Mostrando postagens com marcador Russia - China. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Russia - China. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

China vai depender de motores de avião russos

0 comentários
 
Representantes da corporação de construção aeronáutica chinesa AVIC disseram em entrevista à Jane's Defense Weekly que os aviões produzidos pela corporação vão utilizar os motores russos durante os próximos cinco ou oito anos, ou seja, até 2018 ou mesmo 2021. Anteriormente, Ma Zhiping, vice-presidente da empresa CATIC, subdivisão de exportação e importação da AVIC, havia anunciado que o caça chinês de quarta geração J-10 ainda não tinha autorização para ser exportado. No entanto, ainda em novembro de 2009 tornou-se de conhecimento público a existência de um contrato sobre o fornecimento de 36 caças J-10 ao Paquistão, no valor total de 1,4 bilhões de dólares. Essas duas notícias estreitamente vinculadas entre si significam que o futuro das exportações de aviões de combate chineses não é muito promissor.
 
A China produz três tipos principais de caças de quarta geração (de acordo com a classificação chinesa, eles são de terceira geração), nomeadamente: J-10, J-11B e FC-1. Todos os três tipos utilizam motores russos. Os J-10 usam os motores AL-31FN; os FC-1, os motores RD-93; e os J-11B e suas modificaçõs, os AL-31F. A China produz em massa os motores Taihang, que podem ser instalados no J-11 e no J-10, mas a utilização deles é limitada por causa de sua fiabilidade e vida útil insuficientes.
 
Feng Peide, acadêmico altamente respeitado na indústria de aviação chinesa, reconheceu em setembro, numa entrevista com a mídia nacional, que os oficiais da Força Aérea da China não confiam muito nos motores chineses preferindo os importados. Ainda mais difícil seria ifundir confiança nos motores chineses aos clientes estrangeiros. Praticamente todas as aeronaves chinesas, tanto militares como civis, são exportadas com os motores de fabricação estrangeira, liderando entre seus produtores a Rússia e a Ucrânia (motores para aviões) e a França (fornece os motores Turbomeca Arriel 2 para helicópteros).
 
Para poder exportar aeronaves de combate com motores estrangeiros, a China tem de receber autorização para reexportação do motor por parte do país de seu origem. Caso contrário, o fabricante vai declinar a manutenção e reparação do motor, o que é capaz de gerar problemas. Para exportar o caça FC-1, a China obteve a autorização da Rússia para a reexportação do motor RD-93 a alguns países, incluindo o Paquistão.
 
Não era nada fácil receber essa autorização. A Índia exercia fortes pressões políticas sobre a Rússia exigindo proibir os envios. Não obstante, tendo em vista a importância do programa FC-1 para a indústria chinesa e atendendo o caráter de amizade das relações russo-chinesas, a Rússia acordou conceder a autorização de reexportação. A declaração de Ma Zhiping de o caça J-10 não ter uma autorização de exportação, pode significar, então, que a Rússia não autorizou a reexportação de seus motores AL-31FN para o Paquistão.
 
E para tal podia haver suas razões. O J-10 é um avião muito mais poderoso e sofisticado do que o FC-1. As pressões por parte da Índia, portanto, poderiam ser especialmente fortes. Além disso, o negócio de exportação do J-10 não é tão importante para a China, seja política ou economicamente, como um grande contrato sobre o FC-1. A impossibilidade de vender o FC-1 ao Paquistão equivaleria ao fracasso desse projeto em geral. Apesar dos anúncios que o avião em questão pode desafiar no mercado mundial o MiG-29 russo, para além do Paquistão não apareceu ninguém que o quisesse comprar. Mesmo a Força Aérea chinesa renunciou o receber. Por outro lado, o J-10 é muito requerido e altamente apreciado pelos militares chineses, e, portanto, as linhas de sua produção estariam, de todas formas, trabalhando.

O caso de venda de caças ao Paquistão exemplifica expressamente a impossibilidade de ter êxito na exportação de aviões de combate sem controlar a produção de motores. Evidentemente, a China vai enfrentar dificuldades na exportação de suas aeronaves para os mercados, onde é alta a possibilidade de competência com a Rússia. Por isso, a República Popular da China poderá lograr os êxitos mais relevantes, falando nas exportações militares, nas áreas que não têm a ver com a aviação. Por exemplo, fornecendo ao exterior armas de mísseis e sistemas de defesa antiaérea. É precisamente nesta área que a China alcançou há pouco um grande êxito, provavelmente o mais significativo em toda a história de suas exportações bélicas, ao vencer a concorrência sobre a produção de sistemas de mísses antiaéreos pesados HQ-9, no valor total superior a 3 bilhões de dólares, para a Turquia

Fonte:  Voz da Rússia
Continue Lendo...

sábado, 26 de outubro de 2013

O fornecimento de armas russas ao Vietnã e os interesses chineses

0 comentários
 
O processo de reequipamento das forças armadas vietnamitas, que decorre com uma participação ativa da Rússia, desperta o interesse do Ocidente e dos países vizinhos asiáticos, assim como uma preocupação crescente da China. Essa preocupação, segundo se sabe, já foi expressa ao lado russo durante contatos bilaterais. Contudo, o Vietnã apenas está a percorrer os passos necessários para que as suas forças armadas se mantenham atualizadas.
Os peritos militares chineses, porém, declararam abertamente que o rearmamento do Vietnã e a sua aquisição de submarinos diesel-elétricos modernos cria uma ameaça à segurança nacional da China.
Realmente o Vietnã se transformou num parceiro importante da Rússia em matéria de cooperação técnico-militar. Com a ajuda da Rússia ele está criando uma esquadra de submarinos composto por 6 unidades do projeto 636 (classe Kilo na designação da OTAN). O Vietnã está igualmente recebendo da Rússia caças Su-30MK2, lanchas porta-mísseis, fragatas, diversos tipos de mísseis antinavio e equipamentos antiaéreos. A Rússia ajuda o Vietnã na assistência aos armamentos anteriormente fornecidos e fornece uma ajuda importante na preparação de oficiais vietnamitas de especialidades técnicas.
Mas não se deve exagerar a importância dos êxitos vietnamitas na área da modernização da sua capacidade de defesa. Seria ingênuo esperar que o maior país do Sudeste Asiático e com uma economia em rápida ascensão fosse ficar para sempre satisfeito com arsenal que herdou dos tempos da URSS.
Isso enquanto a República Popular da China tem a entrar ao seu serviço anualmente novos submarinos nucleares e, fabrica anualmente várias dezenas de caças de quarta geração e desenvolveu o fabrico de contratorpedeiros equipados com o seu próprio sistema análogo ao Aegis norte-americano. Comparados com os ritmos da modernização militar chinesa, os êxitos vietnamitas dão uma imagem modesta. Qualquer que seja o armamento que a Rússia esteja disposta a oferecer ao Vietnã, o Vietnã simplesmente carece de recursos financeiros para formar e manter em condições operacionais umas forças aéreas e navais que possam desafiar a China. O Vietnã tenta apenas garantir as necessidades básicas para a sua defesa.
Apesar dos atritos recorrentes e às disputas territoriais, as relações entre a China e o Vietnã, as relações entre estes dois países são diferentes das relações da República Popular da China com os aliados próximos dos EUA como o Japão e as Filipinas. A China atribui uma importância estratégica ao desenvolvimento das suas relações com o Vietnã e pretende atrair esse país-chave do Sudeste Asiático para uma cooperação econômica substancial. Uma disputa territorial por resolver e a existência de fortes sentimentos nacionalistas de ambos os lados pode dar origem a crises locais, mas os governos chinês e vietnamita tentam apagar esses focos antes de as suas relações se ressentirem de forma irreversível.
Se a Rússia se recusasse a fornecer os armamentos que o Vietnã necessita, o lado vietnamita enfrentaria uma possível perda gradual da capacidade operacional das suas forças armadas e uma alteração do equilíbrio de forças na região. Um forte sentimento da sua própria insegurança obrigaria o Vietnã a recorrer à única alternativa no fornecimento de armamento moderno: os EUA e seus aliados.
Ao contrário da Rússia, os EUA associam quase sempre a cooperação técnico-militar ao cumprimento de um conjunto de exigências políticas. O processo de aproximação americano-vietnamita na área militar, que já se tem gradualmente vindo a reforçar, poderia obter um impulso repentino. O Vietnã iria receber um volume de armamentos idêntico ou mesmo maior àquele que recebe atualmente da Rússia. Nesse caso ele iria alterar o seu posicionamento de uma política de equilíbrio entre as grandes potências para uma política de aliança estreita com os EUA.

