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domingo, 5 de agosto de 2018

Série "Os Navios de Escolta" : Contratorpedeiros

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O GBN News e sua série; "Os Navios de Escolta", chegam a mais um capítulo, trazendo um pouco da história e os desenvolvimentos dos navios de diversos tipos e classes que cumprem o papel de "escoltas". Neste capítulo da série vamos trazer a tona um pouco mais sobre os "Contratorpedeiros" ou "Destróier", uma das mais relevantes categorias de navios de escolta, os quais ocupam um lugar de grande destaque na atualidade, sendo a espinha dorsal das principais potências, exibindo um poderio e capacidades que o tornam o ponta de lança das estratégias de defesa e ataque das mais poderosas marinhas da atualidade.

Vamos começar entendendo de onde surgiu a necessidade que levou ao desenvolvimento deste tipo de embarcação. Como bem sabemos, no campo de defesa todo desenvolvimento que apresenta uma nova "ameaça", leva à uma resposta, parafraseando nosso parceiro Robinson Farinazzo, "todo veneno tem seu antídoto", no campo de defesa não é diferente, e isso leva a um efeito dominó que leva ao constante desenvolvimento, avançando a tecnologia em suas mais diversas áreas.

Um dos primeiros torpedos de Ivan Lupis
Em 1860, o austro-húngaro Ivan Lupis, oficial e engenheiro da marinha daquele império, apresentou o que seria o projeto da arma naval que mudaria o equilíbrio no poder naval mundial, desbancando a grande supremacia apresentada pelos poderosos navios de guerra de seu tempo, os quais passaram a sofrer a ameaça imposta pela nova e letal arma, o Torpedo. Juntamente com a aparição do torpedo, foram desenvolvidos navios especialmente projetados para lançar essa nova e letal arma, que dava possibilidade de uma pequena força naval destruir navios de guerra mais poderosos, esse novo tipo de embarcações ficou conhecido como "torpedeiros", sendo inicialmente pequenas lanchas a vapor armadas com torpedos, que rapidamente evoluíram para navios mais ágeis, chegando a deslocamentos de 50 á 100 toneladas, capazes de operar impunemente frente aos navios de patrulha mais rápidos em operação no seu tempo, com os torpedos também ganhando novas capacidades.


Torpedeiro britânico HMS"Lightning" de 1877
Em resposta a nova ameaça que surgira, foram construídos novos navios, mais capazes que os de patrulha, sendo mais ágeis e melhor armados que estes. Este novo tipo de navio foi denominado inicialmente como "torpedo catchers" (apanhadores de torpedos) na Royal Navy, mas logo se mostraram insuficientes para prover a proteção necessária ás esquadras e comboios mercantes, uma vez que os "torpedeiros" ganharam maior autonomia e seus torpedos receberam sucessivos aprimoramentos o que levou o alcance dessa ameaça ao alto-mar, como já dito no inicio desta matéria, todo desenvolvimento leva a uma resposta, surgindo assim a necessidade de se criar um novo navio destinado a escoltar a esquadra em alto mar. 

HMS "Havoc" "Torpedo Boat Destroyer"
Os "torpedo boat destroyer" começaram a ganhar maior autonomia e performance. Surgia ai o "Contratorpedeiro", navio com capacidade oceânica e autonomia suficiente para acompanhar as esquadras e comboios, inicialmente classificados como "destruidores de torpedeiros" ou "contratorpedeiros", posteriormente recebendo em alguns países a denominação de "Destróier". 

Torpedeiro japonês "Kotaka"
Curiosamente, no Japão um "Torpedeiro" se tornou o precursor do que seria seu oponente, o Contratorpedeiro. O "Kotaka", um torpedeiro japonês que foi encomendado em 1885, é tido como precursor dos contratorpedeiros que apareceram na década seguinte. Projetado e lançado em 1887 no Japão. O "Kotaka" estava armado com quatro peças de tiro rápido de 37 mm e seis tubos de torpedos, atingindo a velocidade de 19 nós, era considerado o maior torpedeiro de sua época, deslocando cerca de 200t, capaz ir além da sua função primária de defesa costeira, sendo capaz de acompanhar navios maiores e protegê-los em alto mar.

"Destructor" - O primeiro contratorpedeiro
Mas foi em novembro de 1885, que a Marinha Espanhola deu inicio ao que se convenciona ser o surgimento oficial dos contratorpedeiros, encomendando aos estaleiros ingleses de Clydebank, um navio dedicado ao combate à torpedeiros. O novo navio, batizado de "Destructor", foi lançado em 1886, seguindo o conceito desenvolvido por Fernando Villaamil. O navio tinha por base o projeto de uma grande canhoneira-torpedeira, com deslocamento de 380 t, contava com armamento composto por uma peça de 90 mm, quatro metralhadoras de 57 mm, duas peças de 37 mm e 3 tubos de torpedos Schwarskopf. Sua guarnição era composta por 60 homens e atingia a velocidade de 22,5 nós!!!

