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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Mundo terá guerras sangrentas pela água

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De fonte da vida a água se está transformando numa ameaça à existência de países inteiros. A população da Terra está aumentando e consome cada vez mais recursos naturais. O primeiro obstáculo que as pessoas poderão enfrentar nos próximos tempos é uma falta de água global. Já neste momento a água potável é mais cara que o petróleo. Com o tempo, a sede poderá vir a ser a razão de uma nova repartição do planeta.
A Terra vive um aquecimento climático. Podemos discutir as causas da subida da coluna dos termômetros, mas não deixamos de estar perante o fato de a temperatura média anual do planeta estar aumentando. Segundo as previsões de um grupo de peritos internacionais, dentro de 100 anos a temperatura irá aumentar 1,5 a 4 graus Celsius. Contudo, bastam dois graus para os glaciares começarem a fundir. Para uma série de países, como por exemplo na Ásia Central, isso será equivalente a uma calamidade, eles irão enfrentar a seca, diz o dirigente do Programa Clima e Energia do WWF Alexei Kokorin:
“Um glaciar é um acumulador da água sob a forma de neve que caiu durante o inverno, libertando-a gradualmente. Se existe um glaciar, o seu rio terá um caudal de água mais ou menos estável durante todo o período de verão. Se o glaciar não existe, temos as cheias da primavera durante o degelo nas montanhas e depois a água desaparece. Isso é prevenido pela existência de estruturas de engenharia hidráulica, mas elas custam muito dinheiro. Como se sabe, nesses países essas infraestruturas já são bastante antigas e não cumprem a sua função.”
As tentativas para construir novas barragens se tornam em motivo de disputas internacionais. O Uzbequistão, nomeadamente, ameaça abertamente o Tajiquistão com uma guerra se Dushanbe construir uma hidrelétrica no rio Vakhsh e limitar o caudal de água a jusante.
A África vive uma situação semelhante. A bacia do rio Nilo é partilhada por uma dezena de países e cada um deles tem atribuída uma quota de utilização dos recursos hídricos, mas desde o tempo colonial que a maior parte da água é usada pelo Egito. Até hoje o Cairo sempre recusou quaisquer tentativas para rever os antigos acordos e aumentar as quotas dos outros países. Mas hoje esse país está fragilizado pela sua crise interna e a Etiópia decidiu aproveitar o momento. O Nilo Azul, que é o principal contribuinte para o caudal do grande rio, tem origem em território etíope e Adis Abeba começou a construir aí uma barragem. Os etíopes afirmam que a possibilidade de irrigar o solo com as águas do Nilo poderá tornar desnecessária a ajuda alimentar externa a esse país.
A população do Egito está indignada, comenta o perito do Centro de Estudos Econômicos e Políticos do Cairo Ahmed al-Najjar:
“A Etiópia tenta alcançar uma solução para o problema de forma unilateral, o que é sempre suscetível de provocar problemas graves. Adis Abeba tenta rever com o seu próprio critério a nossa quota histórica das águas do Nilo e que foi atribuída ao Egito ainda em tempos imemoriais, apesar de durante milênios esses metros cúbicos terem mantido a vida no delta, irrigado as culturas e sido o suporte para a própria existência de vida humana em terras egípcias.”
Os egípcios estão dispostos a defender com armas na mão os seus direitos sobre a água. “Se o Nilo ficar reduzido nem que seja numa gota, será necessário o nosso sangue”, diz uma canção local.
Contudo, mesmo as regiões do globo que parecem não ter problemas com os recursos hídricos não estão protegidas de uma agressão “aquática”. A população da Terra aumenta e já consome mais recursos naturais que os que podem ser repostos pelo planeta. Segundo dados da ONU, a esse ritmo o petróleo chegará para os próximos 50 anos, o gás fóssil para 60, mas já em 10 anos quase metade da população do planeta irá sentir uma falta grave de água doce.
Nessa altura a guerra será inevitável, primeiro a guerra informativa e depois será conforme as circunstâncias. A Rússia, com as suas reservas de água doce e o seu extraordinário lago Baikal, será o primeiro candidato a um ataque, pensa o politólogo professor Oleg Matveichev da Escola Superior de Economia:
“A guerra informativa irá representar uma tal lavagem ao cérebro a toda a comunidade internacional em como os recursos são um patrimônio comum para obrigar a Rússia a permitir a todos um acesso ilimitado ao lago Baikal e à nossa água doce em geral. Partindo do princípio que todos respiramos o mesmo ar, portanto a água também deve ser comum. Mais tarde se poderá dizer o mesmo do petróleo e da plataforma continental do Ártico. Isso já está em marcha. Há intervenções de juristas suíços e franceses que dizem que do ponto de vista jurídico todos os recursos naturais do planeta Terra pertencem a todas as pessoas. Então não se percebe, porque andamos nós a morrer aos milhões na defesa desses recursos, assim como da soberania, em todas as guerras.”

Só um consumo racional dos recursos poderá evitar uma guerra para reparti-los. Podemos começar pela higiene oral. Em média, uma lavagem de dentes demora um minuto e meio. Durante esse tempo a água que corre da torneira poderia encher um balde. Ou seja, por ano cada torneira deixa passar sem qualquer utilidade pelo menos 3.650 litros de água. Se lavar os dentes com recurso a um copo, cada procedimento só consome 200 mililitros. Por ano isso representa 73 litros. Um uso econômico mais as tecnologias modernas são capazes de evitar uma catástrofe ambiental e que a água se transforme de fonte de vida numa causa para mortes.


Fonte: Voz da Rússia
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sábado, 2 de março de 2013

Maior área de mata atlântica é do Exército

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A maior área de mata atlântica do Nordeste, no trecho acima do Rio São Francisco, não está nas mãos de usineiros, e sim do Exército. É o que mostra pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco concluída recentemente. São 8.300,46 hectares, distribuídos em cinco unidades militares, todas no Grande Recife. Um hectare tem 10 mil metros quadrados e equivale à área ocupada por um campo de futebol. Os remanescentes estão no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante (7.342 ha), em Aldeia, no 14º Batalhão de Infantaria Motorizado (401,4 ha), em Jaboatão dos Guararapes, no 7º Grupo de Artilharia de Campanha e 3ª Divisão de Levantamento (43,53 ha), em Olinda, no 4º Batalhão de Comunicações (173,53 ha), no Recife, e no Complexo Militar do Curado (340 ha), que inclui o Comando Militar do Nordeste.
 
No estudo, realizado para tese de doutorado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da UFPE, vinculado ao Departamento de Engenharia Civil, o autor aponta ainda os serviços ambientais prestados pela floresta mantida pelo Exército.
 
Os principais são a amenização do clima local, a regularização de vazão de mananciais e a conservação da fauna e flora. O trabalho, apresentado mês passado, aponta também o papel das matas do Exército na manutenção dos estoques e absorção de carbono.
 
O major Helder de Barros Guimarães, com mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, também pela UFPE, lembra que antes de ficarem sob a responsabilidade do Exército, essas áreas eram utilizadas no cultivo de cana-de-açúcar e capim para pecuária. Ou seja, os militares contribuíram para a regeneração da vegetação nativa. A afirmação do oficial se baseia na análise de fotografias que mostram a evolução das florestas nas seis unidades militares.
 
