Neste final de semana, a Coreia do Norte afirmou ter sido capaz de colocar uma bomba de hidrogênio em um míssil balístico intercontinental(ICBM). Mas o que exatamente é uma bomba de hidrogênio e quais são as diferenças entre ela e uma bomba atômica tradicional?
Bomba de hidrogênio ou bomba H são termos que se referem a uma bomba termonuclear de dois estágios–ela também é, portanto, uma arma nuclear. Nesse tipo de arma, uma bomba atômica tradicional serve como primeiro estágio para, então, causar uma explosão ainda maior.
A bomba envolve dois processos nucleares diferentes: a fissão e a fusão.
No primeiro estágio, acontece a fissão nuclear. As duas bombas usadas pelos Estados Unidos contra o Japão na Segunda Guerra Mundial (nos ataques às cidades de Nagasaki e Hiroshima) eram de fissão nuclear.
Nesse processo, urânio ou plutônio instável tem seus átomos divididos, fazendo com que nêutrons, partículas subatômicas, reajam e criem uma grande explosão.
No caso da bomba H, esse processo de fissão nuclear ainda desencadeia outra explosão, ainda mais potente do que a primeira. Nesse segundo estágio, acontece o processo de fusão nuclear.
Uma bomba de hidrogênio usa pequenas quantidades de deutério ou trítio, tipos de hidrogênio, que são comprimidos, resultando na fusão. Esse processo causa a liberação de mais nêutrons, que reagem com material nuclear, como urânio, causando a segunda fase da explosão.
A Coreia do Norte tem uma bomba H?
Como o país é extremamente fechado, é difícil saber com clareza se a Coreia do Norte foi capaz mesmo de criar uma bomba H. Em 2016, o país já havia dito ter obtido sucesso na criação de uma bomba desse tipo, mas especialistas estavam céticos. Agora, no entanto, a análise do tremor mostra que o país poderia ter desenvolvido uma bomba tão forte ou chegado bem perto disso.
Oficiais da Coreia do Sul e do Japão afirmam que os testes realizados neste final de semana geraram uma detonação 10 vezes mais potente do que os testes nucleares de um ano atrás.
Bombas de hidrogênio já foram desenvolvidas também por cinco potências nucleares do mundo: Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia.
Fonte: EXAME
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