As características do "Destructor" levaram a criação do conceito de contratorpedeiros, apresentando um conjunto de performance que aliava em um único navio velocidade, manobrabilidade e poder de fogo, uma concepção específica para dar resposta a ameaça dos torpedeiros com capacidade oceânica. O "Destructor" marcou a história da construção naval e influenciou o conceito dos contratorpedeiros desenvolvidos posteriormente.

Como curiosidade, o termo "Destróier" surgiu sob duas vertentes apontadas por historiadores, na primeira é apontado como origem do termo "Destróier" devido a tradução para língua inglesa do nome "Destructor", primeiro contratorpedeiro do mundo, de origem espanhola, outra vertente aponta para uma contração na classificação em inglês "torpedo boat destroyer". 

O HMS "Viper" foi o primeiro equipado com turbinas à vapor
Os contratorpedeiros experimentaram um rápido avanço tecnológico, principalmente no que diz respeito a sua propulsão e deslocamento, já em 1899 surgiam os primeiros contratorpedeiros propulsados por turbinas à vapor, com o britânico HMS "Viper" se tornando o primeiro navio de guerra do mundo propulsado por turbinas à vapor, atingindo uma impressionante velocidade de 36 nós. Pouco mais de uma década depois já era amplamente empregada a propulsão por turbina à vapor, sendo adotada por muitas marinhas em seus projetos. Ainda com relação á sua propulsão, os contratorpedeiros passaram a substituir em algumas classes o carvão por óleo combustível, com ampla adoção do óleo a partir de 1905, além de receber mudanças no projeto de casco, com alterações significativas na proa do navio em especial. casco passou a ser alongado e com boca estreita, apresentando um calado pequeno em comparação aos antecessores. Na proa agora contava com um castelo elevado, sob o qual ficavam os alojamentos dos tripulantes que ocupava de 1/4 a 1/3 do comprimento do casco. A ré dos alojamentos da tripulação ficava a casa de máquinas, com as caldeirasmáquinas e turbinas. No convés estavam montadas um ou duas peças de tiro rápido à proa, outra a meio-nau e geralmente uma à ré. Normalmente eram instalados tubos lança-torpedos à meia-nau, geralmente lançadores múltiplos.

Contratorpedeiro brasileiro Classe Pará de 1909
Entre seu lançamento em 1886 com o "Destructor" e o inicio da Primeira Guerra Mundial em 1914, os contratorpedeiros apresentaram uma grande mudança em seu desenho e deslocamento, passando das iniciais 380 toneladas para um deslocamento de 1000 toneladas. Mas foi neste conflito que se mostraram valorosos meios, superando a ameaça para qual foram criados para combater, e devemos observar que os torpedeiros em seus avanços chegaram ao ponto de apresentar grande semelhança aos contratorpedeiros, em muitos chegando a receber a mesma designação que os mesmos, por apresentarem igual capacidade, logo perdendo seu porque e sendo finalmente suplantados pelos contratorpedeiros nas esquadras do pós-guerra.

Submarino alemão da Primeira Guerra Mundial, Classe UC-1
Um ponto importante que devemos trazer a tona em relação á Primeira Guerra Mundial, foi o surgimento do submarino como uma nova ameaça no cenário naval, o qual começou a assumir o papel de oponente aos contratorpedeiros no lugar dos torpedeiros. O submarino era basicamente um torpedeiro com o fator surpresa em seu favor, devido a sua capacidade de navegar submerso, assim esquivando do poder de fogo inimigo e aproximando-se de forma letal e dificilmente detectada de seus alvos, o que dava a vantagem de disparar os seus torpedos e evadir-se em segurança. 

A ameaça representada pelos submarinos, levou a incorporação de sistemas e armamentos específicos para combate aos mesmo pelos contratorpedeiros no início da guerra, os quais dispunham da velocidade e armamento necessários para se interceptar submarinos mesmo que submersos. Lembrando que naquele tempo, os submarinos apresentavam ainda muitas limitações técnicas e baixa performance. O contratorpedeiro se mostrou mais uma vez a solução ideal no cenário naval, contando com alta performance, poder de fogo e características de casco que davam vantagens no confronto contra submarinos, a saber um calado baixo que o tornava difícil de ser atingido com torpedos daquela época.

Contratorpedeiro HMS "Badger" 1914
Essa nova necessidade de emprego anti-submarinos, levou ao rápido desenvolvimento do contratorpedeiro, os quais receberam proa reforçada para o abalroamento, passando a contar com cargas de profundidade e hidrofones para identificar e atacar submarinos. 