A partir das imagens, ele comprovou que houve aumento da cobertura vegetal em todas as unidades militares. No trabalho, sob a orientação do biólogo Ricardo Braga, o pesquisador gerou mapas que mostram a evolução da floresta dentro dos quartéis e a diminuição no entorno.
 
CONSERVAÇÃO
 
Com base nos resultados, Helder propõe a criação de uma nova categoria de unidade de conservação, específica para as áreas sob a guarda do Exército. Segundo ele, a medida significaria um incremento de aproximadamente 3,8% das áreas protegidas em nível federal. "Caso as áreas da Marinha e da Força Aérea também fossem contempladas, diz o pesquisador, esse acréscimo poderia ser superior a 10%", estima.
 
No Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante, maior remanescente florestal, composto por 20 fragmentos, há 168 tipos de aves, quatro estão na lista brasileira e uma na internacional de animais ameaçados de extinção.
 
De cobras, existem 22 espécies, entre elas a surucucu (Lachesis muta). Maior cobra peçonhenta da América do Sul, também está no livro vermelho.
 
Fonte: Jornal do Commercio
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Controle de recursos naturais movimenta disputa pelas Malvinas

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O aumento da tensão entre a Argentina e o Reino Unido pela soberania das ilhas Malvinas tem entre suas arestas a exploração dos recursos naturais no Atlântico Sul, um tema estratégico também com relação ao domínio antártico e que afeta outros países sul-americanos. "Sem dúvida, as Malvinas são um lugar estratégico do ponto de vista dos recursos naturais", disse à EFE Gabriel de Paula, especialista em energia e recursos naturais do Centro Argentino de Estudos Internacionais (CAEI).

O arquipélago, situado a 13 mil quilômetros de Londres e a 800 do litoral argentino, é rico em recursos pesqueiros, reservas prováveis de hidrocarbonetos - a prospecção ainda é marginal - e potencial para a extração de minerais do fundo do mar. Nesta terça-feira, após anunciar que denunciará o Reino Unido nas Nações Unidas pela militarização das ilhas, a presidente argentina, Cristina Kirchner, acusou os britânicos de "depredar" os recursos naturais nas Malvinas.

"A relação entre os recursos naturais e o domínio sobre as ilhas é constante, de ida e volta. De fato, os recursos naturais foram a causa do fim das distintas negociações antes da guerra de 1982", disse à EFE Bruno Tondini, professor da Universidade Nacional de La Plata e também membro do CAEI. Tondini disse que uma dessas negociações foram rompidas em 1974, quando os britânicos constataram o potencial petroleiro nas Malvinas.

As ilhas, ocupadas pelos britânicos em 1833, são além disso "fundamentais" para o abastecimento que Londres realiza em suas bases na Antártida, "onde as exigências de soberania do Reino Unido se sobrepõem com as da Argentina e do Chile", disse De Paula. A Antártida é rica também em recursos pesqueiros, minerais e hidrocarbonetos; estes dois últimos não podem ser explorados pelo Tratado Antártico - assinado em 1959 -, mas o especialista acredita que ele pode eventualmente ser revisado para permitir sua extração. "Em algumas regiões da península antártica, por exemplo, há escapes de gás natural que podem ser capturados para abastecer as bases. Isso constituiria uma mudança muito pequena, mas sensível, no tratado", disse De Paula.

Também tem importância a questão de água doce da Antártida: "No longo prazo, se houver uma crise mundial pela água, vão buscar este recurso onde esteja e ao custo que seja", afirmou. Neste contexto, os países da América do Sul se somaram à exigência argentina pelas Malvinas, uma adesão que, segundo Cristina Kirchner, parte de uma região que "entende a potencialidade do que pode acontecer".

A América do Sul é uma região com biodiversidade, terra fértil, água potável, hidrocarbonetos e baixa densidade populacional, o que faz com que os recursos não sejam explorados ao máximo. Segundo De Paula, "a região - uma área que nos últimos anos mostrou uma convergência política inédita -, percebe que do ponto de vista de seus recursos está em uma posição de privilégio e que, como tal, é preciso defendê-la. (...) O Brasil, em sua estratégia de defesa nacional, de 2008, já fala especificamente em uma hipótese de conflito de uma força muito maior sobre dois campos estratégicos para o país: o Amazonas, pela água, e o mar territorial, pela pesca e os hidrocarbonetos", disse o especialista.

Tondini, por sua parte, não vê chance de Reino Unido ofender a posição brasileira sobre recursos em sua plataforma marinha. "Mas acho que o Brasil seguiu a exigência da Argentina para se posicionar como líder de um grupo de países, a fim de, talvez no futuro, reivindicar uma porção da Antártida, marginalizando um dos atores extra-continentais do jogo, que é a Grã-Bretanha", afirmou.

Fonte: EFE
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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Encontro no Rio debate oferta e demanda global de minério de ferro

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Discutir a oferta e demanda global de minério de ferro é a proposta da Conferência Americas Iron Ore 2011, que a IBC e o Informa Mining & Metals promovem no Rio de Janeiro, entre os dias 8 e 10 de novembro. O evento faz parte de uma série internacional de encontros sobre mineração, e concentrará a discussão nos impactos e nas oportunidades de negócio para o setor de mineração de ferro no continente americano, com destaque para Brasil, EUA e Canadá.

Na abertura do encontro no Rio, o analista de mercado de minério de ferro da Wood Mackenzie, Paul Gray, traça um panorama do mercado de minério de ferro e as perspectivas da commodity para 2015. Em seguida, o debate sobre os preços do minério de ferro no mercado internacional será conduzido pelo diretor de relatórios de mercados da Platts, Francis Browne.

A visão brasileira do mercado internacional de minério de ferro será dada pelo diretor de marketing da Vale, Pedro Gutemberg, e complementada pelo representante da Beijing Axis, que discutirá a crescente demanda de ferro na China e aspectos da política interna daquele país, entre outros temas.

Quanto ao mercado interno, regulamentação e infraestrutura são temas que concentrarão os debates, além de uma atualização sobre os principais projetos de exploração de minério de ferro no país. Para falar da legislação mineral brasileira e das perspectivas de mudanças, a IBC convidou o procurador federal Frederico Munia Machado, do DNPM. A infraestrutura portuária nacional será discutida pelo diretor da ANTAQ, o ex-ministro Pedro Brito.

Na parte de atualização dos projetos, destaque para a palestra do gerente geral de desenvolvimento de processo mineral da Vale, Charles Valadão, e para o diretor comercial da MMX, Chequer Hanna, que trará informações atualizadas das atividades da empresa no Brasil e no Chile. O primeiro dia do Americas Iron Ore 2011 termina com uma atualização do projeto da Cabral Resources na Bahia.

O segundo dia brindará os participantes com a atualização sobre os mais representativos projetos de mineração no continente: Companhia Siderúrgica do Atlântico, exploração em Carajás com o projeto Trairão da Talon Metals, exploração de areia de ferro em Guadalupito, no Peru, e exploração no Planalto Piauí da Bemisa.

