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domingo, 10 de novembro de 2013

Países defendem resolução de Brasil e Alemanha contra espionagem, diz revista

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Vários países devem tomar parte em um projeto de resolução apresentado pela Alemanha e pelo Brasil contra a suposta espionagem dos EUA, disse o ministro de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, segundo a revista alemã Welt am Sonntag. Os atos de vigilância foram revelados pelo ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden.

"Países influentes de partes totalmente diferentes do mundo, como por exemplo a Indonésia," querem participar de uma resolução global, disse Westerwelle, acrescentando que o objetivo é estabelecer um acordo mundial para proteger os dados. O ministro acrescentou que a suspensão do acordo Swift com os EUA pode ser uma consequência do caso de espionagem.

Na quinta-feira, 7, Brasil e Alemanha apresentaram formalmente uma resolução na Assembleia Geral da ONU em que pedem para todos os países que estendam os direitos à privacidade garantidos internacionalmente à internet e a outras formas de comunicação eletrônica.
 
O texto foi apresentado após denúncias de que os Estados Unidos espiaram líderes mundiais, inclusive a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e a chanceler alemã, Angela Merkel. As notícias sobre o suposto grampo americano desagradaram aliados estadunidenses, mas os países não citam os Estados Unidos nem nenhuma outra nação no documento.
 
De acordo com a publicação alemã, a Áustria também entrou com uma ação contra réus não identificados por terem supostamente criado uma estação de monitoramento em Viena. As acusações também foram baseadas em documentos vazados por Snowden e declarações do ex-empregado da NSA Thomas Drak.
 
Fonte: Dow Jones Newswires.
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

EUA e Brasil investigam negócio da Embraer com a República Dominicana

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Autoridades brasileiras e americanas estão investigando se a Embraer subornou funcionários públicos da República Dominicana para garantir um contrato de US$ 90 milhões e fornecer às forças armadas do país aviões de ataque, de acordo com documentos judiciais e pessoas familiarizadas com o caso.
 
A investigação está sendo conduzida numa das empresas mais conhecidas do Brasil — a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo — e parece estar entre as primeiras incursões do país contra uma empresa nacional por suposto suborno no exterior.
 
Autoridades americanas começaram a investigar a Embraer em 2010 por possíveis violações da Foreign Corrupt Practices Act, uma lei antissuborno conhecida pela sigla em inglês FCPA, de acordo com documentos entregues aos reguladores. Uma solicitação de assistência jurídica enviada no início deste ano pelo Brasil aos Estados Unidos foi obtida pelo The Wall Street Journal e lança nova luz sobre a investigação.
 
De acordo com a solicitação, analisada pelo WSJ e datada de fevereiro, funcionários do Departamento de Justiça dos EUA e da Securities and Exchange Comission (ou SEC, a CVM americana) abordaram autoridades brasileiras sobre a investigação da Embraer em uma conferência internacional de combate à corrupção em Paris, em março de 2012.
 
Nos meses seguintes, os americanos disseram que tinham provas — que incluíam históricos bancários e e-mails — que os levavam a acreditar que os executivos da Embraer haviam aprovado um suborno US$ 3,4 milhões a um funcionário dominicano com influência sobre a aquisição de material militar, de acordo com a solicitação, que foi realizada sob um tratado de assistência legal entre os dois países.
 
O suposto pagamento teria levado o governo da República Dominicana, em 2010, a comprar oito Embraer Super Tucanos, uma aeronave turboélice de ataque e treinamento avançado que tem sido a preferida das forças aéreas dos países em desenvolvimento, segundo a requisição.
 
A Embraer, que divulgou a investigação da FCPA pela primeira vez em 2011, disse que tem cooperado com as autoridades. Ela contratou o escritório de advocacia Baker & McKenzie LLP para conduzir uma investigação interna depois de receber uma intimação da SEC em setembro de 2010, de acordo com os documentos apresentados aos reguladores.
 
"Integridade, transparência em suas transações comerciais e ética em suas relações humanas são os princípios que sempre nortearam a Embraer. A empresa exige que todos os seus funcionários mantenham uma conduta de conformidade absoluta com leis e regulamentos, conforme estabelecido em nossas políticas corporativas e em nosso Código de Ética e Conduta", informou a empresa num comunicado enviado por e-mail na sexta-feira. "Devido à investigação que obriga sigilo, a empresa não pode comentar o assunto."
 
Porta-vozes da SEC e do Departamento de Justiça se recusaram a dar entrevistas. E Fernando Lacerda Dias e Marcello Paranhos de Oliveira Miller, procuradores da Procuradoria Geral da República responsáveis pela investigação no Brasil, não quiseram comentar.
 
O Brasil nunca processou um indivíduo por subornos no exterior, de acordo com o grupo de combate à corrupção Transparency Internacional.
 
A Embraer é um alvo de alta visibilidade. A Embraer emprega mais de 18.000 pessoas em fábricas no Brasil, China, Portugal, França e EUA e suas ações também são negociadas na Bolsa de Valores de Nova York. Nos últimos anos, a empresa tem tentado expandir seu faturamento com aviões militares e jatos executivos. No terceiro trimestre, seu lucro caiu 8%, mas a companhia informou no fim de setembro que tinha uma lista de pedidos firmes a entregar, o chamado backlog, de US$ 17,8 bilhões, o maior nível desde 2009.
 
O governo brasileiro tem uma participação na Embraer que o permite vetar algumas decisões executivas da empresa.
 
A investigação sobre a venda de jatos para a República Dominicana está concentrada em um coronel aposentado, Carlos Piccini, que em 2009 atuava como diretor de projetos especiais para as forças armadas da República Dominicana, de acordo com a solicitação dos brasileiros. Piccini é acusado de ter pedido a executivos da Embraer que depositassem os US$ 3,4 milhões em contas bancárias mantidas por três empresas de fachada.
 
As Forças Aéreas da República Dominicana informaram que Piccini está aposentado e não pôde ser localizado. Telefonemas e e-mails para entrar em contato com Piccini por meio do gabinete presidencial da República Dominicana não foram respondidos. A assessoria do presidente também não respondeu a telefonemas e e-mails pedindo que comentassem o papel das foças armadas na aquisição dos aviões da Embraer.
 
A Embraer teria supostamente enviado os pagamentos a Piccini por meio de um intermediário, de acordo com a solicitação de assistência legal enviada aos EUA. Os funcionários da empresa teriam tentado ocultar os pagamentos como se fossem honorários pagos para um acordo de venda de aviões para o Reino da Jordânia — uma transação que nunca aconteceu, de acordo com a solicitação de assistência jurídica.
 
Os EUA têm jurisdição para investigar a Embraer porque as ações da empresa são negociadas na bolsa de Nova York e porque alguns desses supostos pagamentos passaram pelo sistema financeiro dos EUA, de acordo com a solicitação de assistência jurídica. Esses pagamentos foram honrados pelos EUA, de acordo com uma pessoa a par do assunto.
 
Os EUA foram o primeiro país a proibir o suborno de funcionários públicos estrangeiros na década de 70 e o país processou dezenas de casos na última década. Há muito tempo as autoridades americanas pressionam a comunidade internacional para que se una a elas na batalha anticorrupção.
 
Os brasileiros abriram uma investigação contra a Embraer com base numa lei que proíbe pessoas a pagar funcionários públicos estrangeiros para ganhar vantagem comercial, de acordo com a solicitação. Em agosto, o país aprovou uma lei que classifica o suborno praticado por empresas como crime, aos moldes da FCPA americana, mas a lei não é retroativa. Quatro investigações de suborno no exterior estão em curso no Brasil este ano, informou a Transparency International num relatório publicado em 7 de outubro.
 
Vários executivos e ex-executivos da Embraer contrataram advogados norte-americanos dos escritórios Schertler & Onorato LLP, Shearman & Sterling LLP, Williams & Connolly LLP e Zuckerman Spaeder LLP.
 
Fonte:  The Wall Street Journal
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sábado, 2 de novembro de 2013

Espionagem paralisa várias negociações entre Brasil e EUA

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O escândalo da NSA, a agência de espionagem americana, paralisou várias negociações entre Brasil e EUA.
 
