sexta-feira, 6 de maio de 2011

Candido Mendes recebe nosso editor, Angelo Nicolaci


No último dia 29 de Abril, nosso editor Angelo Nicolaci, foi recebido pelo ilustre Reitor da UCAM, o Professor Cândido Mendes que acumula uma vasta experiência no campo educacional, em especial nas áreas relativas às ciências humanas, imortal da Academia Brasileira de Letras, tendo ativa participação no Grupo de Alto Nível da ONU para a Aliança das Civilizações e possuindo um vasto conhecimento histórico e social, concedeu uma entrevista exclusiva para o GeoPolítica Brasil, a qual nós compartilhamos com nossos amigos leitores:

Angelo Nicolaci: Primeiramente quero agradecer em meu nome e pelos leitores do GeoPolítica Brasil ao senhor, professor Candido Mendes, por dispor de um pouco de seu tempo para me receber e conceder esta entrevista ao nosso site.

Para dar inicio a nossa entrevista gostaria que o professor nos falasse um pouco mais da trajetória da Universidade Candido Mendes (UCAM) e a sua participação no desenvolvimento desta respeitada instituição de ensino.

Candido Mendes: Bom primeiramente a Candido Mendes é o fecho de um trabalho institucional tendo inicio em 1902 com a chamada “Academia de Comércio do Rio de Janeiro” e a sua sociedade mantenedora, a Sociedade Brasileira de Instrução. Ela se desdobrou nesse período todo fundada pelo meu avô, que foi seu diretor até 1939, continuada com meu pai. Nesse período foi fundada a primeira faculdade de ciências políticas e econômicas do Brasil em 1922, daí seguindo as outras instituições já numa sequência em que com o falecimento do meu pai em 1962 eu passei á direção das casas. Antes de 1962, ainda em 1955 veio a ser fundada a faculdade de direito Candido Mendes, que foi a casa que deu maior desdobramento ao que se queria fazer então, pois coincidiu com o desdobramento de um mercado para o ensino superior fora do ensino público, procurando a expansão e definindo essa expansão diante desse novo mercado em um Brasil que queria se educar, mas que se via naquele dilema: Uma universidade pública pequena, aberta naturalmente ao acesso democrático, mas que no fundo ficava com os alunos ricos melhor preparados para essa sua chegada. Evidentemente, os alunos pobres e limitados, portanto economicamente, iam para as universidades privadas onde muitas vezes não poderiam pagar o custo deste acesso, desta matrícula e desta mensalidade.

Surgiu então a ideia de desdobrar a Universidade Candido Mendes a partir de um trabalho multicamp, estavamos sediados na própria matriz histórica do Rio de janeiro, aqui no Convento do Carmo onde estou tendo o prazer de recebê-lo. Começamos então abrir a Universidade, onde fomos depois para Ipanema, sendo nosso primeiro campus fora do Centro, daí a sucessão de diversos outros campus nos expandindo para Niterói, Jacarepaguá, Méier, do Méier fomos para Padre Miguel, isso ainda dentro do Rio de Janeiro, fomos depois para Friburgo na região serrana e fomos para Campos dos Goytacazes no norte do estado, para a Araruama na região dos lagos e já neste ano de 2011 estamos indo para o extremo Oeste do estado em Santa Cruz, quem sabe vamos para o Encantado também. Estes são os campus.

A nossa primeira preocupação foi essa expansão, sobre tudo vinculada a ideia de servir primeiro a uma população carente, especialmente dedicando a casa aos alunos emergentes da classe “C” e da classe “D”, sobretudo com uma noção muito clara do que é uma organização filantrópica já em 1905. A ideia básica era termos uma organização filantrópica, dentro disso procurando reduzir ao máximo os custos e os preços praticados. Recorremos ai necessariamente a ideia de que nós precisaríamos para responder ao que era uma vocação universitária mesmo antes que a lei viesse a afirmá-lo, qual é a diferença fundamental entre estas comunidades isoladas e os centros universitários das universidades.

