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domingo, 20 de setembro de 2020

"Praia Limpa, Mar Limpo" - Evento em Rio das Ostras com apoio da Marinha do Brasil marca último dia da "Semana de Combate ao Lixo no Mar"

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Na última semana, foi promovida pela Marinha do Brasil entre os dias 14 e 19 de setembro a "Semana de Combate ao Lixo no Mar", evento que devido as restrições impostas pela pandemia do Covid-19, teve grande parte das atividades realizadas virtualmente. 

Porém, em Rio das Ostras, no estado do Rio de Janeiro, o editor do GBN Defense e sua filha, Bibi Nicolaci, promoveram no último sábado (19) com apoio da Marinha do Brasil a primeira edição do "Praia Limpa, Mar Limpo", que reuniu um várias pessoas na Praia do Centro, uma das mais importantes do município, realizando a retirada de vários sacos de lixo, além de distribuir várias máscaras, panfletos e sacolas de lixo para as famílias que curtiam o sábado ensolarado.

A ação que ocorreu no último dia da "Semana de Combate ao Lixo no Mar", recolheu muitos copos descartáveis, embalagens plásticas e garrafas de plástico e vidro deixados na praia por banhistas. Tais objetos acabam parando no mar com a alta da maré ou com os fortes ventos, prejudicando a vida marinha. A pequena Bibi de apenas 4 anos, já aprendeu desde cedo e ajudou na distribuição do material e conscientização do público, explicando que lugar de lixo é na lixeira e não na areia da praia ou nas ruas.

"É muito importante nosso engajamento nesta ação, pois não basta apenas reclamar do problema e esperar pelas autoridades competentes, é preciso agir, se cada um fizer sua parte teremos praias mais limpas e preservaremos a biodiversidade de nossa "Amazônia Azul. Não é difícil estabelecer parcerias como a que fechamos com a Marinha do Brasil e comerciantes da cidade, o difícil é colocar na cabeça das pessoas que um simples copo plástico pode causar dano ambiental  por muitos anos, e não custa nada coletar o lixo que geramos, e vou até mais longe, se todos quando formos as praias, rios e lagoas retirarmos o lixo ao nosso redor, já é um grande passo, pratico isso há muitos anos e a Gabrielly (Bibi) desde bebê vê essa minha atitude e assimilou ao ponto de todas as vezes que vamos a praia, ela recolhe comigo bastante plástico ao nosso redor", disse Nicolaci.

O evento que contou com adesão de moradores da cidade e teve o importante apoio da Força Aeronaval, sob o comando do Contra-Almirante Paulo Renato Rohwer Santos, que disponibilizou material para ação, com máscaras produzidas na BAeNSPA pelas oficinas do CIAAN, além do engajamento de comerciantes e empresários de Rio das Ostras, como a Elvira Boutique, Decorplaster e a LorenClin. A divulgação foi realizada com poucos dias do evento pelas redes sociais e o Canal Militarizando, o que levou ao baixo número de voluntários, com a presença do pessoal da Equipe Efatá de Paintball nesta edição.

"No próximo mês pretendemos divulgar a segunda edição do "Praia Limpa, Mar Limpo" com maior antecedência, definindo a ação no fim da tarde para que possamos ampliar o número de voluntários e realizar a varredura por uma área mais extensa de nossa orla, mantendo atenção aos procedimentos de segurança contra o Covid-19, com nosso pessoal usando máscara, luvas e álcool gel, além de manter a distancia de segurança durante a progressão no terreno. O GBN Defense abraça essa missão", divulgou Nicolaci.

A Amazônia Azul é responsabilidade de todos, a Marinha do Brasil e diversos institutos tem realizado uma série de ações na preservação de nosso mar, o GBN Defense mais uma vez se engaja na luta pela preservação ambiental, onde também é um dos signatários da Carta de Compromisso pela Preservação e Despoluição da Baía de Guanabara, assinada em 16 de fevereiro de 2019.


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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Marinha e Exército apoiam combate ao incêndio na Serra da Mantiqueira

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Desde o último domingo (19), o Ministério da Defesa (MD) mobilizou as Forças Armadas para apoiar o combate ao incêndio na Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira, as quais estão empregando um variado leque de aeronaves de asas rotativas da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro, além de um C-130 Hércules pertencente à FAB que emprega o sistema MAFFS (Modular Airborne Fire Fighting System)
O engajamento de nossas Forças Armadas visa apoiar a solicitação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que em face das características geográficas, com relevo que dificulta o acesso aos brigadistas, os quais só podem ser inseridos no cenário de combate aos focos localizados na região da Serra Fina por meio aéreo, tendo em vista a altitude do local, cerca de  9mil pés (2.743m) acima do nível do mar.
A Marinha do Brasil destacou uma aeronave UH-15 "Super Cougar" e oito militares pertencentes ao 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (EsqdHU-2) para apoiar o deslocamento dos brigadistas no embarque e desembarque nas zonas de combate aos focos do incêndio, atuando em altitudes de 9mil pés, operando em áreas restritas para pouso, demonstrando toda versatilidade e preparo do EsqdHU-2 "Pégasus" em variados cenários de emprego, atestando também as qualidades do UH-15 "Super Cougar" como um vetor de larga flexibilidade de emprego, atuando nos mais variados teatros operacionais.
O Exército Brasileiro destacou militares do 2º Batalhão de Aviação do Exército (2º BAvEx) que seguem prestando suporte fundamental para operação de combate ao incêndio, voando uma aeronave HM-1 "Pantera" e um HM-3 "Cougar" que cumprem missões de reconhecimento identificando áreas com focos de incêndio, além de realizar transporte aéreo de bombeiros e brigadistas para pontos estratégicos de difícil acesso, além de apoiar a logística de equipamentos e suprimentos as equipes envolvidas na missão.