Desde a revelação de que a NSA espionava a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras, o que levou ao cancelamento da visita de Estado que a presidente faria a Washington em outubro, uma série de iniciativas empacou.
 
O piloto do programa Global Entry, que permite a entrada facilitada de 1.500 empresários nos EUA, estava prestes a ser assinado e, por ordem do governo brasileiro, foi para a geladeira.
 
O acordo de Previdência está pronto, mas não foi assinado. Assim como o firmado com o Japão, permitiria que brasileiros morando nos EUA contassem seus anos de contribuição para uma aposentadoria brasileira, e o mesmo para americanos aqui. Segundo o Itamaraty, as dificuldades estão no lado americano.
 
"O ritmo passou de morno para morto", disse à Folha um envolvido nas negociações. "Está tudo parado". "Tanto EUA quanto Brasil estão irritados", disse um diplomata americano.
 
A Folha apurou que o secretário americano de Agricultura, Tom Vilsack, afirmou em agosto a interlocutores brasileiros que os EUA estavam prontos para abrir mercado para a carne bovina brasileira. O Brasil tenta há anos exportar carne bovina in natura para os EUA (só entra carne industrializada).
 
Vilsack disse a integrantes do governo brasileiro que a "regra proposta" para a abertura do mercado seria publicada pouco antes da visita de Dilma. Depois da publicação da "regra proposta", é feita uma consulta pública e aí é permitida a venda.
 
"Eles estavam prestes a anunciar a abertura do mercado para a carne bovina, mas agora não sabemos o que vai acontecer", diz Pedro Camargo Neto, ex-presidente da Abipecs, associação de exportadores de carne suína.
 
As reuniões do Diálogo de Energia e Diálogo de Defesa, em outubro, foram canceladas. O mesmo ocorreu com o Fórum de CEOs (diretores-executivos de empresas dos dois países). A parceria em comunicações e tecnologia da informação empacou. "O acordo não vai sair, ainda mais incluindo segurança cibernética", diz uma fonte.
 
"Há desgaste no relacionamento tanto aqui quanto lá, embora haja um esforço para controlar danos", diz Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center.
 
O ex-embaixador americano no Brasil Thomas Shannon disse a interlocutores que deixou o país em setembro "muito desgostoso", por causa da "despedida inadequada" que recebeu.
Além disso, autoridades americanas acreditam que Dilma está se aproveitando do problema para atacar os EUA e ganhar votos.
 
Já os brasileiros não viram contrição suficiente por parte dos EUA, que teriam sido mais enfáticos em seu pedido de desculpas à chanceler alemã, Angela Merkel, também espionada. "E a questão não vai desaparecer --ainda há milhares de documentos que devem fazer referência ao Brasil", diz Carl Meacham, diretor do Centro Américas no centro de pesquisas CSIS.
 
O Itamaraty afirmou que os acordos estavam sendo negociados em ritmo acelerado por causa da visita, mas, com a suspensão, apenas se "perdeu o senso de urgência".

Fonte: Folha
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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Boeing lança campanha publicitária no Brasil

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A Boeing teme que a revelação de que o governo brasileiro foi alvo de espionagem dos Estados Unidos pode prejudicá-la na concorrência para a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira, projeto orçado em 10 bilhões de reais no qual ela participa com o modelo F-18 Super Hornet. Para tentar reverter a desvantagem, a fabricante americana reforçou seu lobby. A presidente da empresa no Brasil, Donna Hrinak, reuniu-se nas últimas semanas com dois ministros e solicitou uma audiência com Dilma Rousseff. Uma réplica da aeronave será exibida a empresários no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). E uma campanha publicitária foi lançada, com outdoors espalhados por Brasília com o tema: “Boeing e Brasil. Oportunidades infinitas”.
Fonte: Veja via Notimp
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

NSA diz que espionagem foi 'dramatizada' pela imprensa

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O diretor da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) disse nesta quarta-feira que as revelações sobre os programas de vigilância de comunicações foram "dramatizadas e exacerbadas" pela imprensa. "O que foi destacado, na maior parte das mídias, foi que nós ouvimos conversas e lemos e-mails. Não é verdade. O nosso trabalho é defender o país, é uma missão nobre", disse o general Keith Alexander, na Billington Cybersecurity Summit, uma conferência em Washington sobre segurança na informática.
O futuro deste país depende da capacidade de nos defendermos de ataques informáticos e ataques terroristas e precisamos de instrumentos para o fazer", explicou. O general enfatizou que houve poucos ataques terroristas desde o 11 de setembro de 2001, apesar do aumento das ameaças no mundo, e que isso não foi por acaso, mas resultado de muito trabalho.
Os programas americanos de vigilância de comunicações, telefônicas e eletrônicas foram revelados em junho pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden e criticados por governos como o do Brasil e da Alemanha, alvo de escutas da NSA.
Na conferência, Keith Alexander referiu-se a Snowden sem o nomear, afirmando: "Confiamos nele e ele traiu a nossa confiança. (Isso) Não volta a acontecer. Isso não faz dele um herói".
Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.
Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.
Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.
Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal tambéminstaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.
Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.
Monitoramento
Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.
De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.
O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.
Fonte: Agência Brasil
 
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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Governo restringirá à compra de caças em resposta ao monitoramento norte-americano

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Depois de adotar um tom bastante duro contra as ações de espionagem norte-americana em seu discurso na abertura da 68º Assembleia-Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff, em sua viagem aos Estados Unidos nesta semana, pretende deixar claro para os empresários e autoridades do país que não deixará que o caso atrapalhe as parcerias comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
 
Esse será o recado que a presidente deverá passar nas demais reuniões das quais participará em solo americano. A agenda inclui, por exemplo, encontro com empresários que participarão de um seminário, promovido pelo banco Goldman Sachs e pelo Grupo Bandeirantes, para discutir oportunidades de investimentos em infraestrutura no Brasil, na quarta-feira.
 
De acordo com interlocutores da presidente, embora ela entenda que o episódio da espionagem norte-americana teve fins econômicos, Dilma, estrategicamente, optou por tratar os dois assuntos – espionagem e comércio – de forma desvinculada.
 
A única consequência econômica do episódio, se depender da presidente, deverá ser em relação ao acordo de cooperação na área da defesa, que envolve a compra de 36 caças que o governo brasileiro pretende fechar com o objetivo de reequipar as Forças Armadas.
 
Dilma entende que, para essa negociação, na qual a norte-americana Boeing vinha aparecia entre as favoritas, vale muito mais o critério da “confiança mútua” entre países, que as possíveis vantagens técnicas do modelo norte-americano F-18 Super Hornet. Isso porque a meta brasileira é conseguir um acordo que envolva transferência de tecnologia e uma parceria em longo prazo.
 
Sinais
 
O sinal de que o governo brasileiro não está mais disposto a fechar a parceria com os Estados Unidos já foi dado na nota emitida por ocasião do cancelamento da visita de estado que Dilma faria aos Estados Unidos no dia 23 de outubro.
 
Os dois governos emitiram simultaneamente notas sobre a recusa do convite pela presidente. A nota da Casa Branca ressalta a parceria nessa área. “O presidente Obama aguarda com esperança a oportunidade de receber a presidente Rousseff em Washington, em data a ser decidida por acordo. Outros importantes mecanismos de cooperação, entre os quais diálogos presidenciais sobre cooperação política, econômica, energética e de defesa, continuarão”, diz o texto.
 
Já a nota do Planalto não inclui a Defesa entre as parcerias estratégicas para o Brasil com os Estados Unidos. “O governo brasileiro tem presente a importância e a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança mútua. Temos trabalhado conjuntamente para promover o crescimento econômico e fomentar a geração de emprego e renda. Nossas relações compreendem a cooperação em áreas tão diversas como ciência e tecnologia, educação, energia, comércio e finanças, envolvendo governos, empresas e cidadãos dos dois países”, diz o texto.
 
Fonte: Último Segundo
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Dilma denuncia espionagem americana como "violação" de soberania

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A presidenta Dilma Rousseff denunciou nesta terça-feira (24) a espionagem diplomática e econômica por parte dos Estados Unidos, destapada pela ex-agente da CIA Edward Snowden, algo que considerou "uma violação" da soberania do país.

