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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Por uma intervenção na Venezuela?

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As ameaças discursivas e algumas ações, como o envio de tropas para a fronteira, que o governo venezuelano historicamente realizou contra a Colômbia, não foram, nem parecem ser agora, mais do que recursos para o próprio tributo e seus seguidores fanáticos na Colômbia, a esquerda latino-americana. No entanto, há um aspecto que vem mudando nos últimos tempos e que torna a ameaça à Colômbia não apenas mais real, mas muito mais séria. E esse é o apoio cada vez mais direto que o governo chavista oferece aos grupos narcoterroristas das FARC e ELN, não apenas aceitando o uso da Venezuela como seu santuário, mas agora treinando e associando-os aos negócio do narcotráfico, mineração ilegal e outras atividades criminosas.

Por sua vez, o que já era visível quando os acordos de paz entre as FARC e o governo de Juan Manuel Santos foram assinados, mas muitos, em seu idealismo, preferiram ignorar, são claramente evidentes: As FARC nunca quiseram a paz, mas ganhar tempo para se reorganizar, reconstruir seu poder e ganhar espaço político, numa época em que foram dizimadas. Agora, que já estavam reorganizados, a maioria de seus líderes foi à clandestinidade para retomar o comando de suas tropas, que nunca terminaram de desarmar.

Chavismo sempre fez vista grossa para a presença de guerrilheiros em seu território, mas nos últimos tempos eles começaram a vê-los como aliados, tanto em seus negócios quanto no apoio ao próprio chavismo na Venezuela e enfraquecer seu principal rival, o Governo colombiano de Iván Duque. Isso foi evidenciado nos documentos obtidos recentemente pela Colômbia e publicados pela revista colombiana Semana (), que detalha não apenas a relação entre o governo venezuelano e os terroristas, mas também a atividade e alguns planos conjuntos que eles desenvolveram, principalmente contra o estado colombiano.

Os guerrilheiros na Colômbia recuperaram força, principalmente devido ao completo fracasso do processo de paz e ao crescente financiamento por meio de atividades criminosas. Por sua vez, ela foi formada como parceira do governo Chavista em alguns desses negócios, encontrando na Venezuela uma saída mais segura para a droga e o produto da mineração ilegal.

Por outro lado, o problema humanitário causado pelo êxodo dos venezuelanos, principalmente para a Colômbia, longe de ser resolvido, continua a piorar e ameaça ser fonte de conflitos em toda a região. Já no Peru, Equador, Panamá e Brasil, houve diferentes tipos de conflitos com imigrantes, em muitos casos porque muitos venezuelanos acabaram no crime. Na ausência de oportunidades nesses países e na Colômbia, muitos imigrantes acabam sendo presas fáceis de organizações criminosas, tanto para adicioná-las às suas fileiras quanto para serem exploradas.

Em 2 de agosto de 2019, estima-se que haja mais de 4 milhões de migrantes venezuelanos, dos quais 1,4 milhões estão na Colômbia e 768.000 no Peru, os países que mais receberam. Esse número cresce de forma alarmante desde 2015, quando pouco mais de 600.000 venezuelanos deixaram seu país, embora os anos com mais movimentos tenham sido 2016 (com um milhão de pessoas deixando o país) e 2017 (mais de um milhão e meio) .

Isso gera nos países receptores uma demanda crescente para que a situação na Venezuela seja resolvida e o êxodo alcançado seja revertido, uma vez que é difícil prever a dimensão dos problemas sociais que podem levar a uma maior migração.

Enquanto isso, esse relacionamento cada vez mais estreito entre o governo chavista e os guerrilheiros, em um momento de ressurgimento do conflito interno colombiano, é acrescentado o anúncio do governo chavista para enviar 150.000 soldados à fronteira com a Colômbia, para o exercício “Soberania e Paz”, justificado por Maduro, alegando uma suposta ameaça colombiana contra a Venezuela. Isso justificou a invocação, pelo governo da Colômbia, e com o apoio do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), que aumenta a assistência dos Estados americanos quando um estado do continente é atacado.

Em 11 de setembro, a Organização dos Estados Americanos aprovou, por 12 votos a favor, 5 abstenções e 2 ausentes, a aplicação do TIAR, cujo progresso será feito atualmente na definição de quais medidas podem ser tomadas contra o governo de Venezuela. Por sua vez, o governo colombiano denuncia à ONU esse apoio do Chavismo a grupos terroristas.

Ao longo do tempo, especialmente nos últimos anos, tem havido conversas crescentes sobre uma possível intervenção militar na Venezuela, a aprovação da aplicação do TIAR, como também pode ser a aceitação pela ONU da reclamação colombiana, dar apoio legal a uma ação militar contra o governo chavista. Este ponto é um passo fundamental em direção a essa possibilidade e abre, pela primeira vez, o jogo para um passeio militar com apoio internacional.

Embora a saída militar nunca seja a melhor opção e possa levar a uma perda significativa de vidas, além de maiores danos à infraestrutura já agredida e à economia venezuelana, hoje você pode ver que todas as tentativas de uma saída sem sangue e negociada da ditadura chavista ocorreram sem resultado, sendo completamente inútil. Por outro lado, a possibilidade de que haja uma ação interna contra o Chavismo já está praticamente descartada, devido ao forte controle exercido pelo regime sobre os oponentes e sobre qualquer dissidência em suas Forças Armadas, o que levou à captura e tortura de milhares de cidadãos e a morte extrajudicial de pelo menos 6700 pessoas apenas entre 2018 e o primeiro semestre de 2019, de acordo com o relatório divulgado pela Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

A Colômbia tem principalmente o apoio dos Estados Unidos e do Brasil, embora grande parte do resto da América, como visto na votação do TIAR, mantenha sua posição. No caso do Brasil, o presidente Bolsonaro sempre foi um fervoroso oponente do governo chavista, embora tenha sido negado por seus porta-vozes, várias vezes ele indicou que seria a favor de uma intervenção militar. O resto dos governos pretende continuar tentando encontrar uma saída pacífica, mas parecem ser declarações de boas intenções que não têm efeito.

Por outro lado, o Chavismo continuou com sua retórica de que lutaria contra qualquer invasão, embora a realidade indique que, embora as Forças Armadas Bolivarianas pudessem exercer resistência contra um ataque das forças latino-americanas, não poderiam fazê-lo no caso de uma intervenção dos Estados Unidos, um país que tem capacidade para suprimir todo o sistema defensivo, de comando, controle e comunicação, em questão de minutos e com um mínimo de perdas próprias.

Acredito que uma ação militar direta somente pelos Estados Unidos é improvável, mas vejo mais provável a possibilidade de apoiar uma ação da Colômbia, possivelmente com a participação do Brasil e talvez de outros países, além do apoio interno da Venezuela.

Por outro lado, como indicado pelos documentos citados pela revista colombiana Semana, o Chavismo planeja, antes de uma possível intervenção, empregar grupos terroristas das FARC e ELN para executar ações na Colômbia, gerando ali uma frente interna que força a distração das forças na fronteira com a Venezuela. Nesses documentos, fica claro que o Chavismo tem essas organizações como parte integrante de seu esquema militar, fornecendo treinamento, ao mesmo tempo em que recebe informações de inteligência, como o referido documento indica, os terroristas teriam a missão de “Destruir, capturar ou neutralizar unidades, meios ou instalações do FF.MM. com a capacidade de neutralizar nossas ações estratégicas ofensivas e, ao mesmo tempo, realizar ações estratégicas ofensivas contra a RBV (República Bolivariana da Venezuela). ”

Militarmente, embora as Forças Armadas colombianas tenham se concentrado ao longo do tempo na guerra contra a insurgência, na última década isso mudou para uma abordagem que inclui a guerra convencional, prevendo a possibilidade de um conflito com a Venezuela. Embora tenha como objetivo principal ter capacidade defensiva diante de um ataque venezuelano, muitos elementos das Forças Armadas colombianas são úteis no caso de uma ação ofensiva ser necessária.