Merece destaque também o projeto Ferro de Posse, em Minas, Gerais, da Crusader Resources. Encerrando a sessão plenária, estão programados debates sobre os desafios e oportunidades de infraestrutura logística, como as melhorias no sistema ferroviário.

No dia 10 de novembro haverá três masterclasses: a primeira sobre tributação da mineração no Brasil, conduzida por advogados do escritório Rolim, Viotti e Leite Campos Advogados. A segunda sobre atração e retenção de capital humano qualificado, conduzida por executivos da Thyssenkrupp CSA e Aura Minerals, e a terceira sessão, sobre preço da commodity, conduzida pela Platts.

A Conferência Americas Iron Ore 2011 é uma iniciativa da IBC e do Informa Mining & Metals, com o patrocínio da SAP, Talon Metals, Latin Resources, CRU, Cabral Resources e Grupo Suatrans. Informações no site www.informagroup.com.br/iron e na Central de Atendimento, pelo telefone 11-3017-6808.

AGENDA:
Conferência Americas Iron Ore 2011
Data: 08 a 10 de novembro de 2011.
Local: Windsor Barra Hotel, Rio de Janeiro, RJ
Organização: IBC e Informa Mining & Metals, empresas do Informa Group
Informações: 11-3017-6808 ou [email protected]
www.informagroup.com.br/iron

Uma Parceria GeoPolítica Brasil
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sábado, 27 de agosto de 2011

Geofísica acha rio subterrâneo de 6.000 km sob bacia do Amazonas

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Uma aluna de doutorado do ON (Observatório Nacional) encontrou um rio de 6.000 km correndo embaixo da bacia do Amazonas.

A geofísica Elizabeth Tavares Pimentel achou indícios do rio ao analisar dados térmicos de 241 poços perfurados pela Petrobras de 1970 a 1980, quando a empresa procurava petróleo na região.

O objetivo da pesquisa dela, orientada pelo coordenador de geofísica do ON, Valiya Hamza, foi identificar sinais de fluidos em meios porosos.

Os resultados mostraram águas subterrâneas correndo entre sedimentos em profundidades de até 4.000 metros.

A velocidade das águas, de dez a cem metros por ano, é lenta se comparada à do rio Amazonas, que corre de 0,1 a 2 metros por segundo.

"Mas o ritmo se assemelha, por exemplo, ao rio do Sono, no Tocantins, que corre a céu aberto", destacou Hamza.

O rio encontrado, que levou o nome do geofísico, tem cerca de 400 km de largura, ou seja, quatro vezes mais que o Amazonas "Ele é largo porque ocupa praticamente toda a área da bacia sedimentar amazônica", diz o especialista.

A vazão (volume de água) do Hamza é significativa. São de 3.095 m³/segundo, mais que a do São Francisco.

Ambos os rios, Amazonas e Hamza, correm na mesma direção (de oeste para leste).

A diferença é que o fluxo do rio subterrâneo começa na vertical, de cima para baixo, em 2.000 metros de profundidade. Depois, fica quase horizontal e mais profundo.

De acordo com o coordenador do trabalho, a água do rio Hamza vem dos Andes, pelo Acre, e vai ganhando volume no caminho de oeste a leste.

Depois de atravessar as várias bacias da região, o rio chega ao mar perto da foz do Amazonas, o que explicaria os bolsões de baixa salinidade do mar na região.

Os pesquisadores devem agora complementar o trabalho de campo em parceria com a Ufam (Universidade Federal do Amazonas), onde Pimentel dá aulas.


Fonte: Folha

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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Rússia vai pedir nova divisão do Ártico na ONU

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A Rússia afirmou que vai entregar um pedido formal à ONU (Organização das Nações Unidas) no próximo ano para resenhar o mapa do Ártico, ficando, assim, com uma fatia maior.

O plano vem após o anúncio, feito na semana passada, que a Rússia vai enviar tropas e armamentos à região para garantir seus interesses. O pedido entregue à ONU mudaria as fronteiras do Ártico e permitiria a exploração do território que é rico em petróleo.

Rússia, Noruega, Estados Unidos, Canadá e Dinamarca não concordam em como irão dividir a região rica em petróleo e que tem 30% da reservas mundiais de gás e que ainda não foram explorados, segundo uma pesquisa geológica americana.

A Rússia disse que vai gastar milhões de dólares em estudos para provar que o fundo do oceano rico em petróleo, gás natural e minérios é parte extensão da Eurásia.

O Canadá e a Dinamarca rejeitam a reivindicação russa. Eles afirmam que a formação geográfica é prolongamento natural do seu território.

A Convenção da ONU sobre o Direito do Mar (1982) diz que qualquer Estado costeiro pode reivindicar o prolongamento natural do seu território terrestre até uma distância de 200 milhas marítimas da margem e tem o direito de explorar os recursos naturais nessa zona.

Fonte: Reuters
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terça-feira, 5 de julho de 2011

Japão descobre depósito de minerais raros no Pacífico

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Pesquisadores japoneses dizem ter encontrado vastos depósitos de minerais de terras raras, utilizados em equipamentos de alta tecnologia, no solo do Oceano Pacífico.

Geólogos estimam que existam atualmente 110 bilhões de toneladas de elementos raros no fundo do Pacífico.

Os pesquisadores japoneses estimam ter encontrado entre 80 e 100 toneladas de minerais raros no leito oceânico a profundidades de entre 3,5 mil e 6 mil metros abaixo da superfície.

Atualmente, a China responde por 97% da produção de 17 metais provenientes de terras raras, muitas vezes chamados de ‘‘ouro do século 21’’, por serem raros e valiosos.

O quase monopólio de produção exercido pela China levou o país a restringir o fornecimento dos metais raros no ano passado, durante uma disputa territorial com o Japão.

Analistas acreditam que se a prospecção do local descoberto pelos japoneses se mostrar viável, o domínio da China no setor poderá ser ameaçado.

Os minerais são usados em iPods, TVs de tela plana, carros elétricos, mísseis, óculos de visão noturna, turbinas e imãs supercondutores, por exemplo.

Além da China, as reservas são encontradas também na Rússia, em outras ex-repúblicas soviéticas, nos Estados Unidos, na Austrália e na Índia.

Descoberta

A descoberta foi divulgada pela publicação científica britânica Nature Geoscience, que relatou que a equipe de cientistas comanda por Yasuhiro Kato, professor de ciências da terra da Universidade de Tóquio, encontrou os minerais em 78 locais diferentes na lama oceânica do Pacífico.

‘‘Os depósitos contêm uma uma forte concentração de terras raras. Apenas um quilômetro quadrado dos depósitos será capaz de atender a um quinto do consumo mundial atual’’, afirmou o professor Yasuhiro Kato.

A descoberta foi feita em águas internacionais, em uma área próxima ao estado americano do Havaí e em outra perto da Polinésia Francesa, segundo o relatório formulado pelos exploradores japoneses.

Ainda não se sabe, no entanto, se será viável tecnologicamente realizar a prospecção em uma área tão profunda e, caso seja, se será possível explorar comercialmente os metais trazidos à tona.

Os depósitos foram se acumulando no solo oceânico ao longo de centenas de milhões de anos.