Dilma deu início ao discurso, de 23 minutos de duração, lamentando as mortes após um ataque terrorista ao shopping da capital Nairóbi, no Quênia. Em seguida entrou no tema da espionagem norte-americana, defendendo que sejam criadas condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra.
 
"Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial", disse. "Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes com alto valor econômico e mesmo estratégico", continuou.

"Não se sustentam os argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo", disse Dilma, destacando que o Brasil repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas.

Dilma, que centrou seu discurso perante a Assembleia geral da ONU na espionagem da qual ela mesma foi vítima, afirmou que se trata de "uma afronta" e "uma falta de respeito" que não pode ser justificada como luta contra o terrorismo.

"A espionagem norte-americana transcende a relação bilateral entre os Estados Unidos e o Brasil, afetando toda a comunidade internacional e exige por isso uma resposta, ressaltou a presidenta brasileira em Nova York. "As tecnologias de telecomunicação e informação não podem ser o novo campo de batalha entre os Estados", disse ela, reforçando que o Brasil redobrará os esforços para se proteger da interceptação ilegal de dados.
"A ONU deve desempenhar um papel de liderança no esforço de regulamentar o comportamento dos Estados frente a estas novas tecnologia", continuou.
A presidenta ainda aproveitou seu discurso para fazer um apelo por um esforço pelo crescimento econômico mundial nesta terça-feira.

Dilma argumentou que a economia global continua frágil, mesmo passada a fase mais aguda da crise, e que este é o momento para reforçar as tendências de crescimento. A presidente reafirmou seu compromisso com o controle da inflação e o rigor fiscal.

O discurso de Dilma será seguido pela fala do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A sede da ONU em Nova York está sob forte esquema de segurança, com as ruas e calçadas próximas fechadas e um grande número de policiais e seguranças.

Ao todo, 84 chefes de estado, 41 chefes de governo e 11 primeiro ministros participarão da Assembleia Geral, de acordo com números divulgados pela ONU.

Rio+20

Para a presidente, os resultados da conferência ambiental Rio+20 realizada no Brasil no ano passado devem servir de eixo para a agenda de desenvolvimento mundial pós-2015.

"O sentido da agenda pós-2015 é a construção de um mundo no qual seja possível crescer, incluir e proteger", afirmou a presidente, que fez o discurso de abertura da Assembleia-Geral.

Segundo Dilma, o "grande passo" dado na conferência da ONU realizada no Rio de Janeiro foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável.
 
Fonte: EFE
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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Recuo estratégico

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Ao cancelar a visita oficial aos EUA, a presidenta Dilma mantém em compasso de espera negociações importantes. A decisão evita a contaminação da agenda com os ruídos sobre o escândalo da espionagem


A decisão já havia sido tomada na semana anterior, mas, antes de torná-la oficial, a presidenta Dilma Rousseff achou melhor esperar o telefonema do presidente americano, Barack Obama, na segunda-feira 16. Na ligação, acompanhada pelo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, os dois mandatários combinaram adiar, por tempo indeterminado, a viagem que Dilma faria a Washington no dia 23 de outubro. No dia seguinte, tanto o Palácio do Planalto quanto a Casa Branca divulgaram comunicados ressaltando que a medida havia sido tomada “em conjunto”. O cancelamento da visita no mês que vem – embora a presidenta tenha mantido uma viagem a Nova York, nesta semana, para a abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas – mostra que as denúncias de espionagem dos órgãos de segurança dos Estados Unidos contra o governo brasileiro e a Petrobras tiveram de fato um impacto importante nas relações entre as duas nações.
 
O recuo, porém, também tem seu lado positivo. Se o encontro fosse mantido, num momento em que o governo brasileiro ainda teme ser surpreendido por novas revelações de espionagem e os Estados Unidos não podem dar garantias de que esses expedientes acabaram, a agenda positiva ficaria ofuscada pelo escândalo. “Os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados não deveriam ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada”, diz a nota do Planalto, lavrada em termos semelhantes aos do comunicado de Washington. Na prática, o comércio entre os dois países deve manter-se no mesmo patamar, num momento em que havia a expectativa de que haveria uma aproximação para incrementar os negócios.

Hoje o Brasil e os EUA têm uma pauta de 11 mil itens e exportações com forte presença de manufaturados. A venda de produtos brasileiros para o país vem se recuperando depois da crise, mas as importações aumentaram ainda mais, transformando em déficit um comércio que até 2008 era superavitário ao Brasil. No ano passado, o saldo negativo ficou em US$ 5,6 bilhões, e neste ano pode chegar a US$ 10 bilhões, com a queda nos embarques de petróleo. Os Estados Unidos são o terceiro maior destino dos produtos nacionais, atrás da China e da União Europeia, recebendo 12,7% de tudo o que é vendido pelas empresas brasileiras no Exterior.

“Não haverá nenhum impacto negativo nas relações bilaterais do ponto de vista econômico-comercial”, diz o embaixador Rubens Barbosa. O que se perde, sem o encontro dos presidentes, é a chance de aprofundar convênios que já estão em negociação, progridem lentamente e poderiam ganhar um novo impulso. “Os negócios continuarão sendo feitos pelas empresas, mas é uma oportunidade perdida de avançarmos nos acordos”, diz Gabriel Rico, CEO da Amcham. O principal desses acordos, uma reivindicação antiga dos empresários brasileiros, pode evitar a dupla tributação em remessas de lucros das empresas com matriz em um país e filial em outro.

“Esses acordos dão mais segurança ao investimento, além de reduzir a carga de impostos das empresas”, diz Rico. A Embraer, instalada em solo americano desde 1979, é uma das companhias que poderiam se beneficiar da mudança. Com um escritório em Fort Lauderdale e uma fábrica em Melbourne, de aviação executiva, a companhia está instalando outra em Jacksonville, no Estado da Flórida, para produzir o Super Tucano. Em parceria com a Sierra Nevada Corporation, a empresa de São José dos Campos fechou um contrato de US$ 427 milhões para fornecer 20 unidades do Super Tucano à Força Aérea americana. Pelos interesses em jogo, a exemplo desse contrato da Embraer, é aconselhável não estender os ruídos sobre a espionagem americana, avalia João Augusto de Castro Neves, analista de América Latina da consultoria Eurasia, baseado em Nova York.
“É preciso evitar retaliações que poderiam levar a uma guerra comercial, com consequências muito negativas.” A arapongagem americana, entretanto, coloca em banho-maria a concorrência para o reaparelhamento da frota de caças da Força Aérea brasileira, no valor superior a US$ 5 bilhões, disputado pela sueca Saab, pela francesa Dassault e pela americana Boeing, cuja proposta ultimamente estava crescendo na bolsa de apostas. Com a saia justa diplomática, o processo pode não ser concluído neste ano. A viagem cancelada posterga, ainda, outros acordos que deveriam ser anunciados pelos dois presidentes (leia quadro ao final da reportagem).

Apesar do prestígio demonstrado por um convite para um jantar de gala na Casa Branca – apenas seis países tiveram esse privilégio no governo Obama –, ações concretas mostram que o Brasil perdeu importância relativa na agenda diplomática americana. O sinal mais evidente é a transferência do embaixador Thomas Shannon, um dos melhores quadros do Departamento de Estado, para a Turquia. Em seu lugar, desembarcou em Brasília na segunda-feira 16, a embaixadora Liliana Ayalde, que fala português e já foi embaixadora no Paraguai. Ela não deu entrevistas e, mesmo em nota oficial, evitou polêmica.

“Estou certa de que podemos expandir e aprofundar os muitos laços que existem entre nossas grandes nações”, afirmou. Embora respeitada, Liliana não tem a mesma influência que Shannon, avalia Peter Hakim, presidente emérito do Interamerican Dialogue, grupo de estudos das relações hemisféricas baseado em Washington. “A nova embaixadora não traz para o cargo o prestígio que indique o Brasil como um país importante para os Estados Unidos”, diz Hakim. Ele não acredita, no entanto, que as relações vão piorar. “A temperatura já está morna há uns dez ou 12 anos”, afirma. Desse ponto de vista, o adiamento pode dar a pausa necessária para que os ânimos esfriem e o Brasil fortaleça uma pauta positiva que represente ganhos para os dois lados.
 
