Norte americanos e Talibã concordaram com uma "redução da violência" por sete dias no Afeganistão. Se mantida, poderia abrir as portas para acordo que levaria as tropas americanas a se retirarem após 19 anos no Afeganistão.
A notícia veio quando o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o chefe do Pentágono, Mark Esper, se encontraram com o presidente afegão Ashraf Ghani à margem da Conferência de Segurança de Munique, onde discutiram a situação no país devastado pela longa guerra. Ambos sugeriram alguns desenvolvimentos nas negociações com o Talibã, que Pompeo descreveu como "um avanço muito importante".
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quinta-feira (13) que um acordo esta "muito próximo". Autoridades do Departamento de Estado dos EUA confirmaram a vários meios de comunicação nesta sexta-feira (14) que um acordo de "redução da violência" foi realmente alcançado.
Aparentemente, o acordo deixa de chamar uma trégua completa, concentrando-se apenas em algumas atividades específicas. No entanto, também é descrito como "muito específico" e diz-se que envolve todos os lados, incluindo o exército afegão, não apenas os EUA e o Talibã. Ele também cobre bombas na estrada, ataques suicidas e lançamentos de foguetes. Os militares dos EUA estarão monitorando a situação para verificar se o acordo é mantido.
Se o acordo de "redução da violência" for mantido por uma semana, Washington e o Talibã passariam a um acordo mais abrangente, que envolveria pelo menos o início de uma retirada significativa de tropas dos EUA. Em troca, o Talibã participaria do processo de paz junto com outras forças, incluindo o governo de Cabul, que anteriormente rejeitavam repetidamente como um “fantoche” do Ocidente.
Outra condição do futuro acordo exigiria que o Talibã não permitisse que o Afeganistão se transformasse em um refúgio seguro para grupos terroristas. Nenhum dos detalhes foi anunciado oficialmente ainda, com vários meios de comunicação sugerindo que o anúncio poderia acontecer já na próxima semana.
O acordo de "redução da violência" entraria em vigor por volta de 22 de fevereiro, segundo algumas fontes do Talibã.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse em Munique nesta sexta-feira (14) que a aliança está "pronta para ajustar" o número de suas tropas enviadas para o Afeganistão "se o Talibã for capaz de demonstrar vontade real e capacidade real de reduzir a violência, e vemos um caminho para a paz“. Ele também disse que a Otan tem atualmente 16.000 soldados no país.
A guerra no Afeganistão se arrasta há mais de 19 anos, tornando-o o conflito ativo mais longo da história dos EUA. Embora Washington tenha investido 1 trilhão de dólares no esforço de guerra, os militares dos EUA ainda lutam para progredir, enquanto grandes porções do território afegão continuam sendo contestadas ou totalmente nas mãos dos militantes.
As negociações entre Washington e o Talibã em Doha, no Catar, duram mais de um ano, mas se mostraram bastante frágeis e atormentadas pela incerteza. Em setembro de 2019, o enviado especial de Trump para o Afeganistão anunciou que havia sido alcançado um acordo de paz até a aprovação final do presidente, mas Trump deixou o acordo e cancelou as negociações depois que um soldado americano morreu durante um ataque do Talibã. As negociações foram retomadas em dezembro, mesmo quando outro americano foi morto.
A situação no Afeganistão permanece tensa. As últimas notícias sobre um possível avanço ocorreram em meio a relatos de que oito pessoas foram mortas por um ataque aéreo na província oriental de Nangarhar, um dia depois que um comandante do Talibã e oito militantes foram mortos em outro ataque aéreo, segundo o Ministério da Defesa afegão.
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com informações da Russian Today