segunda-feira, 6 de junho de 2011

Síria promete resposta firme após emboscada que matou 120


O ministro do Interior da Síria, Ibrahim Shaar, disse nesta segunda-feira que vai reagir de maneira "firme e decisiva" aos ataques de grupos armados contra forças de segurança.

"Não vamos nos calar", disse Shaar, no que parece ser a antecipação de uma reação ainda mais dura do governo contra os protestos oposicionistas iniciados em março. "Partindo da responsabilidade do Estado de proteger a vida dos cidadãos, militares e civis, e as instalações governamentais que pertencem ao povo, vamos tratar com firmeza, força e segundo a a lei. Não vamos ficar tranquilos diante de qualquer ataque armado."

Um novo balanço da TV estatal da Síria elevou para 120 o número de policiais e agentes de segurança mortos em uma emboscada de "grupos armados" em Jisr al-Shughour, uma área onde as forças de segurança realizaram violentas operações contra manifestações de oposicionistas.

Segundo o mais recente relato da TV estatal, 82 das vítimas foram mortas em um ataque dos "grupos armados" a um posto de segurança. As demais teriam sido mortas em tiroteios em outras partes da cidade.

A TV diz que os policiais foram atacados primeiramente quando atendiam uma chamada de moradores por proteção contra os grupos armados --não identificados.
A TV estatal classificou a ação de massacre. Os grupos armados estariam se escondendo em casas e atirando contra soldados e civis, sem discriminação. Os grupos estariam ainda usando moradores como escudos humanos durante as trocas de tiros e teriam explodido ainda um posto dos correios, queimado prédios do governo e mutilado corpos.

A notícia não pode ser confirmada de maneira independente. O governo sírio restringiu a atuação da imprensa e expulsou repórteres estrangeiros em meio a onda de revoltas pela queda do ditador Bashar al Assad.

Desde sábado, as forças de segurança conduzem operações militares em Jisr al-Shughour para conter os movimentos oposicionistas. Um ativista ouvido pela rede de TV CNN diz que a cidade é um reduto da opositora Irmandade Muçulmana.

Grupos de direitos humanos afirmam que ao menos 35 moradores foram mortos na região desde sábado.

Desde o início, Assad culpou "grupos estrangeiros" de incitar os protestos contra seu regime, visando a desestabilizar o país.

Fonte: Folha
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