Assim, uma recusa da Rússia em fornecer armas ao Vietnã teria consequências mais negativas para a segurança da China que a continuação desses fornecimentos.

Fonte: Voz da Rússia
Continue Lendo...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Su-35 ajudará a China na luta por ilhas disputadas

0 comentários
 
A julgar por declarações oficiais mais recentes, o contrato de venda à China de um lote de 24 caças Su-35C poderá vir a ser firmado no final do ano corrente ou nos início do próximo ano. Assim, na melhor das hipóteses, a China receberá os primeiros aviões do gênero já em 2015.
A experiência acumulada na exploração dos Su-30MKK e Su-MK2 permitirá o manejo rápido do Su-35C. Deste modo, até os anos de 2017-2018, o regimento desses aviões estará quase pronto a prestar o serviço militar eficiente.
A Aeronáutica da China é uma das maiores no mundo e a entrada em serviço de 24 novos aparelhos não terá um impacto sensível. Quais, então, serão os objetivos de sua compra? A opinião generalizada de que a aquisição se deva ao eventual acesso aos motores russos AL-41F1C (117C) não resiste a críticas. O propulsor não pode ser copiado com base em estudos da construção do modelo em causa. Mais do que isso, a Rússia fornece motores para os aviões chineses. Se a China precisar de motores para a realização de testes em voo ou a produção de uma parcela experimental dos caças J-20, poderá comprá-los sem problemas.
Uma causa mais substancial seria um desejo de conhecer melhor a construção do avião criado com base no Su-27 soviético, produzido também na China. Mas para a realização de testes será necessária uma pequena quantidade desses aviões. É óbvio que a maior parte dos caças será posto em serviço da Força Aérea e da Aviação Naval. Aqui também existem esferas de seu eventual emprego: uma pequena quantidade de aviões Su-35C pode ser empregada na solução da disputa territorial em torno da ilhas Senkaku.
Desde o mês de março de 2013, a China procura mudar a tática de ações na zona das ilhas em disputa. Se antes, para a região eram enviadas embarcações sem armas e aviões do serviço de monitoramento marítimo, hoje em dia, o patrulhamento das ilhas está sendo efetuado por navios militares e aviões de combate. Em contrapartida, os caças nipônicos F-15J vão realizando voos regulares de interceptação.

Nessa “confrontação não armada”, o Su-35C pode vir a ser um meio muito eficiente para demonstrar a seriedade das pretensões territoriais. Além disso, o novo avião tem duas vantagens: um radar potente e a elevada capacidade de manobra. A seu bordo se encontra o radar Irbis-E que permite detectar alvos aéreos à distância de 350-400 km.
Isto significa que, o Su-35C, quando se encontrar no espaço aéreo chinês, poderá controlar a situação sem ser visto. Em virtude disso, os chineses terão a possibilidade de empreender ações antes que a aviação nipônica saiba reagir de forma adequada. Claro que a observação do espaço aéreo na zona das ilhas poderia ser feita por aviões dotados de sistemas de alerta e controle ou por navios. Mas a quantidade desses aparelhos voadores é reduzida e a presença de navios perto da zona costeira é capaz de causar inquietação do adversário.

No caso de enfrentar caças nipônicos, o Su-35C levará igualmente uma vantagem séria por possuir motores com o empuxo vetorial e a elevadíssima capacidade de manobra. Os aviões chineses poderão amolar a paciência do adversário e demonstrar a sua superioridade sem ultrapassar o limite do admissível

Fonte: Voz da Rússia
Continue Lendo...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

China não conseguiu copiar motores de aviação russos

0 comentários
 
Representantes da Corporação da Indústria de Aviação da China comunicaram a jornalistas americanos na Exposição Aérea de Pequim que planejam no futuro próximo continuar a comprar à Rússia motores para seus aviões de caça.
Como declararam representantes da Corporação da Indústria de Aviação da China (AVIC), produtores russos de motores irão receber nos próximos 5-8 anos, no mínimo, encomendas da China, porque “a tecnologia de produção de motores de aviação continua a ser a mais complexa para a AVIC desde o ponto de vista da produção e projeção”, cita suas palavras a edição militar americana IHS Jane's Defence Weekly.
Apesar de no fim de 2012 a AVIC ter anunciado alcançar um progresso no desenvolvimento de ligas resistentes a altas temperaturas para motores de aviação, é evidente que motores russos RD-93 (companhia Klimov) e AL-31F (empresa Saturn) em versões de exportação continuarão a ser aplicados no futuro próximo em todos os caças chineses.
O motor RD-93 (versão de exportação do RD-33) foi desenvolvido em Leningrado (hoje São Petersburgo) na empresa experimental 117 para caças de quarta geração MiG-29. É bem conhecido que tais motores são fornecidos à China para serem montados nos caças Chengdu FC-1 Xiaolong. Além disso, há dados exatos de que o RD-93 se utiliza no último caça de quinta geração J-31, que levantou voo pela primeira vez em 31 de outubro de 2012.
Num outro novo caça chinês de quinta geração J-20 se aplica uma variante de motores turborreatores de dois circuitos AL-31F, desenvolvidos nos anos 70 para os aviões Su-27. Produtores chineses montam os mesmos motores em suas variantes do Su-27 (J-11) e cópias do caça de coberta russo Su-33 (J-15). Correm também boatos de que a China tenha pretendido obter da Rússia motores de última geração AL-41F1 (“Artigo 117”), utilizados em aviões PAK-FA e Su-35S.
Atualmente, a China está desenvolvendo vários motores de aviação com diferente propulsão máxima: WS-10, WS-13 e WS-15. O WS-10 foi testado pela primeira vez em 2002 e os dois restantes – em 2006. Contudo, os produtores chineses não conseguiram até hoje garantir boa segurança e livrar-se de defeitos durante a produção desses motores. Pelo visto, a declaração da AVIC pode significar que ainda não é possível levar à perfeição estes três programas e que a Rússia continuará a ser uma “locomotiva” na indústria de aviação chinesa.
Representantes da AVIC entreabriram também à Jane's a razão pela qual o país havia desenvolvido ao mesmo tempo dois caças de quinta geração – J-20 e J-31. Como se esclareceu, não está previsto fornecer os J-31 à Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China: “Este é um programa de exportação que irá competir com os F-35 americanos em mercados regionais”. Anteriormente fora apontado por peritos que, diferentemente dos J-20, os J-31 não levam sinais distintivos da Força Aérea da China.
A Jane's inteirou-se ainda que, contrariamente a anteriores comunicados, a China não prevê desenvolver uma versão de coberta do J-31. Segundo se afirmava antes, em aviões desta variante podem ser utilizadas asas com enflechamento negativo.
Como destaca a Jane's, os programas J-20 e J-31 constituem um enigma para os serviços de inteligência americanos. Conforme os documentos divulgados pelo antigo colaborador de serviços secretos dos EUA, Edward Snowden, a China, para a produção desses caças, poderia roubar secretos de redes do Pentágono e de seus empreiteiros e, embora estes aviões, segundo os dados das estruturas de inteligência americanas, se atrasem muito em relação aos análogos americanos pelo nível da tecnologia stealth, os Estados Unidos estão muito preocupados com rápido progresso da indústria de aviação chinesa.
Possivelmente, os J-31 com motores russos podem concorrer com os F-35, considerando sobretudo os problemas da produção e do encarecimento do caça americano. É pouco provável, contudo, que os J-31 consigam conquistar os aliados dos EUA, que em quaisquer circunstâncias irão preferir o avião americano.