Mais uma vez é demonstrada a capacidade de operação conjunta entre as três Forças, destacando a interoperabilidade cada vez mais presente na atuação de forma coordenada dos meios e pessoal. Durante essa missão vem se destacando a importância do trabalho integrado entre o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, brigadistas, ICMBio e os militares da Marinha e da Aviação do Exército, que estão contribuindo para extinguir os focos de incêndio e diminuir os danos ambientais.

É de suma importância que episódios como este e diversos outros recentes, levem nossos representantes no Congresso e Senado a refletir sobre a importância que possuem nossas instituições, destinando às mesmas os recursos necessários para que deem prosseguimento nos programas de modernização e renovação de meios e sistemas, que são de vital importância para o cumprimento do variado leque de missões que são dadas as nossas Forças Armadas, muitas das quais saem do escopo original de seu emprego afim de atender as lacunas existentes nas capacidades dos governos estaduais e seus aparatos de segurança pública e defesa civil.

Por: Angelo Nicolaci


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Imagens Marinha do Brasil e Exército Brasileiro
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domingo, 19 de julho de 2020

Verdades ignoradas - Derramamento de óleo no litoral nordeste, o contexto ignorado pela mídia

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É surpreendente como a mídia em geral insiste em ignorar o verdadeiro papel do jornalismo – informar o público de maneira imparcial, para que cada um tire suas próprias conclusões – e tenta politizar absolutamente toda e qualquer situação que ocorre no Brasil, tentando culpar diretamente o atual Governo e ignorando questões importantes na equação.

Este é o caso de matéria publicada pelo jornal “O Globo”, que trata do desastre ambiental ocorrido em agosto de 2019, quando um derramamento de óleo no mar atingiu diversas praias do litoral nordeste, chegando a atingir algumas praias na região sudeste (ES e RJ).

A manchete "Governo não multou ninguém por vazamento de óleo ocorrido há quase um ano e ainda deve R$ 43 milhões à Petrobras", chama a atenção do leitor, mas seu conteúdo omite ou desconsidera muitos pontos importantes sobre o ocorrido, transformando a situação ocorrida em mais um de vários ataques infundados ao governo.

Como deixamos claro em outras ocasiões, o GBN Defense mantém imparcialidade quando se trata de questões políticas inerentes a ideologias ou disputas partidárias, mas quando se trata de difundir informações incompletas ou propositalmente “vender” pontos de vista obviamente míopes ou deturpados, nos cabe defender os valores do bom jornalismo, que é trazer o máximo de informação ao nosso público, da maneira mais clara, objetiva e imparcial possível, possibilitando que nosso leitor tenha a sua disposição a capacidade de analisar os fatos e tomar seu posicionamento sem que o mesmo seja direcionado por tendências de determinados canais.

Antes de tentar imputar culpa a qualquer um dos atores envolvidos no desastre em voga, ou cobrar respostas das instituições responsáveis por fiscalizar e fazer com que a lei se cumpra, é preciso compreender que o ocorrido foi algo inédito; esse ineditismo gerou um grande desafio aos atores envolvidos em conceber uma resposta ao ato.

Isso nos faz lembrar que o setor da Defesa sofre, por décadas, com ausência de investimentos consistentes, o que impactou sobremaneira nas capacidades de nossas FFAA (Forças Armadas) de atuar com maior eficiência, tendo que se desdobrar com orçamentos muito aquém das necessidades de investimento para que disponhamos de tecnologia e meios adequados ao cumprimento de todas as atribuições que cabem às nossas FFAA e outros setores, como a Inteligência e órgãos de fiscalização.

É muito fácil dar uma de “engenheiro de obra pronta” e cobrar nossas instituições por conta da demora em apresentar à Justiça o responsável pelo ato criminoso – sim, criminoso – pois o navio responsável se evadiu e não tomou qualquer medida para evitar os danos ambientais provenientes do vazamento (acidental ou não).

A pergunta aos nossos leitores é: vocês tem ideia dos desafios tecnológicos que estão envolvidos em manter um adequado monitoramento dos mais de 3 milhões de km² nossa "Amazônia Azul", a qual exige um mix bastante complexo (e caro) de sistemas, sensores e meios para obter uma efetiva capacidade de monitoramento e controle, além dos recursos humanos para extrair o máximo de tais meios?

