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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Sucesso - "Super Hornet" demonstra com sucesso capacidade de operar no sistema STOBAR

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Foi anunciado pela Boeing a bem sucedida demonstração do F/A-18E "Super Hornet" operando com sistema STOBAR, comprovando sua capacidade de operar à bordo dos Navios-Aeródromos (NAe) indianos, os quais empregam o sistema de lançamento com uso de "Ski-jump". A demonstração faz parte dos esforços da norte americana Boeing, que é uma das participantes do programa que irá definir a nova aeronave embarcada da Marinha da Índia.

A demonstração que foi realizadas em coordenação com a US Navy, se deu nas instalação da Naval Air Station Patuxent river em Maryland, nos EUA, onde foi exibida a capacidade de decolagem curta do F/A-18E "Super Hornet" empregando o sistema STOBAR, com auxílio de uma rampa (Ski-jump) como se dá nos Navios-Aeródromos da Índia, validando estudos e simulação anteriores feitos nos últimos anos.

O primeiro lançamento bem-sucedido e seguro do "Super Hornet" com uma Ski-jump marca o inicio do processo de validação e certificação para aeronave operar efetivamente a partir dos porta-aviões da Marinha indiana, o que coloca a aeronave norte americana como uma das potenciais opções indianas.

A Boeing vem ofertando o F/A-18E Block III "Super Hornet" à Marinha da Índia, dentre os argumentos apresentados pela norte americana, esta a capacidade superior de combate que sua aeronave confere, além das oportunidades de cooperação entre a aviação naval dos EUA e Índia. Segundo publicado em um site indiano, o representante da Boeing na Índia, Ankur Kanaglekar disse que o "Super Hornet" é um "alicerce" para cooperação entre as Marinhas da Índia e dos Estados Unidos. No entanto, ele ressalta que os requisitos da Marinha indiana e da Força Aérea Indiana eram diferentes.

Ele ainda destacou a capacidade de integração entre o "Super Hornet" e o P-8I da Marinha indiana, sendo um “multiplicador de força”.

Como parte do programa proposto pela Boeing “By India, for India”, o "Super Hornet" Block III poderia ter grande parte da manutenção realizada pela própria Marinha indiana, bem como com parceiros da Índia e dos Estados Unidos durante todo o ciclo de vida da aeronave. Isso iria desenvolver ainda mais a experiência avançada em manutenção de aeronaves pela Índia, resultando em maior disponibilidade da aeronave, preços competitivos e risco reduzido para a Marinha indiana.

A Marinha da Índia atualmente avalia as propostas dos fabricantes recebidas em resposta ao Pedido de Informações (RFI) lançado em 2017, o qual prevê a aquisição de até 57 aeronaves bimotoras para operações embarcadas nos seus NAes. No entanto, com o DRDO oferecendo o desenvolvimento de um vetor aeronaval bimotor. Recentemente a Marinha indiana manifestou o interesse reduzir do número inicial de 57 para cerca de 36 aeronaves.

O único NAe indiano em serviço, o INS Vikramaditya, e o NAe INS Vikrant em avançado estágio de construção, contam com sistema STOBAR para lançamento e recolhimento de aeronaves, dotados de Skyjump.

Foi ventilado pela mídia local, que o Estado-Maior da Marinha Indiana tem buscado uma solução conjunto com a Força Aérea Indiana (IAF), tentando conciliar as necessidades e requisitos de ambas as forças, o que resultaria nua aquisição combinada, somando a intenção inicial de 57 aeronaves da Marinha, com as 114 aeronaves previstas pela IAF, o que resultaria no maior contrato da atualidade, somando 171 aeronaves.


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domingo, 19 de julho de 2020

Índia pretende aposentar MIG-29K em 2034, após entrada em serviço do seu novo caça bimotor naval

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A Índia aposta suas fichas no programa de desenvolvimento de uma nova aeronave naval bimotora baseada no LCA (Light Combat Aircraft), e espera que sua Marinha comece a receber as novas aeronaves embarcadas desenvolvidas pela Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO) até 2032, passo que resultará no inicio da transição entre os russos MiG-29K em serviço, que deverão ser aposentados até 2034.

