No dia 15 de janeiro, a Índia deu um passo significativo em direção à autossuficiência em defesa com o comissionamento do INS Vaghsheer, o sexto submarino da classe Kalvari, baseado no projeto do Scorpène. A cerimônia foi realizada no estaleiro Mazagon Dock Shipbuilders Limited (MDL), em Mumbai, com a presença do Primeiro-Ministro Narendra Modi, do Ministro da Defesa Rajnath Singh, do Chefe do Estado-Maior Naval da Marinha Indiana, Almirante Dinesh Tripathi, e do Presidente e CEO da Naval Group, Pierre Éric Pommellet.
O INS Vaghsheer, completamente construído na Índia, representa a culminação do programa P75, que reflete a política "Aatmanirbhar Bharat" (Índia Autossuficiente) promovida pelo governo indiano. O submarino é fruto de uma transferência de tecnologia entre a Naval Group, da França, e o MDL, envolvendo mais de 100 empresas indianas e uma rede de Micro, Pequenas e Médias Empresas.
Desde seu lançamento em abril de 2022, o INS Vaghsheer passou por rigorosos testes marítimos até alcançar o status operacional. Ele se junta aos outros cinco submarinos da classe Kalvari já em serviço: INS Kalvari, INS Khanderi, INS Karanj, INS Vela e INS Vagir, comissionados entre 2017 e 2023.
Capacidades do Scorpène
O projeto Scorpène, desenvolvido pela Naval Group, é um submarino de ataque convencional altamente versátil, capaz de realizar missões como:
- Guerra antissubmarina e de superfície;
- Ataques de longo alcance;
- Operações especiais;
- Coleta de inteligência.
Com deslocamento de 2.000 toneladas, o Scorpène é reconhecido por sua furtividade e eficiência operacional. Equipado com seis tubos de lançamento e capacidade para 18 armas, incluindo torpedos e mísseis, ele oferece um equilíbrio entre letalidade e custo operacional reduzido, graças a um sistema automatizado que exige uma tripulação menor.
Parceria Estratégica Indo-Francesa
A parceria entre a Naval Group e a Índia não se limita à produção. A subsidiária Naval Group India, criada em 2008, tem sido fundamental na nacionalização de equipamentos, suporte técnico e desenvolvimento de serviços de design com engenheiros locais. Segundo Pierre Éric Pommellet, o sucesso do programa P75 é uma pedra angular da parceria estratégica indo-francesa e uma conquista fundamental na política 'Aatmanirbhar Bharat'.
O comissionamento do INS Vaghsheer não só fortalece a capacidade da Marinha Indiana, mas também impulsiona a indústria local, promovendo a soberania tecnológica e criando empregos altamente qualificados. Essa abordagem consolida a Índia como um centro emergente na fabricação de submarinos convencionais, com potencial para expandir sua influência no mercado global de defesa.
O INS Vaghsheer simboliza o compromisso da Índia com a modernização de suas forças armadas e a redução da dependência de importações de defesa. Com um ecossistema robusto e parcerias estratégicas, o programa P75 destaca como a convergência de inovação tecnológica e produção local pode transformar a capacidade militar de um país, posicionando a Índia como uma potência marítima global em ascensão.
Classe Riachuelo: A Versão Brasileira do Scorpène
Os submarinos da classe Riachuelo representam um marco na modernização da Marinha do Brasil e na busca pela autossuficiência tecnológica em defesa. Desenvolvidos com base no projeto Scorpène, da francesa Naval Group, assim como a classe Kalvari, esses submarinos de ataque que incorporam características próprias para atender aos requisitos brasileiros, são projetados para operações de guerra antissubmarina, guerra de superfície, patrulhamento de áreas marítimas e proteção de interesses estratégicos no Atlântico Sul. Construídos no Brasil pelo estaleiro Itaguaí Construções Navais (ICN), os submarinos da Classe Riachuelo destacam-se por sua furtividade, autonomia e capacidade de operar em condições adversas.
Assim como os submarinos da classe Kalvari da Índia, os da classe Riachuelo incorporam a transferência de tecnologia e a nacionalização como pilares do projeto. A iniciativa não apenas fortalece a capacidade da Marinha do Brasil, mas também fomenta a indústria nacional de defesa, envolvendo uma ampla rede de empresas brasileiras na produção de componentes e sistemas avançados. Essa abordagem reduz a dependência de importações e impulsiona o desenvolvimento de habilidades e técnicas, gerando empregos qualificados e promovendo a soberania tecnológica.
Equipados com sistemas modernos de combate e armamentos, incluindo torpedos pesados e mísseis antinavio, os submarinos da classe Riachuelo são plataformas versáteis e altamente eficazes. Sua capacidade de operar de forma silenciosa e discreta os torna ideais para missões de dissuasão e controle marítimo. Além disso, o programa de construção da submarinos (PROSUB) inclui o desenvolvimento do primeiro submarino de propulsão nuclear (SN-BR) do Brasil, o SN-10 Álvaro Alberto, que será o primeiro da América Latina, posicionando o Brasil entre os países capazes de construir e operar esse tipo de submarino que incorpora essa tecnologia estratégica.
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com agências de notícias
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