SisGAAz

A MB (Marinha do Brasil) tem um programa de grande importância neste sentido, o SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), que tem por missão monitorar e controlar, de forma integrada, as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB) e as áreas internacionais de responsabilidade para operações de Socorro e Salvamento (SAR – Search and Rescue), a fim de contribuir para a mobilidade estratégica, representada pela capacidade de responder prontamente a qualquer ameaça, emergência, agressão ou ilegalidade.

Os benefícios associados ao SisGAAz compreendem vários pontos estratégicos desde inteligência, socioeconômicos e militares. Os benefícios socioeconômicos são relacionados a minimização da evasão de riquezas por vias marítimas, a maximização da proteção contra o narcotráfico e do controle de danos ambientais. Finalmente, os benefícios militares serão observados no aperfeiçoamento do emprego racional, eficiente e eficaz dos meios navais na vigilância da Amazônia Azul e na redução do risco de interrupção da exploração dos recursos minerais por ameaças diversas

A Fase I é composta por um centro de Comando e Controle instalado no Comando de Operações Navais, na Capitania dos Portos do Rio de Janeiro e no Comando do 1º Distrito Naval. Estes Centros receberão em tempo real as informações dos Sensores fixos instalados na Baia da Guanabara e farão a fusão dos dados e apresentarão um quadro único e coerente.

A Fase II consiste na instalação de sensores fixos para monitorar a área marítima entre a Ilha Grande e Cabo Frio, além de dez Navios da Marinha, cinco Centros de Operações em Distritos Navais, duas unidades de vigilância submarina e o Combatente do Futuro para o Corpo de Fuzileiros Navais. Esta Fase tem previsão de conclusão até 2023.

Os benefícios associados ao SisGAAz compreendem vários pontos estratégicos desde inteligência, socioeconômicos e militares. Os benefícios socioeconômicos são relacionados a minimização da evasão de riquezas por vias marítimas, a maximização da proteção contra o narcotráfico e do controle de danos ambientais. Finalmente, os benefícios militares serão observados no aperfeiçoamento do emprego racional, eficiente e eficaz dos meios navais na vigilância da Amazônia Azul e na redução do risco de interrupção da exploração dos recursos minerais por ameaças diversas.

DESAFIOS

Como se pode imaginar, o SisGAAz demanda um pesado e sério investimento, ao longo de muitos anos, e se executado conforme planejado resultará numa efetividade inédita de monitoramento e controle das AJB. Outros ramos das FFAA também tem programas de importância vital para o Brasil.

Apesar de sua importância, e como é um infeliz costume em programas relacionados à Defesa no Brasil, o SisGAAz já se arrasta por muitos anos, ao longo de vários Governos, sem ter obtido a devida atenção e investimento. Pode-se constatar esse triste fato pela obsolescência em bloco (ou seja, vários sistemas entrando em estado de obsolescência mais ou menos ao mesmo tempo) dos meios da MB, afetada pela omissão de décadas na obtenção de novos navios, criando um gap em nossa capacidade naval, atingindo desde os meios mais simples, de patrulha, chegando aos meios de escolta e navios de apoio de suma importância para que tenhamos a devida capacidade de controle marítimo nas AJB.

Esta importante missão de controle tem sido feita, exaustivamente, pelos poucos meios ainda operacionais, os quais já ultrapassaram seu ciclo de vida original e são mantidos em serviço capazes graças aos imensos esforços de nosso Almirantado e das tripulações, que conseguem “tirar leite de pedra” e prover uma capacidade mínima de defender nossa soberania.

Desafios parecidos podem ser observados nos outros ramos das FFAA e seus respectivos programas.

COBRANÇAS

Aonde estavam essas tantas pessoas que hoje exigem respostas, quando se foram apresentadas inúmeras vezes as necessidades de investimento em Defesa, preocupação que tem sido apontada há mais de duas décadas pelos comandos de nossas FFAA, e repetidamente ignoradas pelo Congresso, Senado e diversos ocupantes do Planalto. Sempre negando investimentos de suma importância a nossa segurança e soberania, usando a enganosa justificativa “somos um país pacífico e sem inimigos no horizonte”?

Como temos visto na última década, o “inimigo” tem muitas faces; não pode ser encarado apenas como uma velada ameaça militar direta de um estado-nação. Temos vivido uma mudança vertiginosa no cenário geopolítico; surgiram novas ameaças, em sua grande maioria assimétrica e sem bandeira.

No Brasil em particular, temos acompanhado um aumento exponencial no emprego de nossas FFAA em missões como Garantia da lei e da ordem (GLO), atuação em desastres naturais e ambientais – como é o caso de transportar suprimentos médicos aos quatro cantos do País para ajudar no combate ao surto do novo coronavírus –  além de lidar com ameaças como tráfico internacional e suas mais diversas faces. Tudo isso por si só, seria mais que o suficiente para justificar um adequado investimento em tecnologias e meios para que possamos garantir nossa soberania em qualquer que seja o cenário e contra qualquer ameaça que surja no horizonte, desde um derramamento criminoso de óleo, como ocorrido em agosto passado, ou mesmo a ameaça velada de uma força militar estrangeira.