A Marinha deve adquirir a aeronave bimotora produzida pela Hindustan Aeronautics Ltd. (HAL) até 2032. Ela substituirá os atuais MiG-29Ks em serviço, os quais estão programados para começar a dar baixa em 2034. Atualmente a Índia opera o Navio Aeródromo (NAe) de origem russa "INS Vikramaditya" e espera em breve passar a contar com o primeiro NAe construído localmente, o "INS Vikrant", que deverá finalmente ser entregue ao setor operativo daquela Marinha em 2022. 

MIG-29K devem dar baixa em 2034 na Marinha indiana
Inicialmente a Índia pretende realizar a aquisição de aproximadamente 57 aeronaves do tipo, visando mobiliar os esquadrões que irão operar no Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) daquela força naval. Porém, restrições orçamentárias podem resultar na revisão do programa de obtenção das aeronaves e levar a aquisição de um número menor do novo vetor naval.

Após o bem sucedido pouso do "Tejas" a bordo do NAe "INS Vikramaditya" em janeiro deste ano, e na sequência vários testes, a Marinha indiana concluiu por apostar no desenvolvimento de um novo caça bimotor baseado no "Tejas", abandonando o desenvolvimento da variante naval prevista inicialmente, conhecida como LCA Mk.2 , com DRDO se oferecendo para desenvolver o novo caça bimotor naval indiano.

A previsão é que o primeiro protótipo do novo caça conhecido como "Twin Engine Deck Based Fighter" (TEDBF) esteja pronto até 2026, segundo informações divulgadas em dezembro de 2019. 


Atualmente o inventário da Marinha indiana conta com 45 aeronaves MiG-29K, o que segundo fontes não serão suficientes para dotar os NAe indianos, o que nos leva a crer que o número de aeronaves adquiridas no âmbito do programa TEDBF supere as 50 células, devendo resultar na compra em dois lotes distintos.



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domingo, 14 de junho de 2020

Como funcionam os processos de compras de equipamentos militares?

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Um comentário muito comum quando há um processo de compra de equipamentos militares é "por que escolheram o sistema x, se o sistema y é melhor em abc?"

Essa pergunta realmente não é fácil de responder. Neste artigo, vamos explicar, de maneira simplificada, alguns aspectos de ordem técnica dos processos de compras de equipamentos militares. Alertamos que cada etapa envolve a geração de várias centenas de documentos técnicos e pode levar meses ou anos.




Vamos deixar de fora aspectos eminentemente políticos, pois muitas vezes são até contrários aos quesitos militares. Tais aspectos, muitas vezes, acabam forçando as FFAA (Forças Armadas) a comprarem equipamentos que não são o que prefeririam.

Os termos são os utilizados principalmente nos EUA, mas os detalhes gerais são mais ou menos os mesmos em outros países. Digamos, por exemplo, que a USAF precisa resolver uma determinada necessidade, e um estudo inicial conclua que não há no seu inventário que atenda a esta necessidade.


MSA (ANÁLISE DE SOLUÇÕES MATERIAIS)

O primeiro ciclo é a MSA (análise de soluções materiais), em que as 'alternativas' - sistemas já em uso, preferencialmente no próprio país ou 'de prateleira' (já disponíveis no mercado, ou seja, plenamente desenvolvidos). Uma das principais fases da MSA é a AOA (análise de alternativas)

Caso o processo de MSA encontre uma solução 'boa o bastante', ou seja, cujo custo-benefício seja considerado adequado, o novo sistema é adquirido e o processo é concluído.

Exemplo prático: quando a USAF estava desenvolvendo uma variante armada do 'drone' (ARP / aeronave remotamente pilotada / VANT / UAV / RPA) General Atomics RQ-1 Predator, concluiu que não dispunha de PGM (munições guiadas de precisão, 'armas inteligentes') pequenas e leves o bastante para a missão.

Uma AOA encontrou a solução no míssil Lockheed Martin AGM-114 Hellfire, que já estava em serviço no US Army (Exército dos EUA) e no USMC (Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA).

Mísseis Helfire (verdes) sob as asas de um drone MQ-1 Predator

Caso o ciclo MSA não encontre soluções satisfatórias, inicia-se a etapa MDD (decisão de desenvolvimento de material), em que se decide pela aquisição ou desenvolvimento de um sistema inexistente nas FFAA (Forças Armadas). Caso a MDD realmente confirme a necessidade de desenvolvimento de material, parte-se para o próximo ciclo.


