Um dia após o presidente Barack Obama reiterar que os Estados Unidos consideram a opção militar para resolver a crise política e humanitária na Líbia, o Brasil disse que qualquer iniciativa desse tipo só terá legitimidade com o aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A posição foi defendida pelo chanceler Antonio Patriota durante entrevista coletiva em Pequim, onde foi preparar a visita da presidente Dilma Rousseff, marcada para 13 de abril. A postura, que segue a linha tradicional da diplomacia brasileira de buscar soluções multilaterais, se aplica também ao estabelecimento de uma zona de exclusão aérea.
“O Brasil considera que o debate sobre uma zona de proibição de voos no espaço aéreo líbio, ou acerca de qualquer iniciativa militar naquele país, só terá legitimidade no marco estrito do respeito à Carta da ONU”, disse Patriota, lendo um comunicado do Itamaraty. Segundo o ministro, o governo continuará privilegiando “a diplomacia, o diálogo e a negociação”. A nota sublinha “a solidariedade do governo e do povo brasileiros” com os manifestantes, e pede que sejam respeitados os prestadores de assistência humanitária e os jornalistas.
O ministro disse ter debatido a questão da Líbia com o colega chinês, Yang Jiechi, na última quinta-feira, quando também se reuniu com premiê Wen Jiabao. Da China, Patriota seguiu ontem para a Índia, onde fica até terça-feira, fazendo uma escala no Sri Lanka na segunda-feira. Em Nova Délhi, ele terá encontros com o assessor de Segurança Nacional, Shiv Shankar Menon, e com os chanceleres do fórum Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) — os três países ocupam atualmente cadeiras no Conselho de Segurança. Na quarta-feira, Patriota visitará o Catar, cujo governo também rejeitou o uso da força contra a Líbia, mas já pediu a saída de Kadafi, para evitar mais banho de sangue.
Passo atrás
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, tentou ontem amenizar a impressão deixada na véspera por Obama. Em entrevista coletiva, em Washington, ela disse que os EUA descartam por ora uma intervenção militar na Líbia. “Continuamos consultando nossos aliados da Otan e nas Nações Unidas para determinar maneiras construtivas e produtivas de fazer frente à situação”, afirmou. “Consideramos uma série de opções nas quais podemos ajudar”, assegurou, sem detalhar quais seriam elas. Segundo a secretária, os EUA mantêm o seu foco agora sobre a questão humanitária.
A Líbia continua dominando as declarações de líderes internacionais. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, afirmou que seu governo utilizará “todos os meios diplomáticos” para conseguir a libertação de três soldados — entre eles uma mulher — detidos pelas tropas de Kadafi quando apoiavam a retirada de civis em Sirte. A secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, pediu que as autoridades líbias concedam “acesso imediato” às agências humanitárias. “Não temos acesso e não sabemos quais são as necessidades” na região, disse. O pedido foi reforçado pela comissária europeia de Ajuda Humanitária, Kristalina Georgieva.
Fonte: Correio Braziliense
“O Brasil considera que o debate sobre uma zona de proibição de voos no espaço aéreo líbio, ou acerca de qualquer iniciativa militar naquele país, só terá legitimidade no marco estrito do respeito à Carta da ONU”, disse Patriota, lendo um comunicado do Itamaraty. Segundo o ministro, o governo continuará privilegiando “a diplomacia, o diálogo e a negociação”. A nota sublinha “a solidariedade do governo e do povo brasileiros” com os manifestantes, e pede que sejam respeitados os prestadores de assistência humanitária e os jornalistas.
O ministro disse ter debatido a questão da Líbia com o colega chinês, Yang Jiechi, na última quinta-feira, quando também se reuniu com premiê Wen Jiabao. Da China, Patriota seguiu ontem para a Índia, onde fica até terça-feira, fazendo uma escala no Sri Lanka na segunda-feira. Em Nova Délhi, ele terá encontros com o assessor de Segurança Nacional, Shiv Shankar Menon, e com os chanceleres do fórum Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) — os três países ocupam atualmente cadeiras no Conselho de Segurança. Na quarta-feira, Patriota visitará o Catar, cujo governo também rejeitou o uso da força contra a Líbia, mas já pediu a saída de Kadafi, para evitar mais banho de sangue.
Passo atrás
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, tentou ontem amenizar a impressão deixada na véspera por Obama. Em entrevista coletiva, em Washington, ela disse que os EUA descartam por ora uma intervenção militar na Líbia. “Continuamos consultando nossos aliados da Otan e nas Nações Unidas para determinar maneiras construtivas e produtivas de fazer frente à situação”, afirmou. “Consideramos uma série de opções nas quais podemos ajudar”, assegurou, sem detalhar quais seriam elas. Segundo a secretária, os EUA mantêm o seu foco agora sobre a questão humanitária.
A Líbia continua dominando as declarações de líderes internacionais. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, afirmou que seu governo utilizará “todos os meios diplomáticos” para conseguir a libertação de três soldados — entre eles uma mulher — detidos pelas tropas de Kadafi quando apoiavam a retirada de civis em Sirte. A secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, pediu que as autoridades líbias concedam “acesso imediato” às agências humanitárias. “Não temos acesso e não sabemos quais são as necessidades” na região, disse. O pedido foi reforçado pela comissária europeia de Ajuda Humanitária, Kristalina Georgieva.
Fonte: Correio Braziliense
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