Fonte: Voz da Rússia
Continue Lendo...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Quinta geração do Su-35S chega ao mercado externo

0 comentários
 
O contrato de venda de caças russos Su-35 à China vem abrindo um vasto caminho no mercado internacional. Ao mesmo tempo, a complicada história de colaboração militar russo-chinesa dá motivos para recear a cópia de blocos e tecnologias transferidos, tomando em conta um número reduzido de aviões vendidos.
Dois engenhos sob a mesma designação
 
O percurso histórico do Su-35 iniciou-se em meados dos anos 80, altura em que em Komsomolsk começou a ser elaborada uma nova versão do Su-27. O futuro Su-27M, que, mais tarde, terá recebido a designação de Su-35, devia contar com equipamentos modernos, um variado conjunto de armas, incluindo mísseis “ar-terra” e até um sistema de reabastecimento aéreo. Quanto a seu design, as mudanças se traduziriam em uma nova empenagem dianteira horizontal em forma de pequenas asas de ambos os lados da carlinga.
 
Mas o destino do primeiro Su-35 (Su-27M) não foi muito feliz: o colapso da URSS veio impedir o início da sua produção em série. Alguns engenhos foram entregues ao grupo de pilotagem Russkie Vityazi mas, devido às deficiências estruturais, não chegaram a voar, servindo de “estoque” de peças sobressalentes para os Su-27. Outros aviões Su-27M foram usados em voos de treino e testes de novos tipos de armas. O Su-27M, após receber motores com empuxo vetorial e uma nova designação (Su-37 Terminator), passou a ser um dos primeiros engenhos com tal unidade auxiliar de energia.
 
Importa não esquecer que este avião foi usado para ensaiar a Frolov Chakra, ou seja, uma figura de alta pilotagem da autoria de um piloto russo com o mesmo apelido: uma espécie de kulbit aéreo, isto é, uma brusca viragem em 360º num raio de ação diminuto. Nessa manobra, o avião em movimento lento faz loopings reduzidos, virando praticamente em torno da sua parte traseira. Em termos práticos, isto permite ao caça interceptor atacar o adversário pelas “costas” e, se este estiver muito próximo, deixá-lo passar, ocupando a posição de atacante.
 
Novo Su-35: geração intercalar
 
No início dos anos 2000, o Centro de Projeções Sukhoi retomou os trabalhos de projeção de aviões de quinta geração e acabou por criar o já conhecido T-50 PAK FA. O processo de desenvolvimento não foi rápido nem fácil. Daí foi tomada a decisão de projetar uma “versão intercalar” com base em plataforma T-10 (Su-27) que seria denominada Su-35. Para evitar a confusão, foi adicionada a sigla BM (o que, em russo, quer dizer bolshaya modernizatsiya, ou seja, grande modernização, em português), enquanto os Su-35 produzidos em série passaram a usar a designação de Su-35S.
 
Ao contrário do Su-27 básico, o Su-35 conta com propulsores aperfeiçoados de elevado empuxo, um radar moderno, munido de antenas em fase, um novo apetrechamento da cabine (incluindo monitores a cor polivalentes) e outras inovações técnicas. O engenho permite testar uma série de sistemas e agregados que se usam em aviões de quinta geração.
 
As conversações sobre o eventual fornecimento de Su-35S à China têm estado congeladas desde princípios dos anos 2000, altura em que se iniciaram os testes. Mas os peritos advertem contra “algumas consequências sérias”. A Rússia já possui uma experiência negativa: a China acabou por cancelar um contrato de compra de um lote de Su-27SK, após lançar em série a cópia do Su-27, sob a designação J-11. Depois, com base no engenho copiado e a partir dum protótipo do caça soviético Su-33, recebido da Ucrânia, a China criou o seu avião próprio J-15. Isto tem engendrado novas suspeitas em relação com o destino do Su-35S.

Entretanto, a sua possível clonagem parece não fazer qualquer sentido. Tomando em conta as alterações relativamente ao Su-27 e os problemas pendentes com a produção da cópia J-11, sobretudo no que tange ao empuxo, é evidente que a produção de uma réplica do Su-35S levará muito tempo. Por essa altura, a Rússia terá criado uma nova variante desse avião, podendo ser lançada em série a produção de caças de quinta geração. Além disso, o contrato em causa pressupõe a aplicação de duras sanções no caso de cópia. Ora, neste contexto, é pouco provável que a China queira estragar as relações com a Rússia por causa disso. De qualquer modo, na China, o engenho russo será sujeito a um exame meticuloso, podendo alguns agregados e blocos vir a ser utilizados em novos aviões chineses. Todavia, à luz da atual conjuntura internacional, tal cenário poderá, em maior medida, causar a apreensão do Japão e dos EUA.

Fonte: Voz da Rússia
Continue Lendo...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Perspectivas de contratos russo-chineses

0 comentários
 
Embora a reportagem televisiva da CCTV sobre a conclusão de grandes transações de venda de armas pela Rússia e China na véspera da visita de Xi Jinping a Moscou tivesse frases conhecidas há muito tempo, por causa de formulações insuficientemente exatas e citações erradas nasceu uma história informativa de nível internacional.
 
No enredo falou-se da conclusão de acordos-quadro na véspera da visita sobre o fornecimento de 24 caças Su-35 e de quatro submarinos Amur à China. A mídia russa comunicou sobre este fato ainda no fim do ano passado, publicando ainda alguns detalhes dessas transações, referidos também pela CCTV.
 
Foi errada apenas a ligação das transações à visita do mais alto nível. Na prática das relações russo-chinesas, os projetos concretos na esfera da cooperação militar- técnica praticamente nunca são discutidos pelos dirigentes supremos dos dois países. Os líderes formulam apenas posições gerais em relação à cooperação.
 
A temática da cooperação militar-técnica não foi abordada nas conversações entre os presidentes da Rússia e China. É natural, porque, após a assinatura do memorando de intenções, as respectivas companhias da Rússia e da China, assim como os Ministérios da Defesa e outros departamentos especiais dos dois países foram encarregados da preparação de contratos. Terão que coordenar os preços, as condições de fornecimento, as exigências concretas em relação aos engenhos, à proteção dos direitos de proteção intelectual, aos serviços de pós-venda, etc. Tais trabalhos podem continuar anos. As conversações têm caráter técnico e podem ser efetuadas só peritos qualificados e a participação de dirigentes políticos delas não é razoável.
 
As decisões-chave na esfera da cooperação militar-técnica russo-chinesa são tomadas pela Comissão Intergovernamental Mista para a Cooperação Militar-Técnica, constituída ainda em 1992. Os co-presidentes da Comissão são os ministros da Defesa da Rússia e da China e as suas reuniões se convocam cada ano alternadamente em Moscou e em Pequim. Habitualmente, as notícias na esfera da cooperação militar-técnica russo-chinesa são conhecidas após reuniões da Comissão.
 
Ao mesmo tempo, as conversações sobre aviões Su-35 e submarinos Amur-1650 encontram-se ainda na etapa inicial e não há certeza de que elas possam terminar antes da próxima reunião da Comissão.
 
Contrariamente ao comunicado da CCTV, estes contratos não serão as primeiras grandes transações de fornecimentos de armas à China nos últimos dez anos. Fornecimentos de armas russas em estado disponível à China nunca foram suspensos completamente. Por exemplo, em 2010, foi cumprido na íntegra um grande contrato de fornecimento à China de 15 baterias do sistema de defesa antiaérea S-300PMU2 e atualmente está sendo realizado um contrato de fornecimento de 10 aviões Il-76 das reservas da Força Aérea da Rússia.
 
Embora no quadro da visita de Xi Jinping não fossem discutidos projetos concretos de armas russas à China, a visita mostrou o crescimento da confiança recíproca entre os dois países na esfera da defesa e da segurança. Assim, Xi Jinping foi o primeiro líder estrangeiro que visitou o Centro de Comado Operacional das Forças Armadas da Rússia. Em condições do clima político favorável, a cooperação russo-chinesa tem todas as hipóteses para superar os indicadores dos anos passados.
 
Fonte: Voz da Rússia
Continue Lendo...

terça-feira, 26 de março de 2013

Rússia e China: cooperação e riscos

0 comentários
A Rússia e China concluíram um acordo para o fornecimento de caças Su-35 e submarinos a diesel da Classe Lada. Tradicionalmente, a China é um dos maiores parceiros na Rússia na esfera da cooperação militar-técnica, mas a cooperação com aquele país exige uma atitude cuidadosa e ponderada.
 
