No dia 1 de Novembro, o periódico Economist publicou uma entrevista com o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Ucranianas, Valerii Zaluzhnyi, além de um artigo de sua autoria no qual ele reconheceu a complexidade da situação na linha de frente, caracterizando-a como um "beco sem saída". Ele admitiu que nenhum dos lados do conflito estava em condições de lançar uma ofensiva e assumiu a responsabilidade por ter subestimado as capacidades militares russas, incluindo sua capacidade de mobilização.
Zaluzhnyi compartilhou que a resistência do inimigo resultou no avanço limitado do exército ucraniano, que conseguiu avançar apenas 17 quilômetros em cinco meses de contra-ofensiva. Ele fez uma analogia preocupante, comparando a situação atual à guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Explicou que as tentativas de romper as posições russas falharam devido a campos minados, ao eficaz reconhecimento inimigo das forças ucranianas e à presença de brigadas inexperientes no campo de batalha.
Para superar esse impasse, Zaluzhnyi enfatizou a necessidade de novas tecnologias, destacando a importância do fornecimento de equipamento de defesa aérea, como aviões de combate, drones, equipamento de guerra eletrônica, ferramentas para contra-baterias e dispositivos para neutralizar minas, incluindo robôs sapadores. Ele também mencionou a dificuldade da Ucrânia em treinar reservas em seu território e os desafios relacionados à rotação de soldados na linha de frente. Além disso, ele enfatizou que os parceiros da Ucrânia na OTAN precisarão de tempo, entre um e dois anos, para aumentar sua capacidade de produção de equipamento e munições.
Ao avaliar a assistência militar dos EUA até o momento, Zaluzhnyi observou que ela foi suficiente para conter a invasão russa, mas insuficiente para garantir a vitória na guerra. Ele também levantou preocupações sobre a eficácia dos caças F-16 devido ao reforço das defesas aéreas russas com sistemas S-400.
Zaluzhnyi expressou a necessidade premente de a Ucrânia manter a iniciativa no campo de batalha, destacando que uma guerra de trincheiras prolongada poderia exaurir a capacidade de seus defensores. Ele alertou sobre os planos de Vladimir Putin, que conta com a queda do moral público ucraniano e a redução do apoio do Ocidente, enquanto a Rússia ainda mantém uma vantagem considerável sobre a Ucrânia.
Em relação às operações no terreno, as forças invasoras expandiram seu controle para várias áreas estratégicas, e os combates continuam em várias frentes. Ataques de drones kamikaze causaram danos significativos à infraestrutura em várias regiões, e ambos os lados relataram perdas de drones.
No cenário internacional, foram divulgadas notícias sobre o apoio militar planejado para a Ucrânia, incluindo a contribuição de países como Alemanha e EUA com equipamento e munições. A Coreia do Norte também foi mencionada por seu envio de material bélico para a Rússia.
A declaração da Embaixadora dos EUA na Ucrânia, Bridget Brink, reforça a supervisão rigorosa da assistência militar e humanitária fornecida à Ucrânia para garantir que seja usada de forma apropriada.
Nesse contexto, a avaliação da situação destaca o desafio contínuo enfrentado pela Ucrânia e a complexidade do conflito em andamento, com implicações significativas para o futuro. O autor destaca a importância do planejamento estratégico e do fornecimento de equipamentos adequados para enfrentar os desafios presentes e futuros.
GBN Defense
com informações do Economist e OSW
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