segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Egito está "90% seguro" de atentado a bomba em avião

Membro de comitê de investigação diz à Reuters que estrondo no último segundo de gravação da caixa-preta é provavelmente de uma explosão. Aeronave russa com 224 pessoas a bordo caiu no Sinai na semana passada.

O comitê de investigação egípcio que apura as causas da queda de um avião russo no Sinai está "90% seguro" de que o estrondo ouvido no último segundo de gravação da caixa-preta foi provocado pela explosão de uma bomba, afirmou neste domingo (08/11) um dos membros da equipe à agência de notícias Reuters.

O voo da companhia aérea russa Kogalymavia foi interrompido 20 minutos depois da decolagem do balneário de Sharm el-Sheikh, no Egito, no dia 31 de outubro. Todas as 224 pessoas a bordo morreram. Reino Unido e Estados Unidos já declararam acreditar que o desastre tenha sido provocado por uma explosão a bomba.

O suposto ataque foi reivindicado na semana passada por um grupo radical egípcio com base no Sinai e aliado do "Estado Islâmico" (EI), mas o governo egípcio argumentou que não há evidências.

"As análises feitas até o momento sobre o barulho da caixa-preta indicam que foi uma bomba", disse a fonte, que pediu para não ser identificada. "Estamos 90% seguros de que foi uma bomba."

Ayman al-Muqaddam, chefe do comitê de investigação, afirmou neste sábado que a aeronave partiu no ar enquanto voava em piloto automático. Sobre o estrondo, disse que ainda era muito cedo para se chegar a uma conclusão.

O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, declarou que se for confirmada a hipótese de um ataque do EI, deverão ser feitas mudanças nas regras de segurança aérea.

"Claramente teremos que elevar o nível de segurança em aeroportos que estão nas zonas onde o EI está ativo", disse à emissora britânica BBC.

Turistas russos repatriados

Mais 11 mil turistas russos retidos no Egito foram repatriados por Moscou neste domingo, informaram autoridades. "Hoje é o dia mais movimentado nesse sentido", disse o vice-primeiro-ministro da Rússia, Arkady Dvorkovich, no aeroporto Vnukovo, nos arredores da capital russa.

O país enviou ao menos três equipes de inspeção ao Egito para verificar as condições de segurança nos aeroportos depois da queda do Airbus A321 no Sinai.

Na sexta-feira, a Rússia decidiu suspender todos os voos provenientes e com destino ao Egito, uma semana depois da tragédia. Neste sábado, ao menos 80 mil turistas russos ainda se encontravam no país. O Reino Unido também trabalha na repatriação de milhares de britânicos retidos em Sharm el-Sheikh.

Os passageiros estão proibidos de carregar bagagens. O ministério de Defesa da Rússia enviou dois aviões militares ao Egito para recolher as malas dos turistas repatriados. O Kremlin insistiu que a decisão de suspenser os voos comerciais para o Egito não significa que Moscou acredite num atentado.

Fonte: Deutsche Welle
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