Por mar, é improvável que haja alguma ação, deixando os teatros terrestres e aéreos como os eixos de qualquer ação militar. No ar, embora nominalmente a aviação militar venezuelana esteja melhor equipada, principalmente com o Sukhoi Su-30 e o F-16, a operacionalidade de ambos é muito reduzida, além de que seus equipamentos e armamentos eletrônicos estão desatualizados e seus pilotos mantêm um nível muito baixo de treinamento, de modo que sua real capacidade de enfrentar o Kfir colombiano, equipado com sistemas e armas mais modernos e com equipes muito melhor treinadas, é muito duvidosa. O mesmo vale para a aviação de transporte, helicópteros e outros segmentos.

Em terra, o exército venezuelano é o local onde está melhor equipado com relação a seus vizinhos, mas o nível de preparação de seu pessoal e o grau de aderência que ele teria antes da possibilidade de ter que travar uma guerra em defesa do Chavismo é desconhecido.

De qualquer forma, é improvável que uma ação contra a Venezuela leve a um conflito prolongado e em larga escala, mas que seja tomada uma ação rápida para destruir seu sistema defensivo, ataques específicos contra o chefe do regime e o estabelecimento de Guaidó, como único governo da Venezuela, protegido pelas nações envolvidas, além de algum apoio local de unidades militares.

Da mesma forma, é difícil prever o que poderia acontecer e a possibilidade de uma intervenção depende além do possível apoio da OEA e até da ONU, da posição de outros países, especialmente a Rússia, que apóia abertamente o governo Maduro e a queda dele pode significar um revés em sua projeção para ganhar espaço na América Latina.



Por: Santiago Rivas - Jornalista e Fotógrafo renomado no campo de Defesa, articulista de inúmeras publicações especializadas, Argentino e grande conhecedor do cenário geopolítico Latino Americano. Jornalista responsável na Pucará Comunicações. Autorizou ao GBN Defense News a traduzir e publicar sua interessante análise. Conheça o trabalho do nosso parceiro clicando aqui


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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Casa Branca alerta contra qualquer 'dano' a opositor venezuelano Guaidó

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O assessor de Segurança Nacional do presidente americano, Donald Trump, reiterou nesta terça-feira (29) que qualquer tentativa de prejudicar o líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, terá "sérias consequências" .
"Permita-me reiterar: haverá sérias consequências para aqueles que tentem subverter a democracia e prejudicar Guaidó", tuitou John Bolton.
Washington reconheceu Guaidó como presidente interino da Venezuela depois que ele se autoproclamou no cargo e considerou que Nicolás Maduro deve deixar o poder.
A advertência de Bolton ocorre depois que o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, pediu nesta terça à mais alta corte que proíba a saída do líder opositor do país e congele suas contas.
Previamente, Washington havia decidido entregar a Guaidó as contas da Venezuela nos Estados Unidos e estabeleceu sanções contra a estatal petroleira PDVSA, principal fonte de renda do país, para pressionar Maduro.
"Esta medida busca evitar que continue o saque. O país poderá utilizar estes recursos uma vez cessada a usurpação", disse na segunda-feira Guaidó, enquanto Maduro anunciou ações legais contra o que considerou um roubo por parte do governo de Trump.
Guaidó, de 35 anos, se autoproclamou depois que o Congresso, de maioria opositora, declarou Maduro um "usurpador" por assumir em 10 de janeiro um segundo mandato que - como grande parte da comunidade internacional - considera ilegítimo por ser resultante de eleições denunciadas como "fraudulentas".

Fonte: AFP
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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Otan e EUA pedem diálogo entre governo e oposição na Ucrânia

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Depois da cobrança política da União Europeia, o governo da Ucrânia sofreu críticas dos chanceleres da Otan (aliança militar ocidental) pela repressão aos protestos que tomaram as ruas da capital ucraniana, Kiev.
Reunidos em Bruxelas, os membros da Otan criticaram ontem a reação do governo de Viktor Yanukovich.
 
"Nós condenamos o uso excessivo da força contra manifestações pacíficas na Ucrânia", diz comunicado divulgado pela Otan, que reúne 28 países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido.
 
A atitude é simbólica porque pela primeira vez os americanos se manifestam sobre a situação em Kiev, agravada nos últimos dias por causa da pressão do governo russo para que Yanukovich recuasse de um acordo com a UE.
 
Desde o fim de semana, milhares de manifestantes, sob a liderança de políticos da oposição, foram às ruas pedir a renúncia do presidente, acusado de se aliar à Rússia contra o bloco europeu. Anteontem, o presidente russo, Vladimir Putin, saiu em defesa do colega.
 
O grupo de chanceleres ressaltou que é preciso respeitar os "compromissos internacionais" e "defender a liberdade de expressão e de reunião" dos seus cidadãos.
 
Além do comunicado, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, declarou: "Violência não tem lugar num estado europeu".
 
Ontem, o primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, pediu desculpas no Parlamento pelo comportamento das forças policiais.
 
A declaração foi dada durante sua defesa para derrubar uma moção de censura que a oposição tentou aprovar contra ele. A moção só conseguiu o apoio de 186 dos 450 deputados, 40 a menos que o necessário para retirar o voto de confiança do premiê, o que poderia desestabilizar ainda mais Yanukovich.
 
Segundo Azarov, não é possível romper com o governo de Putin por causa de contratos de gás assinados com os russos em 2009 pela ex-premiê Yulia Timoshenko.
 
Fonte: Folha
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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Ucranianos protestam contra mudança radical do presidente sobre Europa

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Centenas de milhares de ucranianos gritando "Abaixo a Gangue" se reuniram no domingo para protestar contra a mudança radical do presidente Viktor Yanukovich em relação à Europa e alguns usaram uma máquina escavadora para tentar passar pelas barreiras policiais.
 
A manifestação, de longe a maior já vista na capital ucraniana desde a Revolução Laranja, há nove anos, aconteceu um dia depois de uma incursão policial contra os manifestantes que os inflamou ainda mais depois da mudança na política de Yanukovich.
 
No mês passado, Yanukovich --após meses de pressão do seu antigo mestre soviético, a Rússia --mudou de ideia em relação a assinar um acordo histórico para estreitar as relações com a União Europeia, preferindo estreitar seus laços com Moscou.
 
Para tentar acalmar as tensões antes da manifestação de domingo, Yanukovich emitiu uma declaração afirmando que faria tudo que estiver ao seu alcance para acelerar os movimentos da Ucrânia em direção à UE.
 
Em um mar de azul e dourado, as cores tanto da bandeira da UE quanto da Ucrânia, os manifestantes invadiram a Praça da Independência de Kiev para ouvir Vitaly Klitschko, o pugilista peso-pesado que se tornou um político da oposição, pedir que Yanukovich renuncie.
 
"Eles roubaram o sonho. Se esse governo não quer cumprir a vontade do povo, então não haverá esse governo, não haverá esse presidente. Haverá um novo governo e um novo presidente", disse ele em meio a aplausos.
 
O nacionalista de extrema-direita, Oleh Tyahniboh, outro líder de oposição, convocou uma greve geral. "A partir de hoje, estamos começando uma greve", declarou.
 
"Quero que meus filhos vivam em um país onde não batam nos jovens", disse o manifestante Andrey, de 33 anos, gerente de uma grande empresa que não quis dar seu sobrenome com medo de represálias.
 
"Estou feliz de termos acordado depois de um cochilo de 10 anos", disse ele, referindo-se à Revolução Laranja de 2004-2005 co-liderada pela ex-primeira-ministra, agora presa, Yulia Tymoshenko, que frustrou a primeira candidatura de Yanukovich para a presidência.
 
Enquanto grande parte da manifestação foi pacífica, a cerca de um quilômetro de distância uma multidão de jovens radicais, pilotava uma escavadeira tentado atravessar as barreiras policiais que protegiam o quartel-general de Yanukovich.
 
Sua aproximação estava bloqueada por uma barreira de ônibus, requisitados pelo Ministério do Interior.
 
A polícia usou gás lacrimogêneo para afastar a multidão. Mas eles não se retiraram totalmente da área e a situação permaneceu tensa, com manifestantes entrando em confronto com os soldados do Ministério de Interior.
 