Aviões e submarinos: nova volta de renovação
 
Os primeiros grandes fornecimentos de aviões de assalto, submarinos e outros armamentos soviéticos à China de pós-guerra correspondem aos anos 50 – início dos anos 60, quando a URSS havia armado quase na íntegra o Exército de Libertação Popular chinês. A posterior ruptura das relações levou a China a um brusco atraso no desenvolvimento de tecnologias militares contemporâneas, enquanto a normalização dos contatos entre Pequim e Moscou foi seguida por uma nova volta – a China recebeu o mais sofisticado material bélico naquela altura, fabricado em série no anos 80.
 
Esta oportunidade permitiu à China rearmar o exército e a marinha, mas, com o desenvolvimento deste processo, surgiram problemas: uma parte considerável de projetos promissores de equipamentos militares chineses desenvolve-se com a utilização de tecnologias estrangeiras, frequentemente, com a participação direta de gabinetes de projeção estrangeiros, que trabalham no quadro de encomendas chinesas, o que foi condicionado por uma situação grave dos anos 90 – início dos anos de 2000.
 
Assim, sabe-se ao certo sobre a participação de especialistas russos do desenvolvimento de projetos de caças J-10, JF-17 e de aviões de treino L-15. A imitação do caça Su-27SK e sua transformação no avião chinês J-11 foi possível graças à obtenção de documentos de projeto russos para esta máquina, que, em conjunto com um modelo experimental do avião T-10K (Su-33), recebido da Ucrânia, facilitaram a construção do caça de coberta J-15 pela China.
 
O sinal russo (assim como ucraniano) é evidente em muitos projetos, cuja enumeração ocuparia muito tempo.
Apesar dos êxitos alcançados em resultado da cooperação com a Rússia, a China não conseguiu por enquanto garantir o nível exigido de perfeição dos seus próprios projetos, ao mesmo tempo que os vizinhos não estiveram parados. Os Su-27 modernizados, sem falar dos Su-35, superam consideravelmente por suas potencialidades tanto os Su-27SK, fornecidos em tempos à China, tal como suas cópias J-11.
 
Aproximadamente a mesma situação desenvolve-se em torno de submarinos. Os submarinos dos projetos 636M e 677, que se constroem hoje na Rússia, dispõem de muito maiores potencialidades de que os do projeto 636, encomendados pela China em 2002. Ao mesmo tempo, a construção e exploração dos submarinos a diesel de nova geração, desenvolvidos pela China, originam problemas.
 
Decisão arriscada
 
Um dos principais problemas da cooperação militar-técnica russo-chinesa é a imitação tradicional ilegal de tecnologias pela China, a qual se agravou nos anos de 1990-2000 pelo trabalho de alguns gabinetes de projeção por encomendas chinesas. Nestas condições, seria pouco razoável fornecer à China mesmo relativamente um pequeno lote de Su-35 que são hoje umas das mais sofisticadas máquinas de assalto. Agora ainda não é esquecido o contrato de fornecimento no início dos anos de 2000 de 24 caças Su-30MK2, com base nos quais foi desenvolvido o caça versátil J-16. Ainda no ano passado, comentando a possibilidade de assinar um contrato de fornecimento de Su-35, muitos especialistas destacaram que seria necessário assinar tal contrato para 50 ou melhor 100 e mais máquinas, prevendo ao mesmo tempo grandes multas por sua anulação, para evitar que seja repetida a situação em torno do contrato de fornecimento de 200 caças Su-27SK, o qual foi cancelado pela China após o fornecimento do primeiro lote de 105 aviões. Após disso, a China passou a construir os J-11 contrafeitos, desenvolvidos, inclusive, com a ajuda de documentos recebidos do gabinete de projeção Sukhoi.
 
A situação ligada a submarinos é um pouco diferente. O reforço da potência da Marinha do Exército de Libertação Popular da China ameaça em primeiro lugar o Japão e os Estados Unidos, ao mesmo tempo que a imitação de um submarino é um processo muito mais complexo e longo e, neste sentido, os interesses da Rússia são menos prejudicados do que no caso do fornecimento de caças. Em termos gerais, referindo-se ao acordo concluído, devemos esperar que as condições do contrato definitivo considerem em maior grau os interesses estatais da Rússia.
 
Fonte: Voz da Rússia
Continue Lendo...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Helicóptero militar chinês, mas com raízes russas

0 comentários

 
O principal engenheiro da empresa Kamov, Serguei Mikheev, apresentou, na feira Heli-EXPO de Las Vegas, informações segundo as quais o WZ-10, que é o principal helicóptero militar moderno que está equipando a aviação do exército da China, foi criado com base no esboço de um projeto de autoria da Kamov.
 
Essa declaração permite ver de outra forma o papel da Rússia no desenvolvimento da fabricação de helicópteros na China.
 
Desde os anos 70 que a indústria de helicópteros chinesa se desenvolvia com apoio e a cooperação de fabricantes europeus. Os modelos básicos de helicópteros que a indústria chinesa fabrica, o Z-8, o Z-9 e o Z-11, são versões sob licença, ou cópias criadas por iniciativa própria, de helicópteros franceses.
 
Quando surgiram as primeiras fotos do WZ-10, a maioria dos observadores estrangeiros não suspeitou que havia influência russa nesse helicóptero. Como a fonte tecnológica estrangeira era sobretudo citada a companhia anglo-italiana Agusta Westland.
 
No entanto, segundo o principal engenheiro da empresa Kamov, Serguei Mikheev, o esboço do projeto tinha sido executado em 1995 no âmbito de um contrato com a parte chinesa e de acordo com o caderno de encargos preparado pelos chineses. A Kamov não participou no posterior desenvolvimento do helicóptero e, por isso, não se pode dizer que o WZ-10 tenha sido concebido pela Rússia. Entretanto, a declaração de Mikheev permite avaliar de uma nova forma o papel da Rússia no desenvolvimento da construção de helicópteros pela China nas últimas décadas.
 
O projeto em esboço é apenas o primeiro passo na criação de um aparelho. Os desenvolvedores russos, se apoiando na sua vasta experiência, puderam indicar aos chineses apenas as abordagens de base e os princípios de solução para os problemas. A realização do projeto e as soluções técnicas em concreto são exclusivamente chinesas. O helicóptero WZ-10 percorreu um longo e penoso caminho na busca de soluções ótimas e na eliminação das falhas. Ele realizou o seu primeiro voo em 2003 e sua entrada em serviço nas unidades se deu a partir de 2010. Durante muito tempo, ele não teve um motor chinês adequado, por isso os protótipos usavam motores importados da Pratt&Whitney do Canadá.
 
Apesar da maioria dos helicópteros terem sido comprados pela China à Rússia (Mi-17, Ka-27, Ka-32 e Mi-26), a indústria de construção de helicópteros continua se desenvolvendo em estreita cooperação com o consórcio construtor europeu Eurocopter. Em conjunto com os europeus, está sendo desenvolvido o principal projeto perspectivo da construção de helicópteros chinesa que é o novo helicóptero multifuncional Z-15 com 6 toneladas.
 
A China está discutindo neste momento com a Rússia um novo projeto conjunto importante na área da construção de helicópteros, que é o projeto para um helicóptero pesado de transporte. Está previsto que ele seja inferior em peso de decolagem e em carga útil ao gigante russo Mi-26, mas ele será superior ao Mi-17. As conversações que tiveram início ainda em 2008, estão decorrendo com grandes dificuldades. As partes discordaram durante bastante tempo do aspecto técnico do aparelho e da parte do projeto que iria caber a cada uma das partes. As direções políticas da Rússia e da China, no entanto, sublinharam por diversas vezes o seu interesse nesse projeto, o que permite supor que, no final, ele será realizado em termos práticos.
 