Temos que abrir nossos olhos, raciocinar e interpretar o que tem ocorrido no cenário internacional, entender que precisamos parar de brigar internamente por ideologias falidas e que em nada nos acrescenta, deixar de encarar política como torcedores de clube de futebol e ter visão e posicionamento responsável como parte de um estado-nação, o qual deve ser forte e com instituições firmes e comprometidas com o interesse do Brasil, não interesses partidários ou de grupos e elites.

Listamos a seguir pontos importantes apresentados pela Nota de Esclarecimento emitida pela MB em resposta a matéria veiculada pelo jornal "O Globo":


MARINHA DO BRASIL 

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA

NOTA DE ESCLARECIMENTO 

Brasília - DF. 
Em 18 de julho de 2020. 

Como a matéria do Jornal O Globo, intitulada “Governo não multou ninguém por vazamento de óleo ocorrido há quase um ano e ainda deve R$ 43 milhões à Petrobras”, contém inverdades, a Marinha do Brasil (MB) apresenta as seguintes considerações: 

a) O crime ambiental que afetou a costa brasileira do Nordeste e Sudeste, desde 30 de agosto de 2019, é inédito e sem precedentes na nossa história, por ter ocorrido sem que o responsável tenha se apresentado voluntariamente e, também, prestado apoio para conter o derramamento de óleo. 

b) Desde o início da identificação das primeiras manchas de óleo, o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), composto pela MB, IBAMA e ANP, juntamente com instituições governamentais (federais, estaduais e municipais), demais Forças Armadas, comunidade científica, universidades, além da valorosa participação de voluntários, uniram esforços para mitigar os efeitos do óleo, com êxito. 

c) Da mesma forma, a MB iniciou uma investigação complexa, contando com a participação de diversas instituições, técnicas, científicas e especializadas, brasileiras e estrangeiras, exigindo conhecimento em várias áreas de estudo: oceanografia, meteorologia, química do petróleo e seus derivados, modelagem matemática, estatística e criminalística. A MB tem trabalhado de forma cooperativa com o inquérito criminal instaurado pela Polícia Federal e realizado reuniões com representantes da CPI do Óleo, de modo a mantê-los a par da complexidade do trabalho e da evolução sobre a apuração desse inédito incidente. 

d) Sob coordenação do GAA, entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, foram recolhidos mais de 5.000 toneladas de óleo e resíduos oleosos, entre os estados do Maranhão e Rio de Janeiro, devidamente destinados, observando protocolos ambientais. No mesmo período, a MB realizou a Operação “Amazônia Azul – Mar Limpo é Vida”, em três fases, com emprego maciço de meios e pessoal, em coordenação com os entes supramencionados. 

e) Em junho deste ano, vestígios de óleo foram identificados em algumas praias do litoral brasileiro, sendo cumprido procedimentos de limpeza e análise de amostras pela MB, autoridades ambientais e universidades. Dos cerca de 100kg de vestígios recolhidos, estima-se que somente 30% sejam efetivamente óleo relacionado ao derramamento do ano passado. 

f) O derramamento de óleo ocorrido ano passado traz ensinamentos para evitar que tal crime ambiental volte a acontecer. Há necessidade premente de investir no aprimoramento do monitoramento dos navios que transitam nas AJB e nas suas proximidades, especificamente o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), com a melhoria de sistemas de apoio à decisão e a aquisição/instalação de radares de médio/longo alcance. O SisGAAz é um Programa estratégico da MB e, como reconhecimento de sua importância, foi incorporado ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), órgão da estrutura do Ministério da Defesa. 

g) Adicionalmente, a MB está atuando junto a organismos internacionais para aperfeiçoar dispositivos e normas jurídicas, notadamente a Carta das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) e a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL). No âmbito nacional, alterações nas Normas da Autoridade Marítima (NORMAM) foram efetuadas, como as de "Embarcações Empregadas na Navegação em Mar Aberto" e do "Tráfego e da Permanência das Embarcações nas Águas sob Jurisdição Nacional", tornando obrigatório que não somente os navios nacionais, mas também os estrangeiros, em trânsito, operação e permanência na Amazônia Azul e na Área de Busca e Salvamento Marítimo (Área SAR) brasileira, operem continuamente os seus equipamentos de identificação automática. 

h) Ressalta-se também que a chamada pública do CNPq\MCTI para apoio financeiro a projetos que contribuam para a geração de conhecimentos sobre o derramamento de óleo teve a contribuição direta da Coordenação Científica criada no âmbito do GAA, demonstrando que as ações estabelecidas na esfera governamental estão em curso. 

i) Por fim, comentários infundados e sem respaldo na realidade agridem, injustamente, os cientistas, profissionais da área ambiental e militares, que permanecem trabalhando para elucidar um complexo crime impetrado contra nossa Pátria e, assim, apresentar o devido indiciamento que, certamente, ocorrerá; bem como, todas as organizações federais, estaduais, municipais e os voluntários que trabalharam, diuturnamente, para mitigar os efeitos dessa agressão sofrida pelo País, não contribuindo para a busca de soluções a tão relevante questão.
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Espero que tenhamos mais discernimento quanto as nossas posições. É preciso que tenhamos a responsabilidade de nos aprofundar em relação ao que (des)conhecemos e as informações que dispomos antes de tomar determinada posição, não adianta tirar o corpo fora e dizer “eu não gosto de política”, é preciso cobrar que os governantes cumpram o que está previsto na Lei.