A primeira vítima no embate entre contratorpedeiros x submarinos, foi o submarino alemão "U-19", quem em 29 de outubro de 1914 foi severamente avariado após ser abalroado pelo "HMS Badger". Mas o primeiro submarino a ser afundado por um contratorpedeiro ocorreu em novembro do mesmo ano, com o submarino alemão "U-18" sendo afundado pelo britânico "HMS Garry". O primeiro afundamento com emprego de cargas de profundidade ocorreu em 4 de dezembro de 1916, quando o "U-19", o primeiro submarino a ser atacado por um contratorpedeiro dois anos antes, foi finalmente afundado após ser atacado pelo "HMS Lewelly".

Os submarinos levaram a um novo emprego dos contratorpedeiros, que passaram a realizar missões específicas de patrulha anti-submarina, posteriormente sendo empregados na escolta dos comboios mercantes, afim de responder ao emprego irrestrito de submarinos alemães nos idos de 1917. Apesar de inúmeros vitórias sobre os submarinos, os contratorpedeiros também sofreram grandes perdas naquele conflito, tendo sido perdidos cerca de 67 contratorpedeiros britânicos no mediterrâneo naquele período.

Mais uma vez os contratorpedeiros experimentaram um grande avanço em suas capacidades, assimilando as lições da Primeira Guerra Mundial, várias nações investiram em soluções para tornar os seus contratorpedeiros ainda mais efetivos e eficientes. Observando o grande avanço na aviação militar e a ameaça aérea que surgia no horizonte, fora dada atenção a capacidade de defesa aérea neste tipo de navios, com introdução de sistemas de tiro de duplo emprego, os quais apresentavam maior angulo de elevação em suas peças de artilharia, possibilitando as mesmas engajar alvos aéreos.

Contratorpedeiro japonês Classe "Fubuki" de 1923
Os japoneses naquele tempo, buscavam manter-se na vanguarda tecnológica, possuindo uma formidável e poderosa esquadra. Dentre seus expoentes de inovação, surgiu em 1923 o projeto da classe "Fubuki" de contratorpedeiros, entregues em 1928. A classe "Fubuki" se destacava pelo poderoso armamento, contando com seis peças de 127 mm e três lançadores triplos de torpedos. A segunda série desta classe apresentava torres que permitiam às suas peças de artilharia um ângulo elevado de tiro dando ao mesmo uma formidável capacidade de defesa antiaérea, além de contar com lançadores triplos de torpedos do Tipo 93 de 240 mm, propulsados à oxigênio. 

Os japoneses com certeza foram os que mais investiram nas capacidade de sua esquadra, otimizando ao máximo o emprego dos seus navios e conferindo a estes tecnologias que davam enorme vantagem frente aos inimigos de sua época, um claro exemplo dessa mentalidade estava expressa na classe "Hatsuharu", lançada em 1931, esta classe apresentava a possibilidade de se recarregar os tubos de torpedos em apenas 15 minutos.

USS "Mahan"
No período entre  guerras, os contratorpedeiros cresceram ainda mais, com a incorporação de um pesado poder de fogo se comparado aos primeiros expoentes desse tipo de navios, os norte-americanos deram mais atenção ao poder de fogo, dotando seus contratorpedeiros com peças duplas de 127 mm  na classe "Porter" e chegando a dotar os navios das classes "Mahan" e "Gridley", com 12 á 16 tubos de torpedos. Os franceses que já contavam com grandes contratorpedeiros da classe "Chacal" que tinham um deslocamento de 2000t, contando com poderosas peças de artilharia com 130mm lançados a partir de 1922. Produziu três classes semelhantes na década de 30, dentre estas a de maior destaque sendo a classe "Le Fantasque", lançada em 1935, armado com cinco peças de 140 mm e nove tubos lança-torpedos, sendo capaz de atingir 45 nós!!! Estabelecendo um recorde de velocidade até os dias de hoje imbatível por navios a vapor e contratorpedeiros. Os italianos não também não ficavam muito atrás, com seus contratorpedeiros chegando aos 38 nós, armados com lançadores de torpedos e  seis peças de 120 mm.

Contratorpedeiro alemão
A Alemanha rompendo os acordos internacionais,retomou a construção de contratorpedeiros nos anos 30, seguindo o programa de rearmamento imposto por Hitler. Apesar de construir poderosas belonaves como os contratorpedeiros da Classe "Zerstörer", armados com peças pesadas de 150 mm. Os alemães investiram no uso de máquinas de vapor de alta pressão, que, apesar de apresentar alta performance, apresentavam problemas crônicos, com frequentes panes mecânicas.