Fonte: Voz da Rússia - Adaptação do Texto: GBN-GeoPolítica Brasil
Continue Lendo...

quarta-feira, 20 de março de 2013

Dragão chinês e Urso russo cortam garras da Águia americana

0 comentários
 
 
Os EUA colocaram no Japão 35.000 militares do Comando do Pacífico dos Estados Unidos (USPACOM, sigla inglesa) dois porta-aviões, cinco destroyres e quatro fragatas, tendo instalado uma base no porto de Yokosuka. Um contingente de 17.000 mil fuzileiros navais se encontra na ilha de Okinawa. A esquadra nipônica dispõe de três porta-helicópteros, oito contra-torpedeiros oceânicos, 20 fragatas e 16 submarinos.
 
Ao mesmo tempo, na Coreia do Sul foi estacionada a 2ª Divisão de Infantaria e uma brigada das Tropas Especiais, composta de 19.700 efetivos. Os paióis do USPACOM, repletos de equipamentos militares, munições e víveres para o 8º Exército, se localizam no Japão. A Frota do Pacífico dos EUA (USPACFLT), integrando três porta-aviões, quatro porta-helicópteros, nove cruzadores, vinte e seis destroyres e vinte e seis submarinos, estacionados na base naval de Pearl Harbor e São Diego, foi preparada especialmente para eventuais ações no sudeste asiático. A Administração dos EUA continua emitindo dólares para financiar guerras civis e agressões militares. As campanhas no Iraque e no Afeganistão proporcionaram à Casa Branca uma enorme experiência.
 
Por outro lado, a Marinha de Guerra da China sofreu significativas transformações nos últimos 10 anos. Hoje em dia, conta com uma vasta gama de meios de combate modernos, projetados em 2004-2012 e destinados não apenas para a proteção do litoral chinês. A Marinha de Guerra da China pode desencadear ofensivas militares, eliminar qualquer alvo no Japão e na Coreia do Sul. O Vietnã também possui uma Marinha eficiente, composta de sete destroyers, dezoito fragatas e dois submarinos.
 
Citando fontes próximas do Pentágono, a agência Reuters afirma que o ministro da Defesa dos EUA, Chuk Hagel, tenciona aumentar a eficácia da base militar em Fort Greely, no Alasca, a fim de enfrentar os ânimos belicistas da Coreia do Norte. É uma medida propagandística, visto que a trajetória de mísseis balísticos intercontinentais que eventualmente possam ser lançados pela Coreia do Norte, se encontra à margem da zona de ação de antimísseis norte-americanos.
 
No que se refere à decisão de adiar a agressão contra Pyongyang apesar de ações provocatórias desta última, os EUA não cairão na cilada chinesa. Antes de mais, Washington terá de re-deslocar as suas forças do Japão e do Havaí para a península da Coreia. Neste caso, a China terá um acesso livre às águas nipônicas, enquanto a Rússia utilizará 36 bombardeiros TU-22M3, capazes de abater os B-52 estratégicos da base aeronaval Andersen, na ilha de Guam.
 
Lembre-se que em 2001, Jiang Zemin e Vladimir Putin rubricaram o Tratado de Cooperação e Boa Vizinhança. Ao decidirem agir em conjunto, a Rússia e a China vieram aumentar a sua capacidade de resistência aos três centros da força potentes – EUA, Japão e UE. A Rússia e a China, através do esforço conjunto, acabaram por concretizar o método econômico de "gotas chinesas", capaz de aniquilar a tamanha força militar norte-americana.
 
Importa referir que a dívida externa dos EUA ultrapassa 16 trilhões de dólares, o que constitui mais de 100% do PIB. A China detém a maior parte da dívida dos EUA – cerca de 2 trilhões, equivalentes ao orçamento militar trienal. Se a China retirasse, algum dia, os meios emprestados, a economia dos EUA sofreria autêntico colapso.
 
Em 2005, Vladimir Putin decretou a nova linha estratégica visando aumentar as Reservas Oficiais. A Rússia tornou-se o principal comprador do ouro no mercado mundial, tendo conseguido duplicar estas reservas em cinco anos. Atualmente, ela ocupa a 5ª posição, comprando mensalmente o ouro no valor de 500 milhões de dólares.
 
A China está com o olhar fixo em 8.133 toneladas de ouro que se encontram em bancos norte-americanos, constituindo 74,5% das Reservas Oficiais. A China tem exigido o ouro em troca da dívida dos EUA e pretende emitir a nova moeda alternativa que seja forte em relação ao dólar. Foi com este propósito que a China procedeu à repatriação das suas reservas de ouro da Suíça, Londres e Nova York.
 
Enquanto isso, Pequim assinou acordos com mais de 20 países (entre os quais figuram a Argentina, a Austrália, os EAU, o Japão e outros Estados) que se comprometem a reconhecer o Yuan como uma divisa internacional forte em detrimento do dólar. Para o dólar isto significa a saída de uma parte do mercado financeiro.
 
Deste modo, aos EUA não resta qualquer espaço da manobra: a única coisa que podem fazer é adiar a realização deste triste cenário. A partir daí, Washington terá que fortalecer a sua presença na região do sudeste asiático, não obstante os cortes orçamentais. Por isso, o Pentágono deve distribuir nesta zona os recursos de outras aéreas e não do USPACOM.
 
Fonte: Voz da Rússia
Continue Lendo...

quarta-feira, 6 de março de 2013

Rússia e China continuam rearmamento

0 comentários

 
 
Os Estados Unidos consideram o ano de 2020 como data importante no processo de alteração da configuração de sua presença militar global. Em 2012,o então secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, declarou em uma conferência sobe os problemas da segurança em Singapura que, até 2020, 60% dos navios da Marinha de Guerra americana, inclusive seis porta-aviões e a maior parte de navios de superfície e submarinos, serão concentrados no Pacífico.
 
O ano de 2020 também é uma data emblemática para as Forças Armadas russas e chinesas. Até essa altura, 70 por cento dos armamentos no exército russo deverão ser de produção recente. A China também pretende alcançar resultados importantes na aplicação do programa de modernização de suas Forças Armadas.
 
A Rússia começou a substituir equipamentos militares em 2008, quando foi significativamente aumentado o financiamento para compra de novas armas. Nos cinco anos passados, o volume dos armamentos modernos no exército russo aumentou de 6 para 16 por cento. Atualmente, as Forças Armadas da Rússia utilizam principalmente armas produzidas nos últimos 5 a 10 anos de existência da União Soviética.
 
Até 2020, a Rússia tenciona substituir o parque atual de caças Su-27 e MiG-29 por aviões Su-35S, Su-30SM e aviões de quinta geração PAK FA. Os equipamentos atualmente disponíveis nas tropas terrestres serão substituídos por três plataformas de combate versáteis: pesada (Armata), média (Kurganets-25) e leve (Bumerang). A defesa antiaérea será representada por baterias S-400 e S-500. Para além disso, todas as brigadas de mísseis das tropas terrestres terão novos sistemas Iskander.
 
A substituição de armas soviéticas por novos armamentos levará mais de dez anos. A substituição de navios de superfície levará mais tempo: os dirigentes da Marinha, pelos vistos, ainda não formularam exigências definitivas em relação aos produtores. O projeto de novo porta-aviões encontra-se em fase de discussão, tal como o projeto de destróier pesado equipado de novos sistemas de DAM e de um sistema versátil de controle de armas, semelhante ao sistema AEGIS americano. Especial atenção é dispensada, pelo contrário, à construção de submarinos. Uma parte considerável dos novos submarinos atômicos portadores de mísseis de cruzeiro Yassen e de submarinos atômicos de mísseis do projeto Borei será enviada para o Pacífico.
 
O programa russo de rearmamento é semelhante pela dinâmica ao programa chinês. A China alcançou o nível máximo de produção de armas pesadas na primeira metade dos anos 70 do século passado. Entre o fim dos anos 70 e os meados dos anos 90, foi fixada uma queda na quantidade de armas produzidas. Em resultado, mesmo no início dos anos 2000, as Forças Armadas chinesas estavam equipadas, na sua maioria, com armamentos produzidos no período de guerra fria.
 