O ministro do Interior alertou que a polícia reagiria a qualquer desordem e disse que a Ucrânia não tem lugar entre a lista de países como a Líbia ou a Tunísia, onde levantes populares árabes derrubaram lideranças autocratas da velha guarda.
 
"Se houver qualquer chamada para a desordem, nós reagiremos", disse o ministro, Vitaly Zakharchenko, segundo a agência de notícias Interfax.
 
Fonte: Reuters


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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Black blocs e polícia vivem guerra de táticas

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As polícias de São Paulo e do Rio de Janeiro estão tentando se adaptar às táticas de enfrentamento utilizadas em protestos de rua pelo grupo de manifestantes conhecidos como Black Blocs.
Por outro lado, participantes do grupo estariam estudado procedimentos da polícia e adotado medidas para dificultar a identificação de seus membros.
 
Um dos protocolos de ação que está sendo revisto pela polícia, ao menos em São Paulo, é o de levar todos os suspeitos detidos em protestos para uma mesma delegacia, segundo disseram à BBC Brasil policiais civis envolvidos com a investigação dos Black Blocs no Estado.
A medida vem sendo repensada porque, nas duas capitais, delegacias (a 9ᵃ DP do Rio e o 78º de São Paulo) foram cercadas por multidões de manifestantes que exigiam a libertação de seus companheiros.
A polícia teme que seus prédios sejam invadidos. Por isso devem passar a dividir os grupos de suspeitos detidos em diferentes locais durante os protestos.
A Secretaria de Segurança de São Paulo tenta também unificar as ações das diversas unidades da polícia com a criação, na semana passada, de uma força-tarefa formada por diversas unidades das polícias civil e militar, além de membros do Ministério Público.
Táticas
Policiais relacionados à investigação dos Black Blocs em São Paulo afirmaram à reportagem suspeitar que o grupo elabora táticas não só para evitar sua identificação pela Polícia Civil, como também para atacar os policiais militares durante os protestos.
Policiais disseram que grupos de manifestantes organizados estão a par de um procedimento comum da polícia, o de investigar pessoas que buscam tratamento em prontos-socorros logo após um grande protesto ou choque com policiais.
Para evitar identificações, os Black Bloc teriam copiado um modelo usado pelo Movimento Passe Livre - que organizou protestos massivos pela redução das tarifas do transporte público em julho – no qual teriam criado uma equipe própria para oferecer cuidados médicos a seus membros feridos.
Seus membros também estão apagando informações pessoais da internet e aprendendo a usar softwares que codificam mensagens enviadas pela rede, dificultando sua interceptação.
Segundo a polícia, eles também teriam estudado a forma de organização de unidades de contenção de multidões da PM. O objetivo seria aprender sobre quais são as reações da polícia a cada tipo de ação dos manifestantes.
Para atacar os policiais, adotaram como tática de confronto o uso de bombas incendiárias (coquetéis molotov) e também estilingues – que usam para disparar bolas de gude contra forças de segurança. Os alvos dos estilingues seriam preferencialmente os policiais do patrulhamento regular (e não as unidades de choque), que não possuem capacetes de proteção.
Um policial disse à BBC Brasil que a tática é eficiente pois o estilingue pode causar traumatismo craniano, o usuário não pode ser acusado de usar uma arma e o instrumento pode ser reposto a custos muito baixos.
Imagens
Tanto em São Paulo como no Rio, as polícias tentam usar as imagens gravadas durante protestos – seja por cinegrafistas ou achadas em câmeras apreendidas com suspeitos – para identificar integrantes dos black blocs participando de ações violentas em diferentes protestos. As imagens devem servir ainda como provas no caso de os manifestantes serem indiciados ou denunciados.
No Rio, esse tipo de investigação com uso de imagens deve ser facilitada por uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governo que impede o uso de máscaras durante manifestações. Na capital paulista, a Câmara estuda adotar medida semelhante.
Policiais paulistas e cariocas também tentam encontrar o melhor embasamento jurídico para indiciar os manifestantes flagrados cometendo atos de violência e depredação.
Em São Paulo, um delegado indiciou dois manifestantes presos no início do mês com base na Lei de Segurança Nacional, criada durante o regime militar. O argumento não convenceu a Justiça, que determinou a libertação dos manifestantes.
Ainda no Rio, o governo anunciou que manifestantes detidos cometendo atos de violência podem ser indiciados pelo crime de organização criminosa, que em tese pode até render uma pena de oito anos de prisão.
Ação da PM
Na opinião do pesquisador Rafael Alcadipani, especialista em estudos organizacionais da Fundação Getúlio Vargas, apesar das semelhanças nas táticas e abordagens, a Polícia Militar de São Paulo estaria adotando um estilo de resposta às manifestações mais adequado do que o usado pelos policiais cariocas.
"Em São Paulo as bombas de efeito moral estão sendo usadas apenas como último recurso, e os policiais não estão caindo em provocação", afirmou o pesquisador, que entrevistou quase 100 manifestantes que se denominavam black blocs durante a recente onda de protestos no país como parte de seu trabalho de pesquisa.
Segundo ele, a melhor estratégia para lidar com o vandalismo durante protestos e passeatas é tentar abrir canais de diálogos entre os manifestantes e os políticos.
De acordo com o pesquisador, o grupo Black Blocs não pode ser classificado como organização criminosa e tratada como tal.
Ele diz acreditar que, diferente dos criminosos comuns, os black blocs não têm nas ações violentas sua atividade primária, nem obtém vantagens financeiras com suas ações, o que não tornaria adequado classificá-los como uma organização criminosa.
Para Alcadipani, ainda não é possível atribuir um grau elevado de organização aos manifestantes radicais. Ele vê o Black Blocs mais uma forma de protestar, importada da Alemanha e dos Estados Unidos, do que um grupo específico com uma agenda própria.
Nos círculos policiais prevalece o entendimento de que manifestantes presos por vandalismo devem ser combatidos e responsabilizados pelos seus crimes.
 
Fonte: BBC Brasil
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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sindicato de professores do RJ apoia Black Blocs e quer autodefesa

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O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) do Rio de Janeiro aprovou em assembleia realizada nesta quarta-feira, no Clube Municipal, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, apoio incondicional aos Black Blocs diante das ações policiais nas próximas manifestações e quer organizar um grupo de autodefesa da categoria para os próximos atos – nesta quinta-feira está marcado outro protesto dos docentes, em greve há quase dois meses.
Esta é a primeira vez que o sindicato, que vem batendo de frente com a Prefeitura contra o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) aprovado pela Câmara de Vereadores e promovendo seguidas manifestações reivindicando gratificações e aumento salarial para a categoria, declara estar de acordo com a participação dos mascarados nos atos.
A decisão ocorre mesmo diante do fato de que os professores não participam do vandalismo promovido pelo grupo de preto, que na última segunda-feira tentou incendiar a Câmara, quebrou agências bancárias e ateou fogo num ônibus em plena avenida Rio Branco, coração do centro do Rio. Diz o texto, escrito à mão, lido e aprovado na assembleia do Sepe, que “toda ajuda é bem-vinda desde que se submeta às concepções e condições da nossa categoria” e que, portanto, “defendemos incondicionalmente os Black Blocs das ações policiais”. ​
 
“Não podemos falar em nome desses setores, mas a categoria teve uma boa recepção à atitude desses no dia 1º de outubro, quando fomos duramente reprimidos e estes grupos radicais saíram em nossa defesa”, declarou ao Terra Ivanete Conceição Silva, coordenadora geral do Sepe, acerca da aprovação do PCCR pelos vereadores, dia em que a Cinelândia, mais uma vez, tornou-se palco de confrontos, com os docentes em meio a bombas e gás lacrimogêneo. Na ocasião, os Black Blocs defenderam os docentes em greve da PM.
“Sobre a ação acontecida (na última segunda-feira), nós não somos defensores de atos de violência e dano ao patrimônio. Não temos acordo com essas ações”, deixou claro ainda Ivanete, que disse ainda duvidar dos que colocam a culpa nos Black Blocs na totalidade dos atos de vandalismo, sempre subsequentes às passeatas pacíficas. “As ações de quebra-quebra e queima de ônibus nos parecem algo orquestrado por outros setores, muito mais do que os grupos radicalizados que estão vindo às ruas fazerem suas manifestações”, completou.
 
