A alta comissária des Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, alertou que a ameaça do uso de força militar na Síria ou o contínuo fornecimento de armas aos rebeldes pode iniciar um conflito regional.
Pillay pediu aos países com influência sobre o governo e os grupos de oposição na Síria que encontrem uma forma urgente de levá-los à mesa de negociações e interrompam o derramamento de sangue no país. Para ela, as ações devem ocorrer juntamente com as Nações Unidas.
Resposta militar
Segundo ela, nem a ameaça externa do uso da força militar, nem a continuidade do fornecimento de armas aos rebeldes podem trazer a paz ao país do Oriente Médio.
Em discurso nesta segunda-feira (9) na abertura do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Pillay afirmou que o sofrimento da população civil da Síria já atingiu níveis inimagináveis e que as ações poderiam resultar em muito mais mortes além da miséria ainda mais generalizada.
Medidas Concretas
Navi Pillay disse "que não há saídas fáceis nem via óbvia para o fim do que chamou pesadelo, além da negociação imediata de medidas concretas para acabar com o conflito". Ela afirmou que "a comunidade internacional está muito atrasada para tomar medidas conjuntas sérias para deter a espiral decadente que assola a Síria, que mata seus habitantes e destroi suas cidades".
Pillay declarou que o número de mortos ultrapassou os 100 mil durante os mais de dois anos do conflito entre forças do governo e da oposição. Segundo a alta comissária, o número de refugiados aumentou para 2 milhões, além dos 4,2 milhões de deslocados no interior da Síria.
Para Pillay, o momento não é para que o que chamou de "Estados poderosos" continuem discordando sobre o caminho que deve ser seguido ou em interesses geopolíticos substituindo a obrigação legal e moral de salvar vidas, ao acabar com o conflito.
Armas químicas
Ela acrescentou que os acampamentos de refugiados dos países vizinhos continuam tentando lidar com a pressão dos deslocados sírios, a poucos meses do inverno.
De acordo com Pillay, há poucas dúvidas de que armas químicas tenham sido usadas na Síria, apesar "das circunstâncias e das responsabilidades ainda precisarem ser esclarecidas."
Fonte: ONU
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