TMRR (processo de redução de riscos tecnológicos)

O próximo ciclo é um conjunto de estudos técnicos detalhados, o TMRR (maturação e redução de riscos tecnológicos). Um de seus estágios principais é o RFI (estudo de requisição de informações), em que se pede informações a instituições e indústrias de Defesa. Tais informações geralmente incluem o 'estado da arte' atual e estudos avançados das tecnologias disponíveis ou em desenvolvimento, e geralmente serve como ponto de partida para o próximo estágio, o RFP (pedido de propostas).

O RFP é o que a mídia não especializada geralmente se chama de 'competição'. No RFP, pedidos formais, que incluem os KPP (parâmetros essenciais de performance), critérios específicos de performance - requisitos de alcance, velocidade, carga de armas, etc - são definidos com valores objective (desejável) e treshold (mínimo aceitável).

Cópias do RFP são enviadas para indústrias da Defesa, as empresas interessadas devem emitir propostas preliminares, com cálculos técnicos e contábeis muito detalhados, dentro do prazo detalhado.

No caso de alguns países, como os EUA, empresas estrangeiras precisam formalizar parcerias com empresas nacionais. Objetivos de ToT (transferência de tecnologia), quando existentes, também são especificadas nessa etapa.

Após uma análise das propostas, é feita uma shortlist, uma lista com as propostas consideradas mais adequadas, e os proponentes da shortlist devem então fazer propostas mais detalhadas, que podem incluir a construção de protótipos, e que geralmente incluem demonstrações do uso dos sistemas, com flyoffs, voos dos sistemas para comprovar que atendem às especificações do RFP.

Dependendo da competição, os concorrentes podem ou não ser autorizados a modificar suas propostas, mas geralmente chega o momento da BAFO (proposta melhor e final), que não pode ser modificada.

Finalmente, as BAFO dos concorrentes são analisadas, e aquela que atende melhor aos KPP é escolhida.

Lembramos que, com grande frequência, critérios 'não técnicos' são considerados, como apoiar um concorrente cuja situação financeira esteja difícil, ou incluir outros fabricantes para atender a critérios políticos, mas tais critérios não serão analisados neste artigo.

Um exemplo recente foi o Programa T-X, em que várias empresas ofereceram treinadores para a USAF, com o objetivo de substituir o Northrop T-38 Talon, 'parente' do nosso querido Northrop F-5. O vencedor foi o projeto da Saab com a Boeing, que sequer existia quando o RFP foi feito. Foi batizado T-7 Red Hawk, uma homenagem aos Tuskegee Airmen, o famoso 'Esquadrão Caudas Vermelhas' da Segunda Guerra Mundial

O Saab Boeing T-7 Red Hawk (esquerda) substituirá o Northrop T-38 Talon (direita) na USAF


EMD (DESENVOLVIMENTO DE ENGENHARIA E MANUFATURA)

Que o vencedor do ciclo TMRR é escolhido, o próximo ciclo é o EMD (desenvolvimento de engenharia e manufatura), em que o sistema da BAFO passa por análises bem mais detalhadas, que podem incluir até mesmo usos limitados em combate.

Via de regra, o EMD acaba por revelar problemas não detectados durante os testes iniciais, o que leva a alterações no design. Este processo pode se repetir várias vezes, até que se chegue a um design considerado satisfatório.

Esse design passa por um processo detalhado de revisão, a CDR (revisão crítica do design), em que o design é 'congelado', ou seja, não deve passar por alterações significativas.

O Boeing KC-46 passou pela CDR em 2013: USAF conclui revisão de projeto do KC-46 Tanker

Há situações em que é necessário mudar o design após a CDR, mas isso geralmente causa atrasos significativos no processo.

Uma vez que o ciclo EMD é concluído, parte-se para o próximo ciclo.


PD (PRODUÇÃO & DESENVOLVIMENTO)

O objetivo principal do ciclo EMD é preparar o sistema para a fase PD (produção e desenvolvimento), em que o sistema entra na fase LRIP (produção inicial em baixa escala). Neste ciclo, os sistemas já são entregues para uso pela USAF.

Durante a LRIP, a produção da aeronave ocorre num ritmo relativamente baixo, e os testes operacionais se tornam ainda mais detalhados. Testes em combate são geralmente realizados nesta etapa.

