A pedido da Rússia, uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas marcada em caráter de emergência para a tarde de hoje, em que seria debatido o ataque com armas químicas realizado em Damasco no mês passado, foi cancelada.
Há cerca de duas semanas, o país, que é um dos cinco membros permanentes do conselho, impediu qualquer acordo em torno da elaboração de uma resolução punitiva ao regime sírio, que os Estados Unidos acusam de ser o responsável pelo ataque.
O presidente americano, Barack Obama, e seu secretário de Estado, John Kerry, afirmaram publicamente nos últimos dias que o conselho está engessado pela obstrução da Rússia, aliada de Bashar al-Assad, e que, por isso, os Estados Unidos estariam dispostos a atacar a Síria a despeito de um endosso da ONU.
Na manhã de hoje, a França informou que levaria uma proposta de resolução ao Conselho de Segurança com o objetivo de determinar condições para que o regime sírio entregue suas armas químicas à comunidade internacional. O projeto de retirada do arsenal partiu de uma sugestão feita pela Rússia, na tentativa de mitigar a disposição americana para retaliar Assad.
FRANÇA
Os Estados Unidos e o Reino Unido respaldaram nesta terça-feira uma resolução proposta pela França para a entrega das armas químicas que estão sob controle do ditador sírio, Bashar al-Assad.
Além da retirada do armamento, Paris pede uma ação armada caso Damasco desrespeite a determinação do conselho e uma condenação ao regime sírio pelo suposto ataque químico na periferia da capital síria, em 21 de agosto.
A proposta é uma adaptação de um projeto sugerido pela Rússia na segunda, após o secretário de Estado americano, John Kerry, dizer em uma entrevista coletiva que Assad poderia evitar um ataque internacional entregando o arsenal químico, embora não acredite que o mandatário possa fazer isso.
Horas depois, o presidente Barack Obama afirmou que a hipótese é algo "potencialmente positivo", que poderá significar um "avanço". Como resultado, é provável que a votação da autorização para um ataque à Síria, que deve ocorrer na quarta-feira (11) no Senado norte-americano, seja adiada.
A proposta foi apresentada pelo presidente da França, François Hollande, a Obama e ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, que deram seu respaldo. No Parlamento, Cameron disse que a proposta era uma boa ideia.
"Acho que o mais importante é que sejamos claros sobre os limiares dessa resolução e que, com ela, seja apresentada uma agenda que deve ser seguida, assim como um processo próprio para fazer isso e as consequências para que o desarmamento seja feito".
RÚSSIA
No entanto, o chanceler russo, Sergei Lavrov, considerou a proposta inaceitável por incluir a culpa do regime sírio no suposto ataque químico, o que levaria ao quarto impasse no Conselho de Segurança da ONU.
Para o chanceler francês, Laurent Fabius, o governo russo não deseja respaldar a resolução. "Nesse estágio, os russos não estão necessariamente entusiasmados (e estou usando um eufemismo) em colocar sob o regime da ONU essa resolução".
Fonte: Folha
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