domingo, 20 de março de 2011

Sarkozy diz que forças aéreas estão em ação na Líbia


O presidente da França, Nicolas Sarkozy, alertou neste sábado que a comunidade internacional já está aplicando a resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que estabelece uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas ressaltou que o ditador Muammar Gaddafi ainda tem tempo de desistir da ação militar contra os rebeldes da oposição.

"Nossos aviões já estão prevenindo ataques na cidade de Benghazi", disse Sarkozy, acrescentando que estão "preparados" para intervir também contra tanques de guerra.

Mais cedo, fontes militares disseram que vários caças franceses sobrevoam neste sábado o território líbio, no que seria uma missão de reconhecimento. Os caça Rafale teriam decolado no início da tarde deste sábado (manhã em Brasília), da base de Saint Dizier (leste de Paris), onde estavam estacionados.

Segundo as fontes, citadas pela agência de notícias France Presse, essas missões de reconhecimento deverão durar toda a tarde de sábado e, até o momento, não encontraram nenhuma resistência.

Após uma reunião com líderes de mais de 20 países, Sarkozy disse em breve pronunciamento que todos decidiram aplicar efetivamente a resolução, aprovada há dois dias. Ele ressaltou, contudo, que a medida permite a intervenção militar visa a proteger o direito dos civis de protestar pacificamente e não decidir o rumo do país africano.

"Juntos decidimos garantir a aplicação da resolução do Conselho de Segurança exigindo o cessar-fogo imediato e o fim da violência", disse Sarkozy. "Concordamos em usar todos os meios necessários, em particular os meios militares, para garantir a decisão".

Em meio há relatos de autoridades francesas de que um ataque no país é iminente, Sarkozy afirmou que a intervenção "acontecerá enquanto houver qualquer pressão de Gaddafi contra Benghazi", reduto dos rebeldes que está sob ataque aéreo e terrestre das forças do ditador neste sábado.

O presidente francês reconheceu que Gaddafi descumpriu o cessar-fogo, declarado pelo próprio governo líbio, mas ressaltou que ainda há tempo de evitar uma maior ação internacional no território.

"Gaddafi ainda tem tempo de recuar e se submeter à resolução", disse o francês. "As portas da diplomacia estarão abertas quando a violência parar".

LIBERDADE

Diante do fantasma da ocupação no Iraque, Sarkozy fez questão de ressaltar que a intenção da comunidade internacional é proteger os civis líbios e seu direito de protestar pela libertação "da escravidão à qual estão submetidos há muito tempo".

Ele garantiu que a comunidade internacional não vai interferir na escolha do futuro da Líbia, decisão que cabe unicamente ao seu povo.

"A luta pela liberdade é deles. Nossa intervenção não é por qualquer resultado específico, mas apenas para evitar crimes" contra os civis, disse Sarkozy. "Estamos intervindo pelo povo, para que possam escolher seu próprio destino. Seus direitos não podem ser anulados pela repressão e violência".

Fonte: Folha
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