Temos unidades substantivas, de pesquisa e de extensão. Temos o IUPERJ, e envolta do IUPERJ uma sucessão de centros de pesquisa, como o centro de estudos de segurança e cidadania, o centro de estudos afro-asiáticos, o centro de estudos sobre o Oriente Médio e o centro de estudos sociais aplicados (CESAP) que mostram a diversificação de todos esses quadros, mesmo porque nós fomos a primeira universidade reconhecida como de excelência no Brasil e estando vinculada tão somente ás ciências sociais. Nós tivemos pela lei o direito de termos a autonomia universitária em um ramo do ensino superior dividido entre as ciências da natureza e biológicas e as ciências sociais e humanas. Nessa sequência nós saímos do quadro clássico de economia, administração, contabilidade superior e essencialmente o direito, para fundarmos hoje já com oito anos, nosso instituto de humanidades para o desenvolvimento das próprias ciências sociais. Iniciando a graduação em relações internacionais, línguas, história e gestão cultural, que compõe ali o complexo chamado da Candelária, onde todos esses cursos estão se desdobrando em consonância com os cursos aqui da torre da praça XV.

Angelo Nicolaci: A Candido Mendes é uma instituição centenária, este ano completando 109 anos de história, acompanhou diversos capítulos da história brasileira. O senhor pode nos falar um pouco sobre a atuação da Candido Mendes durante estes períodos de nossa história? Por exemplo, como foi à postura durante o governo Vargas e durante o "Regime Militar”, durante o período conturbado e de excessões que o Brasil passou ?

Candido Mendes: Essa visão digamos assim criadora e rebelde vem desde o começo, pois quando meu avô quis criar uma escola superior de comércio, era para oferecer uma alternativa universitária a um Brasil tão fiel a nação e ao talho das elites que só tinha faculdades de direito, engenharia e medicina. Tratava-se de dar uma condição de formação, sobretudo no Rio de Janeiro onde haviam as classes médias ascendentes com o começo da república. Tratar cientificamente o comércio e fazer disso uma profissão, um conhecimento e uma condição da ciência social. Daí partimos para economia, administração e contabilidade superior, onde mais uma vez fomos a faculdade pioneira em todo o Brasil em 1922.

Nessa continuação, claro havíamos já no período digamos assim das conquistas sociais, a nos preparar, o que é a parte sociologicamente do primeiro governo Vargas, a nos organizar para compreendermos uma faculdade de direito que tivesse ligada de fato as condições de mudança social e a questão da legislação do trabalho, a sua sistematização e a trazida para o corpo de elenco de uma antiga faculdade clássica nessa matéria. Mas é claro que a nossa função ai não é tanto no avanço da corrente.

Mas uma postura contra a corrente veio de fato no período do governo militar, onde a Candido Mendes era uma universidade privada garantida estritamente no seu funcionamento pelas suas mensalidades, evidentemente não precisando de nenhuma dotação pública. Na hora em que o governo começou a proscrever, prender e a tirar de cátedra diversos professores dados como subversivos ou “comunistas”, como foi o caso do professor Heleno Claudio Fragoso, o caso do professor Evaristo de Morais é outro exemplo. Nós pudemos absorvê-los sem temer retaliações, já que não devíamos um tostão ao governo.

Então se criou uma tradição de independência e de autonomia, ligado por outro lado ao trabalho que pessoalmente pude fazer dentro da igreja como secretario geral por cinco anos da comissão pontifícia de justiça e paz na sequência do Vaticano, onde teve cada vez mais a função de ser a voz das injustiças sem voz, nos permitindo denunciar ao governo muitas prisões injustas, sobretudo torturas, desaparições e assassinatos. Dessa situação decorreu a chamada “comissão de partiti” a partir do governo Geisel, que permitiu a diversos bispos trazer estas denuncias aos generais em bom termo e em determinados limites reduzir a pressão militar e a pressão setorial sobre as classes universitárias brasileiras.

Angelo Nicolaci: Professor, hoje nós vemos no Brasil uma grande carência no que diz respeito ao investimento na área de educação, principalmente em se falando de ensino superior pelo governo Federal. Como o senhor vê o Brasil hoje, com relação á educação?

Candido Mendes: Primeiro os números estão ai não é? O Brasil é um país em que só tem no nível universitário 8% de um mesmo grupo etário, tendo a Argentina 12% e o Chile com 21%.