Dificuldades

O número de companhias que vêm solicitando licenças para realizar prospecções no solo do Pacífico vem crescendo rapidamente.

Entre as dificuldades de realizar a exploração dos metais raros está no fato de que eles são minúsculos e estão espalhados em uma vasta área, o que faz com que muitos dos locais que contam com terras raras não sejam viáveis para a exploração comercial ou estejam sujeitos a restrições ambientais.

No entanto, a perspectiva de prospecção nas águas oceânicas profundas – e os estragos que isso poderá representar para os ecossistemas marinhos – preocupam ambientalistas.

Entenda o que são e para que servem os minerais de terras raras

Todos os equipamentos eletrônicos da atual tecnologia utilizam essa materia prima, celulares, computadores, televisores, alto-falantes, propulsores, etc... Dependem dos elementos chamados de Terras Raras: Neodímio, Lantânio, Praseodímio, Cério, Gadolíneo e Samário.

Conheça algumas de suas aplicações:

Neodímio: Minério altamente magnético, utilizado na fabricação de alto-falantes, permite que esses sejam menores e mais potentes, possibilita ainda que os HDs sejam menores e mais rápidos.

Lantânio: Minério usado na fabricação de lentes de câmeras e telescópios.

Praseodímio: Minério usado para criar metais de alta resistência utilizados por exemplo em motores de aviões.

Cério: Minério utilizado em conversores catalíticos. Um Conversor Catalítico é um dispositivo usado para reduzir a toxicidade das emissões dos gases de escape de um motor de combustão interna.

Gadolíneo: Usado em equipamentos de Raio-X e MRI ("Magnetic Resonance Imaging").

Samário: Semelhante a outros metais de terras raras, é usado em eletrodos de carbono para iluminação de estúdios e projeção de filmes. A liga de samário e cobalto é usada para produzir ímãs com resistência à desmagnetização maior do que qualquer outro material.Para dopar cristais de fluoreto de cálcio usados em lasers.O óxido é usado na produção de vidros absorventes de infravermelho, como absorvedor de nêutrons em reatores nucleares e como catalisador na desidratação e desidrogenação de álcool etílico.

A China responde por 97% da produção de terras raras, 17 metais, muitas vezes chamados também de "ouro do século 21", por serem raros e valiosos pela grande utilidade que têm.

Baiyun 'Ebo na Mongólia Central é a maior mina de Terras Raras do mundo. Os EUA já foram um dos grandes produtores de Terras Raras, mas várias de suas minas foram fechadas. A China tem ainda ao seu favor a mão-de-obra barata, poucas restrições ambientais.

Os elementos de Terras Raras são de difícil extração, tóxicos e muitas vezes radioativos. A extração desses minérios é realizada em geral a céu aberto, com isso aumentando a poluição. Para produzir 1 Ton. de Terras Raras perde-se 300m² de solo arável.

Em 2010, a China exportou 39 mil toneladas de terras raras, mas o governo chinês já anunciou que pretende limitar o total a ser exportado este ano para pouco mais de 30 mil toneladas. Muitos países possuem reservas de Terras Raras, porém não exploram seu potêncial. O Brasil é um pequeno produtor de terras raras, com o mercado praticamente dominado pela China.

Fonte: BBC Brasil / GeoPolítica Brasil
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sábado, 2 de julho de 2011

Rússia diz que enviará tropas à cada vez mais disputada região do Ártico

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O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nesta sexta-feira que o país planeja criar duas brigadas militares especializadas para a região do Ártico, local que tende a se tornar um polo de disputa regional.

O anúncio ocorre um dia depois de o premiê russo, Vladimir Putin, ter dito que a Rússia pretende "expandir sua presença no Ártico" e defender "forte e persistentemente" seus interesses na região.

Com o derretimento de geleiras no Polo Norte, diversos países - como Estados Unidos, Dinamarca, Canadá e Noruega - têm reclamado soberania sobre partes do Ártico, onde acredita-se que haja significativas reservas inexploradas de petróleo e gás.

Putin destacou que está "aberto ao diálogo com os parceiros estrangeiros, com nossos vizinhos do Ártico", mas que vai defender seus próprios "interesses geopolíticos".

Segundo o ministro russo da Defesa, Anatoly Serdyukov, disse à imprensa estatal, a Rússia está agora avaliando detalhes sobre as brigadas, como número de soldados, tipos de armas que serão usadas e onde serão suas bases.

O correspondente da BBC em Moscou, Daniel Sandford, disse que os planos russos de enviar tropas ao Ártico ainda parecem estar em estágio inicial, ainda que relatos anteriores citassem apenas o envio de uma brigada, em vez de duas.

Dinamarca

Em maio passado, o governo da Dinamarca revelou planos de reivindicar uma grande área localizada no oceano Ártico.

"Esperamos que a Dinamarca consiga ser bem-sucedida na reivindicação de uma área que, entre outras coisas, inclui o Polo Norte", disse a ministra das Relações Exteriores dinamarquesa, Lene Espersen, em comunicado.

Além de recursos minerais, o derretimento do gelo no Ártico vai viabilizar novas rotas comerciais para navios e locais de pesca.

Fonte: BBC Brasil
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quarta-feira, 18 de maio de 2011

A 'partilha' do Ártico

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Um encontro do Conselho Ártico na Groenlândia, na quinta-feira, acabou com a assinatura de uma declaração formal e um acordo regional para colaboração em operações de busca e salvamento. Assim, à primeira vista, pode-se até perguntar qual a importância disso, mas é preciso ler nas entrelinhas.

Em tempos de mudança climática, o derretimento do gelo ártico significa que áreas cada vez maiores estarão descobertas e, assim, abertas à exploração de petróleo e minérios. Calcula-se que a região de mais de 30 milhões de quilômetros quadrados abrigue até 25% das reservas globais de gás natural e petróleo.

Na prática, o acordo de busca e resgate é o primeiro passo legalmente obrigatório aprovado pelo conselho, composto por representantes dos oito países árticos: Canadá, Estados Unidos, Islândia, Finlândia, Suécia, Dinamarca (Groenlândia e ilhas Faroe), Noruega e Rússia, além de representantes de dezenas de povos indígenas.

A presença de ninguém menos que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em Nuuk sublinha a importância simbólica do acordo.

Por trás do lustre diplomático, nos bastidores, a corrida seria muito menos civilizada do que aparenta a foto da assinatura do acordo. Um comunicado diplomático vazado pelo site Wikileaks dá uma amostra do tom usado nessa corrida no degelo.

Segundo o Wikileaks, o ministro do Exterior da Dinamarca, Per Stig Moeller, teria feito a seguinte piada com colegas americanos: "se vocês ficarem de fora, sobra mais do Ártico para trincharmos entre nós".

Diante deste quadro de iminente desenvolvimento na região, o encontro de Nuuk indica que, entre promessas de combate às mudanças climáticas e proteção da biodiversidade, os países da região estão dispostos a colaborar de forma a organizar e regulamentar a exploração. Talvez seja um sinal de que o desastre provocado pela BP no Golfo do México ainda esteja vivo na lembraça dos governantes.

