O reconhecimento da China como economia de mercado não é um "item prioritário" da relação bilateral, disse ontem em Pequim o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, ao final da viagem para preparar a visita da presidente Dilma Rousseff ao país, em abril.
"Isso não é um item prioritário neste momento em que estamos planejando a visita presidencial. Acho que há cooperação e projetos mais ambiciosos em discussão", afirmou, em entrevista coletiva na embaixada brasileira.
O chanceler brasileiro lembrou que o reconhecimento é "parte de um memorando de entendimento assinado em 2004 e que houve comprometimentos de ambos os lados". Mas o tema, segundo Patriota, deve ser tratado "dentro de um dos subgrupos da comissão bilateral de alto nível".
Ele disse que o assunto não foi levantado nas reuniões que teve com o premiê Wen Jiabao, que deve visitar o Brasil neste ano, o chanceler Yang Jiechi e o ministro do Comércio, Chen Deming.
Segundo Patriota, as conversas foram "voltadas para a frente", com o objetivo de "levar a relação ao próximo nível", na medida em que os dois governos consideram já haver "mecanismos adequados" para lidar com os atritos bilaterais.
O chanceler disse que o Brasil espera que a China diversifique suas compras, hoje centradas em minério e soja, invista em áreas produtivas e de bens de valor agregado e participe de projetos de infraestrutura no país.
O Brasil tem sido cobrado com o objetivo de ratificar o status de economia de mercado. Nesta semana, em resposta por escrito à Folha, o Ministério do Comércio disse que o atraso era "lamentável" e que a China "deseja ver progresso substancial o mais rápido possível".
Reconhecer um país como economia de mercado torna mais difícil aplicar medidas antidumping (quando um produto é importado por preço menor que o praticado no país de origem).
O reconhecimento sofre forte oposição da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e de outras entidades empresariais, que acusam a China de práticas desleais, como a desvalorização do yuan.
"Relação de balcão"
Também em Pequim, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse que, apesar de a China ser a maior parceira comercial do Brasil, "temos hoje uma relação de balcão, de compra e venda de mercadorias".
"Queremos uma relação de parceiros estratégicos." Pimentel disse que aposta num anúncio "positivo" por parte da China sobre a Embraer, que ameaça fechar a joint venture que mantém com a estatal Avic caso não seja autorizada a produzir aviões maiores no país.
O ministro afirmou que a solução do impasse em torno da Embraer é um dos condicionantes para que o Brasil reconheça a China como economia de mercado.
Pimentel anunciou que sua pasta organiza uma missão de quase 50 empresários para coincidir com a visita de Dilma e que o governo chinês também prepara uma viagem do tipo para o Brasil.
Fonte: Folha
"Isso não é um item prioritário neste momento em que estamos planejando a visita presidencial. Acho que há cooperação e projetos mais ambiciosos em discussão", afirmou, em entrevista coletiva na embaixada brasileira.
O chanceler brasileiro lembrou que o reconhecimento é "parte de um memorando de entendimento assinado em 2004 e que houve comprometimentos de ambos os lados". Mas o tema, segundo Patriota, deve ser tratado "dentro de um dos subgrupos da comissão bilateral de alto nível".
Ele disse que o assunto não foi levantado nas reuniões que teve com o premiê Wen Jiabao, que deve visitar o Brasil neste ano, o chanceler Yang Jiechi e o ministro do Comércio, Chen Deming.
Segundo Patriota, as conversas foram "voltadas para a frente", com o objetivo de "levar a relação ao próximo nível", na medida em que os dois governos consideram já haver "mecanismos adequados" para lidar com os atritos bilaterais.
O chanceler disse que o Brasil espera que a China diversifique suas compras, hoje centradas em minério e soja, invista em áreas produtivas e de bens de valor agregado e participe de projetos de infraestrutura no país.
O Brasil tem sido cobrado com o objetivo de ratificar o status de economia de mercado. Nesta semana, em resposta por escrito à Folha, o Ministério do Comércio disse que o atraso era "lamentável" e que a China "deseja ver progresso substancial o mais rápido possível".
Reconhecer um país como economia de mercado torna mais difícil aplicar medidas antidumping (quando um produto é importado por preço menor que o praticado no país de origem).
O reconhecimento sofre forte oposição da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e de outras entidades empresariais, que acusam a China de práticas desleais, como a desvalorização do yuan.
"Relação de balcão"
Também em Pequim, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse que, apesar de a China ser a maior parceira comercial do Brasil, "temos hoje uma relação de balcão, de compra e venda de mercadorias".
"Queremos uma relação de parceiros estratégicos." Pimentel disse que aposta num anúncio "positivo" por parte da China sobre a Embraer, que ameaça fechar a joint venture que mantém com a estatal Avic caso não seja autorizada a produzir aviões maiores no país.
O ministro afirmou que a solução do impasse em torno da Embraer é um dos condicionantes para que o Brasil reconheça a China como economia de mercado.
Pimentel anunciou que sua pasta organiza uma missão de quase 50 empresários para coincidir com a visita de Dilma e que o governo chinês também prepara uma viagem do tipo para o Brasil.
Fonte: Folha
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