Podemos ver que hoje pelo menos cinco milhões de brasileiros poderiam estar no nível superior se houvessem as condições econômicas para isso, ou por programas de bolsas de estudo, ou realmente em um programa em que o dinamismo das universidades privadas pudessem ganhar um apoio público.

Como todos sabem a constituição de 1988, tem disciplina sobre a pesquisa, mas não falou em apoio a pesquisa em universidade privada, o que nos leva a não poder presumir esse auxílio, tendo que buscar as agências bancárias para essa condição de êxito do trabalho.

Evidentemente que dentro disso, acredito que as expectativas de que se possa chegar a 12% são plausíveis se houver orçamento para educação, espero também que isso tudo possa ser feito através de um estimulo ao setor privado para ajudar a educação.

Nós sabemos que no modelo brasileiro, os bancos privados detém hoje a maior parcela da riqueza nacional, e não são estimulados a poderem concorrer com auxilio ou um estimulo a área universitária privada brasileira. Eu espero que no programa legislativo de auxílios fiscais da nova presidente, essa posição possa ser resolvida, mas ainda tenho certas reservas quanto a isso.

Acho que a criação desses estímulos é muito importante, sobretudo para auxiliar o chamado setor privado filantrópico, que é, por exemplo, a Candido Mendes em que eu acompanhei a tradição de meu avô, não se pode cobrar por um copo d’água, tem que se cobrar o mínimo possível.

A educação é um copo d’água e daí a ideia de que se deva cobrar o mínimo possível, e que a condição de reinvenção é, portanto que um determinado valor sobre as despesas não vá a mais de 8% da receita nesse sentido. É o que estamos tentando fazer, e é o que assegura ao mesmo tempo esse paradoxo, a razoabilidade das nossas matriculas e somos a faculdade que melhor paga a hora/aula no Rio de Janeiro. A combinação de qualidade e sentido social da prestação educativa.

Angelo Nicolaci: Outra questão importante que gostaríamos de saber, tem relação ao panorama político ao qual o Brasil esta inserido no mundo hoje, com advento da globalização, ascensão do Brasil como um novo player. Como o senhor sendo um acadêmico, uma pessoa que tem viajado muito e acompanhado de perto as questões dentro da ONU, dentro do meio acadêmico, vê essa ascensão do Brasil? E como o senhor vê a necessidade relativa a esse crescimento de contarmos com investimento mais expressivo do estado em relação as instituições não só privadas e públicas de nível superior, mas principalmente o investimento na educação básica? Pois como sabemos, muitos alunos hoje chegam ao ensino superior com certas deficiências devido a falta de uma base educacional sólida que seja proporcionada lá no inicio.

Candido Mendes: Ai nós estamos diante de três grandes linhas de correção dessa matéria. A primeira é a que estamos conversando, um dia após o anúncio do novo plano de educação para a profissionalização do emprego, justamente lançado pela presidente e que vem pouco depois do plano nacional de educação.

Não se trata apenas de médias e definições de novos rumos, ou determinados percentuais e somas nos orçamentos que vem por ai, mas, sobretudo a garantia que esses orçamentos não sejam prejudicados pelos cortes da severidade econômica para se combater a inflação que esta ai, mas que, sobretudo possam discutir o ministério da educação e o ministério da trabalho, tendo em vista a profissionalização de determinadas funções que não precisam chegar ao ensino superior, que são mais do que a indeterminação do ensino médio clássico.

A integração, por exemplo, dos recursos do FAT com os trabalhos da rede de educação, não apenas das ONGs. Trabalhar também com o FAT é essencial para esse desdobramento que é uma das respostas a sua pergunta.

A outra é a inovação que esta ai, digamos que é claro que Deus é brasileiro, sobretudo a partir do sucesso do tesouro enterrado que estava ai nas profundidades do Oceano Atlântico, que são as riquezas do pré-sal. O pré-sal será e já é uma companhia totalmente estatal, não tem associação a nenhuma empresa estrangeira, e o pré-sal sozinho nos recursos que irá gerar, será capaz de liberar políticas mais ambiciosas de investimento, que tragam uma contribuição muito grande para saúde, educação, e sobretudo o financiamento da pesquisa da inovação no Brasil.

É por ai que eu vejo as possibilidades de sairmos da rotina, e vejo com muita confiança a prioridade que a educação tem que ter no governo de desenvolvimento sustentável como o nosso.