Infelizmente, enquanto cada um não tomar uma posição, veremos o país afundar diante de nossos olhos, dominado por interesses que não são os nossos.

Encerro este artigo com dois pensadores:
“Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados”. Edmund Burke (1729 - 1797), estadista, político e escritor irlandês.


“O castigo dos bons que não fazem política é serem governados pelos maus”. Platão, filósofo grego.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN Defense, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em defesa e segurança, membro da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (AVCFN), Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR), Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) e Associação de Amigos do Museu Aeroespacial (AMAERO).

Revisão: Renato Marçal


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quarta-feira, 25 de março de 2020

Marinha do Brasil relata que dois oficiais do "Almirante Saboia" testaram positivo para COVID-19

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Em nota preliminar, a Marinha do Brasil por intermédio do Comando em Chefe da Esquadra, informou que dois oficiais do NDCC Almirante Saboia (G25), seu Comandante e seu Imediato, testaram positivo para o COVID-19. Cumprindo as medidas previstas pelos protocolos deliberados em conjunto pelo Ministério da Saúde e Ministério da Defesa, ambos oficiais cumprem o isolamento residencial, sob acompanhamento da Unidade Médica da Esquadra.

Companhia de Defesa NBQR descontamina o navio
Após o resultado do teste positivo, a Marinha acionou a Companhia de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica, a qual foi responsável por executar as medidas de descontaminação previstas neste tipo de situação no navio, à semelhança do procedimento adotado para os demais navios em operação. Todos os militares que compõe a tripulação do NDCC Almirante Saboia estão sendo monitorados,  conforme os protocolos previstos. 

Visando a manutenção da capacidade operativa do navio, serão designados, interinamente, um novo Comandante e Imediato, mantendo o navio plenamente operativo. Nós do GBN Defense, estendemos nossas estimas de pronto restabelecimento de nossos oficiais acometidos pelo vírus, certos de que juntos venceremos mais este desafio.

Pedimos a todos que cumpram as orientações preventivas anunciadas pelas autoridades competentes, afim de que, possamos juntos derrotar esse inimigo silencioso e invisível. Cabe a cada um de nós cumprirmos com nossa responsabilidade, O Brasil depende de VOCÊ!!! Juntos contra o Coronavírus!!!


GBN Defense -  A informação começa aqui
Com informações do CCSM
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domingo, 22 de março de 2020

Coronavírus no Brasil - Fatos e Mitos

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Como é de conhecimento geral, o “Novo Coronavírus” (mais tecnicamente SARS-CoV-2) e a doença causada por ele, a COVID 19, que para efeitos de simplicidade vamos chamar de covid-19, estão afetando o mundo inteiro numa pandemia de proporções que lembram a gripe espanhola de um século atrás.

Assim como nos assuntos militares, aparece todo tipo de informações, com fatos e mitos se misturando e causando grande confusão e angústia nas pessoas, com cenas lamentáveis de pessoas se agredindo em mercados e farmácias.

Como prezamos pelos fatos, além de um artigo sobre cuidados com a doença (Coronavírus (COVID-19) chega ao Brasil - Confira como se prevenir), resolvemos fazer uma pequena análise matemática sobre a evolução dos casos no Brasil, comparando os dados com os da China (país de origem da doença e que, aparentemente, já superou o primeiro surto) e a Itália (que ganhou uma triste notoriedade com os elevados números de casos).

Os dados serão apresentados em forma de gráficos, e as conclusões vão logo em seguida.

Mas, para diminuir a ansiedade, informamos desde já que o avanço da epidemia no Brasil não segue a tendência italiana, ou seja, é improvável termos aqui o caos que se abateu sobre a querida Itália.

Ademais, a própria China, com quase 7 vezes a população do Brasil, teve menos de 90 mil pessoas infectadas até o momento, e é improvável que tenhamos tantos casos por aqui.

Ou seja, nada de pânico, e nada de achar que teremos milhões de casos por aqui!




METODOLOGIA

Como os três países são obviamente diferentes em quase tudo, resolvemos fazer a comparação igualando várias coisas.

A primeira é o tempo - nos três países, avaliaremos os primeiros 30 dias com dados disponíveis, que apresentem mínima variação entre fontes. Como em qualquer doença nova, é neste período que apresentam-se as maiores variações, inclusive de metodologias dos serviços de saúde em relação a diagnóstico e tratamento, o que explica os vários ‘altos e baixos’ dos gráficos. Falaremos disso com mais detalhes depois.

