domingo, 8 de agosto de 2010

Irã duvida de número de mortos do 11 de setembro


O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou no sábado que os ataques de 11 de setembro de 2001 foram exacerbados, abrindo mais uma frente de atrito com os Estados Unidos dias após o presidente Barack Obama expressar vontade de conversar com o Irã.

Conhecido por sua retórica contra os EUA e Israel, Ahmadinejad também repetiu sua negação do Holocausto.

Ahmadinejad disse que os ataques de 11 de setembro foram usados como desculpa pelos Estados Unidos para invadir o Iraque e o Afeganistão.

Falando em uma conferência em Teerã, ele declarou não haver evidência de que o saldo de mortos no World Trade Center, destruído no atentado em Nova York, foi tão alto quanto o relatado e que "sionistas" foram alertados com antecedência.

"Qual foi a história do 11 de setembro? Durante cinco ou seis dias, e com a ajuda da mídia, eles criaram e prepararam a opinião pública para que todos considerassem um ataque contra o Afeganistão e o Iraque como seu direito", disse em discurso televisionado.

Nenhum "sionista" foi morto no conjunto de edifícios, de acordo com Ahmadinejad, porque "um dia antes foram alertados a não ir para o trabalho".

"Eles anunciaram que 3 mil pessoas foram mortas nesse incidente, mas não houve relatos que revelassem seus nomes. Talvez vocês tenham visto, mas eu não", acrescentou em entrevista à mídia iraniana.

Há uma lista com os mortos de mais de 90 países no 11 de setembro, disponível na Internet.

Um total de 2.995 pessoas perderam a vida nos atentados, incluindo 19 sequestradores e todos os passageiros e tripulantes dos quatro aviões usados no ataque, de acordo com cifras oficiais do governo norte-americano. Os EUA culparam a Al Qaeda, liderada pelo fundamentalista Osama Bin Laden, pelos ataques.

Ahmadinejad acusou o governo dos EUA de exercer maior censura sobre a mídia do que qualquer outro país do mundo.

Ele já havia dito que os ataques de 11 de setembro foram "uma grande fabricação". Neste sábado, o presidente iraniano repetiu que o Holocausto foi inventado para justificar a criação de Israel.

Na semana passada, Ahmadinejad desafiou Obama a um debate na TV sobre temas globais durante sua visita à Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.

Obama sinalizou na quinta-feira estar disposto a conversar com a República Islâmica e buscar "uma série de passos claros que consideraríamos suficientes como prova de que não desejam armas nucleares".


Fonte: Reuters
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