quarta-feira, 1 de junho de 2011

Novo pacote para a Grécia pode ser fechado em dois dias



Uma revisão do pacote de ajuda da Grécia poderá ser concluído hoje, informaram fontes europeias na última terça-feira.


Nesta quarta-feira (1), líderes europeus se reunirão em Viena para discutir as condições financeiras do país e um segundo pacote de socorro.


O foco do encontro deve ser discutir potencial assistência especializada para a Grécia melhorar a qualidade do seu recolhimento de impostos e do programa de privatizações. Esse envolvimento internacional pode se tornar uma intervenção sem precedentes em um país da zona do euro.


É provável que essa ação dos vizinhos europeus enfrente grande oposição no país. Por isso, os credores vem exigindo um acordo multipartidário sobre as novas medidas de austeridade.


Analistas da UE (União Europeia), do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do BCE (Banco Central Europeu), a chamada "troika", avaliaram em Atenas as contas do governo e o nível de cumprimento das exigências feitas no ano passado na época do socorro financeiro de 110 bilhões de euros. O relatório final desta análise também deve apontar quanto dinheiro o país vai precisar para se financiar em 2012 e 2013.


Nos últimos meses, ficou claro que a Grécia vai precisar de um novo resgate financeiro para se sustentar nos próximos dois anos. Um ano depois do primeiro socorro, o país continua preso na recessão econômica. Taxas de juros cobradas pelos investidores para comprar títulos públicos do país ultrapassaram 16% em papéis de 10 anos, uma taxa considerada irreal.

IMPOSTOS


O governo da Grécia sinalizou que concordou com a exigência da oposição de reduzir impostos, com o objetivo de conseguir apoio para as novas medidas de austeridade para conter a crise. A informação veio de uma fonte do governo alemão.

Em Berlim, uma fonte do governo alemão disse à Reuters que a UE, o FMI e o BCE (Banco Central Europeu) firmou um acordo com o governo socialista da Grécia para redução de impostos sobre valor agregado (chamado de VAT).

"Eles concordaram com isso", disse a fonte, depois que jornais gregos publicaram que o trio concordava com a redução do VAT.


A oposição do país disse, nesta terça-feira, que o corte de impostos ainda não seria suficiente para que fechem apoio às medidas.


A UE e FMI exigem que as novas ações do governo para reduzir o deficit público tenham apoio multipartidário. Entre as medidas anunciadas na semana passada estão cortes de gastos e privatizações. O fim de benefícios fiscais também foi aventada, mas a oposição pediu redução de impostos para dar algum fôlego ao crescimento econômico.


A oposição, que sugeriu o corte de impostos, considera que a redução do VAT não é suficiente. A demanda do líder de oposição conservadora, Antonis Samaras, era de reduzir em 15% a taxa sobre empresas. O Partido Democrático também manifestou que queria mais cortes do que apenas no VAT.


"Os cortes em impostos sobre empresas e renda pessoal que sugerimos teriam mais impacto, menor custo e não afetaria de imediato o fluxo de caixa do governo", disse uma fonte da oposição.
O acordo para redução do VAT ainda não foi anunciado oficialmente e o período de redução também não está claro.


Fonte: Folha
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