Classe "Benson" norte americano
Ao passo que japoneses e alemães apostavam em navios mais pesados e armados, os norte americanos e britânicos antevendo o cenário que surgia no horizonte e um eminente conflito naval contra estas nações, optaram por uma saída mais simples, voltando-se a construção de contratorpedeiros ligeiros, mais leves e menos complexos de ser construídos, com isso apostando no número de sua esquadra em detrimento do poder de fogo individual dos meios de suas esquadras. Com esta filosofia, os britânicos construíram uma série de contratorpedeiros com deslocamento na faixa das 1 400 t, armados com quatro peças de artilharia de 127 mm e oito tubos lança-torpedos, enquanto os  norte-americanos lançaram a classe "Benson" em 1938, semelhante em alguns aspectos ao projeto britânico, porém contavam com cinco peças de 127 mm e dez tubos de torpedos.

Classe "Tribal" britânico
Em 1936 os britânicos lançaram os contratorpedeiros da classe "Tribal", sendo estes maiores que seus antecessores, deslocando 1 850 t, tendo recebido maior poder de fogo, contando com oito peças de 127 mm em quatro torres duplas e quatro tubos de torpedos. Este contratorpedeiro foi precursor das classes "J", da qual inclusive a Marinha do Brasil chegou a realiza encomendas, navios estes que não nos foram entregues pelos britânicos, tendo sido desviados para atender aos seus esforços de guerra, e a Classe "L", ambas dispunham de seis peças de 127 mm em torres duplas, além de  oito tubos lança-torpedos.

Contratorpedeiro Classe "J", similar aos encomendados pelo Brasil
Mas foi durante a Segunda Guerra Mundial que os contratorpedeiros tiveram um papel crucial nas batalhas navais contra as forças do Eixo, enfrentando uma nova ameaça representada pelos U-Boot alemães, desta vez muito mais capazes e letais, onde avançaram em sua "caçada" rumo ao Oceano Atlântico e outros mares, diferente da ameaça enfrentada durante a Primeira Guerra Mundial.
USS "Somers" da famosa classe "Fletcher"

Além dos U-Boot, surgira agora uma nova ameaça no cenário de operações navais, a aviação que engatinhava como arma, se tornava muito mais capaz e eficiente como arma de ataque, levando ao coração das esquadras suas bombas e torpedos aerotransportados, o que ocasionou muitas perdas navais nos dois lados. A aviação ainda ganhou um novo emprego, passando a operar não apenas em bases no território inimigo, passou a operar embarcada no novo conceito que se punha a prova naquele conflito, os Navios Aeródromos, este que será futuramente alvo de uma série especial aqui no GBN News.
Navio-Museu "Be-4 Bauru" Contratorpedeiro veterano do Brasil

Logo foi identificado um GAP nas capacidades dos contratorpedeiros que estavam em operação no princípio daquele que é apontado como o maior conflito que a humanidade já vivenciou, para estar a altura das novas ameaças que emergiam naquele conflito, tornando o cenário ainda mais complexo e dinâmico, as marinhas buscaram dar um salto tecnológico em relação aos meios empregados pelos seus contratorpedeiros, acompanhando assim o avanço experimentado pelas ameaças que se objetivava combater com estes navios. Como todos sabem, nada melhor que um conflito para identificar e alavancar o desenvolvimento de soluções militares.


Ataque japonês à Pearl Harbor
Ao longo daquele sangrento conflito, os contratorpedeiros receberam inúmeros aperfeiçoamentos, integrando variadas tipos de sistemas e armas, um dos pontos que recebeu grande atenção,  foram as capacidades de defesa antiaérea, algo que se mostrou urgente principalmente após o ataque lançado pelos japoneses a base norte americana de Pearl Harbor, com isso foram desenvolvidos novas armas antiaéreas e entrava em cena pela primeira vez em cena os radares, sendo sistemas primordiais a estes navios de escolta que a cada dia ganhavam maior importância para os estrategistas navais. Outra capacidade que experimentou significativos avanços, foram os sistemas de guerra  anti-submarino, os quais incorporaram novos sensores e sonares aos contratorpedeiros, além de novos torpedos e cargas de profundidade. 

USS James C. Owens "Classe Allen M Summers", posteriormente transferido ao Brasil
No decorrer do conflito os contratorpedeiros saíram de uma posição de coadjuvante, para assumir um papel vital nas esquadras, deixando de ser alvos secundários para se tornar alvos valiosos, tendo iniciado como navios simples e menos complexos, os contratorpedeiros tornaram-se navios grandes e multifuncionais, com esse peso e responsabilidade, se tornou um dos tipos que mais sofreu perdas durante o conflito, ao mesmo passo que era um dos meios navais mais produzidos também.

Devido a essa grande importância que assumiram os contratorpedeiros e a complexidade que ganhou devido ao acúmulo de inúmeras funções, isso abriu as portas para que outros tipos ganhassem importância no cenário naval, e propício a volta de outros importantes tipos de navios de escolta a luz, foi esse o caso das "corvetas" e "fragatas", conforme você pode conhecer um pouco sobre suas histórias aqui nesta série, onde a necessidade de conceber navios menos complexos, mais fáceis de ser construídos e econômicos, afim de cobrir a necessidade por navios de escolta, os quais em grande parte eram especializados na luta anti-submarina e na proteção de comboios mercantes, sendo ideais para este tipo de missão, apesar de não apresentarem em sua grande maioria, a capacidade de integrar a proteção das esquadras de combate. Com a entrada de novas Corvetas e Fragatas, o contratorpedeiro assumiu o papel de defesa da esquadra e alvos prioritários.