Para Suzana Gutierrez, uma das coordenadoras do Sepe, “quem começou o processo de truculência e arbitrariedade foi o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes ao utilizarem a força policial fortemente armada contra os profissionais de educação. Obviamente, isto fez com quem outros grupos nos apoiassem. Para nós, não há criminalização nenhuma para professores e manifestantes”.
Diretor da 13ª regional do Sepe, Gualberto Tinoco acredita que os dois tipos de manifestos ocorridos nas ruas possam coexistir, pois “um tem o caráter mais incisivo, contra o capitalismo, de quebrar banco, quebra tudo. E outro, de fazer manifestação de forma pacífica e ordeira. Agora, nós encaramos estas duas formas de manifestação como legítimas. E a polícia e o aparato do Estado tem que ter políticas e medidas para atuar em uma, e na outra”.
Sobre o fato de o Sepe estar organizando entre seus diretores uma forma de autoproteção para os docentes nas demais manifestações, o sindicato ainda não divulgou maiores informações de como pretende colocar este artigo aprovado na assembleia em prática, tampouco se irá fazer uso de segurança privada durante as próximas passeatas.
 
Fonte: Terra
 
Nota do GBN: Estamos em uma situação preocupante, onde o governo esta perdendo cada vez mais o seu papel diante de nossa sociedade e alimentando com sua postura irresponsável para com as questões essênciais de nossa sociedade, relegando a segundo plano as reivindicações de toda sociedade resguardando interesses de uma pequena classe, com isso assistimos a cada dia o aumento na violência perpetrada nas manifestações e o aumento do apoio popular a essas ações violentas.
 
Movimentos sérios de classes importantes como nos são os professores, passam a dar apoio as organizações que confrontam violentamente o estado, com isso vemos o próprio governo semear as sementes de um levante popular que pode resultar em um futuro próximo a um conflito interno de consideráveis dimensões e que pode resultar da declaração de um estado de excessões, onde poderemos ver o surgimento de algo similar ao que ocorreu em 64, mas sob comando daqueles que outrora lutaram contra a "repressiva" ditadura como eles intitulavam. Estejamos atentos as manobras de subv; ersão contra subversão, como já foi tema de artigo oportuno publicado aqui no GBN: A Ameaça subversiva no cenário geopolítico
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Egito critica decisão dos EUA de suspender ajuda

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O Egito criticou nesta quinta-feira a decisão tomada pelos Estados Unidos de suspender parte da ajuda econômica e militar ao governo egípcio na esteira da repressão à Irmandade Muçulmana.
A medida adotada pelos EUA suspende o fornecimento de tanques e aviões de combate, mas assegura o apoio a atividades de contraterrorismo. O Egito é o segundo maior receptor de ajuda dos EUA, depois de Israel.
"A decisão foi errada. O Egito não vai se dobrar à pressão norte-americana e mantém o caminho para a democracia", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Badr Abdelatty, em entrevista a uma rádio privada egípcia.
Os EUA anunciaram na quarta-feira que suspenderiam o envio de tanques, caças, helicópteros e mísseis ao Egito, além de US$ 260 milhões em ajuda financeira, enquanto Washington avalia a situação da democracia e dos direitos humanos depois da tomada do poder pelos militares no país árabe.
A decisão demonstra a insatisfação norte-americana com os rumos do Egito desde a deposição do presidente islâmico Mohamed Mursi, em 3 de julho
 
Fonte: Reuters
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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Lei da ditadura para enquadrar vandalismo em manifestações

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Imagem da repressão durante a ditadura e hoje


Casal de manifestantes preso no quebra-quebra de segunda-feira, em São Paulo, é acusado com base na Lei de Segurança Nacional. No Rio de Janeiro, legislação mais dura vai ser usada contra vândalos


A ação de vândalos tem marcado a onda de protestos que começou em junho e julho, sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo. Governos e forças de segurança pública buscam formas de conter os atos de violência e a depredação de bens públicos e privados sem tirar das pessoas o direito de manifestação. Depois da aprovação de leis, em diversos estados, para proibir o uso de máscaras, um antigo dispositivo jurídico ainda vigente foi ressuscitado pela Polícia Civil paulista. Na segunda-feira, um casal de mascarados detido nos confrontos no centro da cidade foram enquadrados na Lei 7.170, de 1983, conhecida como Lei de Segurança Nacional. A norma, promulgada na ditadura militar, prevê punição para quem lesar ou ameaçar a integridade territorial, a soberania nacional, o regime vigente ou os chefes dos Poderes da União.
 
Humberto Caporalli, de 24 anos, e a namorada, Luana Bernardo Lopes, de 19, foram presos ao lado de um carro da Polícia Militar, que havia sido tombado por manifestantes. Com base em fotos e vídeos gravados nos equipamentos apreendidos com os dois — embora não tenham sido flagrados auxiliando a virar o veículo —, o casal teria, segundo a PM, incentivado os atos de vandalismo. Caso o Ministério Público tenha o mesmo entendimento do delegado que lavrou o boletim de ocorrência, Humberto e Luana poderão ser condenados de três a 10 anos de reclusão por "praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias de transporte", previsto no Artigo 15 da norma. O casal também responderá por associação criminosa, incitação ao crime, dano qualificado, pichação e posse de arma de fogo de uso restrito.
 
O uso da Lei de Segurança Nacional divide opiniões (veja Ponto crítico). Em nota, o grupo Advogados Ativistas, que faz a defesa do casal, lembrou que a norma não foi aplicada "nem mesmo quando dos ataques do PCC em São Paulo", em 2012. "Essa tentativa de se implantar a ordem pública através de ginásticas jurídicas é malefício incontestável para a segurança jurídica e os direitos humanos", diz trecho do documento.
 
Romualdo Sanches Calvo Filho, presidente da Academia Paulista de Direito Criminal, ressalta que a lei ainda está em vigor e, portanto, pode ser usada. "Nada impede que o Ministério Público ou mesmo o juiz entenda de outra forma, caso verifique que há excessos na acusação", ressalta o advogado criminal. Já o jurista Luiz Flávio Gomes crê que a utilização da norma "foi um erro". "A Lei de Segurança Nacional só pode ser usada quando se quer derrubar o governo, e os black blocs não querem isso. Eles são vândalos", opina. Para Gomes, o Código Penal bastaria para enquadrar os baderneiros.
 
Balas de borracha
 
Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o secretário da Segurança Pública do estado, Fernando Grella Vieira, evitou se posicionar sobre o uso do dispositivo legal, mas anunciou que as balas de borracha voltarão a ser usadas pela PM em caso de distúrbios e depredações. O armamento havia sido proibido pelo governador, Geraldo Alckmin, em 17 de junho, logo após as primeiras grandes manifestações que abalaram o país. As balas de borracha feriram vários manifestantes, alguns gravemente. Segundo Grella, no entanto, esse tipo de munição, considerado não letal, não deve ser usado contra manifestantes, mas contra "grupos de vândalos". Também foi anunciada a criação de um grupo de trabalho do governo paulista para identificar e punir os baderneiros. O trabalho será feito pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e poderá quebrar sigilos bancário, financeiro e telefônico dos suspeitos.
 
Protesto em Goiânia
 
Cerca de 300 professores invadiram ontem o plenário da Câmara Municipal de Goiânia. Em greve há duas semanas, os docentes protestam contra um projeto que altera as regras do auxílio-transporte da categoria. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a paralisação atinge 59% das escolas, e 70 mil alunos estão sem aulas. A prefeitura de Goiânia conseguiu que a Justiça impusesse ao sindicato multa de R$ 10 mil por dia de paralisação. Mas os docentes dizem que não vão encerrar o movimento ou desocupar o plenário da Câmara até serem atendidos.
 
