.

Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI ao retornar a Portugal deixou a aristocracia rural brasileira sentir-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de independência na América Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas.

A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o cuidado de não comprometer seus privilégios, representados pelo latifúndio e escravismo. Sendo conduzida com a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em geral. Temendo a mudança para o modelo que surgiu na America do Norte com a independência dos EUA.

Com as exigências para que também o príncipe regente D. Pedro voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que marcava a independência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria seus privilégios, , pois a partida de D.Pedro poderia representar o esfacelamento do país.

Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".

É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil.

A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.

Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México, com o reconhecimento dos Estados Unidos a nossa independência, criou-se um laço político que perdura até os dias de hoje e que nos aproximou por demais de sua econômia, nos tornando em certo ponto dependentes deste “irmão” mais velho. Isso iremos abordar mais a frente nos próximos artigos desta série sobre nossa “Independência”.

Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra, que viu uma ótima oportunidade de aumentar sua influência em nosso país e aumentar sua participação em nossa economia e nos rumos do Brasil, marcando por assim dizer o inicio da divída externa brasileira.

O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou. Como podemos notar pouco mudou neste sentido até os dias de hoje.

Embora tenhamos declarado independência, mantivemos a mesma forma econômica e social, o que nos atinge ainda hoje, pois enquanto os demais países modernizavam suas relações sócio-econômicas e ingressavam na revolução industrial e em um novo patamar econômico, o Brasil permanecia estagnado a bel prazer de uma elite que podemos classicar como “Burra e Míope”. Além do mais nossa nação carecia de investimentos, algo que se arraigou a cultura nacional e se tornou um mal que precisamos estirpar.

Hoje ainda sofremos as mazelas que nos trouxe tal independência, que foi mais um ato simbólico e político do que uma real independências, pois continuamos dependendo de atores externos, seja no contexto geopolítico, econômico como principalmente no tecnológico.

Autor: Angelo D. Nicolaci
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