Fonte: Isto é Dinheiro
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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Decisão de Dilma agrava mal-estar, mas não abala relação com EUA

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Gesto de cancelar visita de Estado, normalmente reservada a aliados mais próximos de Washington, é raro na diplomacia, porém não foi exagerado, segundo analistas. Medida deixa reaproximação entre os países estagnada.
Nem mesmo um encontro com o presidente americano, Barack Obama, durante a reunião do G20 na Rússia, nem um telefonema de 20 minutos na última terça-feira (17/09) bastaram para que Dilma Rousseff mantivesse de pé a visita que faria a Washington em 23 de outubro.
 
Para especialistas, o gesto de cancelar a visita foi adequado e proporcional ao fato de que o Brasil ainda não recebeu esclarecimentos mais contundentes nem um pedido de desculpas dos Estados Unidos quanto ao caso de espionagem, especialmente a Dilma e à Petrobras. A decisão da presidente, afirmam, esfria, porém não abala os alicerces das relações entre os dois países.
 
"É um momento complicado, pois não sabemos como isso vai se desenvolver. Mas não foi exagerado", opina o cientista político Valeriano Costa, da Unicamp: "Acredito que, ao longo do tempo, esse gesto não vai afetar a relação entre os dois países. Mas, se virar uma escalada de gestos não amistosos, poderia haver até a retirada do embaixador brasileiro nos EUA, o que seria desproporcional."
 
Para David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília (UnB), a presidente não tinha alternativa senão suspender a visita de Estado. "Caso contrário, ela chegaria em Washington como uma chefe de Estado humilhada e rebaixada. Havia o risco, ainda, de aproveitarem a visita de Dilma e soltarem outros casos de espionagem envolvendo o Brasil."
 
O cancelamento da visita de Dilma a Washington pode aumentar o prestígio e o reconhecimento do Brasil no mundo, em particular entre os países em desenvolvimento, como um dos poucos que realmente protestou, com retaliações concretas, contra a espionagem americana.
 
"Pode ser que o cancelamento possa desacelerar, a curto prazo, os avanços bilaterais como o fim da necessidade dos vistos. Mas, a longo prazo, as relações entre os dois países vão usufruir do cancelamento. Ele é mais uma expressão da nova autoconfiança do governo brasileiro no mundo e perante o governo americano", diz Markus Fraundorfer, do Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais (Giga), em Hamburgo.
 
Viagem simbólica
 
A tensão diplomática entre os dois países deverá ganhar novo capítulo. Dilma confirmou que vai falar da espionagem americana durante o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na segunda-feira (23/09). Ela vai frisar a necessidade de se manter a neutralidade da rede mundial de computadores e a proibição de usar a internet para ações de espionagem. Segundo Dilma, Obama foi informado do teor do discurso.
 
O cancelamento de uma visita de Estado é raro. Mas a viagem de Dilma representaria mais um gesto simbólico do que avanços nos principais pontos da agenda bilateral. Dessa forma, temas como a dispensa de visto para brasileiros entrarem nos EUA, o apoio dos americanos à ambição brasileira de ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU e a eliminação da bitributação que é uma das maiores reivindicações dos empresários dos dois países não seriam assinados.
 
Mesmo assim, o mal-estar pode causar reveses numa possível escolha da americana Boeing, com o modelo F-18, pelo governo brasileiro para fornecer caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), uma licitação internacional que ainda é disputada pelo francês Rafale, o sueco Gripen NG e pelo russo Sukhoi. O caça americano passou a ser um dos principais favoritos a vencer a concorrência.
 
"A visita teria mais um caráter simbólico. A última visita de Estado em Washington [com honrarias militares e jantar de gala na Casa Branca] foi do então presidente Fernando Henrique Cardoso a Bill Clinton, em 1995. Dilma pretendia normalizar as relações com os EUA, que saíram arranhadas depois do governo Lula. Pelo menos ela fez um esforço", afirma Fleischer.
 
Fonte: Deutsche Welle
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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dilma reage a espionagem e não irá aos EUA em outubro

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Como os EUA não apresentaram "tempestiva apuração" da espionagem à Presidência do Brasil e à Petrobras e não se comprometeram a "cessar as atividades", Dilma Rousseff cancelou a viagem que faria a Washington em 23 de outubro. Formalmente, a ida está adiada, sem nova data.

As notas sobre o tema emitidas por Brasil e EUA são muito semelhantes e foram combinadas, mas divergem num detalhe crucial, a perspectiva de cooperação em Defesa --uma bilionária venda de caças ao Brasil era uma das prioridades americanas.

Seria uma viagem de Estado, a mais alta regalia concedida a estrangeiros. A mais recente de um brasileiro ocorreu em 1995, com Fernando Henrique Cardoso.

O cancelamento, antecipado pelo site da Folha no sábado, é uma resposta à revelação de que a NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) espionava alvos no governo, entre eles a própria Dilma. É a primeira retaliação concreta sofrida pelos EUA desde a revelação do esquema de espionagem pelo ex-agente de segurança Edward Snowden, em junho.

"As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos", diz a nota do Planalto.

E o texto continua para justificar o cancelamento alegando que "na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação, não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada".

Ainda que o cancelamento tenha sido tomado por Dilma, o texto diz que o adiamento foi tomado de comum acordo com Obama.

Já a nota da Casa Branca ressalta a relação bilateral e reconhece as preocupações do Brasil.

O documento diz que Obama ordenou uma revisão nas práticas da inteligência americana, "mas o processo pode levar meses para ser concluído". "Por isso, os presidentes concordaram em adiar a visita de Estado", afirma.

BOEING
Na leitura comparada dos textos está o recado do Planalto: a versão brasileira cita cooperações entre os países, mas não fala na área de Defesa, como o americano.

Até a eclosão do escândalo, em junho, a Boeing tinha tomado o lugar da francesa Dassault como favorita na bilionária licitação para o fornecimento de 36 caças ao Brasil, com o F-18. Negócio de no mínimo R$ 10 bilhões.

Grande parte do favoritismo decorria do trabalho da empresa e de Washington para melhorar os termos da transferência de tecnologias associadas ao caça, ponto central da venda.

Segundo a Folha apurou, o recado é indicativo de que o negócio "subiu no telhado" --seja para um cancelamento definitivo, mais provável devido à dificuldade política de comprar um caça americano em meio a uma crise, seja para um adiamento na espera de ainda melhores condições de venda. Procurada, a Boeing não se manifestou.

Diferenças à parte, o teor diplomático calculado das notas foi combinado. Funcionários do Planalto e da Casa Branca trocaram suas versões dos textos e ensaiaram acordo em três pontos.

O primeiro deles foi o uso do verbo adiar. Segundo, a possibilidade de remarcação. Por fim, ambos falam na disposição de manter "relações estratégicas".
 
Fonte:Folha
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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Dilma anuncia hoje se visitará os EUA após denúncias de espionagem

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A presidente Dilma Rousseff confirmou nesta terça-feira, em entrevista a rádios gaúchas, que se pronunciará ao longo do dia sobre sua visita de Estado a Washington, prevista para outubro. Ontem à noite, ela se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, para discutir o retorno dado pelo governo norte-americano aos questionamentos do Brasil sobre as denúncias de espionagem.
Durante o encontro, Dilma recebeu um telefonema do presidente norte-americano, Barak Obama, com quem conversou por cerca de 20 minutos. "Quanto à minha conversa com o presidente Obama, é fato, ela ocorreu ontem à noite, e eu darei, ao longo do dia, uma entrevista sobre como iremos encaminhar essa questão da viagem aos Estados Unidos", respondeu às rádios.
 