Os testes realizados nesta fase tornam-se ainda mais aprofundados quando a aeronave atinge a etapa IOC (condição operacional inicial), em que há aeronaves suficientes para testes operacionais em pequena escala.

Caso os testes ocorram bem na etapa LRIP / IOC, toma-se a decisão de elevar o sistema a FRP (produção em larga escala), em que  taxa de produção segue o ritmo definitivo estipulado nos ciclos anteriores.

O nosso Embraer KC-390 Millennium encontra-se nesta fase do ciclo.

Embraer KC-390 Millennium


FOC (CAPACIDADE OPERACIONAL PLENA)

O Lockheed Martin F-22 Raptor atingiu a FOC em dezembro de 2007












Uma aeronave atinge FOC (capacidade operacional plena) quando a FRP consegue produzir aeronaves suficientes para equipar um determinado número de esquadrões.

A partir deste momento, o sistema é declarado operacional, e segue as atividades normais da USAF.



CONCLUSÃO

Essas etapas podem demorar bastante tempo - por exemplo, o Su-57 teve a MDD em 1979, ainda na época da URSS, mas eventos 'cataclísmicos' como a própria dissolução da URSS atrasaram bastante o processo.

O Su-57 ainda não atingiu a etapa LRIP. Pelo planejamento russo, a LRIP deveria começar ainda em 2020, mas com a pandemia de coronavírus é provável que haja novos atrasos.

Apontamos esse fato não como demérito à Rússia, mas para ilustrar que não é um processo tão simples como ir numa loja e comprar um smartphone - é um processo bastante demorado, caro, complexo e que envolve vários aspectos de ordem técnica e não-técnica, o que pode fazer com que demorem vários anos.

Houve diversos projetos cancelados em cada uma das etapas indicadas acima, um lembrete de que nada é garantido, mesmo quando o sistema já atingiu etapas como FRP e FOC - o próprio F-22 teve sua produção cortada de 750 para 187.


Por Renato Marçal


REFERÊNCIAS:

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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Aposentadoria? B-52H receberá novos motores e vai operar até 2050

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Muito longe de ver a aposentadoria, após quase 70 anos do início de sua produção, um dos mais antigos e icônicos bombardeiros norte americanos ainda em operação, os vetustos Boeing B-52 "Stratofortress", irão passar por mais uma modernização, onde terão seus motores Pratt & Whitney TF33  substituídos por novos motores a ser definidos pelo programa lançado pela USAF, do qual concorre as gigantes do setor General Electric, Rolls-Royce e a Pratt & Whitney, que disputam o contrato milionário para equipar toda frota composta atualmente por 76 bombardeiros B-52H com novos motores, com contrato previsto para junho de 2021.

Vetusto P&W TF33 que equipa o B-52H desde a década de 60

A USAF emitiu o RFP (Request for Proposal - Requisição de Propostas) para o Programa de Substituição de Motores do B-52 para as três empresas no dia 19 de maio. Os fabricantes de já estão sob contrato para criação de protótipos digitais e têm até 22 de julho para enviar suas propostas finais.

O B-52H esta equipado com oito motores Pratt & Whitney TF33, um motor projetado nos idos da década de 60, e já recebeu algumas melhorias ao longo de sua vida, porém, o peso da idade já começa a pesar, e apesar das propostas realizadas pela P&W em 2015 para incorporar um kit de melhorias aos vetustos TF33, a USAF optou pela adoção de um novo propulsor ao seu bombardeiro estratégico. Está prevista a encomenda de 608 novos motores, além de peças de reposição e suporte, rendendo um atrativo contrato ao vencedor dessa concorrência.

A GE Aviation tem como resposta as necessidades da USAF, os motores CF34-10, um confiável motor muito conhecido por nós brasileiros, sendo adotado pela família de jatos comerciais brasileiros Embraer 190/195. A GE possui larga experiência no que tange a condução de programas de remotorização, tendo participado de vários programas similares da USAF, além de ser o principal fornecedor de motores da frota de aeronaves militares dos EUA.

CF-34-10e proposto pela GE

A Rolls-Royce oferece seu motor F130, um motor confiável e comprovado, desenvolvido a partir do BR725 que já está em produção comercial.