Fonte: BBC Brasil
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

WikiLeaks revela locais estratégicos para os EUA no Brasil e no mundo

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Um documento secreto assinado em fevereiro de 2009 pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e divulgado ontem pelo WikiLeaks, mostra que alguns recursos naturais brasileiros estão em uma lista de interesses estratégicos de Washington e são considerados "vitais" para a segurança nacional americana.

O documento traz uma relação de cerca de 300 locais espalhados pelo mundo cuja perda "pode ter um impacto crítico na segurança econômica, saúde pública ou na segurança nacional dos EUA". A recomendação de Hillary era para que todas as embaixadas produzissem uma lista onde há pontos "críticos de infraestrutura" e "recursos-chave" em cada país.

No Brasil, os locais relacionados foram: dois cabos submarinos de telecomunicação em Fortaleza (CE) e um no Rio de Janeiro, as minas de minério de ferro e manganês da multinacional Rio Tinto - que hoje pertencem à Vale -, e as minas de nióbio de Araxá (MG) e Catalão (GO).

Não constam da lista as reservas do pré-sal e nem os recursos biológicos da Amazônia, alardeados pelo governo brasileiro como locais que precisam ser protegidos da ameaça externa.

Nióbio. O Brasil tem 98% das reservas mundiais exploráveis de nióbio, metal usado em ligas de grande resistência, matéria-prima para cápsulas espaciais, mísseis, foguetes, reatores nucleares e semicondutores. O produto é tido como fundamental para a indústria bélica e espacial dos EUA, que importa do Brasil até 87% do nióbio de que necessita.

Segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, somente as reservas de nióbio da mina de São Gabriel da Cachoeira (AM) valeriam cerca de US$ 1 trilhão. A mina de Araxá seria responsável por 75% de todas as reservas mundiais do metal.

Os diplomatas americanos listaram também pontos de eventuais estrangulamentos no fornecimento de suprimentos usando como base três critérios: ligações físicas diretas (gasodutos, oleodutos, cabos de telecomunicações e pontes perto da fronteira americana), produtos e serviços controlados por outros países (matérias-primas essenciais para a indústria dos EUA) e locais de passagem fundamentais para comércio mundial (como o Canal do Panamá e os Estreitos de Ormuz. Gibraltar e Malaca).

Também fazem parte da lista usinas hidrelétricas próximas do território americano, localizadas no México e no Canadá, que são importantes para o fornecimento de energia do país. Outros recursos naturais relacionados são a exploração de zinco no Peru, a de cobre no Chile, a de cobalto no Congo e de bauxita em Guiné, assim como a usina de Abqaiq, na Arábia Saudita, maior centro de processamento de petróleo do planeta, e o entroncamento de gasodutos em Nadym, no oeste da Sibéria, que é descrito como o mais "crucial do mundo".

O objetivo do documento secreto seria também manter um inventário, atualizado anualmente, dos locais fora dos EUA cuja perda poderia afetar a "saúde pública do país", principalmente diante do temor de epidemias e ataques de bioterrorismo.

Por isso, a lista inclui desde uma fábrica de soro antiofídico na Austrália até uma indústria de insulina na Dinamarca. Há ainda laboratórios farmacêuticos na Espanha, França e na Suíça - a Roche, que produz o Tamiflu, usado para combater a gripe suína, também foi incluída na relação.

Reação.

O Departamento de Estado dos EUA e o governo britânico criticaram a divulgação dos locais estratégicos.

O argumento é o de que o documento é um presente para grupos terroristas, como a Al-Qaeda, que teria uma vasta lista de alvos em potencial. "Existe uma razão forte para manter confidenciais algumas informações vitais, incluindo a identificação de pontos de infraestrutura que são fundamentais para a economia dos EUA", disse Philip Crowley, porta-voz do Departamento de Estado (mais informações na página A11).

Segundo o premiê britânico, David Cameron, a divulgação do documento "é prejudicial à segurança nacional dos EUA e da Grã-Bretanha".

Alguns analistas, no entanto, afirmam que a lista de locais estratégicos não apresenta nenhuma novidade. Muitos locais já teriam sido alvo de terroristas, como a usina saudita de Abqaiq, que foi atacada pela Al-Qaeda em fevereiro de 2006.

ATENÇÃO GLOBAL

Todos os locais são citados em um único documento, assinado por Hillary Clinton, em fevereiro de 2009

Entre os principais pontos de passagem de mercadorias estão os Canais do Panamá e de Suez e os Estreitos de Ormuz, Málaca e Gibraltar

No Brasil, foram listados cabos de telecomunicações no Ceará e no Rio, e minas de ferro, manganês e nióbio em MG, MS e GO

Os EUA consideram estratégicas hidrelétricas no México e no Canadá

A perda ou o ataque a algum desses locais afetaria a economia ou a segurança dos EUA.

Dependência de nióbio é causa de preocupação de Washington
A grande dependência do nióbio brasileiro deve explicar, segundo especialistas, a preocupação do governo dos Estados Unidos com relação à segurança das minas do País. O Brasil detém 98% das reservas e 91% da produção mundial do minério, usado para a fabricação de aços especiais.

Os Estados Unidos não produzem o minério.

Relatório anual do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) aponta que o Brasil tem reservas de 2,9 milhões de toneladas de nióbio, com uma produção acumulada de 57 mil toneladas em 2009. O País foi responsável, no ano passado, por 87% das importações americanas do mineral.

O documento indica que a maior economia do mundo continuará dependente do nióbio brasileiro. "As reservas domésticas (dos Estados Unidos) de nióbio têm baixa qualidade, algumas complexas do ponto de vista geológico, e muitas não são comercialmente recuperáveis", diz o texto, publicado em janeiro. Segunda maior reserva, o Canadá é responsável por apenas 7% da produção mundial.

Procuradas pelo Estado, as empresas responsáveis pelas minas citadas no documento divulgado pela WikiLeaks não se pronunciaram sobre o assunto. A CBMM, do grupo Moreira Salles, e a Anglo American são as duas grandes produtoras de nióbio no País, operadoras das minas de Araxá e de Goiás, respectivamente.

O Brasil é também um grande produtor de manganês, o que explica a inclusão do produto na lista dos ativos brasileiros importantes. Segundo documento da USGS referente a esse mineral, o Brasil teve a quarta maior produção em 2009, ano em que foi responsável por 5% das importações americanas da commodity. Os Estados Unidos não produzem manganês desde a década de 70, também por causa da baixa qualidade das jazidas domésticas.

A lista divulgada pela WikiLeaks inclui a produção de minério de ferro pela "mina Rio Tinto", que não tem mais ativos brasileiros nesse segmento. A companhia operava uma mina em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que foi vendida à Vale do Rio Doce do ano passado. Nenhuma das empresas comentou a inclusão do projeto na lista.

PARA ENTENDER

O nióbio, um metal nobre descoberto em 1801, é usado para a fabricação de peças inoxidáveis e em outras ligas de metais não-ferrosos, como as utilizadas em oleodutos e gasodutos. Por suas propriedades, também é largamente utilizado em indústrias nucleares. Grande quantidade de nióbio é utilizada em superligas para a fabricação de motores de jatos e subconjuntos de foguetes - equipamentos que necessitam de alta resistência à combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini, da Nasa.