Já no final daquele conflito, tínhamos contratorpedeiros com sistemas de armas automatizado, tendo incorporado modernos sistemas de radar e sonar, além destes avanços, novas armas foram integradas a estes navios, em especial para guerra anti-submarino, como novos torpedos e surgiam os morteiros anti-submarino do tipo Squid. 

Mas o Pós-Guerra levou ao desenvolvimento de novas tecnologias, iniciava-se a famosa Guerra-Fria, e como sabemos, neste período o mundo acompanhou uma enorme corrida armamentista, onde divido o mundo entre o bloco soviético e o ocidente, estes travavam uma disputa tecnológica como nunca antes houve na história.


Destroyers alvo do programa FRAM II
Os contratorpedeiros remanescentes da Segunda Guerra Mundial, continuaram ainda por muito tempo em operação, porém, sofreram inúmeras modernizações, elevando sua capacidade e estendendo sua vida operacional nas esquadras ao redor do mundo. Dentre os programas mais importantes desenvolvido no pós-guerra, podemos citar o FRAM (Fleet Rehabilitation and Modernization) realizado pelos EUA em sua enorme esquadra remanescentes, O programa FRAM tinha como principal objetivo a extensão da vida útil dos contratorpedeiros norte americanos da Segunda Guerra Mundial, nesse processo, os contratorpedeiros tinham sua função principal de guerra de superfície e antiaérea, voltada para guerra antissubmarino, tornado estes navios dedicados para ASW. 

Para tornar os contratorpedeiros em plataformas anti-submarino eficazes, o upgrade FRAM integrou em grande parte desses navios um sonar AN/SQS-23 e dois novos sistemas de armas, os foguetes ASROC que levavam um torpedo a até 5 milhas de distância e um helicóptero anti-submarino robô DASH, com alcance de até 35km, porém, devido algumas deficiências do sistema DASH, este deixou de ser operado no final da década de 60. Ambos contavam com o novo torpedo leve Mk.44 de 324mm, que era também disparados pelos tubos Mk.32 instalados nesses navios.

"CT Sergipe" contratorpedeiro brasileiro classe "Allen M. Summers FRAM II"
Muitos desses "Destróieres", como são denominados os contratorpedeiros nos EUA, foram transferidos para marinhas aliadas, tendo em vista o grande número excedente destes navios após a guerra. O Brasil, por exemplo, chegou a receber alguns exemplares excedentes, como  os destróieres da classe “Allen M. Sumner” e “Gearing”, os quais operaram até o fim dos anos 90. Denominados por aqui como contratorpedeiros, os famosos "CTs". 

Os britânicos também investiram na modernização de seus contratorpedeiros excedentes da Segunda Guerra Mundial, o  programa de modernização britânico visava a conversão de antigos contratorpedeiros das classes "R, T, U, V, W e Z" em fragatas anti-submarinas Type-15.

Classe "Spruance" norte americana de 1975
Por meados dos anos 60, um novo avanço tecnológico mudaria completamente os contratorpedeiros mais uma vez, surgiam os mísseis superfície-ar e superfície-superfície, conferindo uma grande capacidade de combate aos novos projetos de contratorpedeiros, os quais passaram a ser denominados contratorpedeiros de misseis guiados, ou DDG. Esse avanço tornou os contratorpedeiros nos mais relevantes e importantes meios das esquadras modernos, sendo navios capazes de prover defesa aérea, de superfície e ASW as esquadras, sendo vitais para as "TASK Force" da US Navy, por exemplo, como também de cumprir um vasto leque de missões, seja em um grupo naval ou sozinho.

Classe Sovremenny Russa
Nas décadas seguintes, foram incorporados cada vez mais sensores e sistemas eletrônicos que transformaram estes navios em verdadeiras fortalezas flutuantes, apesar de o mesmo possuir suas limitações, dentre os meios navais modernos, os contratorpedeiros estão no topo da lista de mais poderosos navios de escolta do mundo, sendo navios que apresentam um enorme poder de fogo, capacidade de operar um vasto leque de missões, apresentando flexibilidade e agilidade, porém, toda essa capacidade tem um preço, o qual tornar este tipo de navio proibitivo para o orçamento de muitas marinhas, sendo operados por um seleto grupo de potências mundiais, onde podemos citar os principais operadores hoje deste tipo de navio: EUA, Rússia, China e Japão, estão entre os principais operadores deste tipo de escolta moderna.