Derivado do BR725, a R&R oferece o F130 

A Pratt & Whitney, fabricante do TF33 que atualmente equipa o B-52, traz o PW800 como sua solução as necessidades da USAF, apontado como a fabricante como uma ótima solução que aia baixo custo de aquisição/operação, manutenção simples e alto índice de confiabilidade, oferecendo alto desempenho capaz de manter o B-52 operando até a década de 2050.

PW800 é a solução da Pratt & Whitney

A Força Aérea planeja operar seus B-52H até a década de 50!!! Isso mesmo, o B-52H deverá atingir a marca de 100 anos em operação desde o primeiro exemplar produzido. Para isso, a USAF vê novos motores comerciais como uma maneira de reduzir o consumo de combustível e o custo de manutenção/operação de seu bombardeiro.


Ao lado do soviético TU-95 Bear que realizou o primeiro voo meses depois do B-52H, o "Stratofortress" é considerado a Rainha Elizabeth II da aviação militar, já tendo voado mais conflitos que qualquer aeronave hoje em serviço no mundo, já tendo dividido os céus com várias gerações de aeronaves, mas segue firme rumo ao centenário, se mantendo um meio estratégico do qual os EUA não abrem mão.


Por Angelo Nicolaci


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domingo, 3 de maio de 2020

FFG (X) - Futura fragata da US Navy terá DNA italiano.

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Após a disputa internacional, a US Navy definiu que suas futuras fragatas de mísseis guiados terão "DNA" italiano, sendo definida a proposta da italiana Fincantieri a vencedora do programa FFG-(X), o anuncio foi realizado na última quinta-feira (30) pela Marinha Norte-americana.
A proposta tem como base a consagrada fragata FREMM de concepção franco/italiana, as quais deverão ser construídas no estaleiro Fincantieri Marinette Marine Corporation, em Wisconsin nos EUA. No primeiro momento será estabelecido o contrato para a concepção do projeto detalhado de construção, o qual esta avaliado em 795,1 milhões de dólares, o qual envolve todo trabalho de adequação do projeto as necessidades da US Navy e a construção da primeira fragata da nova classe, a qual há previsão de receber a encomenda de mais nove exemplares para atender a demanda inicial identificada pela Marinha. O valor total do programa pode chegar aos 5,58 bilhões de dólares se realmente se optar pela aquisição de dez navios no primeiro lote, o qual se atender plenamente aos requisitos, pode receber um segundo lote que deve resultar na construção de mais dez navios, tendo em vista que o programa FFG-(X) vem de encontro a lacuna existente no poder naval dos EUA, onde os navios LCS não conseguem atender plenamente as necessidades inerentes, demandando a aquisição de pelo menos vinte navios com maior capacidade que os LCS e menos complexos e caros que os DDGs.
A nova classe não deverá incorporar muitas novidades, sendo o projeto pautado no emprego de tecnologias já testadas e operativas com a esquadra norte americana, o que visa reduzir os custos de aquisição e simplificar a logística e manutenção dos novos meios, garantindo maior disponibilidade e um custo operacional relativamente baixo, o que é no momento um dos objetivos claros da USN, tendo em vista a necessidade de ampliar o número de meios de superfície, onde é preciso atingir um equilíbrio nos custos de aquisição/operação para tornar viável do ponto de vista orçamentário os planos da Estratégia de Defesa dos EUA.
No sentido de otimizar os gastos, a USN irá adotar o mesmo sistema de radar Enterprise Rad Surveillance Radar (EASR), AN/SPY-6 de defesa aérea a ser empregado pelos novos Destróieres da Classe Arleigh Burke, Sistema de Combate AEGIS-BL10, um Sistema de Lançamento Vertical (VLS) Mk41 com 32 células, sistemas de comunicação, Sistema de contramedidas de Armas MK-57 e adicionadas capacidade na área de EW/IO com flexibilidade de design para crescimento futuro., com sistema de defesa de ponto ainda a ser definido, o qual deve recair sobre o famoso CIWS Phalanx, cabe ressaltar que os sistemas de defesa e armas não estão inclusos no custo estimado de 5,58 bilhões de dólares.