Cabos submarinos estão entre pontos de atenção
Além das minas de nióbio, ferro e manganês, a lista secreta de locais estratégicos para os Estados Unidos divulgada ontem pelo site WikiLeaks inclui cabos submarinos de telecomunicações.

Um dos cabos mencionados no documento interliga o Brasil aos Estados Unidos e entrou em operação em setembro de 2000. Conhecido como Américas II, o cabo tem 9 mil quilômetros de extensão e passa pela Guiana Francesa, Trinidad e Tobago, Venezuela, Curaçau, Martinica, Porto Rico, até chegar aos Estados Unidos.

O cabo tem capacidade de transmitir 151.200 ligações simultâneas e opera com uma tecnologia que permite a sincronização simultânea na transmissão de dados.

Além do Américas II, outros cabos de telecomunicações partem de Fortaleza e são fundamentais para a interligação do continente. Um dos exemplos é o Emergia, inaugurado em 2001, responsável pela ligação da América do Sul, Central e do Norte. O Emergia tem 25 mil quilômetros de extensão.

Um eventual ataque ao sistema de cabos submarinos poderia causar falhas críticas de transmissão de dados e prejuízos incalculáveis à economia mundial, segundo especialistas. Do sistema dependem, por exemplo, a transferência de dados financeiros e grande parte da comunicação militar.

Fonte: Estadão
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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Estrangeiros compram 22 campos de futebol por hora

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Empresas e pessoas de outros países compram o equivalente a 22 campos de futebol em terras no Brasil a cada uma hora. Em dois anos e meio, os estrangeiros adquiriram 1.152 imóveis, num total de 515,1 mil hectares.

A Folha comparou registros mais recentes feitos entre novembro de 2007 e maio de 2010 pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que leva em conta as aquisições de pessoas e empresas de outros países.

Na tentativa de conter a "invasão estrangeira", o Incra também regula compras e arrendamento de terras feitos por empresas com sede no Brasil, mas que são controladas por estrangeiros.

Segundo o Incra, os estados de Minas Gerais e Amazonas concentram 60% do total de terras compradas por estrangeiros no país entre novembro de 2007 e maio deste ano.

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, explica que o Triângulo Mineiro, área geograficamente classificada de estratégica pela facilidade de escoamento da produção, atrai usineiros internacionais que antes atuavam no Nordeste.

"Não é xenofobia. Agora temos regras que trazem estabilidade jurídica e potencializa o combate à grilagem", afirma o presidente do Incra, Rolf Hackbart.

"Além disso, as medidas não afastam investidores, porque o Brasil não deixou de oferecer rentabilidade", completa o presidente da autarquia federal.

Fonte: Folha/JB
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Países emergentes são criticados na cúpula da biodiversidade

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A falta de flexibilidade de alguns países emergentes foi criticada nesta sexta-feira na convenção da ONU sobre a biodiversidade realizada na cidade japonesa de Nagoia, informou a imprensa local.

A décima Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-10) pretende culminar em um plano estratégico para proteger a biodiversidade até 2020 e um protocolo sobre os benefícios compartilhados pelo uso dos recursos genéticos.

"O cumprimento das metas para a preservação da biodiversidade está sendo utilizado (pelos países emergentes) como moeda de troca para obter concessões das nações desenvolvidas com relação aos recursos genéticos", disse hoje um negociador japonês à agência de notícias Kyodo.

Os interesses dos países emergentes nas discussões se focam nos recursos genéticos de plantas e micro-organismos e o acesso equitativo aos benefícios derivados de seu uso.

Alguns países como o Brasil, que tem uma grande riqueza de recursos genéticos, muitos deles dentro do território amazônico, pediram que os objetivos de conservação e o protocolo sejam adotados conjuntamente na COP-10, onde participam representantes de 193 países.

Para o diretor de biodiversidade da ONG WWF, Günter Mitlacher, as conversas não progrediram porque as posições dos países emergentes são tão firmes que não é possível negociar, segundo a Kyodo.

Nas discussões sobre a biodiversidade, os defensores das propostas mais ambiciosas, como a União Europeia e a Noruega, propuseram tornar 15% dos oceanos áreas de proteção ambiental.

Em um dos subcomitês para fixar as metas posteriores a 2010, o Brasil criticou o plano europeu por considerá-lo exagerado, enquanto a China pediu que a área de proteção seja reduzida a 6% dos oceanos, devido a limitações no financiamento.

Os países emergentes declararam que, para alcançar os objetivos propostos pela União Europeia e pela Noruega, a ajuda financeira atual deveria ser multiplicada por cem.
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domingo, 17 de outubro de 2010

Brasil estuda cooperação para explorar minas no Afeganistão

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O Brasil estuda mecanismos de cooperação para a exploração de minérios e desenvolvimento tecnológico nessa área com o Afeganistão, país interessado em produzir baterias de lítio a partir das gigantescas reservas descobertas em julho, informou hoje a imprensa brasileira.

Uma delegação do Governo brasileiro, liderada por Marco Farani, diretor da Agência Brasileira de Cooperação, foi a Cabul durante esta semana para se reunir com autoridades locais interessadas na participação brasileira, publicou a edição digital do diário "O Estado de S. Paulo".

A missão brasileira se reuniu com o ministro de Minas afegão, Wahidullah Shahrani, que transmitiu o pedido oficial para que o Brasil participe do desenvolvimento de um marco regulador que permita o investimento estrangeiro para a exploração de jazidas minerais.

O Afeganistão pretende desenvolver a indústria de baterias de lítio, dominada por Coreia do Sul, China e Estados Unidos.

Em julho, os EUA e aliados militares europeus descobriram no Afeganistão uma gigantesca reserva de minerais como cobre, cobalto, ferro, lítio e ouro.

Fonte: EFE
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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Brasil quer estender soberania de 350 milhas sobre o mar

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Antes ainda da vigência de tratados internacionais a Marinha brasileira quer exercer soberania sobre uma área ampliada das águas territoriais, a chamada ‘Amazônia azul’, por ser tão extensa quanto a Amazônia.

Todo país tem soberania de 200 milhas sobre o mar, a partir da sua costa. Mas o Brasil quer estender esse direito para até 350. Por causa do pré-sal, o governo está de olho na riqueza do subsolo oceânico, como explica o geólogo da Universidade Católica de Brasília, Luiz Fernando Kitajima.

“Quando a América do Sul se separa da África, em torno de 200, 230 milhões de anos atrás, a região inicialmente era um mar raso, rico em atividade biológico e recebendo muito sedimento. O resultado é que formou a matéria-prima básica para a formação do petróleo e do gás natural em grandes quantidades", diz o geólogo.

Boa parte dessa riqueza está na plataforma continental, que é a margem dos continentes submersa pelas águas do oceano. Para estender o direito sobre a área, o Brasil entrou com pedido na Onu, em 2004. A comissão fez recomendações e uma nova proposta vai se enviada pelo Brasil em 2012. Só que o país, desde já, resolveu tomar posse da área.

