O Brasil necessita urgentemente de um Plano Nacional de Desenvolvimento capaz de contemplar os aspectos econômicos e sociais com eficácia, sob pena de tornar-se ingovernável em curto espaço de tempo e tem de ser feito por especialistas brasileiros (e os temos em qualidade e quantidade satisfatórias), com base nos anseios, necessidades e desejos da população, alicerçados na filosofia, doutrina, ideário e teoria adequados para seus formuladores, analisando-se a situação internacional e a situação nacional, levantando as necessidades básicas (carências que devem ser atendidas), estudando-se os óbices existentes.
Para isto, necessita de Instituições que pensem o país, a médio e longo prazo. De um modo geral, a maioria dos especialistas e técnicos está engajada no controle das variáveis de curto prazo e poucos se preocupam com o futuro. Até o ministério do Planejamento, órgão responsável pela missão, possui grande parte de seu trabalho absorvido pelos problemas conjunturais. Poucas organizações preocupam-se com a tarefa de elaborar o Planejamento Estratégico do Brasil. E uma delas é justamente a Escola Superior de Guerra (ESG) e seu prolongamento, a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
A ESG foi criada pela Lei no. 785, de 20 de agosto de 1949, como “Instituto de altos estudos, subordinado diretamente ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e destinado a desenvolver e consolidar os conhecimentos necessários para o exercício das funções de direção e para planejamento da Segurança Nacional”, pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República Eurico Gaspar Dutra. Em seu art. 2º determina ainda que “funcionará como Centro Permanente de Estudos e ministrará os cursos que, nos termos do art. 4º, forem instituídos pelo Poder Executivo”. Ao longo do tempo, incorporou como objeto de seus estudos o Desenvolvimento Nacional, daí surgindo o binômio “Segurança-Desenvolvimento”, destinado a promover “Ordem e Progresso”.
Seus estagiários possuem um alto nível (mais de 6.000 diplomados) que têm sido, dentre os civis, Ministros do Poder Judiciário, Doutores, Professores, Desembargadores e Juízes. Várias autoridades passaram pelos seus bancos, Presidentes da República, Ministros de Estado, Presidentes de Tribunais, Governadores, Senadores e Deputados. Trata-se de uma Instituição criada por brasileiros ilustres como o Marechal Cordeiro de Farias, o General Juarez Távora, o General Idálio Sardenberg e tantos outros, que muitos benefícios trouxe ao país. Segundo o Presidente Castelo Branco: "Nesta casa estuda-se o destino do Brasil".
A ADESG representa, em termos de multiplicação, a expansão natural do pensamento da ESG. Presidida atualmente pelo Prof. Gustavo Heck, a ADESG já formou mais de 60.000 diplomados em todos os rincões do país. A Associação executa aquilo que é impossível para a Escola realizar, diante de suas limitações físicas, financeiras e operacionais. Encarrega-se de disseminar as ideias elaboradas pela ESG a milhares de brasileiros, em todos os estados do país, todos os anos, através de suas delegacias e representações.
Muitos estudos foram encomendados por autoridades do primeiro escalão governamental, como, por exemplo, o encomendado à ESG pelo então ministro-chefe do EMFA, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Waldir Vasconcelos, sobre planejamento familiar, o qual mereceu o seguinte comentário de um dos principais jornais do país: "TUDO PRONTO: A partir de estudos feitos pela ESG nos últimos três anos o Governo poderá definir até janeiro uma nova política demográfica nacional, optando pela ocupação dos grandes espaços em lugar de adotar um rígido programa de planejamento familiar. A mudança de tática traz duas vantagens para sua implantação: não contraria a orientação da Igreja Católica e é de execução infinitamente mais simples. O estudo já está pronto e repousa nas gavetas de Brasília à espera de um momento mais propício para ser detonado. Mais do que tudo, segundo os que já passaram os olhos sobre o estudo, a nova política demográfica consegue atender a interesses políticos antagônicos, mantendo-se equidistante das propostas radicais da direita e da esquerda."
Vários outros foram elaborados, mas são mantidos em sigilo, devido a seu caráter reservado. E o mais importante é, sem dúvida, a singular oportunidade de trabalho em equipe, sob a supervisão de um corpo permanente, realizado por dezenas de brasileiros de alto gabarito, civis e militares, patriotas de formação interdisciplinar, que estudam de modo apartidário e imparcial a problemática brasileira, propondo sugestões de solução, consubstanciadas em Planos Nacionais, contendo políticas e estratégias, de excelente qualidade.
Além disto, depois de diplomados, passam a utilizar em seu cotidiano profissional os proveitosos ensinamentos recebidos e permanecem irmanados pelo mesmo ideário, reunindo-se periodicamente as diversas turmas para troca de informações e aperfeiçoamento dos conhecimentos.
Ainda existem no Brasil pessoas em busca do Bem Comum, pensando no futuro das novas gerações, acima da mediocridade reinante e da corrupção endêmica, que assolam nosso país.
Fonte: Economista Marcos Coimbra – Assessor Especial da Presidência da ADESG, Acadêmico da ABD, membro do Conselho Diretor do CEBRES e autor do livro Brasil Soberano.
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