O segundo ponto é a normalização dos dados. Os números de casos foram divididos pelas populações dos países, depois multiplicados por 100 mil. Com isso, a diferença de população entre os países é eliminada. Isso é feito porque mil casos em São Paulo tem um impacto muito menor do que mil casos em uma cidade do interior.

O terceiro ponto é a escala dos dados é logarítmica, outra forma de corrigir as distorções. O caso da Itália é tão grave que seus dados normalizados ficam numa escala muito alta, fazendo os dados de Brasil e China quase desaparecerem. Com a escala logarítmica, a distorção italiana diminui muito de importância, e é mais fácil visualizar os dados

Outro ponto importante é que o Brasil apresentou a doença muito depois daqueles países, e foi mais rápido (em termos de casos absolutos) ao implementar medidas de quarentena - China começou em 23/01 (2 meses, 830 casos, 25 mortes - com ressalvas que serão discutidas mais adiante), Brasil começou já  em 12/03 (11 dias, 77 casos, nenhuma morte; a primeira morte foi em 17/03), e a Itália somente em 09/03 (19 dias, 9.172 casos, 463 mortes). Embora a quarentena brasileira seja, até o momento, mais branda que a italiana e muito mais branda que a chinesa, Estados e Municípios já adotaram medidas mais assertivas, inclusive com o cancelamento de aulas.

Os efeitos das quarentenas chinesa e italiana começaram a aparecer, timidamente, 5 dias depois do começo. Isso se deve ao fato que o vírus leva, em média, em torno de 14 dias para manifestar os sintomas, mas já aos 7 dias é transmissível. Espera-se que, após 20 dias, os efeitos da quarentena já sejam mais perceptíveis.




GRÁFICOS


Gráfico 1: novos casos de covid-19 no Brasil (círculos azuis), China (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Percebe-se que o Brasil está muito mais próximo da China que da Itália neste sentido.

Nesse gráfico, a China implementou medidas de quarentena no 8º dia, e percebe-se uma tendência de queda até o 25º dia, com um novo salto entre o 25º e o 26º dia; falaremos disso mais adiante.

Brasil e Itália apresentam menos pontos de dados porque a doença está no 31º dia na Itália e no 21º dia no Brasil.

Um lembrete - cada unidade na escala vertical, devido à escala logarítmica, representa um aumento de 10 vezes; como exemplo, no dia 11 o valor aproximado é de 0,01 no Brasil, 0,05 na China (4 vezes maior) e 0,94 na Itália (94 vezes maior).




Gráfico 2: total de casos de covid-19 no Brasil (círculos azuis), China (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Percebe-se que o Brasil está muito mais próximo da China que da Itália neste sentido.

Como a China foi o primeiro país com a doença, já estão numa fase de equilíbrio epidemiológico, ou seja, a doença já faz parte do normal do país, não mais um surto, e o número de casos praticamente não aumentou, o que é consequência da queda contínua de novos casos, conforme o Gráfico 1. Embora sutil, há uma variação no gráfico chinês, também entre os dias 25 e 26. Falaremos disso mais adiante.

Percebe-se, novamente, que o Brasil está mais próximo da China que da Itália. Vale novamente o lembrete da escala logarítmica. Por exemplo, aos 20 dias, Brasil apresenta um valor normalizado de 0,56, China de 1,70 (3 vezes maior) e Itália de 16,83 (30 vezes maior).




RESSALVAS

A primeira ressalva é que a covid-19 apresenta um grande número de portadores assintomáticos, ou seja, pessoas infectadas mas que não apresentam sintomas. Dessa forma, só é possível saber com um nível razoável de certeza se a pessoa está infectada com exames laboratoriais.

A segunda ressalva é que os protocolos podem mudar ao longo do tempo, seja pela disponibilidade de kits, seja porque os serviços de saúde possuem formas distintas de classificação.

A disponibilidade de kits pode levar a diferentes protocolos de exames, e o Brasil tinha poucos kits no início da epidemia, realizando testes apenas nos casos mais graves. Entretanto, como o Brasil adquiriu uma grande quantidade de kits em 21/03, e espera-se que estejam distribuídos até 29/03. Isso deve mudar os dados brasileiros.

A terceira ressalva se aplica principalmente à China. Há relatos de que o surto de covid-19, na verdade, começou em novembro, mas o regime chinês só divulgou a situação a partir de janeiro. Ainda assim, os dados divulgados pelo governo central parecem não ter sido os reais, e a mudança de protocolo de teste entre os dias 25 e 26 da análise acima (9 e 10/02/2020) levou a um aumento enorme dos casos relatados (40.171 casos no dia 9 para 48.315 no dia 10), um aumento de 20% nos casos, depois de o aumento dos casos estar em queda. O aumento já tinha atingido um patamar de aumento na ordem de 8-11%.




SITUAÇÃO BRASILEIRA

A mídia relata, incessantemente, a situação ao redor do mundo, e percebe-se um grande nível de incertezas, e de acertos e erros pelos países. Em relação ao Brasil, é inegável que houve muitos acertos, mas também houve muitos erros.