“Os direitos do estado brasileiro, nesta extensão da plataforma continental e aí inclui o direito de autorizar pesquisa cientifica na plataforma, ele deve ser exercido já pelo Brasil ainda que a delimitação definitiva da nossa plataforma esteja em andamento", fala o secretário da comissão Interministerial, almirante Marcos José Carvalho Ferreira.

Para o professor de direito internacional da UNB, Márcio Garcia, o Brasil não estaria infringindo regras, porque, por enquanto, não há proibição.

“A comissão entender que o Brasil não tem direito, o Brasil tem que cumprir a decisão da comissão, mas não acredito que isso venha a acontecer, eu acho que é um gesto de fato político importante internamente e internacionalmente também", explica o professor.

Limite marítimo é assunto sério e quase levou o Brasil à guerra. Foi início da década de 1960 contra a França. O episódio ficou conhecido à época como a "Guerra da Lagosta".

Embarcações francesas resolveram pescar o crustáceo perto da costa brasileira. A Marinha do Brasil expulsou os europeus. O governo francês ficou irritado e mandou navios de guerra para pressionar o Brasil. Para evitar o pior, a diplomacia entrou em campo.

Aí começou o debate: lagosta anda ou nada? Se andasse, tocaria em solo marinho, portanto, estaria em território brasileiro, se nadasse, poderia ser considerada peixe e estaria em águas internacionais.

Foi aí que o almirante brasileiro Paulo Moreira matou a questão a favor do Brasil: se era verdade o argumento francês de que lagosta, quando boia, nada, por isso seria peixe e estaria em águas internacionais, então seria verdade que canguru, quando pula, voa, então seria ave. Foi nesta ocasião que teria sido dita a polêmica frase: ‘O Brasil não é um país sério’, atribuída ao presidente francês Charles de Gaulle.

Fonte: O Globo
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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Os supernavios de guerra da Vale

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O maior navio de guerra do mundo é um porta-aviões americano chamado Enterprise, que mede 342 metros de uma ponta a outra e pode carregar 85 caças. Os dois maiores transatlânticos em atividade no mundo, da Royal Caribbean, têm 360 metros de comprimento e transportam mais de 5 mil pessoas cada. Em breve, uma empresa brasileira vai estrear nesse clube: é a mineradora Vale, maior companhia privada do País, que está construindo sua própria frota de supernavios.

São 35 navios que, uma vez prontos, serão os maiores em operação no mundo. Iguais a eles, só haverá os outros dois da Royal Caribbean. Eles vão custar US$ 4 bilhões. Com 360 metros de comprimento, cada navio terá capacidade para 400 mil toneladas, o equivalente ao peso de 470 mil carros Fiat Uno. Um cargueiro comum não chega à metade disso. No passado, até havia algumas embarcações maiores, mas foram desativadas e viraram sucata ou tanques para estocar petróleo em alto mar.

A frota da Vale está sendo montada para brigar com as mineradoras australianas na Ásia, principalmente no mercado chinês. A Vale deve vender este ano 140 milhões de toneladas de minério de ferro para a China, quase metade da produção total da empresa, mas quer ampliar esse volume. Para isso, os brasileiros precisam anular a vantagem geográfica dos australianos, que estão bem mais perto da Ásia.

O minério brasileiro demora 45 dias para chegar à China, enquanto os australianos precisam de apenas 15 dias de navegação. “Cada tonelada que mandamos para a China paga 30 dias de frete a mais do que o minério da Austrália. Os novos navios farão nosso produto chegar mais barato”, afirma José Carlos Martins, diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale.

Dependência. A missão da frota gigante será entregar grandes quantidades de minério com maior rapidez e, principalmente, acabar com a dependência dos armadores internacionais. A Vale está construindo seus navios na China e na Coreia do Sul. Os primeiros ficam prontos no ano que vem e os outros serão entregues aos poucos até o fim de 2014.

Nem todos serão propriedade da mineradora. Das 35 embarcações, 19 foram encomendadas diretamente pela Vale e as demais por armadores que irão trabalhar com exclusividade para ela durante 25 anos – a vida útil desses navios.

Eles são tão grandes que só conseguem atracar nos portos da própria Vale, no Maranhão e no Espírito Santo, e nos principais portos da China. O detalhe é que a empresa tem projetos prontos para fazer navios ainda maiores, com capacidade para 500 mil e 600 mil toneladas, mas desistiu de fazê-los agora porque não haveria portos com capacidade de recebê-los. “Seria preciso investir muito em dragagem e em equipamentos. Mas no futuro eles serão feitos”, afirma Martins, da Vale.

Os supercargueiros chamam a atenção, mas eles são parte de uma empreitada mais ambiciosa. Desde o ano passado, a Vale vem montando, discretamente, uma das maiores frotas privadas do mundo. Entre navios novos, usados e petroleiros convertidos para graneleiros, o mercado estima que a mineradora brasileira tenha comprado cerca de 100 embarcações de 2009 para cá. A Vale não confirma esse número. Mesmo no caso dos supernavios, até agora a companhia só tinha falado das primeiras 12 encomendas. Os outros 23 só estão aparecendo agora.

Espionagem. Dois motivos levam a empresa a ser discreta. O primeiro é a concorrência. A Vale atua num mercado de poucas empresas, que fica mais concorrido a cada ano. Maior mineradora de ferro do mundo, a Vale e suas rivais ficam se espionando o tempo todo, uma tentando atrapalhar o caminho da outra.

Por isso, a companhia não quer que os concorrentes conheçam todos os seus passos. “A Vale já tem o melhor produto do mundo (o minério de Carajás, no Pará)”, diz o consultor Sérgio Alves, que trabalha para mineradoras asiáticas no Brasil.”Quando ela passa a controlar também o transporte marítimo, ganha enorme competitividade, já que o frete é tão importante quanto o preço do minério. Os australianos devem estar preocupados.” De acordo com a mineradora, só com os navios já comprados houve uma economia de US$ 3 bilhões em relação ao que teria sido pago em fretes a terceiros.

O outro motivo é político. O governo e os fabricantes nacionais de navios e equipamentos fizeram pressão para que a Vale construísse seus navios no Brasil. Antes de fazer as encomendas, a mineradora fez uma tomada de preços junto aos estaleiros locais.

A maioria já estava comprometida com encomendas para a Petrobrás, além de embarcações menores para a própria Vale. Os únicos dois estaleiros com agenda disponível para atender ao pedido cobravam, segundo a mineradora, quase o dobro do preço dos fabricantes da Ásia. “Seria interessante fazer esses navios no Brasil, mas não havia como”, diz o consultor Sérgio Alves. “Além disso, não tinham preço competitivo. Não era uma questão de querer ou não.”

Fonte: O Globo
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Rússia quer provar até 2013 que 1 milhão de km² do Ártico lhe pertence

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Um representante do governo da Rússia disse nesta quarta-feira que o país pretende comprovar, até 2013, que uma área de mais de um milhão de quilômetros quadrados no Ártico faz parte de seu território, em meio a uma corrida com outros países pelo controle dos recursos minerais na região.

