A Indonésia confirmou a aquisição de caças J-10C da China, em mais um movimento que reforça o processo de modernização de suas Forças Armadas. O anúncio foi feito pelo Ministro da Defesa, Sjafrie Sjamsoeddin, que declarou à agência estatal Antara que “eles sobrevoarão Jacarta em breve”. O ministro, no entanto, não revelou detalhes sobre o cronograma de entrega ou o processo de aquisição.
De acordo com informações da AP News, o governo indonésio adquiriu um total de 42 aeronaves J-10C, com um orçamento aprovado de mais de US$ 9 bilhões. O Ministro das Finanças, Purbaya Yudhi Sadewa, confirmou que o financiamento já está autorizado, consolidando o acordo entre Jacarta e Pequim.
A decisão ocorre após meses de especulação. Em junho, a Reuters havia informado que a Indonésia estudava a compra dos caças chineses J-10C, além de analisar a proposta norte-americana de caças F-15EX. Segundo o vice-ministro da Defesa, Donny Ermawan Taufanto, o governo avaliava aspectos como compatibilidade de sistemas, suporte logístico e custo-benefício antes de tomar a decisão final.
O especialista militar chinês Zhang Junshe afirmou ao Global Times que o J-10C é uma aeronave moderna e eficiente, destacando suas capacidades de radar, mísseis ar-ar de longo alcance e baixo custo operacional. Segundo Zhang, a aeronave ganhou destaque internacional após o conflito entre Índia e Paquistão, quando seu desempenho chamou a atenção de diversos países.
A compra faz parte de um esforço mais amplo da Indonésia para modernizar sua frota de combate. Em 2022, Jacarta já havia firmado contrato para aquisição de 42 caças franceses Rafale, avaliados em US$ 8,1 bilhões, sendo que as primeiras seis aeronaves devem ser entregues no próximo ano.
Zhang Junshe também destacou que a estratégia da Indonésia de diversificar fornecedores é uma escolha prudente, permitindo ao país maior independência e flexibilidade em sua política de defesa. Segundo ele, essa abordagem multi-fonte fortalece a segurança nacional e reduz a dependência de um único parceiro estratégico.
Embora Pequim ainda não tenha emitido um comunicado oficial sobre o acordo, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Jiang Bin, afirmou em julho que a China mantém uma postura responsável em suas exportações militares, reforçando que o país busca “compartilhar os avanços de sua indústria de defesa com nações amigas, contribuindo para a paz e estabilidade regional e global”.
Além dos caças chineses, a Indonésia também manifestou interesse em adquirir 48 aeronaves KAAN, desenvolvidas pela Turkish Aerospace Industries (TAI) dentro do Projeto Nacional de Aeronaves de Combate da Türkiye. O contrato foi assinado em cerimônia que contou com a presença de autoridades turcas e indonésias, incluindo o Presidente da República da Türkiye, Prof. Dr. Haluk Görgün, e o Ministro da Defesa da Indonésia, Sjafrie Sjamsoeddin.
Com acordos firmados com França, China e Türkiye, a Indonésia demonstra uma política de defesa voltada à modernização e à autonomia estratégica, apostando em um portfólio diversificado de aeronaves de combate para atender às necessidades de um país que ocupa posição geopolítica central no Indo-Pacífico.
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com AP News e Reuters