A presidente passou a cogitar o cancelamento da visita de Estado ao país, após denúncias de que os Estados Unidos espionaram dados de brasileiros, inclusive dela, além de empresas estratégicas como a Petrobras.
Para uma decisão sobre a visita de Estado, Dilma aguardava o relato de Figueiredo, que esteve em Washington na semana passada para tratar do assunto com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice. Há 11 dias, durante a Cúpula do G20, na Rússia, o presidente Barack Obama se comprometeu com a presidente a responder aos questionamentos do governo brasileiro.
Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.
Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.
Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.
Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.
Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.
Monitoramento
Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.
De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.
O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.
Fonte: Agência Brasil
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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Trabalho da Agência Brasileira de Inteligência desagrada a Dilma

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Quando as primeiras denúncias de espionagem dos EUA contra Dilma Rousseff chegaram ao conhecimento do Palácio do Planalto, a presidente foi "para cima" do general José Elito, responsável pela segurança presidencial e pelo serviço de inteligência do governo brasileiro.
 
Dilma não hesitou e, há duas semanas, disse ao general na presença de auxiliares: "Esses relatórios são de anteontem, Elito!".
 
Quem acompanha Dilma de perto diz que o termo "de anteontem" é usado com frequência para definir a falta de agilidade da inteligência brasileira em captar e repassar informações estratégicas.
Para deixar a presidente informada, Elito faz duas reuniões, uma matinal e outra chamada de "pôr do sol", com o comando da Agência Brasileira de Inteligência.
 
Resistente a repassar à presidente todos os relatórios de inteligência produzidos pela Abin, Elito exige uma síntese dos assuntos mais relevantes, que fazem parte de um mosaico de cerca de 700 diferentes cenários monitorados.
 
Trata-se de uma coletânea resumida de informes, dados de órgãos do governo que fazem parte do sistema de inteligência, breves análises de notícias e, às vezes, trechos de relatórios detalhados.
 
Normalmente, essa síntese encomendada diariamente pelo general tem duas páginas e, justamente por ser sucinta e genérica demais, é alvo de críticas não apenas de Dilma como de outros integrantes do governo.
 
Auxiliares lembram que, durante os protestos de junho, os documentos "secretos" da Abin, entregues todas as manhãs à presidente, traziam locais e datas dos atos. As mesmas informações, contudo, estavam publicadas em jornais e na internet.
 
Desde Lula
 
Mas há quem acredite que parte do problema está na edição e restrição dos dados repassados a Dilma. O general filtra as informações da Abin, apresentando apenas as que considera relevante. Muito recentemente, por exemplo, dados sobre o cenário internacional passaram a ser incluídos com destaque.
 
Auxiliares de Dilma alegam que, no ano passado, ela não teve acesso aos documentos da Abin que mostravam o enfraquecimento político do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
 
Apesar de os documentos terem sido entregues no dia anterior à abertura do processo impeachment, a presidente só foi informada depois.
 
O desgosto da chefe quanto ao serviço prestado pela inteligência brasileira não é novidade no Planalto. O ex-presidente Lula era tão ou mais queixoso que sua sucessora.
Em 2007, por exemplo, ao ser surpreendido com o motim dos controladores de voo, Lula perguntou para que servia o trabalho da Abin.
Dilma também questiona a eficiência da agência. Diante das suspeitas de que foi vítima da espionagem dos EUA -com a divulgação de uma apresentação na qual aparece sua foto como exemplo de um método de coleta de dados-, a presidente chamou assessores ao seu gabinete.
 
Segundo a Folha apurou junto a interlocutores, ela fez uma comparação, dirigindo-se a José Elito: "É como um carrinho de brinquedo enfrentando um trator".
 
Questionado, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República informou que "deixa de se manifestar em virtude de [as perguntas] abordarem temas voltados para a atuação da inteligência de Estado".
 
Fonte: Folha
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domingo, 15 de setembro de 2013

Agentes da CIA conseguem atuar livremente no Brasil

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Pelo menos uma vez por semana, dois agentes da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, chegam a um dos prédios da Polícia Federal em Brasília, no setor policial sul da capital.
 
Em menos de cinco minutos, eles passam pela portaria e se dirigem a uma reunião em um dos edifícios onde ficam os cerca de 40 agentes brasileiros da Divisão Antiterrorismo (DAT).
A desenvoltura dos americanos não é por acaso: ali, os computadores, parte dos equipamentos e até o prédio, dos anos 90, onde estão reunidos e trabalham os policiais que investigam terrorismo no Brasil, foram financiados pelos EUA.
 
Nas duas últimas semanas, a Folha entrevistou policiais federais, militares da inteligência do Exército e funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
 
Todos admitem que os acordos de cooperação entre a Embaixada dos EUA e a PF são uma formalidade. E que, na prática, os americanos têm atuação bastante livre em território brasileiro. Procurada, a Embaixada dos EUA no Brasil não se pronunciou.
 
Segundo a Folha apurou, a atuação da inteligência americana no Brasil não se limita à espionagem eletrônica, revelada em documentos do ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden.
 
Os americanos estão espalhados pelo país atrás de informações sobre residentes no Brasil, brasileiros ou não. Eles dão a linha em investigações e apontam quem deve ser o alvo dos policiais federais, dizem essas fontes.
 
Na prática, os americanos acabam se envolvendo em operações das mais diversas.
 
Em 2004, por exemplo, a Operação Vampiro, que desmantelou uma quadrilha que atuava em fraudes contra o Ministério da Saúde na compra de medicamentos, teve participação da CIA.
 
Em 2005, os americanos estiveram diretamente envolvidos no rastreamento do lutador de jiu-jítsu Gouram Abdel Hakim, suspeito de pertencer a uma célula da rede terrorista Al Qaeda.
 
POLÊMICA
 
A parceria entre a Embaixada dos EUA e a Polícia Federal --formalizada por meio da assinatura de um memorando em 2010, mas ativa na prática desde muito antes disso-- é polêmica.
 
Um de seus críticos é o ex-secretário nacional Antidrogas Walter Maierovitch. "Opinei pela não oficialização do convênio, em relação às drogas, porque era um acobertamento para a espionagem desenfreada, sem limites", lembra Maierovitch.
 
À época, a justificativa para o convênio era que o auxílio entre americanos e brasileiros serviria para o combate às drogas. Depois do 11 de Setembro, no entanto, o foco passou a ser o terrorismo.
 
Os americanos mantêm escritórios próprios no Rio, com a justificativa da realização da Copa do Mundo e da Olimpíada de 2016, e em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para vigiar a atuação das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na fronteira.
 
"O que mais tem é americano travestido de diplomata fazendo investigação no Brasil", afirma o policial federal Alexandre Ferreira, diretor da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais).
 
Cinco bases da PF para o combate ao terrorismo funcionam hoje no país --no Rio, em São Paulo, em Foz do Iguaçu e em São Gabriel da Cachoeira. Todas contam com equipamentos e tecnologia da CIA para auxiliar nos trabalhos, e há agentes americanos atuando em parceria com os brasileiros.
 
"O problema não é a parceria. O problema é do Brasil, que não faz o dever de casa e não se protege contra esse 'amigo' que busca, na verdade, seus interesses", diz o professor Eurico Figueiredo, do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense).
 
