O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, questionou nesta quarta-feira a avaliação dos Estados Unidos de que a Síria estaria melhor com a saída do ditador Bashar Assad do comando do país.
Hoje, representantes dos países do Ibas (Brasil, Índia e África do Sul) tiveram um encontro em Damasco com Assad e seu chanceler, Walid Muallem, e reforçaram a mensagem da declaração do Conselho de Segurança da ONU condenando a violência praticada por "todos os lados".
"Tem que ter um pouco de prudência também na aplicação do remédio, pra que o remédio não mate o paciente. Tem que ser um remédio na dose certa", afirmou Patriota sobre a saída de Assad. Na avaliação do chanceler, "alternativas ao governo atual podem ser até mais problemáticas".
"O que você faz? Tira o Bashar Assad e quem assume? O Exército? Outras forças que podem ser mais radicais, forças mais progressistas? Como é que [elas] conseguem implementar um plano de reforma?", questionou o ministro.
Apesar da expectativa de que a violência cesse no país, o chanceler brasileiro reconheceu a necessidade de a Síria manifestar "por fatos, não só com palavras" os compromissos assumidos.
"O padrão de comportamento [do regime sírio] nas últimas semanas recomenda um grau de ceticismo", afirmou.
A missão do Ibas segue agora para a Turquia, onde a situação na Síria será mais uma vez discutida. O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, esteve recentemente com o ditador sírio e reforçou pedidos como maior acesso de jornalistas ao país e eleições presidenciais no próximo ano.
O Brasil está sendo representado pelo embaixador Paulo Cordeiro, subsecretário-geral para Oriente Médio do Itamaraty.
Fonte: Folha
0 comentários:
Postar um comentário