Poderoso destroyer japonês da Classe "Atago"
O Japão é com certeza o país que possui maior diversidade de classes e especializações de contratorpedeiros, contando com os tipos: DDH, que trata-se de um contratorpedeiro porta-helicópteros, DD como designam os especializados em ASW, DDG aos voltados a defesa aérea e mísseis guiados; e DDE para os contratorpedeiros de escolta, estes últimos destinados a patrulha das águas territoriais e escolta mercante. 

DDH "Hyuga" - Contratorpedeiro porta-helicoptero japonês
No Japão operam as seguintes classes de contratorpedeiros: classes de DDG "Shirane"  "Haruna", "Atago", "Kongo", "Hatazake" e "Tachikaze", as classes DD "Takanami", "Murasame", "Asagiri" e "Hatsuyuki", e as classes DDE "Abukuma" e "Yubari". Os contratorpedeiros da classe "Hyuga", apresentam um deslocamento muito superior os contratorpedeiros padrão, com o "Hyuga" chegando ao deslocamento de 18.000t, são designados como DDH, sendo os maiores contratorpedeiros do mundo, mas na verdade, são navios aeródromos ligeiros, classificados como contratorpedeiros apenas para burlar as restrições impostas pela constituição daquele país, a qual nega a possibilidade de operar NAe desde a capitulação em 1945.

Classe "Horizon" francesa
No velho continente temos algumas classes de contratorpedeiros modernos que se destacam, como é o caso dos britânicos Type-42, franceses  classes "Horizon","Cassard", "Tourville" e "George Leygues".

A US Navy possui como sua espinha dorsal os contratorpedeiros da Classe "Arleigh Burke", os quais são apontados como os mais poderosos do mundo atualmente, tendo participado de inúmeros conflitos em que os EUA estiveram envolvidos, servindo como plataforma de ataque com seus mísseis de cruzeiro Tomahawk.

DDG-1000 "Zumwalt" aposta futurista dos EUA
Há inúmeras classes ainda em operação ao redor do mundo, e outras em desenvolvimento, das quais a mais cara e moderna que podemos citar é a DDG1000 "Zumwalt", o qual enfrenta problemas com custo proibitivo da munição desenvolvida para seu armamento principal, estando atualmente passando pela integração de outros sistemas de armas que darão maior flexibilidade de emprego ao navio.

Projeto Corveta Classe Tamandaré brasileira
No Brasil infelizmente não vislumbramos no horizonte qualquer possibilidade de vir a contar com este poderoso tipo de escolta em nossa esquadra, a qual enfrenta um momento difícil de sua história, contando com poucos recursos destinados aos programas estratégicos de reaparelhamento da esquadra, onde o atual foco vem sendo o PROSUB, que irá trazer quatro modernos submarinos convencionais SBR, uma variante do francês Scórpene, além do SNBR, o submarino nuclear brasileiro. Esta ainda em andamento o processo de aquisição de quatro novas corvetas, as quais ocorreram por meio de construção, retomando o fôlego da esquadra e conferindo algum incremento a capacidade de escoltas à nossa marinha, a qual esta em acelerado processo de obsolescência, com nossas fragatas já superando o ciclo operacional, onde ainda não há solução para a problemática á curto prazo, principalmente devido a visão obtusa do governo brasileiro que relega a segundo plano as questões fundamentais para defesa de nossa soberania, algo que esta acima da alçada que compete a Marinha do Brasil, sendo a maior vítima da miopia estratégica brasileira, juntamente com as demais forças.

  

Você pode conferir os capítulos anteriores clicando nos links abaixo:

Série "Os Navios de Escolta" - Conheça mais sobre estes navios no GBN News





Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança.



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terça-feira, 31 de julho de 2018

Série "Os Navios de Escolta" : Fragatas

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Chegamos a mais um capítulo de nossa série: "Os Navios de Escolta", retomando nosso trabalho com a saga de trazer um pouco a história e as atualidades deste importante componente das esquadras. Neste capítulo da série vamos abordar as “Fragatas”, uma das mais relevantes categorias de navios de escolta, que apresenta uma rica história, exibindo capacidades e tecnologias bastante flexíveis, navios cujas características variam muito entre as marinhas, o que provoca algumas dúvidas em nossos leitores.

O termo "Fragata" surgiu há alguns séculos, com os primeiros relatos dando conta da classificação de navios neste termo no fim do século XV. Segundo nossas pesquisas, o termo servia para designar embarcações ligeiras, similares as Galeaças, contando com velas e remos, geralmente armadas com armamento ligeiro. Uma das suas principais características eram a velocidade e capacidade de manobra, sendo uma embarcação muito ágil se comparada aos tipos semelhantes.Uma curiosidade que não podemos deixar de relatar, é o fato das primeiras Fragatas terem sido desenvolvidas pelos "Corsários" por meados de 1583, onde á serviço da Espanha, vários "corsários" construíram e operaram navios pequenos e muito ágeis, sendo um dos meios mais importantes na guerra entre espanhóis e holandeses. 