Atualmente, o número de tais armas continua a ser considerável. Por exemplo, os antiquados mísseis balísticos DF-4 e DF-5 são até agora um componente importante das forças nucleares estratégicas da China. Apesar dos êxitos militares e técnicos chineses, a substituição destes sistemas obsoletos, desenvolvidos há mais de 40 anos, provoca problemas. Os militares são obrigados a efetuar pesquisas especiais a fim de prorrogar seu prazo de serviço em mais 20 anos. Veteranos das tropas de mísseis, que dedicaram praticamente toda a vida à manutenção destes sistemas volumosos, são solicitados a se manterem ao serviço mesmo na idade da reforma, porque não há especialistas para substitui-los.
 
Os últimos caças J-6 foram retirados da Força Aérea chinesa apenas em 2010, enquanto os caças de segunda geração J-7 continuam a ser utilizados até hoje. O número de tanques antiquados dos tipos 59 e 79 ultrapassa a quantidade de veículos novos de tipos 96 e 99. Continuam a ser utilizadas peças de artilharia de projetos soviéticos dos anos 50. No entanto, a ampla herança técnico-militar do passado está a ser dinamicamente substituída. A China considera o ano de 2020 como um certo limiar, altura em que serão alcançados resultados significativos na modernização de suas Forças Armadas.
 
Fonte: Voz da Rússia
Continue Lendo...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Rússia e China se dizem contrárias a intervenção na Coreia do Norte

0 comentários
 
 
Os governos da Rússia e da China disseram nesta sexta-feira que são contrários a uma intervenção militar na Coreia do Norte. A hipótese foi levantada após as recentes violações de sanções da ONU (Organização das Nações Unidas), a última um teste nuclear.
 
Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul são favoráveis a mais represálias contra as atitudes norte-coreanas, consideradas hostis. No entanto, não mencionaram até o momento a possibilidade de uma ocupação militar do país comunista.
 
Em encontro em Moscou, os chanceleres russo, Sergei Lavrov, e chinês, Yang Hiechi, condenaram o teste nuclear na semana passada. Porém, disseram que qualquer ação militar contra os norte-coreanos precisa ser aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, onde os dois países têm poder de veto.
 
"O Conselho de Segurança deve dar uma resposta adequada, mas a ação deve ser direcionada para a paz na península coreana", disse Lavrov.
 
O ministro russo ainda afirmou que os países concordam que "extremamente importante não permitir que a situação possa ser usada como pretexto para a intervenção militar."
 
No último dia 12, a Coreia do Norte fez um teste com uma bomba nuclear, o terceiro desde 2006. A ação provocou alertas de Estados Unidos e outros países sobre a ampliação das sanções. As restrições já haviam sido aumentadas em janeiro, devido ao lançamento de um foguete em dezembro.
 
O regime norte-coreano está sujeito a sanções da ONU se fizer qualquer teste com tecnologia de mísseis, como o lançamento do foguete, ou exercícios nucleares há sete anos, desde o primeiro teste nuclear. No entanto, Pyongyang segue fazendo as atividades, consideradas de autodefesa pelo país comunista.
 
Fonte: Reuters
Continue Lendo...

terça-feira, 5 de junho de 2012

Presidente russo chega a China para reforçar aliança estratégica

0 comentários


O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a Pequim nesta terça-feira, em sua primeira visita de Estado após assumir a Presidência, para participar da reunião de chefes de Estado dos países-membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, em inglês), informou nesta terça-feira a agência oficial de notícias "Xinhua".

Putin também se reunirá com seu colega chinês, Hu Jintao, para analisar a expansão da cooperação bilateral em vários campos, acrescentou a fonte oficial.

Na semana passada, o vice-primeiro-ministro chinês encarregado de assuntos comerciais, Wang Qishan, e seu colega russo, Arkady Dvorkovich, dialogaram em Pequim sobre o aumento da cooperação em gás natural, petróleo, e energia.

As negociações entre China e Rússia sobre a compra e venda de recursos energéticos se prolongam há três anos, embora Putin tenha assegurado em outubro que estavam "em sua fase final".

As duas partes seguem sem entrar em acordo com relação ao valor dos 68 bilhões de metros cúbicos que serão vendidos à China pela Rússia.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse que Putin escolheu a China como um dos primeiros países a visitar durante seu mandato como demonstração de que as relações entre as duas nações alcançaram "níveis sem precedentes".

A cúpula da SCO, fundada em 2001 por China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão para colaborar em matéria de segurança, acontecerá em Pequim nos dias 6 e 7 e pode ser concluída com o acordo do primeiro plano estratégico para impulsionar a cooperação econômica aceitando o Afeganistão como "observador" e a Turquia como "parceira para o diálogo".

A SCO também tentará desenvolver novos vínculos em matéria de transportes, como a construção de uma rota terrestre que ligue São Petersburgo (Rússia) a Lianyungang, na província chinesa de Jiangsu, assim como o estabelecimento de um banco de desenvolvimento.

O presidente russo Vladimir Putin busca reforçar a crucial aliança entre os dois vizinhos, com o objetivo de bloquear mais ações diplomáticas e econômicas contra a Síria. A questão energética e a cooperação política externa estão no topo da agenda.

Putin, que viajou para a China apenas algumas semanas depois de cancelar uma visita aos EUA, deve ter uma longa conversa ainda hoje com o presidente chinês Hu Jintao. Ele também irá participar de uma cúpula regional, na quarta e na quinta-feira, quando irá conversar separadamente com os presidentes do Irã e do Afeganistão.
 
A viagem de Putin à China, a primeira do mandatário russo para a Ásia desde o início de seu terceiro mandato no mês passado, ocorre depois de tentativas frustradas por parte de líderes da União Europeia (UE) para influenciá-lo na questão da Síria - uma aliada da era soviética que Moscou ainda abastece com armas.
 
Pequim e Moscou têm andado no mesmo passo em relação à Síria para conter as pressões crescentes das nações árabes e ocidentais. O presidente da UE, Herman Van Rompuy, disse a Putin, na segunda-feira, que as potências mundiais precisavam "encontrar mensagens comuns sobre os quais estamos de acordo."
 
Conhecido por enfrentar repetidamente o Ocidente durante a sua presidência (2000-08), Putin contornou a questão síria durante a coletiva com os líderes da UE, notando apenas que "as nossas posições não coincidem em todas as questões." As informações são da Dow Jones.

Fonte:  EFE / Estadão
Continue Lendo...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Rússia e China boicotam reunião da ONU sobre repressão na Síria

0 comentários




As delegações de Rússia e China boicotaram nesta quinta-feira (25) uma reunião do Conselho de Segurança da ONU referente à situação política na Síria e reiteraram, assim, sua rejeição à proposta de Estados Unidos e Europa para que a organização adote um pacote de sanções contra a Síria.

Um diplomata ocidental confirmou à agência Efe que nem o representante da Rússia nem o da China compareceram a um encontro que o Conselho tinha convocado para analisar o projeto de resolução sobre a Síria que europeus e americanos fizeram circular na terça-feira.

"Nem Rússia nem China se apresentaram, mas esperamos que se unam às negociações de maneira construtiva o mais rápido possível", indicou o mesmo diplomata, que evitou detalhar se já se falou sobre alguma data concreta para apresentar oficialmente a resolução e submetê-la a votação.

A mesma fonte assinalou, no entanto, que europeus e americanos mantêm "conversas construtivas" com os demais membros do Conselho de Segurança e destacou a vontade dessas delegações em convencer russos e chineses de que "não é possível fazer vista grossa diante da terrível situação que vive a Síria".

Outras fontes do Conselho de Segurança indicaram também à Efe que "ainda é muito cedo" para apresentar oficialmente a resolução no seio do principal órgão de decisão da ONU, onde "ainda se precisa de mais tempo para debater" as distintas opiniões sobre a repressão de Damasco contra os protestos civis.

"É urgente que nos mobilizemos. O presidente Bashar al Assad não reage diante dos pedidos da comunidade internacional e acreditamos que o Conselho de Segurança deva agir", assinalou à Efe, por sua vez, o embaixador adjunto da Alemanha na ONU, Miguel Berger, pouco antes da reunião do Conselho sobre a Síria.

Os membros do Conselho esperam conhecer em breve o relatório do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) referente à atual situação na Síria, um texto que incluiria dados sobre a repressão e que exerceria mais pressão sobre as delegações para que ajam a respeito.