O primeiro erro do Brasil é a ausência de um plano de contingência para tais casos, o que já foi observado no derramamento de óleo no litoral brasileiro em 2019. Sem um plano unificado de contingência, há uma discrepância nas ações tomadas nos Estados e Municípios, o que pode complicar o combate à epidemia. Isso se estende também à postura pública dos governantes, que muitas vezes apresentam falas e atitudes contraditórias.

O segundo erro do Brasil, e isso é mais questionável, foi a demora em implementar medidas restritivas em relação a viagens internacionais e fronteiras. Seja devido a questões legais, seja por outros motivos, o Brasil demorou muito para implementar medidas de maior vigilância nas viagens e fronteiras. Como a doença se originou na China, e depois se espalhou para outros países, restrições a viagens internacionais poderiam ter tido um impacto significativo na contenção da doença. Vale ressaltar, porém, que há divergências entre os especialistas no impacto de tais medidas.

O terceiro erro no Brasil é a demora na implementação de medidas mais severas de quarentena e distanciamento social. Tais medidas, aparentemente, tem um impacto bastante pronunciado na disseminação da doença, mas também há divergências entre os especialistas em relação aos resultados.

Mas não são só observações negativas.

O repatriamento de brasileiros que estavam presos na China quando do início da quarentena naquele país, Operação "Regresso à Pátria Amada Brasil", foi muito bem planejada e executada. O assunto foi explorado no GBN: Operação "Regresso à Pátria Amada Brasil" retorna com brasileiros oriundos da China e inicia nova fase com apoio das equipes NBQR da Marinha do Brasil.

Além do repatriamento, as Forças Armadas também estão participando do combate à epidemia, conforme noticiado no GBN: Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa é ativado para ações de combate ao COVID-19.

O trabalho do Ministério da Saúde, no sentido de orientar a população, tem sido muito elogiado. A produção de medicamentos usados no tratamento experimental da covid-19 e importação de kits de testes para o diagnóstico foram feitos em um espaço de tempo bastante curto. Isso deve ajudar tanto no monitoramento da doença como na redução de impactos da epidemia.




POR QUÊ A SITUAÇÃO ITALIANA É TÃO GRAVE?

A Itália se encontra na Europa, em que assuntos como controle de imigração e restrição de viagens de determinados países são tabus ou até mesmo crimes.

Isso levou o país a tomar medidas no mínimo controversas, como a iniciativa “Abrace um chinês”, em que as pessoas, sem máscaras, abraçavam os chineses com quem se encontravam na rua.

Tais medidas, junto com a demora italiana em implementar restrições à entrada de imigrantes e de impor medidas de controle de imigração e de viagens internacionais, levou a um aumento explosivo no número de casos na Itália.

Uma situação parecida, embora menos drástica, pode ser observada em outros países europeus, como Alemanha e Espanha. Os motivos são os mesmos - tais países são refratários a medidas mais austeras de controle de imigração e viagens internacionais.


Gráfico 3: novos casos de covid-19 na Espanha (círculos azuis), Alemanha (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Observe-se que os três gráficos são assustadoramente próximos. Valores relativos do dia 25: Espanha (4,03), Alemanha (3,37) e Itália (5,95).


Gráfico 4: total de casos de covid-19 na Espanha (círculos azuis), Alemanha (quadrados vermelhos) e Itália (triângulos amarelos); dados normalizados para 100 mil habitantes e em escala logarítmica. Observe-se que, novamente, os três gráficos são assustadoramente próximos. Valores relativos do dia 25: Espanha (25,31), Alemanha (13,23) e Itália (41,03).




CONCLUSÃO

Este é um momento que exige de todos cooperação, cautela e colaboração com as orientações das autoridades. Entretanto, queremos confortar os leitores com a informação de que a situação brasileira, embora ainda inspire cuidados, não é nem de longe catastrófica como alguns querem fazer parecer. Mesmo na Itália, onde a situação é, proporcionalmente, uma das mais críticas, a situação está começando a se estabilizar, e em poucos dias o pior já terá sido superado, tanto lá como aqui.

Sugerimos aos leitores que busquem informações em sites confiáveis, como do Ministério da Saúde (https://coronavirus.saude.gov.br/).

Nunca é demais lembrar os cuidados básicos:
  • Siga as instruções das autoridades, e lembre-se que quarentena não são férias; evite sair de casa!
  • Lave as mãos com frequência, com água e sabão mesmo, e caso disponível, sanitizantes como álcool gel
  • Evite contato com mucosas (boca, olhos e nariz), mesmo com as mãos limpas
  • Cubra a boca ao tossir com o braço; evite usar as mãos pra isso
  • Não recorra à automedicação
  • Fique em casa o máximo possível
  • Faça compras através de serviços delivery tanto quanto possível, evitando fazer compras pessoalmente
  • Evite aglomerações
  • Evite contato com pessoas sabidamente doentes
  • Procure o serviço de saúde se tiver os seguintes sintomas:
    • Tosse seca
    • Febre
    • Fadiga
    • Dificuldade para respirar (se estiver com dificuldade para respirar, procure imediatamente auxílio médico)
    • Outros sintomas menos comuns: nariz entupido ou escorrendo, dor de garganta, diarreia, dores pelo corpo
  • Mesmo se não estiver sabidamente doente nem com sintomas, evite contato com pessoas dos grupos de risco
    • Idosos
    • Diabéticos
    • Hipertensos
    • Quem tem insuficiência renal crônica
    • Quem tem doença respiratória crônica
    • Quem tem doença cardiovascular
    • Pessoas com a imunidade comprometida (quimioterapia, leucemia, AIDS, etc)

E o principal: não entre em pânico! A humanidade já sobreviveu a outras pandemias, como Peste Negra e Gripe Espanhola, em tempos com muito menos recursos; venceremos mais esse desafio!