A previsão inicial é de seis anos para que seja concluído o projeto e a entrega do primeiro navio da classe, com a primeiro FFG-(X) entregue a USN em 2026. Ainda segundo as informações divulgadas, a segunda fragata deverá ter assinado seu contrato de construção em abril de 2021, e segundo o cronograma inicial, a mesma deverá ser entregue em cinco anos e meio, o que resultará em dois navios da nova classe entregues entre julho e outubro de 2026.
É claro que, sem saber qual navio a Marinha pretende comprar e como serão os desenhos detalhados finais, estimativas de preços firmes são impossíveis, mas o Pentágono tem algumas projeções.
O valor final do primeiro navio deve chegar a 1,28 bilhões de dólares, de acordo com a previsões iniciais apresentadas pela US Navy, porém, o custo tende a cair ao longo da construção dos demais exemplares.

Uma característica notável na concepção artística apresentada pela Fincantieri da nova classe de fragatas baseadas no consagrado projeto das FREMM, é a adoção de um mastro convencional, muito diferente do adotado pelo projeto original franco/italiano e que dão uma imagem distinta a variante norte americana, demonstrando que a variante norte americana tende a ser bem menos complexa que a européia, porém, não menos capaz tecnicamente, numa tentativa de aliar custos a capacidade técnica efetiva.
O processo de aquisição da FFG (X) começou em 2017. Desde então, a US Navy trabalhou em estreita colaboração com a indústria para equilibrar custo e capacidade, lançando o RFP do FFG (X) para a indústria em 20 de junho de 2019. As propostas técnicas foram recebidas em agosto de 2019 e as propostas de custo foram recebidas em setembro de 2019. Esta foi uma competição completa e aberta com várias ofertas recebidas e completa em curto espaço de tempo, um bom modelo para ser avaliado e adaptado as realidades brasileiras, tendo em vista o longo período entre a emissão do RFP e a assinatura do contrato nos programas navais brasileiros, isso em grande parte não por culpa da Marinha do Brasil, mas pela falta de visão estratégica do Governo Federal em relação as necessidades de nossa Esquadra.

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terça-feira, 10 de março de 2020

Coronavírus pode afetar F-35

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O bloqueio nacional da Itália em resposta ao novo coronavírus não afetou a produção de peças do F-35 no norte da Itália, segundo comunicado nesta terça-feira (10).
O vírus COVID-19, que se acredita ter origem na China, desencadeou medidas de emergência em todo o mundo, o Pentágono está monitorando possíveis impactos em suas cadeias de suprimentos da indústria de defesa, particularmente o F-35, que conta com uma rede global única de fornecedores de componentes.
O vice-secretário de Defesa David Norquist, disse ao Congresso nesta terça-feira que "houve poucas interrupções até o momento, mas se essa coisa continuar e se expandir, potencialmente veremos alguns problemas". A subsecretária de Defesa para Aquisição e Manutenção, Ellen Lord, foi escolhida para rastrear possíveis problemas na base industrial de defesa.
“Felizmente, não dependemos de muita coisa que sai da China por causa da forma como o Departamento de Defesa está estruturado, mas estamos preocupados com a disseminação para outros países, aliados e parceiros e qual seria o efeito das interrupções na produção destas tecnologias”, disse Norquist. “Por exemplo, há uma instalação do F-35 na Europa, então a pergunta é: 'Esses cronogramas de produção permanecem pontuais?"
Dias depois que o novo coronavírus forçou o fechamento temporário de duas instalações relacionadas ao F-35 em Cameri na Itália, e Nagoya no Japão , o primeiro ministro italiano Giuseppe Conte deu ordem na noite de segunda-feira (9) que toda a população deveria evitar deixar suas casas, exceto para ir ao trabalho ou para emergências. As restrições de viagem anteriormente limitadas ao norte da Itália foram estendidas por toda parte.
Cameri é o lar da instalação europeia de montagem e check-out final, um ponto importante na cadeia de produção do F-35. Além das instalações de montagem e check-out, as empresas italianas fornecem peças como atuadores traseiros, produção de asas, rádio, iluminação e painéis do cockpit e componentes de guerra eletrônica, peças que são usadas no F-35 em todo o mundo.
O porta-voz da Lockheed Martin, Brett Ashworth, disse que até o final da segunda-feira (9), “os funcionários da Lockheed Martin ainda estão trabalhando na Itália. No entanto, com muita cautela e em coordenação com as autoridades locais de saúde, qualquer funcionário com possível exposição ao coronavírus é instruído a trabalhar remotamente e em quarentena. A saúde e o bem-estar de nossos funcionários e parceiros são nossa principal prioridade.”
Na semana passada, a empresa ordenou que seus funcionários da área realizassem trabalhos em casa; o fabricante de motores Pratt & Whitney seguiu o exemplo.
O F-35 é talvez a cadeia de suprimentos mais globalmente integrada na história dos equipamentos militares. A USAF, a US Navy e o USMC, juntamente com oito parceiros internacionais e clientes estrangeiros, também compartilham um conjunto global e comum de peças de reposição, gerenciado pela Lockheed.
De maneira mais ampla, o setor aeroespacial e de defesa dos EUA está sentindo o impacto do COVID-19, com empresas limitando viagens, eventos comerciais de defesa esquecidos e planejamento de contingência em andamento. A Lockheed e a Boeing estão entre as empresas de defesa que restringiram as viagens de funcionários.
Na terça-feira, a Associação do Exército dos EUA anunciou o cancelamento do Simpósio e Exposição da Força Global, que seria realizado na próxima semana em Huntsville, Alabama. A decisão marcou a última feira comercial a ser atingida. A mostra já recebeu 6.500 participantes e 200 expositores nos últimos anos.
O anúncio ocorreu um dia depois que o Pentágono disse que o tenente-general Christopher Cavoli, chefe do Exército dos EUA na Europa, havia sido potencialmente exposto ao vírus durante uma conferência. Como resultado, Cavoli e a equipe principal estão “se auto-monitorando e trabalhando remotamente para cumprir seus deveres e responsabilidades de comando”, segundo um porta-voz do Pentágono.