Angelo Nicolaci: como o professor avalia as mudanças que houveram desde o governo de 1994 pra cá, com Plano Real, o governo Fernando Henrique Cardoso, mudando posteriormente para um governo totalmente diferente, com uma maneira nova de governar, como foi o caso de Lula conduzindo a política brasileira, principalmente a política externa e econômica. E hoje com a eleição da presidente Dilma Rousseff?

Candido Mendes: O que se vê claramente é que o Brasil mesmo independentemente das mudanças universitárias, foi um país que conseguiu assumir uma alternativa a qualquer status quo, e a qualquer tecnocracia iluminada, para conduzir e auto gerir um processo de mudança no nosso desenvolvimento democrático.

Evidentemente que essa posição surge a partir do inédito histórico do governo Lula, trazendo o “marginal” do sem nada, de uma situação absolutamente, vamos usar a expressão sociológica certa, anomica, para o desempenho político. E ai em uma posição contraria ao que vimos no resto da America Latina, porque o sem nada, o completamente destituído, o miserável, que a isso levava a contradição social do Brasil, onde o subdesenvolvimento era grande, e a super concentração de receitas levava o Brasil de Lula a ter 3% ou 4% da população controlando 50% da receita nacional. Então essa pirâmide desaba de tão vertical que era, verticalíssima não é verdade?

No resto da America Latina, sobretudo na America Andina, o que nós tínhamos? O caso do Sendero Luminoso no Peru, e o caso das FARC na Colômbia, que destituídos partiram para violência. E a violência visando derrubar um sistema insuportável.

No Brasil o "sem nada" acolheu o PT, foi para as urnas e disposto a uma nova liderança do país, foi isso que criou o ineditismo do PT, a partir disso, o mesmo foi chegando ao poder com o Lula Lá. Isso cria uma situação inédita para mudança, porque é a mudança feita a partir da consciência dela, e uma consciência cada vez mais democrática. No começo vinculada a um partido mobilizador como o PT, que depois destoa em outros tipos de consideração, quer dizer onde a confiança em Lula exorbita do PT e vai a esse governo de coalizão que nós estamos vendo hoje, mas com a opção clara e nítida do país da mudança.

O pais da mudança apoiado por um controle crescente do estado no processo de mudança, contra a opção liberal democrática ou chamado “acordo de Washington”, a que foi levado o governo Fernando Henrique. Um governo disposto a redistribuir achando que a redistribuição permite o crescimento do consumo interno, e, sobretudo um caminho imediato para uma situação de bem estar, a redistribuição da renda nacional continuando pelo governo Dilma, e certamente levando a uma nova etapa a qual eu espero não tarde, que é a etapa necessariamente de começar o tributo ou diretamente a busca de uma penalização das rendas das grandes fortunas que ainda não esta sendo feita no Brasil como devia.

Mas o terceiro ponto desse desenvolvimento é se orientar para o mercado interno, para o aumento da capacidade de geração de empregos, sobretudo um novo tipo de consumo que não tem o efeito de demonstração clássica do capitalismo, contra uma economia que depende por demais do mercado externo, e que no fundo pelo balanço de exportações e importações, só levaria a concentrar mais essas riquezas em função das estruturas clássicas de produção que permitia o latifúndio produtivo das culturas de exportação tradicionais.

Angelo Nicolaci: Já com relação ao Brasil no cenário mundial, nós temos o Brasil como uma nação emergente, participando do BRICS, que congrega não só o Brasil, mas a Rússia, Índia, China e agora a África do Sul, que estão assumindo ai uma posição de destaque como líderes. O Brasil esta hoje pleiteando uma cadeira fixa no conselho de segurança da ONU, como o senhor vê esta perspectiva de fato, e como o senhor analisa esse anseio brasileiro?