Ponto crítico - Você concorda com a aplicação da Lei de Segurança Nacional?
SIM
Romualdo Sanches Filho - Presidente da Academia Paulista de Direito Criminal
 
Ainda que seja uma lei anacrônica, com resquícios da ditadura, ela pode ser empregada, em tese, porque ainda está em vigor. Há leis ainda mais antigas que esta e que continuam valendo. Portanto, na ausência de uma tipificação mais adequada, segundo a técnica jurídica, nada impede que seja usada. O que deverá ser analisado são as circunstâncias em que o casal foi detido. O que a polícia fez foi uma pré-classificação do crime. Nada impede que o Ministério Público ou mesmo o juiz entenda de outra forma, caso verifique que há excessos na acusação. Embora haja um entendimento de que essa Lei de Segurança Nacional não se encontra em harmonia com a Constituição Federal, ela produz efeitos.
 
NÃO
 
Wadih Damous - Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB
 
A Lei de Segurança Nacional foi uma invenção da ditadura, para se autojustificar. É uma lei de exceção, para um período de exceção, e que já deveria ter sido revogada. Mas esses grupos de mascarados não contam com o nosso apoio. Assim como condenamos a violência policial, condenamos a violência de onde quer que ela parta. Quem depreda o patrimônio público, depreda lojas, incendeia ônibus, tem que ser reprimido na forma da lei. O Código Penal é suficiente para punir essas situações. Temos instituições que funcionam livremente — polícia, Ministério Público e Judiciário. Não há nenhuma ameaça à segurança nacional.
 
Advogados criticam medidas do governo
 
O uso da Lei de Segurança Nacional e a estratégia anunciada pelo governo de enquadrar manifestantes por associação criminosa provocaram divergências entre juristas e advogados. "A Lei de Segurança Nacional foi promulgada em 1983, em plena ditadura militar. Tem termos típicos da ditadura, como grupos subversivos, subverter a ordem. Civis serão julgados por militares. Claro, excessos devem ser punidos, mas pelos militares? Os black blocs estão ameaçando a segurança nacional? Acho bastante exagerado", afirmou o advogado criminalista Marcelo Feller, que atuou na defesa de manifestantes detidos em protestos.
 
Ele também criticou a estratégia do governo de enquadrar os manifestantes por associação criminosa. "Só o fato de pegarem pessoas juntas não configura associação criminosa. Mas, sim, quando se juntam previamente para reiteradamente cometerem crimes. Isso gera também a discussão sobre a legitimidade dos black blocs. Em 1988, um alemão que arremessasse um martelo contra o muro de Berlim deveria ser processado por dano ao patrimônio?"
 
Já o jurista e professor Luiz Flavio Gomes defendeu a iniciativa. "Está juridicamente correto enquadrar por associação criminosa. É prudente, equilibrado. Tem de uniformizar. Não é o delegado inventar coisas da cabeça dele. É melhor uma única coisa. O juiz soma as penas para cada um depois", disse Gomes, que também criticou o uso da Lei de Segurança Nacional. "É forçar a barra. O crime político exige que haja destituição do poder. Esse grupo (de black blocs) age de forma toda errada, algo absurdo, o estado democrático não permite. Mas o erro deles não chega ao ponto de trocar o governo e, portanto, não se enquadra na Lei de Segurança Nacional."
 
fonte: GBN com agências de notícias
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Polícia Civil do Rio vai usar Lei de Organização Criminosa contra detidos por vandalismos

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A Polícia Civil fluminense usará a Lei de Organização Criminosa contra as pessoas flagradas em atos de vandalismos durante as manifestações na cidade. No ato organizado nesta segunda-feira (7/10) pelos professores em greve, um grupo de mascarados ateou fogo a ônibus, destruiu as paradas de coletivos, queimou lixeiras e danificou agências bancárias e prédios públicos.
 
O protesto ocorreu de forma pacífica até o fim, na Cinelândia, onde os participantes começaram a se dispersar. A partir daí, os integrantes de uma organização conhecida como Black Bloc deram início às ações de vandalismos e confrontos com policiais militares. O prédio histórico do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio, foi um dos alvos das ações do grupo.
 
Segundo a Polícia Civil, as investigações de casos vandalismo durante as manifestações serão baseadas agora na Lei 12.850, aprovada em agosto deste ano e em vigor desde o fim setembro. "A Lei de Organização Criminosa prevê que a reunião de quatro ou mais indivíduos, formal ou informalmente, por qualquer meio, para a prática criminosa, seja autuada como organização criminosa, podendo [os integrantes] pegar até oito anos de prisão".
Na confusão desta terça-feira (8/10), de acordo com a PM (Polícia Militar), a corporação agiu com todos os recursos adequados para esse tipo de situação, quando começaram as depredações do patrimônio público e privado. Ao todo, segundo a PM, 18 suspeitos foram detidos e levados para delegacias da Polícia Civil.
 
Fonte: Agência Brasil
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domingo, 6 de outubro de 2013

Confrontos deixam mais de 40 mortos e centenas de feridos no Egito

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Ao menos 44 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas no Egito, durante confrontos entre a polícia e partidários de Mohammed Morsi, presidente islâmico deposto em julho.
 
Uma multidão de pessoas pró-Morsi tentou entrar na Praça Tahrir, no centro da capital, onde milhares de manifestantes que defendem o Exército se reuniam para marcar o 40º aniversário da guerra entre o Egito e Israel, em 1973.
 
As forças de segurança usaram armas e bombas de gás para controlar a multidão. Jatos e helicópteros sobrevoavam a área, como uma grande demonstração de força por parte do governo.
 
Segundo o correspondente da BBC no Cairo, Quentin Sommerville, os simpatizantes de Morsi foram atingidos com munição de verdade - e responderam lançando pedras contra policiais e soldados.
 
As batalhas nas ruas do Cairo duraram horas, e era possível ver colunas de fumaça em várias partes da acpital.
 
Mas, de acordo com Sommerville, os militares acabaram conseguindo superar os manifestantes.
 
Polarização
 
Mas não foi apenas no Cairo que houve violência. Os protestos deste domingo terminaram em conftonso em diversas cidades do país. Em Delga, a 300 quilômetros ao sul da capital, uma pessoas foi morta. O mesmo aconteeu em Bani Suef, a 80 quilômetros do Cairo.
 
Milhares de manifestantes islâmicos já morreram em conflitos violentos no país desde que Morsi deixou o poder, 13 meses após ser eleito presidente.
 
Ele e outras figuras importantes da Irmandade Muçulmana foram presos e aguardam julgamento.
 
Apesar das ameaças das forças do governo, simpatizantes do grupo continuam a tomar as ruas para pedir a volta de Morsi, ainda que em menor número que antes.
 
Os conflitos evidenciam a forte polarização em curso no Egito. De um lado, islâmicos tentam mostrar sua força e contam com apoio de grande parte da população.
 
Mas a outra metade do Egito teme o avanço islâmico que se esboçou na política do país.
 
Fonte: BBC Brasil
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sábado, 5 de outubro de 2013

Ataque a posto militar mata 15 no sudoeste de Tripoli

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Homens armados atacaram neste sábado um posto militar localizado a sudoeste de Tripoli, matando 15 soldados e ferindo outros cinco, informou a agência estatal de notícias da Líbia. De acordo com uma autoridade do exército, os agressores estavam em veículos equipados com metralhadoras.
 
A estrada que liga as cidades de Tarhuna e Bani Walid, onde fica o posto militar, foi fechada imediatamente depois do atentado, na tentativa de rastreá-los. A autoridade informou que o ataque ocorreu na área de Wishtata, a cerca de 60 quilômetros da entrada de Bani Walid. A cidade foi um dos últimos redutos de partidários do ditador Muamar Kadafi durante a guerra civil de 2011 e foi tomada por milícias pró-governo no ano passado.
 
Mais recentemente, a Líbia enfrentou uma onda de ataques contra autoridades militares, ativistas, juízes e agentes de segurança. Boa parte da violência é infligida por grupos armados com origens no movimento anti-Kadafi.
 
Fonte: Associated Press.
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Explodem choques entre islamitas egípcios e forças da ordem no Cairo

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Islamitas egípcios e forças da ordem entraram em confronto nas imediações da praça Tahrir, no centro do Cairo, em uma nova jornada de protestos contra a deposição de Mohammed Mursi do poder, informaram à Agência Efe fontes de segurança.
 