ATUAÇÃO DA CIA NO BRASIL
 
O ACORDO
O acordo entre a Polícia Federal e a Embaixada dos Estados Unidos foi formalizado em 2010
 
REPRESENTANTES
Quem representa o governo americano no acordo é a CIA, a Agência Central de Inteligência. Na PF é a Divisão Antiterrorismo (DAT)
 
OBJETIVO
A cooperação técnica prevê intercâmbio, compartilhamento, transferência de conhecimento, apoio de qualquer natureza e fomento de programas, projetos e ações voltados para o combate ao terrorismo
 
INVESTIMENTO
O acordo não prevê financiamento de nenhum programa
 
BENEFÍCIOS
Policiais federais contam que os computadores do DAT foram doados pelos americanos. Em cursos nos Estados Unidos, os policiais brasileiros ganham dos americanos a hospedagem e o aluguel de carros durante o período de estudo
 
DAT/CIA
As unidades dividem três bases no país: São Paulo, Foz do Iguaçu (PR) e São Gabriel da Cachoeira (AM). As reuniões semanais em Brasília acontecem em prédio construído com ajuda dos americanos na década de 1990
 
DENTRO DA LEI
Os agentes do DAT buscam autorização judicial e assim investigam ações de possíveis grupos terroristas no país a partir de informações passadas pela CIA
 
ZONA CINZA
Assim são chamadas pelos policiais federais algumas técnicas dos espiões americanos no país: invasão de sistemas, compra de informações e suborno de funcionários de empresas públicas ou privadas
 
DIPLOMACIA
Alguns espiões têm cargos na embaixada americana em Brasília ou nos consulados do Rio, de São Paulo, Porto Alegre (RS), Recife (PE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Manaus (AM)
 
Fonte: Folha
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ex-CIA: Israel e evidências forjadas pressionam Obama a atacar a Síria

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está sendo levado a planejar uma intervenção na Síria por lideranças "desonestas" dos serviços de inteligência americana e por interesses israelenses. Esta é a posição do ex-agente da CIA Ray McGovern. Em entrevista ao Terra, ele disse que o atual chefe da inteligência americana, John Breenan, está por trás de uma fraude sobre o ataque químico de 21 de agosto nos arredores de Damasco. McGovern diz que as evidências do massacre foram fabricadas para levar os EUA para uma nova guerra no Oriente.
Ele questiona a autoria do ataque. "Quem lucraria com um ataque químico próximo a Damasco? Eu acho que os rebeldes lucrariam com isso se conseguissem, e apenas se conseguissem, convencer a comunidade internacional de que o regime de Bashar al-Assad é o culpado".
 
McGovern trabalhou como oficial de inteligência do Exército americano antes de se juntar à CIA, onde trabalhou por 27 anos até 1990, quando se aposentou com honras. Durante o governo de Ronald Reagan (1981-1989), ele trabalhava na produção de um informe diário de inteligência para o presidente e participava de reuniões com seus assessores diretos. Atualmente, ele atua como ativista político e recentemente foi um dos signatários de uma carta escrita por veteranos dos serviços de inteligência para Obama pedindo para que ele não levasse adiante o ataque à Síria.
McGovern, que mora no Estado americano da Virgínia, conversou com o Terra por telefone. Confira abaixo trechos da entrevista:
 
Evidências forjada Ray McGovern - Se eles tivessem evidências suficientes, a administração iria divulgá-las. A noção de que fontes e métodos precisam ser protegidos é compreensível. Eu passei anos como uma autoridade de inteligência e sei que é necessário proteger fontes e métodos, mas nesse caso sabe-se que foram conversas interceptadas. O governo alega que estas conversas dizem uma coisa, e pessoas dentro do governo alegam que dizem algo bem diferente. O que precisa acontecer é o presidente ir até a comunidade de inteligência e dizer 'nós precisamos divulgar essa conversa interceptada'.
 
A administração sempre alega que está interceptação mostra que o governo Assad é responsável por este incidente químico. Outras pessoas dizem os militares que foram flagrados nas conversas expressaram grande surpresa e se perguntavam: 'Você sabe quem ordenou isso?' Essas são duas versões bem diferentes. Caso isso não seja feito, ele levantará as suspeitas de que a segunda versão é a correta.
Fontes dentro da CIA
Ray McGovern - Há pessoas dentro da CIA que lamentam não ter falado quando uma inteligência fraudulenta estava sendo preparada para justificar um ataque ao Iraque. Dessa vez, sob um grande risco pessoal, eles desejam compartilhar esta informação. Se passassem para a mídia tradicional, eles não seriam levados a sério. Mas eles sabem que há pessoas atrás da verdade e disseram a ex-colegas (incluindo McGovern) que o que aconteceu no Iraque parece estar acontecendo na Síria.
Por que eles não vêm a público
Ray McGovern - Como todo mundo sabe, a administração Obama processou mais delatores, sob o ato de espionagem, do que todos os outros presidentes antes dele. Qualquer analista ou operador de inteligência que deseje vir a público enfrenta grandes riscos.
 
Influência israelense
Ray McGovern - Há pessoas ao redor de Obama que têm muito dificuldade em distinguir os interesses de Israel dos interesses dos EUA, que querem a guerra na Síria. (...) Há um artigo recente no NYT que diz que analistas israelenses acreditam que o melhor resultado para o conflito na Síria é nenhum resultado. Israel acreditaria que quanto mais os muçulmanos se matarem, e não só na Síria, melhor para Israel.
Do outro lado está o Irã. Se os EUA forem persuadidos a agir na Síria, o Irã ficará em uma situação diplomática muito complicada. Eu penso que as pessoas do Irã são espertas o suficiente para não dar pretextos para Israel e os EUA os atacarem, mas será muito embaraçoso para o Irã não fazer nada se o seu único aliado na região for atacado.
Apoio da mídia
Ray McGovern - Em grande parte é por causa de Israel, mas os fabricantes de armas que lucrariam com a guerra, e lucraram com o Iraque e Afeganistão, pertencem às mesmas corporações que controlam a mídia nos Estados Unidos.
 
Claramente, Obama não quer ir para a guerra. Quem em sã consciência gostaria de ir à guerra após o Iraque e o Afeganistão, após o caos deixado pela intervenção na Líbia?

 Ray McGovern - O papel da CIA não é promover esse ou aquele curso de ação, mas simplesmente analisar as informações de inteligência e repassar ao presidente. Quando o presidente George W. Bush queria fazer guerra com o Iraque, havia um chefe desonesto na CIA, George Tenet, que reverteu o papel da CIA porque achava que deveria apoiar o presidente. Isso levou a evidências forjadas e inventadas.
A CIA foi corrompida para o ataque ao Iraque. Com sorte, pessoas honestas substituíram Tenet e quando, em 2007, surgiu a possibilidade de uma guerra com o Irã, a CIA informou o presidente americano de que o Irã tinha paralisado seu programa de armas nucleares em 2003 e não o tinha retomado desde então. Pessoas honestas foram trazidas e a opinião deles teve grande peso para que os Estados Unidos não entrassem em uma guerra que estava sendo preparada por Bush e Dick Cheney, algo que o próprio Bush admite em seu livro de memórias.
 
Será muito embaraçoso para o Irã não fazer nada se o seu único aliado na região for atacado
Atualmente, nós temos uma pessoa desonesta à frente da CIA, John Breenan. Há dois anos ele afirmou que não havia nenhuma vítima civil dos ataques de drones americanos no Paquistão. Isso é ridículo. Ele também disse que o Irã está desenvolvendo armas nucleares, algo que ele sabe que não é verdade. Nós devemos confiar nele agora? Eu acho que precisamos ver as evidências, a transcrição daquelas conversas.
 
Posição de Obama
Ray McGovern - Claramente, Obama não quer ir para a guerra. Quem em sã consciência gostaria de ir à guerra após o Iraque e o Afeganistão, após o caos deixado pela intervenção na Líbia? Mas ele está sob grande pressão para isso.
Mudança na posição americana
Ray McGovern - Após muitos combates, há cerca de dois ou três meses o governo (sírio) começou a avançar. Se o momento fosse favorável aos rebeldes, por que John McCain e Lindsay Graham, os dois senadores mais pró-Israel, querem o envolvimento dos EUA? A razão é porque o momento favorece o governo. E eles não só falaram "em reverter o momento", mas tiveram sucesso em colocar essa frase no documento aprovado pelo comitê de relações exteriores do Senado na semana passada.
Papel de Obama
Ray McGovern - Há um ano, o presidente fez um infeliz comentário de que estava traçando uma linha vermelha para ataques químicos. Se você quisesse o envolvimento dos Estados Unidos, o que você faria? Você teria grande incentivo para convencer de que houve um ataque químico.
Se a culpa do regime Assad for provada
Ray McGovern - Por que meios militares precisam ser a primeira opção? Deveriam ser a última. Há diversos caminhos para se responsabilizar Assad nesse caso. Um ataque americano só levaria ao prolongamento do conflito, por muitos anos, e preveniria Assad de vencer. Isso é algo que Israel gostaria de ver, xiitas e sunitas se destruírem.
Possibilidade de retaliação
Ray McGovern - Há centenas de oportunidades para uma retaliação. E é por isso que as lideranças do Estado-Maior Conjunto estão argumentando contra o ataque. Os Estados Unidos gastaram quase US$ 1 bilhão na embaixada de Bagdá (Iraque), quase a metade disso em uma embaixada similar em Cabul (Afeganistão). Há alvos que seriam muito lucrativos e tudo que você precisa são equipamentos que estavam disponíveis quando eu estava no Exército, há 50 anos: morteiros 80 mm, lançadores de foguetes, etc.
 
