sábado, 2 de outubro de 2010
Unasul ameaça retaliar supostos golpistas no Equador
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GBN News
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Os países da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) anunciaram nesta sexta-feira que adotarão medidas como fechamento de fronteiras e suspensão do comércio com o Equador caso grupos rebeldes insistam na tentativa de golpe de Estado contra o presidente Rafael Correa.
A ameaça foi divulgada ao final da reunião extraordinária de chefes de Estado e representantes de governo da Unasul que aconteceu em Buenos Aires.
Na nota, os países condenam "energicamente" a tentativa de golpe contra Correa e comemoram a liberação do presidente que, ontem, se disse refém das forças policiais rebeldes que cercaram o hospital onde recebeu cuidados médicos após ser atingido por gás lacrimogêneo.
Os países também afirmam ser necessário que os responsáveis pela tentativa de golpe "sejam julgados e condenados." E advertem que não vão tolerar "qualquer novo desafio à autoridade institucional nem tentativa de golpe ao poder civil legitimamente eleito."
"Em caso de novas quebras de ordem constitucional [os países da Unasul] adotarão medidas concretas e imediatas tais como fechamentos de fronteiras, suspensão de comércio, do tráfego aéreo e do fornecimento de energia, serviços e outros."
REUNIÃO
Mais cedo os presidentes sul-americanos declararam, em reunião da Unasul (União das Nações Sul-americanos), "enérgica condenação" contra a tentativa de golpe de Estado contra o presidente equatoriano, Rafael Correa.
Eles decidiram ainda enviar os chanceleres dos países-membros a Quito, no Equador, para expressar respaldo ao presidente equatoriano.
De acordo com reportagem de Márcia Soman Moraes na Folha.com, o Brasil decidiu enviar o secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Antônio Patriota, que representou o país também na reunião de presidentes em Buenos Aires (Argentina).
Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou à Folha.com, Patriota representará o chanceler Celso Amorim, que chegou na madrugada desta sexta-feira de viagem ao Haiti.
APOIO
Correa recebeu amplo apoio dos países vizinhos, que comemoraram sua libertação após 12 horas em um hospital da polícia, cercado por policiais amotinados em um dos episódios mais tensos da história equatoriana. Ao menos duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos confrontos entre policiais e o Exército.
Os presidentes de Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Uruguai, além de altos funcionários do Brasil, Guiana e Paraguai, realizaram a reunião emergencial em Buenos Aires para tratar da crise equatoriana.
"Neste momento podemos celebrar o fato de que nosso companheiro, o presidente do Equador, Rafael Correa, foi libertado e se encontra em bom estado", disse a presidente da Argentina, Cristina Fernández, ao abrir a reunião na madrugada desta sexta-feira.
Os líderes dos países da Unasul aprovaram uma declaração que "condena energicamente a tentativa de golpe de Estado e posterior sequestro de Rafael Correa" e ressalta a necessidade de que "os responsáveis do levante golpista sejam julgados e condenados".
Além disso, o documento adverte que os governos da região "não tolerarão sob nenhuma hipótese qualquer novo desafio à autoridade constitucional ou tentativa de golpe ao poder civil legitimamente eleito".
"Em caso de novos levantes, serão adotadas medidas concretas e imediatas, tais como fechamentos de fronteiras, suspensão do comércio, tráfego aéreo, fornecimento de energia e serviços", acrescentou a declaração.
Os líderes decidiram que a agenda da próxima cúpula ordinária da Unasul, prevista para 26 de novembro em Guiana, vai prever a inclusão de uma cláusula democrática ao tratado constitutivo da União.
Fonte: Folha
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