As fontes explicaram que os seguidores do presidente deposto tentam entrar na Tahrir e lançam pedras contra os soldados, que estão respondendo com gás lacrimogêneo.
 
Os manifestantes ocupam vários acessos à praça, que se encontra bloqueada pelas forças da ordem.
 
Além disso, os militares cortaram com blindados e cercas de arame os acessos que levam ao palácio presidencial Itihadiya, no leste da capital, para onde se dirige outra marcha de islamitas.
 
As forças da ordem também reforçaram sua presença em outras praças do Cairo, como a de Rabea al Adauiya, de onde foram desalojados em 14 de agosto os acampamentos dos seguidores de Mursi, episódio que terminou com mais de 600 de mortos.
 
Além disso, hoje ocorreu um enfrentamento entre manifestantes e moradores do bairro cairota de Manial, onde centenas de islamitas se concentravam para reivindicar a volta ao poder do líder deposto, segundo a agência estatal de notícias "Mena".
 
Houve choques similares no distrito de Shubra, onde os partidários da Irmandade Muçulmana tentaram organizar uma marcha depois da oração do meio-dia.
 
Outras manifestações ocorreram em outras partes do país, como na cidade mediterrânea de Alexandria.
 
Grupos de islamitas egípcios iniciaram hoje uma nova série de protestos contra a queda de Mohammed Mursi que continuarão até a marcha de domingo na praça Tahrir.
 
A chamada Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade convocou em comunicado os egípcios a participar de manifestações "de forma ininterrupta e sem violência" de hoje até 6 de outubro, quando se lembra no país o aniversário da guerra árabe-israelense de 1973.
 
Os islamitas explicaram que a marcha de domingo, sob o lema "Cairo, a capital da revolução", representa um "tributo aos heróis do exército nacional e patriótico", em oposição aos militares que em 3 de julho depuseram Mursi.
 
A aliança considerou que "os verdadeiros líderes são aqueles que realizam sua responsabilidade em circunstâncias difíceis e apontam suas armas para o inimigo real, nas fronteiras da pátria".
 
Fonte: EFE
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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Egito prorroga estado de emergência por mais dois meses

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O presidente interino do Egito, Adly Mansour, prolongou nesta quinta-feira por mais dois meses o estado de emergência, em vigor desde 14 de agosto. A medida foi aplicada por um mês como resposta aos protestos de grupos islamitas contra a deposição do presidente Mohammed Mursi, em 3 de julho.
 
A retirada do mandatário islamita, escolhido em eleições diretas, foi coordenada pelos militares, depois que seu governo foi contestado por liberais por tomar medidas autoritárias, querer a aplicação da lei islâmica e ser considerado responsável pela forte crise econômica no país.
 
A saída de Mursi provocou uma forte crise política e intensos protestos da Irmandade Muçulmana, grupo ao qual ele era vinculado. As manifestações terminaram em uma série de confrontos violentos que deixaram mais de 1.200 mortos em dois meses.
 
Em comunicado, o presidente justificou a decisão por causa da "evolução e da situação de segurança no país" e a atentados terroristas. Na última quinta (5), o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, foi vítima de uma explosão de um carro-bomba, reivindicada por um grupo radical islâmico.
 
A prorrogação foi aprovada pelo Conselho de Ministros e entra em vigor a partir desta quinta. Com o decreto, o governo interino chega a seu limite de tempo para manter o estado de emergência, se for seguido o anúncio constitucional emitido em julho, logo após a queda de Mursi.
 
A medida só poderá ser prorrogada se o governo interino convocar um referendo que, se aprovado, pode prolongá-lo por três meses. Durante o período de exceção, o Exército ganha pode de polícia e são suspensos direitos como greve, defesa, propriedade privada e celebração de comícios e eventos políticos.
 
Além do estado de emergência, diversas cidades egípcias, incluindo a capital Cairo, estão submetidas a toque de recolher noturno, que também foi estipulado em 14 de agosto e deveria durar um mês. O governo ainda não se pronunciou a respeito da manutenção da medida.
 
Fonte: Folha
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domingo, 8 de setembro de 2013

Black Blocs cativam e assustam manifestantes mundo afora

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Jovens mascarados e vestidos de preto andam em grupo no meio de protestos. Portam bandeiras negras ou símbolos anarquistas, quebram vidraças, entram em confronto com a polícia e embora não possuam líderança clara, têm nome definido: Black Blocs.
Essa poderia ser uma cena vista no Brasil, no Egito, na Turquia, na Grécia, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar do mundo.
 
Para Francis Dupuis-Déri, professor de ciência política da UQAM (Université du Québec à Montréal) e autor do livro "Les Black Blocs", a internet e a crescente insatisfação com os governos e a economia impulsionam o movimento.
"Os Black Blocs são fáceis de identificar, eles usam roupas específicas. É algo simples de ser reproduzido. Alguém pode vê-los na TV e imitá-los. Acredito que a internet também tenha um papel crucial", disse.
De acordo com Dupuis-Déri, que pesquisa os grupos há dez anos, a internet se tornou o seu principal canal de comunicação porque permite que os grupos interajam rapidamente e organizem protestos.
"Os Black Blocs não são uma organização permanente. Pelo caráter anarquista desses grupos, eles não têm um líder ou um representante para falar com o governo, por exemplo. Antes e depois de uma manifestação, eles não existem", explicou.
No Brasil, como em outras partes, os Black Blocs usam o Facebook para postar vídeos, fotos e organizar atos. Foi por meio do perfil Black Bloc Egypt que jovens egípcios convocaram ataques ao palácio presencial e o fechamento de pontes no Cairo.
Identificando-se apenas como Morro, um dos administradores da página egípcia contou à BBC Brasil que o grupo já se reunia há dois anos para protestar. "Primeiro, pensamos em formar um movimento hooligan, mas depois vimos vídeos e Black Blocs na Grécia e nos inspiramos", disse.
As táticas violentas dos Black Blocs no Egito foram duramente reprimidas pelas forças de segurança. Ao menos três membros do grupo foram mortos e dezenas estão presos. Atualmente, o grupo tem presença tímida nas manifestações.
Assim como no Brasil, onde Black Blocs têm depredado agências bancárias e concessionárias de carro, no Egito o grupo provocou a desconfiança do público e de outros manifestantes.
"A maior parte das pessoas no Egito tem medo deles, acha que são vândalos ou bandidos", afirmou a ativista egípcia Nihal Zaghloul.
Tática
Surgida nos anos 1980 na Alemanha no âmbito dos movimentos de contra-cultura e em defesa dos squats, a tática de protesto Black Bloc originalmente pode ou não usar a violência e tem alvos específicos, como agências bancárias.
Da década de 1990 em diante, a técnica Black Bloc se espalhou pelas cenas anarquistas, punk, anti-facistas e ecológicas. E ganhou força em mobilizações contra o neoliberalismo e o capitalismo, como na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em 1999, em Seattle, em 2001, em Roma, ou durante a reunião do G20 em Toronto, em 2010.
Segundo Dupuis-Déri, os Black Blocs são em geral indivíduos com ativa participação política no dia a dia.
Os Black Blocs que participaram dos protestos de 2012 no Quèbéc, Canadá, se disseram "estudantes, trabalhadores, desempregados e revoltados", no "Manifeste du Carré Noir", que fizeram circular na internet.
Recentemente, grupos Black Blocs atuaram em diferentes protestos contra os governos na Grécia, na Turquia, no Chile e no México.
"Os Black Blocs são sintomáticos de uma crescente insatisfação mundial com os governos e o sistema econômico. A violência em um movimento social sempre tende a assustar e afastar as pessoas, isso é senso comum. Mas há casos em que a violência chamou a atenção da mídia, levantou um debate público, denunciou repressões", explicou o cientista político.
Violência
Movimentos como os protestos de Seatlle fizeram conhecida a face violenta desses grupos, mas a violência "não é necessariamente usada pelos Black Blocs", diz o professor de ciência política canadense.
"Os atos violentos são dirigidos a alvos determinados como as forças de segurança e os bancos. Casos de furtos ou roubos não são comuns".
O acadêmico lembra também que a violência é uma constante histórica em lutas de movimentos sociais e revoluções.
"Mesmo o movimento feminista pelo direito ao voto no início do século 20 viu momentos de violência", diz Dupuis-Déri.
Em 1911, centenas de mulheres saíram às ruas de Londres em protesto e quebraram janelas e vitrines no centro comercial da cidade. A então líder do movimento feminista Emmeline Pankhurst disse que "o argumento da vidraça quebrada era o argumento mais valorizado na política moderna".
Depois da prisão em massa das ativistas ela ainda alegou que "elas tinham tentado tudo – protestos e reuniões — mas nada funcionara".
 