Um fato interessante, é que o sucesso apresentado pelo novo tipo de navio, levou os holandeses a adotarem as Fragatas em sua Marinha, levando-os a se tornar a primeira marinha regular a construir e operar fragatas oceânicas maiores. Os papéis desempenhados por esses inovadores navios holandeses era bastante complexo e desafiador, pois tinham como missão dar combate a esquadra espanhola, escoltar suas naus mercantes, proteger seus portos e realizar o bloqueio marítimo, impedindo que os espanhóis conseguissem desembarcar nos Países Baixos. Para cumprir tão variado leque de missões, estas Fragatas tinham características bastante específicas, sendo concebidas para atingir grandes velocidades, contando com um pequeno "calado", o que dava a estas fragatas a capacidade de operar em águas mais rasas. Outro ponto que foi tido como fundamental pelos holandeses ao desenvolver suas fragatas, foi a importância dada a capacidade de aprovisionamento, o que dava uma grande autonomia ao navio em suas comissões, além de um formidável poder de fogo, composto por uma bateria de canhões ligeiros, contando em média com 40 peças de artilharia do tipo.

O emprego das "Fragatas" mostrou ótimos resultados, levando os holandeses á substituir quase todos seus navios mais pesados pelas "novas" fragatas no inicio do século XVI. Mas a consagração do conceito de fragatas ocorreu no dia 31 de outubro de 1639, na "Batalha das Dunas", o confronto naval que se tornou uma vitória decisiva da República Holandesa, A eficiência das fragatas holandesas destacou-se, levando à sua adoção deste tipo de navios em outras marinhas.

Ao longo dos séculos, as Fragatas foram se mostrando um tipo de navio vital as esquadras, apresentando características ímpares, sendo um dos tipos mais numerosos nas esquadras europeias do final do século XVII ao fim do século XIX, onde apesar de não ser navios considerados "poderosos" por conta de suas dimensões e armamento ligeiro, o mesmo se mostrava fundamental para cumprir um amplo leque de missões, sendo capazes de combater até mesmo navios maiores e com maior poder de fogo, se valendo de sua grande velocidade e agilidade, nas mãos da tripulação certa eram mortais.

Sua grande autonomia oriunda da capacidade de aprovisionar mantimentos para seis meses, tornava a fragata capaz de operar por um longo período, de  forma isolada e independente, diferente dos navios maiores que apresentavam menor velocidade e capacidade de manobra, o que exigia a proteção destes, proteção essa que muitas vezes era feita pelas fragatas em escolta da esquadra.

Devidos ao seu conjunto de qualidades, as fragatas era o navio ideal para cumprir missões de reconhecimento, ataque, patrulhas e escolta. Geralmente as fragatas operavam sozinhas ou em pequenos grupos, sendo fundamentais principalmente para dar combate as fragatas inimigas, em algumas ocasiões atacavam navios mais poderosos, porém, isso era normalmente evitado.

As fragatas construíram um legado na história naval, porém, no final do século XIX e principio do século XX, as marinhas voltaram-se para os cruzadores e couraçados, e finalmente os contratorpedeiros ganharam a cena e as fragatas foram sendo substituídas pelos novos e mais modernos navios, que contavam com novas plantas propulsoras e tecnologias de construção, só voltando á cena durante a Segunda Guerra Mundial, onde assumiram o perfil que atualmente conhecemos como fragatas, e foram os ingleses que retomaram a adoção do termo Fragata, afim de designar os novos e velozes navios ligeiros que realizavam o combate á submarinos, escolta de comboios mercantes, além de limitada proteção antiaérea. A fragata ressurgiu como uma alternativa aos contratorpedeiros, sendo mais leve que os mesmos, porém, maiores e mais capazes que as corvetas.

"HMS Avon" Classe River
Curiosamente, para atender os esforços de guerra, os aliados tomaram como base o padrão de construção mercante para as primeiras fragatas,seguindo a mesma solução à época adotada para as corvetas. Com isso era possível realizar a construção em massa deste tipo de navio em diversos estaleiros que não possuíam expertise na construção de navio de guerra, mas em navios mercantes. A "Classe River", foi a primeira classe de fragatas da "era moderna", tendo surgido em 1941. Esta classe contava com a mesma motorização adotada pelas corvetas, mas ao contrário destas, as fragatas contavam com dois motores, o que garantia maior velocidade, além de possuir um casco mais esguio e alongado. Seu papel principal era dar combate à ameaça de submarinos, sendo seu armamento constituído basicamente por armas anti-submarino. 

