Os países europeus membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão no caminho certo para atingir as metas de gastos com a defesa da aliança, conforme declarado pelo Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em uma coletiva de imprensa realizada hoje (14) em Bruxelas. Esta afirmação surge dias depois de comentários polêmicos do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu que Washington poderia não proteger países que não atingissem a meta de gastos necessários com defesa.
Stoltenberg destacou que dos 31 aliados da OTAN, 18 estão prestes a alcançar ou superar a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em gastos com defesa até o final deste ano. Esta notícia representa um aumento significativo em relação ao ano anterior, quando apenas 11 membros da OTAN estavam previstos para atingir a meta acordada.
Os investimentos combinados dos estados europeus membros da OTAN na defesa atingirão a marca de 380 bilhões de dólares este ano, elevando seus gastos totais para cerca de 2% do PIB em 2024, em comparação com 1,85% em 2023.
O Secretário-Geral ressaltou a importância dessa resposta coordenada em meio às crescentes dúvidas sobre o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia. Stoltenberg instou a Câmara dos Representantes dos EUA, controlada pelos republicanos, a aprovar um pacote de ajuda militar multibilionária para a Ucrânia, destacando a necessidade de manter o equilíbrio de poder na região.
Stoltenberg também abordou os comentários de Trump, esclarecendo que as críticas não são dirigidas à OTAN como instituição, mas sim aos aliados que não cumprem as metas estabelecidas. Ele enfatizou que os Estados Unidos reconhecem a importância estratégica da aliança para a segurança global.
Enquanto a Europa demonstra seu compromisso com a OTAN, o foco agora se volta para os Estados Unidos, que enfrentam desafios na aprovação de um pacote de ajuda militar de 95 bilhões de dólares para a Ucrânia e Israel. Diplomatas da OTAN estão trabalhando para manter o poder militar dominante da aliança e proteger a Europa, independentemente das mudanças políticas nos Estados Unidos.
Nesta conjuntura histórica, a Alemanha atingirá a meta de 2% de gastos com defesa este ano pela primeira vez, alocando uma quantia significativa para despesas militares através de despesas orçamentais regulares e especiais. Outros países, como a França, estão considerando aumentos substanciais nos gastos com defesa, alinhando-se com as novas demandas estratégicas da OTAN.
Jens Stoltenberg, também emitiu um alerta nesta quarta-feira (14), instando a Europa a não agir isoladamente na defesa, em meio a crescentes debates sobre a capacidade do continente de depender exclusivamente da proteção dos Estados Unidos.
Stoltenberg destacou que "a União Europeia não pode defender a Europa", salientando que 80% dos gastos com defesa da OTAN vêm de países membros que não fazem parte da UE. Em uma entrevista à Reuters, ele ressaltou a dependência da defesa europeia não apenas da própria Europa, mas também de outros membros, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Turquia, Noruega e Islândia.
"Se olharmos apenas para o mapa, é óbvio que todos estes países, aliados não pertencentes à UE, e são vitais para a proteção da Europa", afirmou Stoltenberg. Ele também alertou que qualquer tentativa de desvincular a Europa da América do Norte resultaria na divisão do continente.
As declarações de Stoltenberg ocorrem em meio às polêmicas declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou que os Estados Unidos não defenderiam países membros da OTAN que não investissem o suficiente em defesa, chegando a sugerir que isso poderia encorajar a Rússia a atacá-los.
Stoltenberg reconheceu a necessidade de os membros europeus da OTAN aumentarem seus investimentos em capacidades de defesa, mas destacou a importância de fazê-lo dentro do quadro transatlântico. Ele revelou que os aliados europeus estão programados para investir 380 bilhões de dólares em defesa neste ano, elevando os gastos para cerca de 2% do PIB total em 2024, comparado a 1,85% em 2023.
A advertência de Stoltenberg ressoa em um momento em que a Europa reavalia suas políticas de segurança e destaca a necessidade de cooperação internacional para enfrentar os desafios contemporâneos. A questão da defesa continua a ser um tema crucial nas discussões geopolíticas, moldando o futuro da aliança transatlântica e a segurança global.
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com Reuters
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