Em reunião realizada na quarta-feira na sede da ONU em Nova York, os representantes da Rússia e China já haviam expressado desaprovação perante a ideia dos EUA e dos países da União Europeia (UE) de aplicar sanções à Síria, uma oposição manifestada com força pelo embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin.

Fonte: EFE

Continue Lendo...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

China e Rússia barram escalada dos EUA contra a Síria na ONU

1 comentários

No Conselho de Segurança os EUA reeditaram as pressões que funcionaram contra a Líbia, mas, com um mês de bombardeio da Otan, não emplacou o humanitarismo à base de Predators e Tomahawks

Rússia e China barraram tentativa dos EUA, Reino Uni- do e França de aprovar uma condenação à Síria no Conselho de Segurança da ONU a ser usada, em seguida, como visto na Líbia, de pretexto para agressão externa. O embaixador russo Alexander Pankin reiterou que os conflitos no país árabe “não representam uma ameaça para a paz e a segurança internacional”, ou a estabilidade regional. O perigo – advertiu ele – está na “intervenção estrangeira apoiando uma só parte, levando a uma incessante onda de violência, que é um convite para uma guerra civil”.

A China – que se abstivera com a Rússia, Brasil, Índia e Alemanha na votação sobre a Líbia -, após a onda de bombardeios da Otan no país africano e mortes de civis, já havia, em declaração do presidente Hu Jintao do dia 31 de março, apoiado negociações pacíficas e repelido a extrapolação do mandato da resolução 1973, a da zona de exclusão aérea. O mesmo critério foi mantido, agora, em relação aos fatos na Síria. Fontes diplomáticas ouvidas por agências de notícias apontaram que “ficou claro desde o início que não havia consenso” contra a Síria. Nem mesmo para uma mais fraca “declaração presidencial” do Conselho de Segurança. E, menos ainda, para uma resolução ou sanções.

Susan Rice, representante dos EUA, buscou reeditar as pressões que funcionaram contra a Líbia, mas desta feita, com um mês de bombardeio da Otan, ficou difícil emplacar o humanitarismo à base de Predators e Tomahawks. O representante da Síria, Bashar Jafari, já havia alertado contra a tomada de resoluções “com base em boatos da mídia”, ao invés de uma investigação independente. Também havia sublinhado as recentes denúncias do “WikiLeaks”, sobre uma TV montada pela CIA para interferir na Síria, pagamentos a mercenários da ordem de US$ 6 milhões e financiamento para operação de uma gang de “ex-membros moderados” da Irmandade Muçulmana”. Bem que Paris e Londres insistiram, mas como descreveu o “New York Times”, “a disposição de intervir na região – forte o bastante para levar a uma ação militar contra a Líbia em circunstâncias similares semanas atrás – parece ter evaporado”.

A Índia manifestou ponto de vista semelhante à China e Rússia, contra a intervenção externa e por negociações, enquanto a representante do Brasil, Maria Luiza Ribeiro Viotti, assinalou que a estabilidade da Síria “é central para a estabilidade regional”. O Líbano se recusou a repetir o papel de peão da votação contra a Líbia, e apoiou a Síria. Como expressou o embaixador Nawaf Salam, que ressaltou as relações especiais com a Síria: “os corações e mentes” do povo libanês estão com o povo sírio e apoiando as reformas do presidente Bashar Assad e o fim do estado de emergência”. Desta vez, a Liga Árabe não emitiu posição – mesmo que à custa de manobra – contra um dos seus integrantes.

Países árabes que viviam sob ditaduras pró-americanas, e submissas a Israel, sofreram levantes populares, para recuperar a dignidade e a auto-estima. Agora, a CIA tenta aproveitar a onda para derrubar regimes nacionalistas que, com deficiências que possam ter, elevaram as condições de vida dos seus povos, nacionalizaram riquezas, fizeram a educação e saúde acessíveis à maioria. Na campanha de mídia, “é tudo ditadura”, a vir abaixo. No caso da Líbia, para o petróleo ser pilhado; no da Síria, para facilitar a vida da ultra-direita em Israel, no momento em que os palestinos se preparam para declarar constituído seu Estado. Como não é “tudo ditadura”, se surpreendem com Kadafi, e com o povo líbio que pega em armas entregues por Kadafi, e com Bashar Al Assad e a Síria que se nega a ser outro protetorado do Pentágono no Oriente Médio.

“DUPLO PADRÃO”

Na quarta-feira, o subsecretário da ONU para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, apresentou relato sobre a “violência na Síria” com base nos boatos que apareceram na mídia, mas que não conseguiu mudar o isolamento da campanha contra a Síria. Na sexta-feira, os EUA vão voltar à carga, desta vez na Comissão de Direitos Humanos da ONU, com todo aquele gabarito que tem sobre o assunto: Abu Graib, Guantánamo, prisões secretas, waterboarding, Afeganistão. Mas a Síria tem respondido à altura. O embaixador Jafari denunciou o “duplo padrão”: o frenesi com que trataram a situação na Líbia, e a inércia quando se trata dos palestinos e Israel. O último veto contra os palestinos, por parte dos EUA, ocorreu há dois meses.

“Parece-nos muito suspeita a intenção de querer ver que o Estado sírio não protege a seu povo, enquanto há grupos armados que cometem atos de morte e destruição”, denunciou o embaixador Jafari. “O Estado sírio defende a seus cidadãos, os está salvando dos complôs tramados pelos inimigos da Síria com o objetivo de socavar sua posição, sua segurança e sua independência”, apesar da pressão política massiva “que forças do exterior vem exercendo a fim de mudar políticas nacionais de interesse do nosso povo e da nossa nação”, destacou.

Fonte: Hora do Povo
Continue Lendo...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Com know-how russo, China já produz armas avançadas

3 comentários

Um ano depois do colapso da União Soviética, o Kremlin, com os cofres vazios, começou a vender à China uma parte de seu vasto arsenal, incluindo o orgulho da Força Aérea Russa, o caça Sukhoi-27.

Nos 15 anos seguintes, a Rússia se tornou o maior fornecedor de armas para a China, vendendo entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões em caças, destróieres, submarinos, tanques e mísseis. O país vendeu a Pequim até a licença para fabricar o caça Su-27 - com peças importadas da Rússia, é claro.

Mas agora a festa de vendas militares russas acabou, e a da China está apenas começando.

Após décadas importando e fazendo engenharia reversa de equipamentos bélicos da Rússia, a China atingiu um estágio crucial: agora pode fabricar muitas armas avançadas, como caças de última geração ao estilo do Su-27, e está prestes a fazer um porta-aviões.

Não apenas os engenheiros chineses conseguiram clonar os valiosos sistemas eletrônicos e de radar do Su-27, como estão equipando o caça com a última peça desse quebra-cabeça tecnológico: uma turbina a jato de fabricação própria.

Nos últimos dois anos, Pequim não realizou grandes compras militares de Moscou. E agora a China começa a exportar boa parte desses armamentos, roubando mercado da Rússia no mundo em desenvolvimento e talvez até alterando o equilíbrio militar de vários locais de conflito pelo mundo.

Essa reviravolta histórica ficou palpável no pavilhão russo da feira de aviação Airshow China, realizada em novembro em Zhuhai, no sul do país. A Rússia costumava ser a estrela do evento, impressionando visitantes com seu time de acrobacias aéreas Cavaleiros Russos, exibindo caças, helicópteros e aviões de carga, e fechando vendas bilionárias nos bastidores.

Este ano, o país não exibiu um único avião de verdade, só um punhado de miniaturas plásticas, cercadas por meia dúzia de vendedores entediados. A China, por sua vez, fez sua maior exibição comercial de tecnologia militar, quase toda baseada no know-how russo.

As estrelas do evento foram os Sherdils, um time paquistanês de acrobacia aérea que usa caças de origem russa, mas que já são fabricados no Paquistão e na China.

"Antes, éramos os sócios maiores nesse relacionamento. Agora somos os menores", disse Ruslan Pukhov, integrante do Conselho de Consultas Públicas do Ministério da Defesa da Rússia, grupo civil que assessora os militares do país.