HMS Burghead Bay classe Bay
As primeiras fragatas modernas, eram menos poderosas e mais lentas que os contratorpedeiros, porém, seu papel era atuar na escolta de comboios mercantes e caçar submarinos, função a qual ela estava bem dimensionada, apesar das primeiras fragatas não terem sido capazes de realizar a escolta de esquadras e grupos de combate, onde era exigida velocidade a qual as fragatas até então não eram capazes de acompanhar, problema que só foi superado em 1944 com a entrada em operação das fragatas da "Classe Bay", as quais apresentavam ainda algumas limitações nesse papel.

Há algumas controvérsias com relação a classificação de algumas classes de contratorpedeiros de escolta , ou Destroyers de escolta, com algumas destas classes sendo designadas como fragatas.

Após o final da Segunda Guerra Mundial, uma nova revolução tecnológica tomou as fragatas, onde sua limitada capacidade antiaérea foi superada com o advento dos misseis superfície-ar, tornando as fragatas novamente expoentes do poder naval e com maior flexibilidade de emprego tático. Nas décadas de 60 ao final dos anos 90, eram comuns fragatas especializadas, onde uma mesma classe possuía meios otimizados para desempenhar determinada missão, como exemplo, haviam fragatas de defesa aérea, fragatas anti-submarino e fragatas de emprego geral, algo que de certa forma limitava o emprego destas em determinados cenários táticos. Mas a flexibilidade foi se ampliando no final da década de 90 e meados de 2000, com a incorporação de capacidades múltiplas, o que levou a redução do uso de fragatas dedicadas, passando a uma mesma fragata ser capaz de atuar com a mesma eficiência dar combate anti-submarino, desempenhar defesa aérea e combate de superfície, além de contar em sua grande maioria com a capacidade de operar com aeronaves orgânicas. Qualidade que levou as atuais fragatas a constituir a espinha dorsal da maioria das marinhas.

Outra característica marcante nas modernas fragatas, está relacionada com seus sistemas embarcados, contando com modernos sistemas de radares e sonar, que dão ao navio uma grande capacidade em cenários complexos, somados ao emprego de tecnologias stealth em seu design e materiais de construção, o que reduz sua assinatura radar e conferem maior capacidade de sobrevivência no cenário moderno de operações navais.

Existem um vasto leque de opções quando nos referimos ás fragatas modernas, porém, algumas se destacam no mercado internacional, como é o caso do projeto franco-italiano FREMM, a espanhola F-100 da Navantia, a britânica Type-26, a russa Classe Steregushchiy, dentre outras.

O Brasil há pouco mais de uma década apresentou interesse na aquisição de novas fragatas, onde sua esquadra vem apresentando um avançado processo de obsolescência, operando meios com idade avançada e que estão chegando ao seu limite operacional. 

Dentre as fragatas da Marinha do Brasil, estão a "Classe Niterói", originalmente composta por seis fragatas do projeto Vosper Mk10 com deslocamento de 3.500ton, sendo fragatas multifuncionais com ênfase em guerra anti-submarina, tendo sido as quatro primeiras construídas nos estaleiros da Vosper e as duas últimas no Arsenal de Marinha (AMRJ), a primeira foi incorporada em 20 de novembro de 1976, sendo designada F-40 "Niterói", dando o nome a classe. Além da "Niterói", foram construídas e entregues no período que compreendeu 1976 e 1980 as fragatas: F-41 "Defensora", F-42 "Constituição", F-43 "Liberal", F-44 "Independência" e F-45 "União"

Além da "Classe Niterói", a Marinha do Brasil conta com as fragatas da "Classe Greenhalgh" de origem britânica, sendo originalmente fragatas Type-22, classe composta por um total de 14 navios construídos, sendo as adquiridas pelo Brasil parte do primeiro lote, composto por quatro fragatas construídas entre 1976 e 1982.tendo algumas participado da "Guerra das Malvinas" e da "Guerra do Golfo", sendo incorporadas pela Marinha do Brasil na segunda metade dos anos 90, denominadas F-46 "Greenhalgh", F-47 "Dodsworth", F-48 "Bosísio" e F-49 "Rademaker", das quais apenas a F-46 "Greenhalgh" e F-49 "Rademaker" seguem operacionais, com a "Dodsworth" tendo sido sucateada em 2012 e a "Bosísio" servindo de alvo em julho de 2017 no exercício naval "Missilex 2017", onde foi afundada.

Atualmente esta em andamento o processo de aquisição por construção de quatro corvetas, no "Programa Corvetas Classe Tamandaré", mas no horizonte não há perspectivas a curto prazo para aquisição de novas corvetas, mesmo no mercado internacional não existem opções atrativas para compra de oportunidade, o que levanta preocupação quanto as capacidades da Marinha do Brasil em prover escolta aos novos e modernos meios recentemente adquiridos, como os navios multipropósito "NDM Bahia" e "PHM Atlântico", sendo preciso que o governo federal brasileiro atente para essa necessidade estratégica e libere os recursos orçamentários vitais á solução dessa lacuna existente no poder naval brasileiro.

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Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança.


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