Por Renato Marçal

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terça-feira, 10 de março de 2020

Brasil lidera importações de equipamentos de defesa na América do Sul

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Instituto sueco diz que apesar da queda de 37% nas compras, país ultrapassou Venezuela no ranking da região entre 2015 e 2019. EUA reforçam liderança global em vendas, com aumento de 23% nos últimos cinco anos.
O Brasil se tornou o maior importador de equipamentos de defesa na América do Sul, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira (09) pelo Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri). O país superou a Venezuela, que liderou a lista de importadores sul-americanos no relatório anterior publicado há cinco anos.

Entre 2015 e 2019, o Brasil foi responsável por 31% das compras de armas entre as nações sul-americanas, apesar de uma queda de 37% em comparação ao período 2010-2014. O país também possui a maior encomenda pendente na região, que inclui aeronaves de combate suecas e submarinos franceses.

Em relação à exportação, o Brasil também fica em primeiro da lista na América do Sul, sendo responsável por 0,2% das vendas globais, e figurando em 24ª posição no ranking mundial.
A Venezuela, que liderou a lista de importadores sul-americanos em 2010-2014, viu suas compras caírem 88% nos últimos cinco anos, como resultado da grave crise econômica que está sofrendo.
A pesquisa, que compara o período de 2015 a 2019 com o de 2010 a 2014, também destaca um aumento de 5,5% no tráfico global de armas entre os dois períodos.
"No geral, as transferências de armas aumentaram. Entre os países importadores de armas, a demanda é alta e parece até ter aumentado um pouco", disse Pieter Wezeman, pesquisador sênior do Sipri.
O relatório confirmou que os Estados Unidos reforçaram sua condição de maior exportador mundial de armas nos últimos cinco anos, com um aumento de 23%, enquanto a Arábia Saudita se consolidou como o maior importador.
Os EUA, que venderam armas para 96 ​​países, aumentaram sua participação no total de exportações globais para 36% (cinco pontos percentuais a mais), 76% a mais que o segundo exportador mundial, a Rússia.
"Metade das vendas foi para o Oriente Médio e metade destas, para a Arábia Saudita. Ao mesmo tempo, a demanda por aviões militares avançados dos EUA aumentou, especialmente na Europa, Austrália, Japão e Taiwan", destaca o estudo.
A Rússia mantém o segundo lugar, apesar de uma queda de 18%, devido à perda de peso nas vendas para a Índia, que continua sendo seu principal cliente; à frente da França, Alemanha e China, nessa ordem.
Os cinco primeiros países da lista foram responsáveis ​​por 76% das vendas globais de armas nos últimos cinco anos, observa o Sipri.
A Alemanha manteve seu quarto lugar entre maiores exportadores de armas do mundo. O governo alemão afirma visar uma política "restritiva" de exportação de armas. No entanto, entre 2015 e 2019, as exportações do país aumentaram 17%. Desde o outono de 2018, a Arábia Saudita é um grande cliente para os fabricantes de armamentos alemães. Berlim interrompeu a exportação de armas para o país em resposta ao assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
Com um aumento de 72%, a França teve o maior crescimento de exportações, graças à demanda por armas em Egito, Catar e Índia.
Maior importador
Com um aumento de 130% em comparação a 2010-2014 e uma participação global de 12%, a Arábia Saudita se estabeleceu na liderança entre os importadores mundiais de armas.
"Apesar das preocupações nos EUA e no Reino Unido sobre a intervenção militar saudita no Iêmen, os dois países continuaram a vender armas. Do total das importações sauditas, 73%  vêm dos EUA e 13%, do Reino Unido", destaca o estudo.
Índia, Egito, Austrália e China completam a lista dos cinco principais compradores de armas globais.
Por região, a Ásia-Oceania foi o principal destinatário de armamento nos últimos cinco anos, com 41% do total, seguido pelo Oriente Médio (35%), Europa (11%), África (7,2%) e América (5,7%).
As importações na América Central e no Caribe aumentaram 23% nos últimos cinco anos, com o México como líder regional com 70% do total, coincidindo com suas operações militares em andamento contra cartéis de drogas.
Na América do Sul, as importações caíram 59%, sendo os Estados Unidos (19%), França (16%) e Itália (8,6%) os principais fornecedores.

Fonte: Deutsche Welle
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