A declaração do conselheiro do presidente Dmitry Medvedev para as mudanças climáticas, Alexander Bedritsky, foi feita durante uma reunião internacional em Moscou para discutir a divisão do território do Ártico e a cooperação entre Rússia, Noruega, Canadá, Dinamarca e Estados Unidos.

Estima-se que a região do Polo Norte guarde cerca de 25% das reservas mundiais de petróleo e gás natural, e esses países, que têm territórios próximos ao Ártico, ainda não alcançaram um consenso sobre como dividir a área. Bedritsky disse que seu país pretende apresentar à ONU dados adicionais entre 2012 e 2013 para comprovar que o país tem direito ao território que reivindica. "Defenderemos nossos interesses no Ártico com todos os instrumentos fornecidos pelos acordos internacionais, e não acredito que veremos um confronto, apesar de alguns países afirmarem que existe a necessidade de reafirmar os seus potenciais", disse Bedritsky.

Degelo

Até quinta-feira, 300 delegados discutirão em Moscou as possibilidades de cooperação entre os países e as principais reivindicações por faixas de território. Um ponto polêmico é uma montanha submersa conhecida como Cordilheira de Lomonosov. Em 2001, Moscou reivindicou o território, disputado com o Canadá, às Nações Unidas. O pedido foi rejeitado por falta de evidências de que o pico faz parte da plataforma continental onde fica a Rússia.

De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, o país precisa comprovar que a região submersa é uma extensão do território russo para ter direito de exploração sobre ela. Há três anos, uma expedição russa colocou uma bandeira de titânio no solo oceânico sob o Polo Norte como gesto simbólico da reivindicação do país. Os depósitos sob o Oceano Ártico estão se tornando mais acessíveis por causa de uma diminuição dramática da capa de gelo polar a cada ano. Cientistas acreditam que o Ártico pode degelar completamente durante o verão daqui a pelo menos 20 anos.

Riqueza submersa

A Rússia anunciou recentemente que deve gastar US$ 64 milhões em pesquisa para comprovar seu direito sobre a Cordilheira de Lomonosov. A área pode ter mais de 75 bilhões de barris de petróleo, mais do que o total das reservas atuais do país. Na semana passada, o primeiro ministro do Canadá encontrou com o líder russo em Moscou para discutirem o caso.

Segundo a ONU, uma nação costeira tem direito exclusivo de exploração de recursos naturais acima ou abaixo do mar até 200 milhas náuticas (370 km) além do seu país. Se as reservas naturais estenderem esse território, o país precisa levar evidências científicas ao conhecimento da comissão das Nações Unidas, que pode recomendar um novo limite.

Apesar da disputa pelos territórios, Moscou diz que não tem planos imediatos para o desenvolvimento da exploração e enfatizou a necessidade de cooperação internacional. Os russos acreditam que podem precisar de até dez anos para comprovar os direitos sobre o território reivindicado. Enquanto isso, o país procura se estabelecer como principal força na região.

Disputas

Em setembro, Rússia e Noruega assinaram um tratado que pôs fim a 40 anos de disputa sobre as fronteiras no Oceano Ártico e no Mar de Barents. Os países dividiram uma área que corresponde a metade do tamanho da Alemanha, onde há cerca de 7,6 bilhões de barris de petróleo, de acordo como o Ministério russo de recursos naturais. O acordo deve permitir que a Noruega mantenha seus níveis de produção de petróleo e gás apesar da diminuição das suas reservas atuais no Mar da Noruega.

Em agosto, Canadá e Estados Unidos deram início a um estudo conjunto das fronteiras de cada país no ártico. Os dois países disputam desde os anos 1970 um território de cerca de 21 mil quilômetros quadrados que pode conter 1,7 bilhão de metros cúbicos de gás - o suficiente para suprir a demanda do Canadá por 20 anos - e mais de 1 bilhão de metros cúbicos de petróleo.

Fonte: BBC Brasil
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

EUA descobrem R$ 1,8 trilhão em reservas minerais no Afeganistão

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Os Estados Unidos descobriram quase US$ 1 trilhão (cerca de R$ 1,8 trilhão) em reservas minerais inexploradas no Afeganistão, bem longe de quaisquer reservas já conhecidas e grandes o suficiente para mudar a economia e até o destino da guerra nesse país da Ásia, segundo autoridades de alto escalão do governo americano ouvidas pelo jornal "The New York Times".

O valor das reservas descobertas são gigantescos se comparado à atual economia afegã destroçada pela guerra, altamente dependente da produção de ópio e do tráfico de narcóticos, bem como de ajuda dos EUA e de outros países, diz o jornal. O produto interno bruto atual do Afeganistão é de apenas cerca de US$ 12 bilhões (R$ 21,6 bilhões).

As reservas minerais descobertas estão espalhados pelo país, incluindo nas regiões sul e leste ao longo da fronteira com o Paquistão, onde ocorreram a maior parte dos piores combates contra a insurgência taleban.

A descoberta envolve depósitos tão grandes de ferro, cobre, cobalto, ouro e metais fundamentais para a indústria, como o lítio, que poderiam transformar o Afeganistão em um dos principais centros de mineração do mundo, afirmaram as autoridades dos EUA ao "NYT".

Segundo um documento interno do Pentágono, por exemplo, o Afeganistão poderia se tornar a "Arábia Saudita do lítio", um material extremamente importante para a fabricação de baterias para laptops e celulares, segundo o jornal.

Indústria de mineração

A descoberta foi fruto do trabalho de uma pequena equipe de oficiais do Pentágono e geólogos americanos, e o governo afegão teria sido recentemente comunicado superficialmente sobre o assunto, segundo as autoridades ouvidas pelo "NYT".

Ainda que possa levar anos para que uma indústria de mineração se desenvolva no país, o potencial é tão bom que autoridades e executivos da área acreditam que poderia atrair grandes investimentos mesmo antes de as minas se tornarem rentáveis, gerando empregos após gerações de guerra, informa o jornal.

Virtualmente com nenhuma indústria ou infraestrutura de mineração em operação atualmente, levaria décadas para o Afeganistão conseguir explorar esse potencial completamente.

"Há um potencial formidável aqui", disse o general David H. Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA, em entrevista neste sábado. "Há vários 'se', claro, mas eu acho que potencialmente é enormemente significativo."

Uma força-tarefa do Pentágono já começou a tentar ajudar o governo afegão a estabelecer um sistema para lidar com o desenvolvimento da mineração.

Empresas internacionais de contabilidade com experiência em contratos de mineração foram contratadas para prestar consultoria junto ao Ministério de Minas do Afeganistão, informa o jornal americano. Informações técnicas estão sendo preparadas para serem entregues a multinacionais de mineração e outros potenciais investidores.

Efeitos colaterais

As autoridades dos EUA e Afeganistão concordaram em discutir a descoberta em meio a um difícil momento para a guerra no país asiático. A ofensiva liderada pelos americanos no sul do país conseguiu apenas resultados limitados e acusações contra o presidente Hamid Karzai tiram a credibilidade do governo.

Os EUA, no entanto, reconhecem que a novidade pode ser uma "faca de dois gumes": pode levar o Taleban a lutar ainda mais intensamente para conquistar o comando e pode aumentar a corrupção no país, segundo o "NYT".

Fonte: The New York Times
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