A Marinha Real Britânica, a famosa Royal Navy (RN) deu um passo importante na proteção contra ameaças modernas, ampliando sua capacidade de defesa antidrone. Em um teste realizado na costa de Gales, a tripulação de um helicóptero Wildcat conseguiu derrubar uma aeronave não tripulada, utilizando o míssil Martlet em um cenário de combate ar-ar. Esta foi a primeira vez que o Wildcat detectou, rastreou e destruiu um drone de forma totalmente independente, sem assistência externa, marcando um avanço na defesa aérea e elevando o poder de resposta da Royal Navy contra novas ameaças, como os drones hostis que têm sido comuns em zonas de conflito como o Mar Vermelho.
O teste ocorreu no campo de tiro de Manorbier, onde um drone Banshee foi lançado para simular uma ameaça aérea, voando a centenas de quilômetros por hora sobre o Canal de Bristol. A missão do Wildcat, armado com o Martlet, era interceptar e neutralizar o alvo. Em uma operação meticulosa, a tripulação identificou, rastreou e abateu o drone com precisão. A destruição do Banshee foi um marco para a Marinha Real, demonstrando a eficácia do Martlet, um míssil originalmente projetado para ataques de superfície, mas que agora também se mostra eficaz contra ameaças aéreas, oferecendo uma nova linha de defesa contra drones. "É realmente importante que possamos demonstrar a eficácia do Wildcat em atingir alvos como sistemas não tripulados, e que possamos fazer isso por conta própria", disse o tenente Dave Guest, piloto do Wildcat envolvido na operação.
Avanços Tecnológicos e o Papel do Míssil Martlet
O míssil Martlet, utilizado no teste, é uma arma leve e guiada a laser, ideal para combater alvos pequenos e ágeis, como embarcações de ataque rápido e drones. O Martlet foi introduzido no arsenal da Marinha Real em 2021, com a função inicial de neutralizar embarcações velozes e de difícil rastreamento, mas recentemente passou a ser utilizado em funções antiaéreas, especialmente contra drones. Testado durante a missão global do UK Carrier Strike Group, o míssil foi desenvolvido para se adaptar a diferentes tipos de alvos, o que o torna uma peça multifuncional no arsenal do Wildcat. Sua precisão e custo relativamente baixo o tornam uma escolha eficaz e econômica para proteger embarcações em missões de patrulha e combate.
Além do Martlet, o helicóptero Wildcat também é compatível com o Sea Venom, outro sistema de mísseis recentemente testado, aumentando ainda mais sua versatilidade e capacidade ofensiva. Combinando as funções de defesa aérea e de superfície, o Wildcat agora representa uma plataforma crucial para a Marinha Real, capaz de responder rapidamente a múltiplas ameaças, seja em missões de patrulha marítima, transporte de tropas, resgates, ou em combate direto contra drones e pequenas embarcações hostis. Esse desenvolvimento oferece à Marinha uma nova capacidade de triagem antidrone, permitindo que o Wildcat reaja de forma independente e se posicione rapidamente para proteger embarcações contra ataques surpresa.
Experiências no Mar Vermelho
A nova capacidade ar-ar do Wildcat com o míssil Martlet reforça a preparação da Marinha Real para enfrentar conflitos contemporâneos, onde o uso de drones em zonas de guerra se torna cada vez mais frequente. Em operações no Mar Vermelho e no Golfo do Iêmen, a Marinha Real já tem lidado com ataques de drones lançados por forças hostis, como os rebeldes Houthis, que empregam drones para ameaçar navios mercantes e militares. Em 2024, um Wildcat do 815º Esquadrão Aéreo Naval, destacado a bordo do contratorpedeiro HMS "Diamond", desempenhou um papel essencial ao interceptar drones hostis, defendendo embarcações e mantendo a segurança da rota marítima.