O problema enfrentado pela Rússia espelha o de muitas empresas estrangeiras no momento em que a China começa a concorrer nos mercados mundiais com trens avançados, equipamentos de geração elétrica e outros produtos para o mercado civil baseados em tecnologia obtida dos países ricos.

Mas neste caso há um problema adicional relacionado à segurança: a China está desenvolvendo sistemas avançados, como porta-aviões e caças navais, que podem ameaçar Taiwan e confrontar o domínio americano do Pacífico. As exportações chinesas de caças e outras armas avançadas ameaçam ainda alterar o equilíbrio militar no sul da Ásia, no Sudão e no Irã.

O poderio militar chinês ainda é bem menor que o dos EUA, de longe o maior fabricante e exportador bélico do mundo. A China obteve só 2% das vendas mundiais de armas entre 2005 e 2009, o que faz dela o nona maior exportador, diz o Instituto Internacional de Pesquisas sobre a Paz de Estocolmo.

Mas nenhum outro país asiático tentou projetar poderio militar - e conta com capacidade própria para isso - desde a derrota do Japão em 1945.

O rápido domínio chinês de tecnologias russas motiva questionamentos sobre a cooperação americana com a face civil dos fabricantes chineses de armamentos.

A Corporação da Indústria de Aviação, ou Avic, fabricante estatal de aviões da China, é que faz os caças do país, por exemplo. Mas ela também está desenvolvendo um jato de passageiros com ajuda da General Electric e de outros fabricantes americanos de produtos aeroespaciais. Um representante da GE disse que a empresa se associou há décadas a fabricantes estrangeiros de turbinas, "sempre com mecanismos elaborados de proteção" que preservaram suas patentes.

A evolução chinesa também tem reflexos nos programas americanos de armamento. O Pentágono cortou recursos para o F-22, atualmente o caça mais avançado em uso no mundo, em parte porque a China só deve ter aviões similares daqui a 15 anos, pelo menos. Mas o general He Weirong, vice-comandante da Força Aérea chinesa, anunciou que a versão local do jato estava prestes a passar pela fase de testes de voos e poderá entrar em uso em "oito ou dez anos".

A Agência de Inteligência de Defesa dos EUA estima agora que levará "cerca de dez anos" para a China mobilizar os chamados caças invisíveis em número substancial.

Para Moscou e Pequim, enquanto isso, disputas sobre patentes de caças como esses estão dificultando os esforços para superar uma rivalidade histórica e criar uma era de relações amigáveis. "Não prestamos atenção suficiente a nossas patentes no passado", disse uma autoridade russa da defesa. "Agora a China é que está concorrendo conosco no mercado internacional."

Poucas coisas ilustram com mais clareza essa questão como o J-11B, o caça chinês que as autoridades russas alegam ser uma cópia direta do Su-27, caça de um tripulante desenvolvido pelos soviéticos nos anos 70 e 80 para enfrentar os americanos F-15 e F-16.

Até o início dos anos 90, Moscou não fechava um acordo bélico de grande porte com Pequim desde o racha ideológico dos países em 1956, motivo de breves combates fronteiriços em 1969. Mas o colapso da URSS deixou o Kremlim desesperado para obter recursos. Em 1992, a China foi o primeiro país fora da antiga URSS a comprar o Su-27, pagando US$ 1 bilhão por 24 unidades.

O acordo foi uma jogada de mestre da China, que mudara o foco de seus militares de uma possível invasão soviética por terra e passara a buscar defender áreas que considera seu território, como Taiwan e partes do Mar do Sul da China e do Mar do Leste da China.

As tentativas chinesas de modernizar sua Marinha e Força Aérea foram atrapalhadas pelos embargos de armas impostos pelos EUA e pela União Europeia depois da repressão aos protestos na Praça da Paz Celestial, em 1989.

O programa de modernização militar da China ganhou urgência quando os líderes chineses ficaram chocados com a exibição de poderio americano durante a Guerra do Golfo, disseram militares de países ocidentais.

A grande virada de Pequim ocorreu em 1996, quando pagou US$ 2,5 bilhões à Rússia para licenciar e montar mais 200 caças Su-27 na Senyang Aircraft Company. O acordo estipulava que o avião - a ser chamado J-11 - contaria com sistemas eletrônicos, radar e turbinas da Rússia e não poderia ser exportado.

Mas, depois de construir 105 aeronaves, a China cancelou repentinamente o contrato em 2004, alegando que o avião não atendia mais às suas exigências, segundo autoridades russas e especialistas em defesa.

Três anos depois, os temores russos se confirmaram quando a TV estatal da China apresentou uma versão própria do caça, o J-11B. "Quando a licença foi vendida, todo mundo sabia que eles fariam isso. Era só um risco que foi aceito", disse Vassily Kashin, um especialista russo em questões militares da China. "Na época foi uma questão de sobrevivência."

O J-11B era praticamente idêntico ao Su-27, embora a China afirme que ele tem 90% de tecnologia local e recebeu sistemas de radar e eletrônicos chineses que são mais avançados que os originais. Só a turbina ainda é russa, diz a China.

Agora, a China também começou a instalar uma turbina própria, segundo Xhang Xinguo, vice-presidente da Avic, que controla a Shenyang Aircraft.

"Não dá para dizer que é só uma cópia", disse ele. "Todos os celulares são parecidos. Mas a tecnologia está evoluindo rapidamente. Mesmo que o aspecto seja o mesmo, nem tudo o que está dentro pode ser o mesmo."

O J-11B forçou a Rússia a tomar uma decisão difícil: continuar vendendo armas à China e se arriscar a também perdê-las para a imitação chinesa, ou ficar fora de um mercado ainda lucrativo.

A reação inicial da Rússia foi suspender as negociações para vender à China o Su-33, um caça com asas dobráveis que pode ser usado em porta-aviões. Mas, depois disso, o país reabriu as negociações com a China sobre o Su-33, embora tenha rejeitado a oferta chinesa para comprar apenas dois aviões, insistindo num pedido mais volumoso.

A posição oficial da Sukhoi Aviation Holding agora é que ela continua apostando em seus negócios na China. De fato, muitos especialistas em aviação acreditam que a Avic tem enfrentado problemas para desenvolver uma turbina nacional para o J-11B com o mesmo empuxo e durabilidade que o produto original da Rússia.

A Sukhoi está apostando que a China vai ter de comprar o Su-33 sob as condições russas, já que será difícil para Pequim desenvolver um caça naval próprio a tempo de equipar seus primeiros porta-aviões, previstos para entrar em operação em 2011 ou 2012.

A empresa também espera vender à China o Su-35 - uma versão mais avançada do Su-27 - se o J-11B não tiver um desempenho bom o bastante.

"Só esperamos que nosso avião seja melhor", disse Sergei Sergeev, vice-diretor geral da Sukhoi. "Uma coisa é fazer uma cópia de qualidade de uma colher, mas fazer uma de um avião é outra história."

Fonte: Valor Econômico
Continue Lendo...

domingo, 26 de setembro de 2010

Presidente russo inicia visita de estado à China

0 comentários

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, chegou neste domingo à China para reuniões com os principais líderes do país vizinho em um momento de crescente cooperação energética entre as duas potências. O líder russo chegou hoje à cidade portuária de Dalian, onde visitou um memorial de guerra e reuniu-se com veteranos russos e chineses de conflitos do passado, assim como com líderes locais.

De Dalian, Medvedev seguiu para Pequim, onde se reunirá amanhã com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, e com o presidente da Assembleia Popular da China, Wu Bangguo. Não foi divulgada uma agenda detalhada da visita de três dias de Medvedev à China, mas a viagem ocorre em um momento no qual os dois países intensificam a cooperação energética.

A Rússia é a maior produtora mundial de energia; a China, por sua vez, tornou-se no ano passado o segundo maior consumidor de energia do mundo, superando os Estados Unidos.

Apesar de a Europa continuar sendo o principal mercado russo, Moscou e Pequim estão em busca de diversificar, respectivamente, mercados e fornecedores, apesar de um extenso histórico de suspeitas e tensões bilaterais.

Fonte: Estadão
Continue Lendo...
 

GBN Defense - A informação começa aqui Copyright © 2012 Template Designed by BTDesigner · Powered by Blogger