Mais de 92.600 civis foram mortos em incidentes com armas no Iraque entre 2003 e 2008, e as forças da coalizão comandada pelos Estados Unidos têm maior incidência de mortes de mulheres e crianças do que os insurgentes, segundo um novo estudo.
Usando dados da entidade Iraq Body Count (IBC), pesquisadores britânicos e suíços analisaram as mortes de civis no Iraque entre março de 2003 e março de 2008, e descobriram que a maioria foi cometida por autores desconhecidos, frequentemente em execuções extrajudiciais, atentados suicidas, carros-bomba e explosões de morteiros.
Mas, segundo o "índice da guerra suja" criado pelos pesquisadores para mensurar a proporção de mulheres e crianças entre os civis mortos por certos tipos de armas, as forças da coalizão tiveram um mau resultado.
O estudo mostrou que os efeitos mais indiscriminados sobre mulheres e crianças no Iraque foram causados por autores desconhecidos disparando morteiros --um "índice da guerra suja" (IGS) de 79, e usando veículos-bomba não suicidas (IGS 75), e em bombardeios aéreos da coalizão (IGS 69).
Porém, levando-se em conta todos os tipos de armas, inclusive pequenas armas de fogo, as forças da coalizão tiveram um IGS superior ao das forças anticoalizão, segundo o estudo.
Madelyn Hsiao-Rei Hicks, do Instituto de Psiquiatria do King's College, de Londres, responsável pelo estudo, salientou que isso não significa que as forças da coalizão tenham matado mais mulheres e crianças, e sim que houve uma maior proporção de mulheres e crianças entre os civis mortos por essas forças.
"Algumas armas são inerentemente mais indiscriminadas, como grandes armas explosivas, sejam elas bombas suicidas ou bombas aéreas", disse ela em entrevista telefônica.
O estudo foi publicado na terça-feira na revista Public Library of Science (PLoS) Medicine.
Hicks disse que as conclusões sugerem que algumas armas usadas pelas forças invasoras a partir de 2003 não eram muito precisas.
"Se você usa um bombardeio aéreo pesado numa área populosa, provavelmente terá um efeito mais indiscriminado sobre mulheres e crianças", disse ela.
Outra possível razão para o elevado "índice de guerra suja" dos EUA e seus aliados é que seus oponentes não são parte de uma força estabelecida, não vestem fardas e, portanto, não podem ser facilmente distinguidos dos civis comuns.
"As forces anticoalizão tendem a atrair os disparos da coalizão contra si para áreas civis", disse ela. "Como se trata de uma guerra irregular, isso vai aumentar as vítimas civis."
O IBC é um projeto que contabiliza relatos da imprensa sobre mortes de civis iraquianos, cruzando-os com dados de hospitais, necrotérios, ONGs e governos.
Em seu último relatório, o grupo disse que o número de civis iraquianos mortos violentamente caiu em 2010 ao seu menor nível desde a invasão norte-americana de 2003.
Fonte: Reuters
Usando dados da entidade Iraq Body Count (IBC), pesquisadores britânicos e suíços analisaram as mortes de civis no Iraque entre março de 2003 e março de 2008, e descobriram que a maioria foi cometida por autores desconhecidos, frequentemente em execuções extrajudiciais, atentados suicidas, carros-bomba e explosões de morteiros.
Mas, segundo o "índice da guerra suja" criado pelos pesquisadores para mensurar a proporção de mulheres e crianças entre os civis mortos por certos tipos de armas, as forças da coalizão tiveram um mau resultado.
O estudo mostrou que os efeitos mais indiscriminados sobre mulheres e crianças no Iraque foram causados por autores desconhecidos disparando morteiros --um "índice da guerra suja" (IGS) de 79, e usando veículos-bomba não suicidas (IGS 75), e em bombardeios aéreos da coalizão (IGS 69).
Porém, levando-se em conta todos os tipos de armas, inclusive pequenas armas de fogo, as forças da coalizão tiveram um IGS superior ao das forças anticoalizão, segundo o estudo.
Madelyn Hsiao-Rei Hicks, do Instituto de Psiquiatria do King's College, de Londres, responsável pelo estudo, salientou que isso não significa que as forças da coalizão tenham matado mais mulheres e crianças, e sim que houve uma maior proporção de mulheres e crianças entre os civis mortos por essas forças.
"Algumas armas são inerentemente mais indiscriminadas, como grandes armas explosivas, sejam elas bombas suicidas ou bombas aéreas", disse ela em entrevista telefônica.
O estudo foi publicado na terça-feira na revista Public Library of Science (PLoS) Medicine.
Hicks disse que as conclusões sugerem que algumas armas usadas pelas forças invasoras a partir de 2003 não eram muito precisas.
"Se você usa um bombardeio aéreo pesado numa área populosa, provavelmente terá um efeito mais indiscriminado sobre mulheres e crianças", disse ela.
Outra possível razão para o elevado "índice de guerra suja" dos EUA e seus aliados é que seus oponentes não são parte de uma força estabelecida, não vestem fardas e, portanto, não podem ser facilmente distinguidos dos civis comuns.
"As forces anticoalizão tendem a atrair os disparos da coalizão contra si para áreas civis", disse ela. "Como se trata de uma guerra irregular, isso vai aumentar as vítimas civis."
O IBC é um projeto que contabiliza relatos da imprensa sobre mortes de civis iraquianos, cruzando-os com dados de hospitais, necrotérios, ONGs e governos.
Em seu último relatório, o grupo disse que o número de civis iraquianos mortos violentamente caiu em 2010 ao seu menor nível desde a invasão norte-americana de 2003.
Fonte: Reuters
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