Umas das maiores inovações do estado islâmico no conceito de terrorismo mundial é o recrutamento e ativação de seus comandados remotamente. Os atentados de San Bernardino e Orlando, nos Estados Unidos, foram perpetrados por simpatizantes que jamais botaram os pés na Síria ou no Iraque, os berços da organização. O extremismo desafia cada vez mais a lógica, ignora fronteiras e se aproveita das facilidades de comunicação e do mundo moderno para recrutar novos seguidores e planejar ataques cada vez mais simples e cruéis. No Brasil, onde o terrorismo nunca esteve no radar das preocupações, descobriu-se que há pelo menos 32 pessoas que, abertamente, manifestam mais que simpatia pelo EI, o que fez soar o alarme dos serviços de inteligência. Em agosto, 10.500 atletas de 206 países e 350.000 turistas desembarcarão no Rio de Janeiro. O Comitê Olímpico Internacional já confirmou a presença de quarenta chefes de Estado na abertura dos Jogos. A dedução é elementar.
O atentado de Nice provocou uma súbita mudança no comportamento das autoridades encarregadas da segurança. Para evitar pânico, a ordem do governo era minimizar o perigo. Um dia antes da tragédia na França, as autoridades tentavam mostrar que estava tudo sob controle. “Não achamos nenhum dado que nos faça deixar a população preocupada com a probabilidade (de atentados), mas estamos todos alertas e estruturados”, disse, na quarta 13, o general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), ao qual está subordinada a Abin, o serviço secreto brasileiro. Enquanto ele dava essa declaração em Brasília, em Paris era revelado um relatório segundo o qual o Estado Islâmico planejou um ataque à delegação francesa no Rio. O atentado, dizia o documento, seria praticado por um militante brasileiro do grupo extremista. A Abin informou que desconhecia a ameaça, mais uma entre as várias que têm surgido nos últimos meses.
Na semana passada, segundo um oficial, havia operações de inteligência em curso em diversas cidades para tentar localizar dois supostos terroristas que teriam entrado clandestinamente no Brasil. Um deles é conhecido, o sírio Jihad Ahmad Deyab, ex-prisioneiro de Guantánamo que foi acolhido como refugiado no Uruguai e deixou o país vizinho ru-mo ao Brasil. Levantamentos preliminares indicavam que Deyab, acusado de ter servido à Al Qaeda, teria seguido daqui para a Venezuela. Mas as autoridades brasileiras ainda não haviam confirmado isso e continuavam tentando localizá-lo. A troca de dados com os serviços secretos estrangeiros tem sido intensa às vésperas dos Jogos. Semanas atrás, agentes da Interpol souberam que dois estrangeiros suspeitos de ligação com o terrorismo estavam em um voo a caminho do Brasil. Tão logo a aeronave pousou, a dupla foi detida e levada para ser interrogada por agentes da unidade antiterror da Polícia Federal. Na sequência, os estrangeiros, que não tiveram a identidade revelada, foram deportados.
Como parte do esforço pré-Olimpíada, as operações antiterror, secretas por natureza, têm ocorrido quase diariamente. Há um mês, VEJA revelou o teor de um relatório da Abin em que a agência afirma que o Brasil nunca esteve tão exposto a um ataque terrorista. Numa escala de 1 a 5, o documento estipula no nível 4 o risco de atentados durante os Jogos. O temor aumentou após um conhecido membro do El ter anunciado no Twitter que o Brasil seria “o próximo alvo” dos ataques. Meses depois, o El inaugurou um canal de comunicação na internet em língua portuguesa em que um recrutador, supostamente brasileiro, tenta atrair militantes para o grupo. Pode ser uma simples tática de espalhar medo.
Na sexta-feira, após o atentado de Nice, o governo brasileiro anunciou que revisará os procedimentos de segurança A mudança incluirá a ampliação das barreiras e a revista de pessoas nos locais de competição. “Isso pode ser uma dificuldade a mais e um transtorno para as pessoas, mas é para a segurança delas”, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann. “O primeiro grande ensinamento da tragédia de ontem é a simplicidade logística. Um caminhão não é uma arma, (mas) foi usado como uma arma terrível”, afirmou o chefe do GSI. Entre os 32 brasileiros identificados que manifestam abertamente nas redes sociais fidelidade aos princípios e às pregações do Estado Islâmico, há cidadãos como Alisson Luan Oliveira. Ele não esconde sua admiração pelos lideres terroristas. Alisson está conectado a outros supostos seguidores do EI em território nacional, como o paraibano Antonio “Ahmed” Andrade, que tem formação em um madraçal do Egito, vive em São Paulo e também realiza postagens de exaltação aos extremistas. Não se sabe até que ponto esses jovens brasileiros estão dispostos a pôr a prova a lealdade anunciada, mas a prudência recomenda mais que simples atenção.