Fonte: BBC Brasil
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sábado, 7 de setembro de 2013

Jornalistas sofrem ataques da PM e são hostilizados por manifestantes

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A jornada de protestos pelo país no Dia da Independência resultou em agressões a jornalistas.
 
Em Brasília, o fotógrafo Ueslei Marcelino, da agência Reuters, foi ferido enquanto cobria a ação policial para barrar manifestantes que tentavam chegar ao Estádio Nacional de Brasília, onde a seleção brasileira pega a Austrália neste sábado.
 
Segundo relatos iniciais, ele caiu ao fugir de um dos cães utilizados pelo Batalhão de Choque para conter os manifestantes. Marcelino foi removido pela própria PM para receber atendimento.
 
Enquanto fotografavam e conversavam com Marcelino, repórteres e fotógrafos foram atacados com spray de pimenta por alguns policiais. Houve correria e bate-boca.
 
O fotógrafo Fábio Braga, da Folha, foi atacado por cachorros da PM, mas não ficou ferido
 
Mais cedo, também em Brasília, integrantes do grupo 'black blocs' ameaçaram repórteres da Folha que acompanhavam depredações promovidas pelos manifestantes contra concessionárias de automóveis. Poucos antes, os 'black blocs' haviam tentado invadir um prédio da TV Globo, no que foram rechaçados pela polícia.
 
No Rio, uma equipe da TV Globo foi hostilizada por manifestantes. O repórter só conseguiu deixar o local dentro de um carro da PM.
 
Em Manaus, a polícia deteve um manifestante suspeito de agredir duas jornalistas que cobriam o protesto
 
Fonte: Folha
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Manifestações em todo Brasil, choques com a policia no Rio e Brasília

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Protestos de rua eram realizados em várias cidades do Brasil neste sábado 7 de setembro, Dia da Independência, e no Rio de Janeiro, e Brasília, manifestantes enfrentaram a polícia, que tentou dispersá-los com gás lacrimogêneo e gás de pimenta.
 
Vários grupos convocaram manifestações em mais de 100 cidades do país através de redes sociais, mas são até agora significativamente menores que as de junho, quando mais de um milhão de pessoas protestaram contra a corrupção, os gastos milionários como Mundial 2014 e os serviços de saúde, educação e transporte de má qualidade.
 
No Rio, um grupo de mais de 100 manifestantes, alguns mascarados, invadiram o desfile militar pela independência no centro.
 
A polícia disparou gás lacrimogêneo perto dos espectadores, muitos deles famílias com crianças, que correram para se proteger, constatou a AFP.
 
Nove pessoas ficaram feridas, segundo a secretaria municipal da Saúde, e ao menos 12 manifestantes foram detidos, indicou a Polícia Civil.
 
Uma agência bancária próxima ao local do desfile foi destruída pelos manifestantes, segundo o site G1.
 
Nem o prefeito do Rio, Eduardo Paes, nem o governador do Estado, Sérgio Cabral, assistiam ao desfile, cuja duração e número de participantes foi reduzido devido aos protestos previstos.
 
"A educação brasileira é uma vergonha, os salários tambem, há investimento para iniciativas privadas invés de iniciativas públicas", denunciou à AFP Eduardo Marques, de 25 anos, que acaba de se formar como professor e exige "a inserção social de todos os brasileiros".
 
Nem todos os manifestantes são de esquerda: alguns como Paula Cohen, uma empresária imobiliária de 32 anos, exigem uma intervenção militar que ponha fim ao governo da presidente Dilma Rousseff.
"A insatisfação do povo de bem, que trabalha, é de 1.000%. Desde que chegou ao poder, o governo do PT destruiu o país. Somos a favor da volta dos militares", afirmou Cohen.
 
A segurança foi reforçada em todas as cidades principalmente me Brasília, onde Dilma participou sem incidentes do tradicional desfile militar a bordo de um automóvel oficial.
 
Apenas 5.000 espectadores assistiram ao desfile na Esplanada dos Ministérios, que tem lugar para 24.000 pessoas.
 
Depois do fim do desfile, cerca de 2.000 manifestantes contra a corrupção marcharam até o Congresso, e foi registrado um confronto com a polícia, que lançou spray de pimenta contra algumas de novo.
 
"Queremos melhorias na educação, reforma e democratização da mídia, os protestos de junho serviram para pressionar o Congresso para que aprove medidas, temos de manter isso vivo", afirmu à AFP Philip Leite, do movimento estudantil Kizamba.
 
Um grupo de manifestantes percorreu o trajeto com uma espécie de carro alegórico, o "Papuda-móvel", a prisão de Brasília, para onde querem que os políticos corruptos vão para poder "limpar" o Congresso brasileiro.
 
Está previsto que as manifestações durem todo o dia. Em Brasília, coincidirão, à tarde, com a disputa do amistoso da seleção brasileira contra a Austrália no estádio Mané Garrincha.
 
Quase 4 mil policiais protegem a capital federal, onde a polícia advertiu que os manifestantes mascarados serão identificados e detidos, uma medida que já começou a entrar em vigor no Rio para impedir atos de vandalismo contra bancos, comércio e bens públicos.
 
A presidente Dilma disse na véspera, durante a transmissão de um pronunciamento à nação, que "a população tem todo o direito de indignar-se com o que está errado e exigir mudanças", mas pediu para que não deixem que "uma camada de pessimismo cubra tudo e ofusque o mais importante: o Brasil avançou como nunca nos últimos anos".
 
A popularidade da presidente caiu de 63% a 30% depois dos protestos de junho, mas subiu para 36% no início de agosto depois do anúncio de mais investimentos nos serviços públicos e sua decisão de promover uma reforma política.
 
Em São Paulo, uma manifestação convocada com o lema "Grito dos Excluídos" bloqueou o trânsito em parte da Avenida Paulista, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
 
"Vim hoje porque quero uma casa digna (...). Esta é uma marcha pacífica por uma moradia digna e também pela saúde e educação", explicou Regina Silva, de 50 anos.
 
Em Recife, os manifestantes começavam a se concentrar usando traje de praia, com a ideia de fazer um protestos em bicicleta, segundo o site G1. A princípio, o objetivo era fazer o protestos com todos nus, mas a polícia alertou que haveria prisões caso isso acontecesse.
 
Outras manifestações também são realizadas em Porto Alegre, Belo Horizonte, Cuiabá, Belém, Fortaleza e Maceió, entre outras cidades.
 