Fonte: Terra
 
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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Episódio de espionagem pode impedir compra de caças americanos

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A divulgação de documentos mostrando que a Petrobras foi alvo da espionagem americana não foi de todo surpreendente para a presidente. Desde a primeira revelação, semana passada, de que o Brasil havia sido alvo da NSA, Dilma já havia afirmado a interlocutores que desconfiava que o interesse envolvido na interceptação era econômico, e não de segurança nacional. Agora, os americanos já podem contabilizar o primeiro prejuízo: a inclinação que a presidente tinha pela proposta dos EUA para os caças que a Força Aérea Brasileira (FAB) pretende comprar.
 
Nos últimos meses, a norte-americana Boeing havia assumido o favoritismo na disputa pela compra de 36 caças por cerca de US$ 4 bilhões, imbróglio que se arrasta há anos. A visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em junho, havia fortalecido decisivamente a posição da empresa. Agora, com o caso de espionagem, a disputa volta à estaca zero, segundo interlocutores da presidente.
 
Na avaliação de integrantes do governo, a tendência é que, com isso, a compra dos caças sequer ocorra no primeiro governo Dilma. Isso porque as demais opções, o francês Rafale e o sueco Grippen, também sofrem resistências. O avião francês chegou a ser o favorito do governo durante a gestão do ex-presidente Lula, mas problemas na negociação dos aviões deste modelo com a Índia criaram resistências em Dilma. Como não haveria condições políticas de Dilma anunciar a compra dos caças em breve, e o valor envolvido é muito grade, a tendência é que a decisão fique para após o ano eleitoral.
 
Após a nota de ontem, a ordem no Planalto é aguardar que o governo de Obama viabilize a viagem da presidente a Washington. O maior temor é que a visita de Estado seja ofuscada por novas denúncias. O governo avalia que, se ocorresse sem sobressaltos, a visita seria amplamente positiva para a imagem de Dilma. Por isso, o cancelamento pode ser uma perda.
 
Fonte: O Globo
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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Brasil aguarda nos próximos dias explicações dos EUA sobre espionagem

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Nos próximos dias, o governo dos Estados Unidos deverá prestar esclarecimentos ao Brasil sobre as denúncias de espionagem à presidenta Dilma Rousseff, a assessores e cidadãos brasileiros. A previsão, segundo Dilma, é que o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, converse até o dia 12 com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice. A conversa entre os dois pode ocorrer pessoalmente, Figueiredo estará em Nova York a partir de amanhã (10) e deverá ficar até sexta-feita (13).
Na semana passada, em São Petersburgo (Rússia), durante a cúpula do G20, Dilma e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversaram sobre o mal-estar causado pelas denúncias de espionagem. Segundo ela, Obama prometeu responder às perguntas encaminhadas pelo governo do Brasil. De acordo com a presidenta, se for necessário, voltará a conversar com Obama.
"O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema", disse a presidenta, em entrevista coletiva.
"O que pedi foi o seguinte: 'acho muito complicado ficar sabendo dessas coisas pelo jornal. Eu quero saber: tem ou não tem? Além do que foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo o que há em relação ao Brasil. Tudo, tudinho, em inglês: 'everything'"
Na conversa, Dilma disse a Obama que vai propor à Organização das Nações Unidas (ONU) e a entidades internacionais iniciativas na tentativa de impedir a espionagem e violação de direitos individuais e humanos. Há mais de um mês, o governo brasileiro pediu explicações aos Estados Unidos sobre as denúncias, desencadeadas pelas informações de Edward Snowden, que trabalha para uma prestadora de serviços da Agência Nacional de Segurança (NSA).
Nas duas últimas semanas, os pedidos de informações aos Estados Unidos foram reforçados pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e Figueiredo. Em meio à expectativa pelas informações, a presidenta deixou em aberto a possibilidade de viajar, em 23 de outubro, para Washington, nos Estados Unidos, com honras de chefes de Estado.
'Se não houver condições políticas, obviamente não se vai. Eu não pretendo transformar a quarta-feira [12] no 'dia D'. Eu pretendo transformar a quarta-feira [12] em um dia de avaliação. Não esperem que quarta-feira seja um 'dia D'', disse Di.
 
Fonte: Agência Brasil
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EUA também espionaram a Petrobras

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Os serviços de inteligência dos Estados Unidos, acusados de intervir Nas comunicações da presidente Dilma Rousseff, também espionaram a Petrobras, segundo afirmou neste domingo a "Rede Globo".
 
A denúncia da "Globo" se apoia em documentos entregues pelo ex-analista da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden ao jornalista Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "The Guardian", que mora no Rio de Janeiro.
 
A "Globo" explicou que os documentos, mostrados neste domingo na televisão, correspondem a um curso dado pela NSA a seus agentes e aparentemente voltado a prepará-los para espionar empresas.
 
O nome da Petrobras aparece em muitos desses cursos, o que, afirmou a "Globo", "contradiz a afirmação da NSA que a espionagem não tem objetivos econômicos ou comerciais".
 
No entanto, os documentos mostrados não detalham em nenhum momento a que tipo de informação sobre a Petrobras puderam ter acesso nem deixam claro se a empresa foi realmente espionada ou era citada só como um exemplo.
 
A Petrobras informou que não comentará os documentos revelados pela "Globo", mas fontes oficiais consultadas pela Agência Efe disseram que o Governo analisará nos próximos dias essa nova denúncia e que "possivelmente" pedirá novas e "mais amplas explicações" aos EUA.
 
Na segunda-feira passada - após saber da espionagem a Dilma, que foi também denunciada pela "Globo" tendo como base documentos vazados por Snowden - o Governo convocou o embaixador dos EUA no país, Thomas Shannon, a quem transmitiu sua exigência de "explicações rápidas" e "por escrito".
 
O assunto também foi colocado pessoalmente por Dilma ao presidente dos EUA, Barack Obama, com quem encontrou esta semana na cidade russa de São Petersburgo, onde se reuniram os líderes do Grupo dos Vinte (G20).
 
Dilma teve um encontro particular com Obama e disse que este se comprometeu a dar explicações antes da próxima quarta-feira.
 
A presidente condicionou a visita de Estado que deve fazer a Washington no dia 23 de outubro precisamente a essas explicações que aguarda da Casa Branca.
 
Fonte: EFE
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domingo, 8 de setembro de 2013

Abin cria sistemas de criptografia para proteger dados do governo

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Enquanto a presidente Dilma Rousseff espera que os Estados Unidos esclareçam "tudo" sobre a suspeita de espionagem de autoridades do País, o governo brasileiro tem prontos equipamentos que podem aumentar a proteção das comunicações da mandatária e de seus ministros.
 
Há pouco mais de um mês, técnicos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apresentaram ao Palácio do Planalto dois novos produtos que permitem criar áreas seguras, criptografadas, dentro de computadores e tablets.
Feitos para proteger dados de espiões e sistemas de monitoramento, o CriptoGOV e o cGOV devem estar prontos para uso nos próximos dias. Os novos equipamentos foram apresentados no Planalto em 14 de agosto a representantes de mais de 30 ministérios.
O sistema, muito mais simples que os existentes hoje, é uma espécie de pen drive chamado de Plataforma Criptográfica Portátil (PCP), que pode ser conectado em qualquer porta USB, acompanhado de um aplicativo.
O sistema cria áreas seguras no computador, em outro pen drive ou na própria plataforma. Ali, os documentos que forem criados são automaticamente criptografados. Com o cGOV, esses documentos podem ser transmitidos pela internet também sob segurança.
Os técnicos da Abin acreditam que a facilidade de operação do sistema permitirá que a presidente, ministros e outros servidores com acesso à informações sensíveis passem a usar com mais frequência os sistema de criptografia. Até o escândalo que revelou a espionagem americana no Brasil, ministérios, a Presidência e empresas com informações sensíveis tinham dificuldade de encarar o uso da proteção de dados como necessidade primária.

