sábado, 14 de agosto de 2010

Karzai pede que Obama mude estratégia da guerra no Afeganistão


O presidente do Afeganistão Hamid Karzai pediu que seu colega norte-americano Barack Obama revise como a guerra no país está sendo conduzida, em meio ao crescente número de civis mortos, disse neste sábado o gabinete de Karzai.

Um comunicado divulgado pelo palácio presidencial afirmou que Obama concordou por meio de uma videoconferência em começar a falar sobre uma revisão, proposta por Karzai através de uma carta.

"Os dois presidentes concordaram que as discussões a respeito de uma revisão estratégica de modos mais eficazes de combater o terrorismo deve começar", informou o comunicado, escrito em Dari.

"A guerra contra o terrorismo não deve ser vencida nas vilas do Afeganistão, deveria haver uma revisão estratégica nos métodos de combate ao terrorismo", disse o documento, acrescentando que os dois mandatários também debateram a eleição parlamentar em 18 de setembro e esforços para combater a corrupção.

Os incidentes envolvendo civis, provocados por forças norte-americanas e de outros países, têm sido uma fonte de atrito entre o governo afegão e os aliados do Ocidente e desencadearam uma séria disputa entre esses dois lados no ano passado.

Com a eleição parlamentar se aproximando após uma problemática pesquisa eleitoral há um ano, Karzai está sob pressão para demonstrar independência de seus aliados ocidentais.

Ele tem tentado pôr em prática esforços de reconciliação com insurgentes por meio de um plano de paz que inclui uma oferta de anistia, dinheiro e incentivos trabalhistas para membros do Taliban.

No mês passado, o site Wikileaks publicou dezenas de milhares de documentos secretos sobre a guerra.

O Wikileaks diz que vai publicar mais cerca de 15 mil documentos, ignorando os pedidos de Washington de retirar o material e devolvê-lo ao governo dos Estados Unidos.

O general Stanley McChrystal, ex-comandante das forças norte-americanos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Afeganistão, emitiu uma nova diretriz tática no ano passado para limitar o uso de ataques aéreos após uma série de incidentes envolvendo civis. Essa diretriz endureceu ainda mais desde que David Petraeus substituiu McChrystal em junho.

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta semana disse que os incidentes envolvendo civis cresceram 31 por cento no primeiro semestre deste ano, com 1.271 mortes. O documento afirmou ainda que o Taliban e outros grupos insurgentes foram os responsáveis por 76 por cento dos casos.

Os combates no Afeganistão têm se intensificado apesar da presença de quase 150 mil soldados estrangeiras. As forças norte-americanas estão se preparando para iniciar sua retirada a partir de julho de 2011.


Fonte: Reuters
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