Esse contexto demonstra a importância da nova capacidade antidrone, não apenas em termos defensivos, mas também como dissuasão ativa contra ataques em regiões críticas para o comércio internacional. O comandante James Woods, oficial do 815º Esquadrão, descreveu a atualização como um "avanço significativo" que aprimora a capacidade de defesa e permite ao Wildcat atuar com autonomia em situações de combate. Esse avanço coloca o Wildcat em uma posição de destaque, consolidando-o como uma plataforma fundamental para responder às ameaças aéreas e de superfície que desafiam a segurança marítima global.
Implicações para o Futuro da Defesa Marítima
Com a introdução da capacidade ar-ar, o helicóptero Wildcat transforma-se em uma ferramenta estratégica multifuncional, aumentando a flexibilidade e a autonomia da Marinha Real em resposta a ameaças complexas. Essa inovação representa uma nova abordagem na defesa marítima, onde helicópteros, tradicionalmente usados para missões de busca e transporte, agora desempenham funções de combate direto contra drones. A capacidade de autodefesa antidrone do Wildcat, somada à versatilidade dos mísseis Martlet e Sea Venom, redefine o papel do helicóptero nas operações navais e cria uma camada extra de segurança para fragatas, contratorpedeiros e porta-aviões britânicos em zonas de conflito.
Esses avanços indicam que a Marinha Real está pronta para enfrentar o futuro das guerras assimétricas, onde ameaças como drones e embarcações rápidas exigem respostas adaptativas e tecnologias avançadas. O sucesso do teste do Martlet contra o drone Banshee é apenas o início de uma nova fase de defesa aérea para o Reino Unido, estabelecendo um padrão que outras forças navais podem buscar ao modernizar suas próprias capacidades antidrone.
Martlet, uma opção para o AH-11B WildLynx
A integração do míssil Martlet aos helicópteros AH-11B WildLynx da Marinha do Brasil poderia abrir novas possibilidades operacionais e de defesa para os navios de escolta, como nossas novas fragatas Classe Tamandaré. No Reino Unido, o Wildcat da Marinha Real já demonstrou como o Martlet pode elevar a capacidade de um helicóptero naval ao derrubar alvos aéreos e marítimos com precisão. Pensado originalmente para enfrentar pequenas embarcações e drones, o Martlet agora faz do Wildcat uma plataforma versátil e eficaz contra ameaças aéreas e de superfície. Se o Martlet fosse incorporado ao arsenal dos AH-11B WildLynx do EsqdHA-1 "Lince", que operam de maneira semelhante ao Wildcat, o Brasil poderia contar com uma defesa altamente eficaz e ágil, tornando nossas fragatas aptas a lidar com cenários complexos de combate, como o visto no Mar Vermelho.
No contexto das fragatas classe Tamandaré, a combinação do WildLynx com o Martlet seria uma grande vantagem, ao permitir que a defesa aérea e de superfície fosse estendida de forma dinâmica. Em uma situação de risco, o WildLynx armado com Martlet poderia ser lançado rapidamente para interceptar drones ou pequenas embarcações antes que eles chegassem perto das fragatas, dando uma camada de proteção antecipada. Além disso, o Martlet oferece flexibilidade em combate, permitindo ao WildLynx proteger a fragata e responder a ameaças imprevistas com maior alcance e letalidade. A adoção dessa tecnologia permitiria à Marinha do Brasil ter em seus navios de escolta uma defesa moderna e completa, semelhante à capacidade que o Reino Unido implementou em suas operações.
Para a Marinha do Brasil, contar com o Martlet nos WildLynx significaria fortalecer as capacidades de dissuasão e combate em cenários onde o uso de drones e pequenas embarcações rápidas tem se tornado uma ameaça crescente. A integração dos mísseis também traria autonomia à defesa, permitindo que a fragata e o WildLynx operassem de forma mais independente de outros meios. Essa evolução colocaria a Marinha do Brasil em um patamar de tecnologia de defesa comparável ao de marinhas de ponta, assegurando uma capacidade avançada de proteção e resposta a ameaças modernas.
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Com Royal Navy
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