Proteção Made in Brazil
 
+ Telefone fixo seguro: Linha com criptografia de voz desenvolvida pela Abin. Usada pela Presidência, Ministérios da Defesa e Relações Exteriores, Polícia Federal, Forças Armadas, Abin e Petrobrás, entre outros.
 
+ Telefone móvel seguro: Sistema análogo para celulares. usado pela presidência, Defesa e Itamaraty, entre outros.
 
+ Criptografia: Plataforma de criptografia portátil, em formato de pen drive, que cria zonas seguras, onde podem ser feitos documentos criptografados.
 
+ cGov: Sistema de transmissão de dados seguro que permite aos usuários enviarem documentos uns aos outros sem risco.
Fonte: Estadão
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Brasil terá serviços de satélites vigiados por empresa franco-americana

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O Brasil terá uma empresa meio americana, meio francesa monitorando todos os serviços por satélite que hoje funcionam no país, a Alcatel-Lucent.
 
Como parte dos investimentos para a Copa, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) fez um pregão eletrônico na segunda-feira para contratar a companhia que irá instalar de seis a oito aparelhos, similares a grandes antenas parabólicas, em um terreno da Marinha na Ilha do Governador (Rio).
 
Com esses equipamentos, a empresa irá monitorar se os satélites autorizados a prestar serviços no país cumprem normas técnicas de posição, emissão de sinal e interferência em outros serviços.
 
Em uma analogia, seria como visualizar diversas tubulações levando e trazendo informações, sem que se possa ver por dentro -ou seja, identificar quais informações estão sendo transportadas.
Para ultrapassar essa barreira, seria preciso usar técnicas ilegais para quebrar as chaves que codificam o sinal.
 
Atualmente, satélites enviam sinal para funcionamento de banda larga, TV por assinatura e redes corporativas, por exemplo.
 
PRÉ-REQUISITOS
 
Antes de ser anunciada oficialmente, a empresa ganhadora ainda terá de cumprir com uma série de requisitos, como entrega da documentação exigida pela agência, de uma proposta técnica e de um projeto de execução. O prazo estimado para o anúncio no "Diário Oficial", portanto, é de mais um mês.
 
Até hoje, essa fiscalização sobre os satélites não existia, o que impedia a agência reguladora de aplicar multas ou controlar esses serviços.
 
Técnicos da agência defendem que o plano para essa contratação já estava previsto desde 2011, antes de ir à tona a polêmica sobre espionagem americana, denunciada por Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês).
 
No pregão, a disputa ficou na maior parte do tempo entre a empresa Hughs, dos EUA, e a Alcatel. Por fim, venceu a franco-americana, com o menor lance (R$ 15,6 milhões) para prestar o serviço.
 
Internamente, o governo comemorou, temendo o embaraço de anunciar que uma americana cuidaria da comunicação brasileira.
 
Funcionários de alto escalão do governo disseram à Folha que, nesses momentos de crise, faz diferença anunciar como ganhadora uma americana ou uma sociedade entre americanos e franceses.
 
Um dos argumentos é que a lei americana obrigaria as suas empresas a cooperarem com os órgãos de segurança, o que não deve ser feito com companhias que fazem sociedade com outros países -isso fragilizaria a prática feita secretamente pela agência de segurança.
 
Fonte: Folha
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sábado, 7 de setembro de 2013

Brasil-EUA: crise nas relações?

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Chegou uma notícia que, de certa forma, já era esperada há algum tempo e, especialmente, desde a passada segunda-feira. Trata-se do cancelamento dos preparativos da visita oficial da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, aos Estados Unidos, marcada para outubro próximo.
 
A causa é a divulgação dos materiais sobre a espionagem da agência americana no Brasil. Ainda não há confirmação do cancelamento da visita, mas a equipe que embarcaria aos Estados Unidos para preparar a visita de Estado da presidente Dilma Rousseff teve a viagem cancelada a pedido da presidente. Isso demonstra uma crise sem precedentes nas relações americano-brasileiras.
 
A presidente Dilma está em São Petersburgo, na Rússia, onde participa da 8ª cúpula do G20 – grupo de países que reúne as maiores economias mundiais.
 
Na sessão de abertura, a presidente do Brasil e o presidente dos Estados Unidos estavam sentados lado a lado, mas foi visível o clima de constrangimento, pois eles não trocaram cumprimentos.
 
A presidente Dilma ainda pretende usar a tribuna da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, no próximo dia 24, em Nova York, para cobrar uma ação internacional contra a violação de telefonemas e correspondências eletrônicas. O Itamarati por enquanto abstém de comentários.
 
É interessante observar neste caso a evolução das relações entre o Brasil e os EUA no período depois da Segunda Guerra Mundial, quando a Força Expedicionária Brasileira fazia parte do 5º Exército Americano. Eis, o que conta o famoso diplomata Luiz Felipe Lampreia, que trabalhou no Itamarati ao longo de meio século.
 
Luiz Felipe Lampreia foi embaixador em Suriname, depois embaixador em Lisboa e Genebra, foi secretário-geral do Itamarati ainda na época do presidente Fernando Enrique Cardoso, e depois ministro. Hoje é conselheiro de três organizações, como professor e conferencista. Há 5-6 décadas a situação era diferente, como conta Luiz Felipe Lampreia:
 
"A opinião do Brasil interessava muito pouco. Havia, naturalmente, uma presença na ONU. Era uma presença tradicional. O Brasil foi quase, inclusive, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Não foi porque Churchill e Stalin acharam que o Brasil não tinha peso para figurar no grupo dos cinco membros permanentes: URSS, China, França, Inglaterra e Estados Unidos. Creio que o Brasil passou uma boa parte nos anos 50 e dos anos 60 muito ressentido pelo fato que não tinha tido uma recompensa real pelo sacrifício do sangue, inclusive na Segunda Guerra Mundial. O Brasil foi o único país da América Latina que enviou tropas para a Europa, um contingente que não era enorme, mas era de 25.000 homens e teve perdas de mais de 1.000 homens... O Brasil não recebeu nada em troca. Recebeu uma Comissão Brasil-Estados Unidos, mas não recebeu nada como o plano Marshall, um apoio real que poderia ter sido, talvez, a ilusão de que o Brasil tinha que ter algo muito importante pela sua fidelidade, pela sua presença. E aí nasceu um prejuízo, nasceu um forte grupo nacionalista, em primeiro lugar, dentro do Exército, com general Estillac Leal, que era um homem de esquerda que venceu a Diretoria do Clube Militar. Prejuízo que assinalou a força deste grupo antiamericano, um grupo nacionalista, um grupo, que depois, o próprio Getúlio tinha marcado os assessores para fazer parte desse... Jesus Correia mais outros. Levou à criação da Petrobras, levou à criação da Eletrobras, levou à criação de uma linha do Estado brasileiro, que é uma linha não, evidentemente, objetivamente ou declaradamente anticapitalista ou antiamericana, mas que, no fundo, era uma reação nacionalista a essa situação.
 
Por outro lado, os generais que tinham participado da guerra na Itália: Castelo e outros, eram pró-americanos. Houve a partir do fim da década de 50 um certo predomínio do grupo não-nacionalista, digamos, e isso levou ao golpe de 64. O que prevaleceu originalmente foi o grupo dos veteranos da FEB. E a FEB, como sabemos, era a parte do 5º Exército americano, comandado pelo general Mark Clark, não era uma entidade autônoma. Então, eu assisti com muito constrangimento um discurso do Castelo Branco, marechal Castelo Branco que significava um completo alinhamento do Brasil aos Estados Unidos..."
 
É evidente que a situação mudou! Mudou o mundo! A opinião, a autoridade do Brasil e de muitos outros países já é amplamente considerada, seja apresentada junto com o grupo dos BRICS, seja individualmente. Mas o que irrita muito é que o mundo não fica mais tranquilo e feliz: todos os dias vivemos sob a ameaça de novas provações e guerras.

Fonte: Voz da Rússia
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