Embora a Líbia ainda esteja vivenciando cada vez mais combates intensos entre as forças de Muammar Khadafi e os que protestam contra o seu regime, os países que tinham negociado com a Líbia antes do levante também estão olhando para a evolução do conflito com um olhar atento. Além desses países que dependem em parte do fornecimento de petróleo da Líbia ou sofrem os efeitos sobre os mercados globais, esta incluída a Rússia.
Segundo agências de notícias russas a exportadora estatal de armas Rosoboronexport irá perder cerca de $ 4 bilhões de dólares em contratos de defesa com a Líbia devido às sanções impostas recentemente pela ONU contra o país.
Apesar de sua abordagem inicialmente cautelosa sobre o crescente movimento de revoltas em cidades da Líbia, a repressão brutal contra os manifestantes levou a Rússia a apoiar um embargo de armas, bem como outras sanções contra a Líbia.
O mercado da defesa árabe é um dos principais mercados de exportação da Rússia, e uma série de contratos foram assinados com a Líbia nos últimos anos para substituir o arsenal do país norte-Africano que conta com sistemas envelhecidos e armas obsoletas.
Em particular, durante e após a quarta Exposição Árabe-Africana e Conferência de Aviação LAVEX 2009, realizada em Trípoli em Outubro de 2009, a Líbia foi o estado que teve mais gastos na aquisição de sistemas de armas no “estado-da-arte” de fabricação russa no valor de vários bilhões de dólares.
Antes de ir para LAVEX-2009, o vice-diretor geral da Rosoboronexport, Alexander Mikheyev, declarou que a Rússia se envolveu em cinco contratos de exportação de defesa com a Líbia para fornecer "equipamentos militares para as forças terrestres e da Marinha, incluindo a modernização dos tanques T-72 e abastecimento geral de peças de reposição das Forças Armadas". Além desses contratos, o oficial russo confirmou antes da feira que Rosoboronexport também estava participando de uma concorrência na Líbia para fornecer caças e sistemas de defesa aérea.
Segundo um funcionário, os países da região manifestaram grande interesse no caça pesado multifunção Su-35 da Rússia, bem como o sistema de defesa aérea S-400 Triumf. A Líbia tem mostrado grande interesse nos dois sistemas e, segundo a AFP, o país norte Africano era esperado para se tornar o primeiro cliente de exportação para o Su-35. A agência de notícias cita os recentes relatórios afirmando que um contrato avaliado em 800 milhões dólares já havia sido assinado para venda de 12 a 15 aviões de combate.
Além disso, depois do show aéreo de Farnborough de Julho de 2010, Sergei Kornyev da Rosoboronexport anunciou a assinatura do contrato de venda de seis aviões de treinamento Yak-130 e Tripoli também manifestou interesse em comprar 10 helicópteros de ataque Ka-52 Alligator, dois avançados sistemas de defesa aérea, o S-300PMU2 de longo alcance e o sistema de mísseis de defesa de curto alcance Panzir C1 somando um total de $ 1 bilhão de dólares. Os Líbios também discutiram a possibilidade de adquirir tanques modernos, sistemas de lançadores múltiplos de foguete, embarcações de alta velocidade, mísseis, etc.
Na ocasião do anúncio, Kornyev disse: "Nós estamos olhando para esse mercado [Líbia] com otimismo e não estamos pensando em abrir mão de nossa posição forte [nele]."
A cooperação no domínio militar também prevê a manutenção de centenas de caças soviéticos e milhares de veículos blindados, complexos de defesa aérea e navios da Marinha.
A Rússia enfrentou um caso semelhante com um contrato para entregar o sistema de mísseis de defesa aérea S-300 para o Irã, estimado em cerca de $ 1 bilhão mais $ 3,4 milhões em multas e sanções caso o contrato não fosse cumprido. A pressão Internacional sobre o polêmico programa nuclear iraniano levou a Rússia a cancelar a entrega do S-300, mesmo tendo o acordo sido celebrado em dezembro de 2005.
No entanto, em junho de 2010 o Departamento de Estado dos EUA confirmou que o contrato não representaria uma violação das sanções impostas pela ONU contra o Irã. Um mês depois, a Rússia reconheceu também que o contrato ainda não tinha sido cancelado. Mas em 22 de setembro de 2010 o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, emitiu um decreto proibindo a entrega de sistemas de defesa antimísseis S-300 e outras armas ao Irã. Em meio a hesitação da Rússia quanto à possibilidade de entregar o sistema de armas, o Irã afirmou que iria desenvolver o seu próprio sistema de defesa aérea.
