Em um cenário global cada vez mais dependente da tecnologia, o Brasil intensifica seus esforços para proteger suas infraestruturas críticas contra ameaças cibernéticas. Em resposta a uma crescente ameaça de ataques digitais, a Marinha do Brasil lançou recentemente um novo Esquadrão de Guerra Cibernética, destinado a blindar seus sistemas navais contra sabotagem digital. Esta iniciativa marca um avanço significativo na defesa cibernética nacional e ressalta o compromisso do Brasil com a segurança em um mundo interconectado e vulnerável.
A criação do Esquadrão de Guerra Cibernética surge em um contexto de crescente preocupação com a segurança cibernética. No último dia 19 de julho, um colapso tecnológico global, causado por uma falha em uma atualização de software, demonstrou as consequências devastadoras de um ataque cibernético em larga escala. A falha resultou em uma paralisação de serviços essenciais, desde bancos até sistemas de saúde, destacando a vulnerabilidade das infraestruturas digitais críticas. Este incidente serviu como um alerta para a necessidade de reforçar as defesas contra ameaças cibernéticas.
Desde 2010, o Brasil conta com o Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), coordenado pelo Exército Brasileiro. Agora, a Marinha do Brasil estabelece um novo marco com a criação do Esquadrão de Guerra Cibernética, subordinado ao Comando Naval de Operações Especiais. Esta unidade está em fase de implantação e será responsável por fortalecer a capacidade de resposta a ameaças no ciberespaço, especialmente em sistemas navais, viaturas e aeronaves automatizadas.
O novo Esquadrão visa ampliar a proteção dos sistemas da Marinha, permitindo uma pronta resposta a ataques cibernéticos e contribuindo para a segurança geral das operações navais. "O Esquadrão será responsável por compor forças-tarefa de guerra cibernética singulares, combinadas e conjuntas, tanto nos locais das operações quanto remotamente", afirma o Comandante Naval de Operações Especiais, Contra-Almirante Luís Manuel de Campos Mello.
Desafios e Estratégias
O Brasil enfrenta um panorama desafiador, com o país figurando como o mais visado para ataques cibernéticos na América Latina e o quarto no mundo em 2023. A crescente dependência tecnológica e a integração de sistemas tornam as infraestruturas mais suscetíveis a crises. Além dos ataques de criminosos, há indícios de ações cibernéticas de origem estatal, que visam especificamente a sabotagem digital.
Para enfrentar esses desafios, a Marinha está investindo em tecnologia nacional e na qualificação de militares para o desenvolvimento de soluções próprias. A criação do Esquadrão de Guerra Cibernética é um passo estratégico para obter independência tecnológica e fortalecer a resiliência cibernética.
O Esquadrão se integra a outras estruturas de defesa cibernética, como a Diretoria de Comunicações e de Tecnologia da Informação e o Centro de Inteligência da Marinha. A formação contínua é uma prioridade, com eventos como o Exercício Guardião Cibernético e o Cyber Flag 24-1, que capacitam profissionais em técnicas avançadas de defesa cibernética. Estes exercícios reforçam a colaboração com a comunidade internacional e a sinergia entre as Forças Armadas, o governo, a academia e o setor empresarial.
Política Nacional de Cibersegurança
O reforço das capacidades cibernéticas está alinhado com a Política Nacional de Cibersegurança, instituída em 2023, e com o Comitê Nacional de Cibersegurança. O Almirante Marcelo do Nascimento Marcelino, Chefe do Centro de Gestão Estratégica do ComDCiber, destaca a importância da colaboração entre diferentes setores da sociedade para aumentar a resiliência cibernética do país. "Uma abordagem holística e colaborativa incentiva o compartilhamento de boas práticas e iniciativas, fundamentais para fortalecer a segurança cibernética nacional", afirma.
Com a criação do Esquadrão de Guerra Cibernética e o avanço contínuo na defesa cibernética, o Brasil reafirma seu compromisso com a segurança nacional e global, enfrentando os desafios do ciberespaço com determinação e inovação.
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com Marinha do Brasil
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