segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Coreia do Norte abre fogo no Mar Amarelo


A Coreia do Norte executou disparos de artilharia nesta segunda-feira no Mar Amarelo, na conturbada fronteira com a Coreia do Sul, no momento em que aumenta a tensão entre os dois países vizinhos, anunciou uma fonte ministerial sul-coreana.

"Uma bateria militar disparou artilharia no mar hoje (segunda-feira) na costa oeste", declarou à AFP uma fonte do ministério da Defesa.

Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, a marinha norte-coreana realizou uma centena de disparos.

Este novo incidente coincide com o quinto e último dia do programa de manobras navais realizadas pela Coreia do Sul perto da zona de fronteira comum.

O governo de Seul reclama a libertação de um navio de pesca sul-coreano e de sua tripulação, capturados no sábado pela Coreia do Norte quando navegavam aparentemente no Mar do Japão, perto da zona econômica exclusivamente norte-coreana.

"O governo pede encarecidamente ao Norte que encerre o assunto e libere os membros da tripulação e seu barco, de acordo com o direito internacional", afirmou o porta-voz do ministério da Unificação, Chun Hae-Sung.

Desde a captura do "Daeseung 55", com quatro sul-coreanos e três chineses a bordo, Pyongyang não entrou mais em contato com Seul, destacou o ministério.

O pesqueiro foi detido pelas autoridades norte-coreanas no momento em que navegava perto da zona econômica exclusiva da Coreia do Norte, segundo informações da guarda costeira sul-coreana divulgadas na noite de domingo. No entanto, as fontes não revelaram se o barco pescava dentro ou perto da área.

"Foram registrados três casos idênticos nos últimos meses, mas todos os barcos foram liberados rapidamente", declarou o porta-voz da guarda costeira sul-coreana, Ji Gun-Tae.

O barco, que tem como base o porto de Pohang (oeste), havia zarpado no dia 1º de agosto com previsão de retorno em 10 de setembro.

Seul advertiu na semana passada que não toleraria qualquer provocação durante os cinco dias de duração das manobras navais, que mobilizaram 4.500 militares, 29 navios e 50 aviões de combate.

As manobras tinham como objetivo enviar uma mensagem de advertência ao regime comunista de Pyongyang, após o naufrágio, em março, de um navio de guerra sul-coreano, no qual morreram 46 marinheiros. O Sul responsabiliza o Norte pela tragédia, mas Pyongyang nega qualquer envolvimento no afundamento do navio e ameaçou com represálias pelo que considera um exercício militar provocador.

Fonte: AFP
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