Fonte: AFP
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Tropa de Choque usa gás lacrimogêneo contra manifestantes no Rio

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Centenas de manifestantes burlaram neste sábado um forte cerco policial, invadiram o desfile militar pelo Dia da Independência no Rio de Janeiro e entraram em confronto com a polícia. Os manifestantes, em grande parte convocados pelas redes sociais, foram à avenida Presidente Vargas, onde era realizado o desfile. Por alguns minutos, eles ocuparam uma das pistas e enfrentaram policiais, enquanto em outra os militares continuavam o desfile.
A Polícia Militar disparou bombas de gás lacrimogêneo e dispersou os manifestantes, que correram em direção a ruas próximas, onde tentavam se reagrupar, enquanto grande parte do público que assistia ao desfile deixou o local. As autoridades informaram inicialmente sobre cinco detenções e pelo menos um ferido, que teria sido atingido por uma pedrada na cabeça.
A confusão espantou o público que assistia o desfile. Muitas crianças passaram mal e estão sendo atendidas pelos socorristas. Duas senhoras, Maria Imaculada, 65 anos, e Maria Aparecida, 42 anos, choravam e foram atendidas por integrantes da Polícia do Exército. Elas vieram de Valença, no interior do estado. "Foi o maior susto. A gente só veio assistir ao desfile", disse Maria Imaculada, ao deixar a área.
Muitos pais com crianças deixaram a área do desfile e seguiram pela Praça da República e procuraram abrigo na entrada do Hospital Souza Aguiar, devido às bombas de gás lacrimogêneo atiradas pelos militares.
Após a confusão, dezenas de manifestantes deixaram a área da Avenida Passos próximo à área do desfile da Independência, na Avenida Presidente Vargas, e seguiram para a Praça Tiradentes, onde tentaram invadir o quartel desativado do 13º Batalhão da Polícia Militar. Uma bomba caseira foi atirada por um dos manifestantes contra a entrada do quartel e policiais militares que acompanham a manifestação jogaram bombas de efeito moral para dispersar a multidão, que conta com mais de 100 pessoas, de acordo com a PM.
Uma agência bancária teve os vidros estilhaçados por pedras atiradas pelos manifestantes. Muitos deles estão com os rostos cobertos, outros usam bonés com óculos escuros e alguns estão com os rostos pintados e usando bandeiras com as hastes feitas de pedaços de paus.
Outro grupo - de cerca de 50 manifestantes - está tentando passar pelo cordão de isolamento feito pela Polícia Militar e seguir para se juntar ao outro grupo que participa do protesto na Avenida Presidente Vargas. Dezenas de manifestantes se concentram também na Rua Uruguaiana, levando faixas e cartazes, e estão isolados por uma barreira feita pela Tropa de Choque da PM.
 
Fonte: EFE
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quarta-feira, 27 de março de 2013

Assad pede intervenção do Brics na crise síria

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O presidente sírio, Bashar al Assad, pediu aos países emergentes que forçam o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que intervenham para deter a violência na Síria e acabar com o sofrimento de seu povo causado pelas sanções internacionais.

"Peço aos líderes do Brics para que trabalhem juntos para deter imediatamente a violência na Síria e assim garantir o êxito da solução política. Para isso, é necessária uma clara vontade internacional de cortar as fontes do terrorismo, de seu financiamento e armamento", indicou Assad em uma carta ao presidente sul-africano Jacob Zuma difundida nesta quarta-feira pela agência Sana.

"Vocês que procuram propiciar a paz, a segurança e a justiça no trastornado mundo de hoje, concentrem seus esforços para obter o cessar do sofrimento do povo sírio, causado por sanções econômicas injustas, contrárias ao direito internacional, e que afetam diretamente a vida e as necessidades diárias de nossos cidadãos", acrescentou Assad.

Em meados deste mês, a assessora de Assad, Busaina Shaaban, havia dito à AFP ter transmitido a Zuma uma mensagem do presidente sírio a fim de pedir "a intervenção do Brics para deter a violência em seu país e favorecer a abertura ao diálogo".

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu ao Brics, antes do início de sua cúpula, que "coordene iniciativas para encontrar uma solução pacífica para a crise síria".
 
Fonte: AFP
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terça-feira, 26 de março de 2013

Revisão de fronteiras no Oriente Médio?

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Num contexto de guerra civil na Síria, de instabilidade no Iraque e na região em geral, ouvem-se preocupações sobre a revisão de fronteiras em todo o Oriente Médio. Paradoxalmente, nisso não estão interessados nem os autores da Primavera árabe, nem o Ocidente, nem mesmo os muitos diferentes separatistas.
 
O desenvolvimento da situação na Síria tornou quase impossível a preservação da integridade territorial do país, escreve o jornal turco Zaman. Está também à beira da desintegração o Iraque vizinho, controlado pelo governo do "ditador xiita" Nuri Maliki. A situação em ambos os países poderia levar à união dos curdos iraquianos com os curdos da Síria. É também possível a criação de outras novas entidades regionais, incluindo, por exemplo, os sunitas iraquianos da província de Anbar com seus correligionários sírios.
 
Realmente, a situação no Iraque não permite falar de uma unidade de estado sólida. O Curdistão já está conduzindo atividades praticamente independentes de Bagdá, tanto na política quanto na economia. Basra, rica em petróleo e populada por xiitas, não esconde o desejo de criar uma Confederação do sul do Iraque juntamente com três outras províncias. Na província de Anbar, que faz fronteira com a Síria, intensificaram suas atividades formações da Al-Qaeda no Iraque, que juntamente com os rebeldes sírios efetivamente tomaram o controle da fronteira.
 
Na Síria, a situação é ainda mais complicada. Muitas comunidades religiosas estão muitas vezes misturadas nas áreas que habitam. E é muito difícil imaginar que essas comunidades possam de alguma forma ser divididas entre si para criar estados separados de alauítas, drusos, e cristãos. Falando de curdos sírios, a quem os Estados Unidos se comprometeram a fornecer armas para se defenderem contra islâmistas, eles são muito mais fracos do que os curdos iraquianos e dificilmente alguma vez serão capazes de existirem independentemente.
 
Na verdade, quase nenhum dos jogadores mais influentes irá apoiar nessa região explosiva quaisquer processos de integração que violem as fronteiras estabelecidas, acredita o perito orientalista Serguei Demidenko:
 
"É pouco provável que os curdos sírios se unam com os curdos iraquianos. Porque hoje não podemos dizer que o povo curdo, como tal, é unido. Existem quatro povos curdos – os curdos turcos, os curdos iranianos, os curdos iraquianos, e os curdos sírios. Eles têm líderes completamente diferentes, diferentes organizações e diferentes plataformas políticas. A ideia da criação de um Curdistão unificado é mais um mitema que outra coisa. Os curdos iraquianos não têm intenção absolutamente nenhuma de partilhar o seu petróleo com seja quem for, não querem manter ninguém, nem defender ninguém. Quanto à união dos sunitas sírios com sunitas iraquianos, a situação é ainda mais difícil. Se falamos da província de Anbar, ela é maioritariamente xiita, e não sunita. É precisamente uma das tais áreas de residência mista. Primeiro ponto. Em segundo lugar, os sunitas não têm uma plataforma política única, não têm uma plataforma religiosa única, não têm líderes comuns, não têm nada em comum".
 
Quase todos os estados da região em sua forma atual surgiram após a Primeira Guerra Mundial, não com base em impulsos internos, mas na sequência da dissolução do Império Otomano e da agressiva expansão externa dos europeus, lembra o perito do Instituto do Oriente Médio, professor Grigori Kossach. Isto significa que as fronteiras foram definidas não de acordo com a geografia de residência de uma ou outra etnia, mas diretamente de acordo com os interesses das grandes potências da época. Mas agora a questão é outra, enfatiza Grigori Kossach:
 
"Independentemente do quão artificiais forem estas fronteiras, a comunidade internacional hoje não quer a divisão desses estados. Isso foi demonstrado pelo exemplo do Iraque, onde foi feito todo o esforço para garantir que o estado não se desfizesse".
 
Ninguém pretende redesenhar as fronteiras do Oriente Médio, porque isso é muito caro em todos os sentidos, concorda Serguei Demidenko. Nenhum dos centros de influência, com a exceção, talvez, da Arábia Saudita e do Qatar, não vão fazer isso. E o mais provável é que eles tão pouco o façam, porque se começar uma redivisão territorial da Síria e do Iraque, a próxima na lista será a própria Arábia Saudita.
 
No entanto, cada vez há mais e mais perguntas do que respostas. Quem afinal organizou a Primavera árabe? Será que ela realmente pegou o Ocidente de surpresa? E será que aquilo que estamos vendo agora é a perda de controle dos verdadeiros "operadores" das revoluções árabes sobre a reação em cadeia? No entanto, é possível que tudo o que está acontecendo é uma espécie de jogo de azar, cujo propósito é adivinhar a carta do adversário recolher todas as apostas. Os jogadores são conhecidos, as apostas são altas, o jogo continua...
 
Fonte: Voz da Rússia
Nota do GBN: Título do artigo alterado pelo GBN, título original "Joker do Oriente Médio"
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