Candido Mendes: Acho fundamental essa emersão brasileira, em que ele cada vez mais se destaca na America Latina, mas não é só uma questão do desgarre geográfico, é entrarmos nesse novo mundo da globalização não tendo mais uma ou duas potencias hegemônicas que supera as relações centro-periferia. Não estamos mais naquela fase, que foi muito da minha mocidade, de chamarmos o Brasil de um pais mais prospero do chamado terceiro mundo. Essa situação de terceiro mundo acabou, e o BRICS não tem nada haver com o terceiro mundo. Os BRICS são as nações emergentes, todas elas nações gigantescas do ponto de vista populacional e geográfico, e que todas elas também, digamos um pouco menos adiante e atrás a África do Sul, mas todas elas orientadas para o seu mercado interno. Dentro delas pensamos que apontam a uma globalização compartilhada, porque todas elas tem como principal dinamica o mercado interno e focam na sua prosperidade dentro de suas fronteiras. Todas elas, entretanto tem qualificações diversas sobre a performance econômica, social e política. A única que equilibra a prosperidade econômica com a social e a democracia é o Brasil.

Sabemos da dificuldade da China com a sua enorme prosperidade e com a sua mobilidade social de chegar a um governo democrático.

Nós também sabemos da hipocrisia da democracia hindu, na medida em que imemorialmente a Índia é do ponto de vista nominal uma democracia que tem seus ritos eleitorais, mas que deixa ali 5% de sua população na condição de párias fora do reconhecimento político e social, em condição de inercial pior que da escravatura tradicional.

Então, nesse sentido o Brasil é o pais naturalmente com maior perfil de futuro no quadro dos BRICS. É preciso que esse Brasil ao mesmo tempo entre numa atividade já de autonomia em uma mediação internacional na cultura da paz, e dos counter balances, um balanço e contra-peso no dinamismo internacional.

O Brasil tomou a posição de defender o Irã na última fase do governo Lula, em uma posição muito clara de que é preciso que se conheçam as cartas do jogo, porque acusar o Irã de buscar armamento nuclear quando ali ao lado dele, Israel possui um apetrecho atômico incomparavelmente pronto e capaz de impor a sua política na área.

O Brasil quando levou o assunto do Irã ás Nações Unidas indicou profundamente a necessidade de que se tivesse reformulações drásticas, e um balanço de fato das forças e de controles numa verdadeira, e não em uma unilateral economia da paz.

Outra situação importante dentro dessa nova autonomia é a condição do Brasil dentro do oriente médio, primeiro porque o Brasil teria historicamente razão de reclamar uma voz na área, porque nós temos o maior número de sírios e libaneses emigrados do mundo. Curiosamente esses sírios e libaneses não clamam pelo retorno a sua pátria original, sendo personagens transplantados do oriente médio e que assumem o Brasil como sua nova pátria. Isso dá ao Brasil uma condição histórica de falar pela área, porem, importante é dentro dessa área compreender uma situação tão importante, como a que marca 2011, que é o levante democrático no mundo árabe, atentar aqui a luta contra ditadura na região, não pode ser um álibi para um novo controle colonial das reservas de petróleo, com o álibi de intervenção da OTAN, o que foi num primeiro momento digamos assim, a luta contra o governo de Kadafi no norte da África.

O Brasil defende a tese de que o equilíbrio internacional não dependa mais da OTAN, mas realmente das nações unidas, não é o Tratado do Atlântico Norte que vai resolver os problemas das crises, e dar proteção as civilizações no mundo, mas uma possível aliança entre esses, que é o caso da líbia, em que se ouça a União Africana ao lado da OTAN, e se associa hoje a união árabe, temos ai uma forma de descaracterização do controle da política de segurança mundial apenas pelo seguinte, a defesa que o Brasil esta fazendo é uma posição múltipla, que é muito claro dessa nova independência e deste prestigio que nós conseguimos no mundo contemporâneo.

Angelo Nicolaci: Muito obrigado professor Candido Mendes mais uma vez quero agradecer por essa oportunidade de estar aqui hoje absorvendo esse conhecimento, e gostaria que o senhor deixasse uma palavra á nossos leitores.

Candido Mendes: Eu fico muito feliz por seu intermédio de poder participar desse importante centro de opinião pública e informação que é a sua entidade, e evidentemente vejo isso apenas como uma primeira etapa.

Fiquei impressionado, sobre tudo pelo nível da sua intervenção sobre o que é a profundidade no questionamento acerca das visões convencionais em fazê-lo, e a riqueza prospectiva de se interrogar para onde se vai o Brasil. Muito obrigado.


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