Uma aeronave de patrulha marítima Atlantique 2, da França, foi alvo de uma intimidação russa enquanto realizava uma missão de observação no espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico. O incidente ocorreu na madrugada de quarta-feira (15), quando a aeronave foi detectada e rastreada pelo radar de um sistema de defesa aérea S-400, informou o Ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, nesta sexta-feira (17).
"Essa ação agressiva russa é inaceitável", afirmou Lecornu em uma publicação na rede X, destacando que as Forças Armadas da França continuarão defendendo a liberdade de navegação em águas e espaços aéreos internacionais.
A missão do Atlantique 2 fazia parte de uma operação da OTAN nas proximidades da costa sueca, com o objetivo de monitorar embarcações suspeitas em uma região marcada por tensões geopolíticas crescentes. Desde a invasão russa da Ucrânia em 2022, o Mar Báltico tornou-se palco de uma série de incidentes envolvendo sabotagem de cabos submarinos, gasodutos e linhas de telecomunicação.
A crescente ameaça híbrida no Báltico
Além do recente acompanhamento da aeronave francesa, outros incidentes têm reforçado a preocupação com a segurança na região. No final de dezembro, a OTAN anunciou o aumento de sua presença no Mar Báltico após suspeitas de sabotagem em cabos de energia e internet. Em 2023, mais de dez cabos foram danificados, afetando países como Estônia, Finlândia, Suécia, Alemanha e Lituânia.
Um caso marcante foi registrado em dezembro, quando patrulhas de fronteira finlandeses abordaram o navio russo Eagle S, suspeito de arrastar intencionalmente âncoras para danificar cabos submarinos. Este navio, operando sob a bandeira das Ilhas Cook, é apontado como parte da "Shadow Fleet" russa, usada para contornar sanções internacionais.
Resposta militar e geopolítica
No mesmo dia em que o ministro francês denunciou o episódio com o Atlantique 2, o exército ucraniano informou ter destruído um radar do sistema S-400 russo na região de Belgorod, próxima à fronteira com a Ucrânia. Este foi o terceiro ataque bem-sucedido contra sistemas de defesa russos naquela semana, segundo autoridades ucranianas.
Os países bálticos, em resposta ao aumento das tensões, estão reforçando suas defesas. Durante uma reunião da OTAN, a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, mencionou a necessidade de proteger infraestruturas críticas, como oleodutos e cabos submarinos, devido ao aumento dos ataques híbridos atribuídos à Rússia.
Apesar das intimidações, a França e seus aliados da OTAN seguem comprometidos em garantir a segurança no Mar Báltico. O Ministro Lecornu reiterou que as operações de patrulha marítima e aérea continuarão, reforçando o direito à liberdade de navegação e vigilância em áreas internacionais.
Enquanto as tensões continuam a escalar, o Mar Báltico permanece uma região crucial para as dinâmicas de poder entre a Rússia e o Ocidente, destacando a importância da presença constante da OTAN para conter possíveis ameaças e preservar a estabilidade na região.
GBN Defense - A informação começa aqui
com Reuters
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