quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Lula critica grandes potências por sanções contra Irã
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GBN News
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje as grandes potências pela aplicação de sanções contra o Irã como punição ao programa nuclear do país.
Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia) "deveriam falar com o Irã. Não é possível que não se fale quando se quer a paz", ressaltou Lula durante a cúpula do Mercosul, na cidade argentina de San Juan.
Lula disse ter recebido "com grande surpresa" o início das discussões de "maiores sanções" contra o Irã, justamente no momento em que o Governo de Teerã tinha aceitado todos os termos pedidos pelo presidente dos EUA, Barack Obama.
"O que mais me incomodou é que o documento que nós (Brasil e Turquia) assinamos com (o presidente iraniano) Mahmoud Ahmadinejad reproduzia fielmente, exatamente, os termos do que Obama me disse que tinha que conseguir e conseguimos", ressaltou.
"Aquilo que era para se transformar em um acordo, se transformou em sanções", lamentou Lula.
"Me pergunto se as pessoas realmente desejam a paz ou se querem manter o clima de instabilidade que existe para justificar uma teoria de Maquiavel: é necessário dividir para reinar", acrescentou.
"Eu não acredito nas sanções", afirmou o presidente, que se perguntou "como é possível resolver conflitos" se as partes não se sentam para conversar.
Segundo Lula, as sanções não impedirão que o Irã siga adiante com sua política nuclear e assinalou que "nenhum" dos líderes dos países-membros do Conselho de Segurança falou com Ahmadinejad.
"Não queremos guerra, quem quiser a paz que olhe para a América do Sul: faz muito tempo que não há guerras", comentou, depois de lembrar que os cinco membros permanentes no Conselho de Segurança "vendem armas e têm armas nucleares".
Durante seu discurso, o presidente brasileiro também criticou a União Europeia (UE), que atualmente negocia um acordo de livre-comércio com o Mercosul.
Lula disse sentir "certa frustração" porque gostaria que o convênio fosse alcançado sob a Presidência temporária da Argentina no Mercosul, posição que passa hoje ao Brasil.
"Como os grandes adversários dessa união são os franceses, agora vou ter cinco meses pela frente para convencer os franceses a fazer um acordo. Queira Deus que consigamos", acrescentou.
"Eles pensam que podem resolver os problemas do mundo dando um pouquinho de dinheiro aos países pobres", afirmou Lula, para quem "ninguém quer abdicar dos privilégios" conquistados.
"Nós não queremos manter privilégios, queremos conquistar o direito de que nossa gente tenha os mesmos direitos que eles já têm", declarou Lula ao adiantar que vai levar a discussão aos EUA, UE e China nos próximos encontros multilaterais, como a cúpula sobre mudança climática de Cancún, em dezembro.
O presidente também defendeu a rápida obtenção de um acordo sobre a formação do Parlamento do Mercosul no momento em que seus membros passem a ser eleitos pelo voto popular.
Os membros do bloco negociam há meses o novo critério de representatividade do Legislativo, mas surgiram diferenças quanto ao quorum e as maiorias nas comissões e no plenário do Parlamento, com sede no Uruguai.
Lula pediu que se continue trabalhando na integração para que "ninguém tenha a menor dúvida" de que o Mercosul é um bloco "consolidado" nos âmbitos político, econômico, social e cultural.
Fonte: EFE.
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