O atentado de Nice provocou uma súbita mudança no comportamento das autoridades encarregadas da segurança. Para evitar pânico, a ordem do governo era minimizar o perigo. Um dia antes da tragédia na França, as autoridades tentavam mostrar que estava tudo sob controle. “Não achamos nenhum dado que nos faça deixar a população preocupada com a probabilidade (de atentados), mas estamos todos alertas e estruturados”, disse, na quarta 13, o general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), ao qual está subordinada a Abin, o serviço secreto brasileiro. Enquanto ele dava essa declaração em Brasília, em Paris era revelado um relatório segundo o qual o Estado Islâmico planejou um ataque à delegação francesa no Rio. O atentado, dizia o documento, seria praticado por um militante brasileiro do grupo extremista. A Abin informou que desconhecia a ameaça, mais uma entre as várias que têm surgido nos últimos meses.
Na semana passada, segundo um oficial, havia operações de inteligência em curso em diversas cidades para tentar localizar dois supostos terroristas que teriam entrado clandestinamente no Brasil. Um deles é conhecido, o sírio Jihad Ahmad Deyab, ex-prisioneiro de Guantánamo que foi acolhido como refugiado no Uruguai e deixou o país vizinho ru-mo ao Brasil. Levantamentos preliminares indicavam que Deyab, acusado de ter servido à Al Qaeda, teria seguido daqui para a Venezuela. Mas as autoridades brasileiras ainda não haviam confirmado isso e continuavam tentando localizá-lo. A troca de dados com os serviços secretos estrangeiros tem sido intensa às vésperas dos Jogos. Semanas atrás, agentes da Interpol souberam que dois estrangeiros suspeitos de ligação com o terrorismo estavam em um voo a caminho do Brasil. Tão logo a aeronave pousou, a dupla foi detida e levada para ser interrogada por agentes da unidade antiterror da Polícia Federal. Na sequência, os estrangeiros, que não tiveram a identidade revelada, foram deportados.
Como parte do esforço pré-Olimpíada, as operações antiterror, secretas por natureza, têm ocorrido quase diariamente. Há um mês, VEJA revelou o teor de um relatório da Abin em que a agência afirma que o Brasil nunca esteve tão exposto a um ataque terrorista. Numa escala de 1 a 5, o documento estipula no nível 4 o risco de atentados durante os Jogos. O temor aumentou após um conhecido membro do El ter anunciado no Twitter que o Brasil seria “o próximo alvo” dos ataques. Meses depois, o El inaugurou um canal de comunicação na internet em língua portuguesa em que um recrutador, supostamente brasileiro, tenta atrair militantes para o grupo. Pode ser uma simples tática de espalhar medo.
Na sexta-feira, após o atentado de Nice, o governo brasileiro anunciou que revisará os procedimentos de segurança A mudança incluirá a ampliação das barreiras e a revista de pessoas nos locais de competição. “Isso pode ser uma dificuldade a mais e um transtorno para as pessoas, mas é para a segurança delas”, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann. “O primeiro grande ensinamento da tragédia de ontem é a simplicidade logística. Um caminhão não é uma arma, (mas) foi usado como uma arma terrível”, afirmou o chefe do GSI. Entre os 32 brasileiros identificados que manifestam abertamente nas redes sociais fidelidade aos princípios e às pregações do Estado Islâmico, há cidadãos como Alisson Luan Oliveira. Ele não esconde sua admiração pelos lideres terroristas. Alisson está conectado a outros supostos seguidores do EI em território nacional, como o paraibano Antonio “Ahmed” Andrade, que tem formação em um madraçal do Egito, vive em São Paulo e também realiza postagens de exaltação aos extremistas. Não se sabe até que ponto esses jovens brasileiros estão dispostos a pôr a prova a lealdade anunciada, mas a prudência recomenda mais que simples atenção.
Fonte: Veja
0 comentários:
Postar um comentário