Agora mais uma vez a Rússia vê mais uma de suas exportações ir por água a baixo com as sanções á Líbia.
Fonte: Defense & Professional / GeoPolítica Brasil
Tradução e Adaptação: Angelo D. Nicolaci
Segundo agências de notícias russas a exportadora estatal de armas Rosoboronexport irá perder cerca de $ 4 bilhões de dólares em contratos de defesa com a Líbia devido às sanções impostas recentemente pela ONU contra o país.
Apesar de sua abordagem inicialmente cautelosa sobre o crescente movimento de revoltas em cidades da Líbia, a repressão brutal contra os manifestantes levou a Rússia a apoiar um embargo de armas, bem como outras sanções contra a Líbia.
O mercado da defesa árabe é um dos principais mercados de exportação da Rússia, e uma série de contratos foram assinados com a Líbia nos últimos anos para substituir o arsenal do país norte-Africano que conta com sistemas envelhecidos e armas obsoletas.
Em particular, durante e após a quarta Exposição Árabe-Africana e Conferência de Aviação LAVEX 2009, realizada em Trípoli em Outubro de 2009, a Líbia foi o estado que teve mais gastos na aquisição de sistemas de armas no “estado-da-arte” de fabricação russa no valor de vários bilhões de dólares.
Antes de ir para LAVEX-2009, o vice-diretor geral da Rosoboronexport, Alexander Mikheyev, declarou que a Rússia se envolveu em cinco contratos de exportação de defesa com a Líbia para fornecer "equipamentos militares para as forças terrestres e da Marinha, incluindo a modernização dos tanques T-72 e abastecimento geral de peças de reposição das Forças Armadas". Além desses contratos, o oficial russo confirmou antes da feira que Rosoboronexport também estava participando de uma concorrência na Líbia para fornecer caças e sistemas de defesa aérea.
Segundo um funcionário, os países da região manifestaram grande interesse no caça pesado multifunção Su-35 da Rússia, bem como o sistema de defesa aérea S-400 Triumf. A Líbia tem mostrado grande interesse nos dois sistemas e, segundo a AFP, o país norte Africano era esperado para se tornar o primeiro cliente de exportação para o Su-35. A agência de notícias cita os recentes relatórios afirmando que um contrato avaliado em 800 milhões dólares já havia sido assinado para venda de 12 a 15 aviões de combate.
Além disso, depois do show aéreo de Farnborough de Julho de 2010, Sergei Kornyev da Rosoboronexport anunciou a assinatura do contrato de venda de seis aviões de treinamento Yak-130 e Tripoli também manifestou interesse em comprar 10 helicópteros de ataque Ka-52 Alligator, dois avançados sistemas de defesa aérea, o S-300PMU2 de longo alcance e o sistema de mísseis de defesa de curto alcance Panzir C1 somando um total de $ 1 bilhão de dólares. Os Líbios também discutiram a possibilidade de adquirir tanques modernos, sistemas de lançadores múltiplos de foguete, embarcações de alta velocidade, mísseis, etc.
Na ocasião do anúncio, Kornyev disse: "Nós estamos olhando para esse mercado [Líbia] com otimismo e não estamos pensando em abrir mão de nossa posição forte [nele]."
A cooperação no domínio militar também prevê a manutenção de centenas de caças soviéticos e milhares de veículos blindados, complexos de defesa aérea e navios da Marinha.
A Rússia enfrentou um caso semelhante com um contrato para entregar o sistema de mísseis de defesa aérea S-300 para o Irã, estimado em cerca de $ 1 bilhão mais $ 3,4 milhões em multas e sanções caso o contrato não fosse cumprido. A pressão Internacional sobre o polêmico programa nuclear iraniano levou a Rússia a cancelar a entrega do S-300, mesmo tendo o acordo sido celebrado em dezembro de 2005.
No entanto, em junho de 2010 o Departamento de Estado dos EUA confirmou que o contrato não representaria uma violação das sanções impostas pela ONU contra o Irã. Um mês depois, a Rússia reconheceu também que o contrato ainda não tinha sido cancelado. Mas em 22 de setembro de 2010 o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, emitiu um decreto proibindo a entrega de sistemas de defesa antimísseis S-300 e outras armas ao Irã. Em meio a hesitação da Rússia quanto à possibilidade de entregar o sistema de armas, o Irã afirmou que iria desenvolver o seu próprio sistema de defesa aérea.
Agora mais uma vez a Rússia vê mais uma de suas exportações ir por água a baixo com as sanções á Líbia.
Fonte: Defense & Professional / GeoPolítica Brasil
Tradução e Adaptação: Angelo D. Nicolaci
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