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com informações Defense News
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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Polêmico, F-35 supera metas e atrai interesse internacional

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Um dos mais polêmicos programas de defesa da história, o Joint Strike Fighter (JSF) F-35  Lightning II, tem nos últimos anos começado a superar a miríade de contratempos e reveses em sua história. O ambicioso programa que já foi extensamente criticado e que já chegou a ser posto em check, no ano de 2019 começou a registrar várias conquistas, demonstrando que nem tudo esta perdido, pelo contrário, tem firmado sua posição como solução para as próximas décadas.

O F-35 teve um aumento bastante significativo em sua taxa de disponibilidade, que saltou de 55% registrado em 2016, para média de 75% em 2019, se aproximando da meta estipulada pelo Departamento de Defesa de 80%. Um desafio que esta na mira da Lockheed Martin (LM), que há tempos tem enfrentado uma série de problemas com a cadeia de suprimentos para frota de F-35, onde alguns fornecedores não conseguem suprir a demanda de determinados componentes, enquanto outros deixaram de fazer parte da cadeia logística. Mas que segundo fontes consultadas pelo GBN Defense na LM, devem ser superados nos próximos anos com a otimização dos processos produtivos e a incorporação de novos fornecedores, somado ao amadurecimento da aeronave, que já superou diversos cases onde foram identificadas falhas que levaram a modificações em componentes.

Outra boa notícia associada ao Programa JSF está relacionada a capacidade de produção, com as linhas de montagem ganhando cada vez maior capacidade de entrega, superando no último ano a meta estabelecida de 131 aeronaves, atingindo a marca de 134 aeronaves entregues, atendendo não apenas as encomendas norte americanas, mas também os parceiros do programa e clientes de exportação, o que levou a redução significativa no custo unitário da aeronave, a qual agora esta competindo diretamente com aeronaves de 4ª geração, com valor unitário de 77,9 milhões de dólares! Abaixo da meta de 80 milhões de dólares projetada para o final de 2020, o que torna uma opção atraente no mercado internacional.

Segundo informações da Lockheed Martin em 2019 foram entregues 81 aeronaves as forças armadas norte americanas, 30 para países membros do consórcio JSF e 23 para clientes de exportação, um aumento de 47% em relação a 2018. Neste ano a meta da Lockheed Martin é entregar 141 aeronaves, demonstrando o aumento na capacidade produtiva de suas linhas de montagem.

O F-35 tem atraído interesse de vários países, os quais tem solicitado propostas do caça norte americano de 5ª Geração em seus programas de reaparelhamento, como foi o caso recente da Polônia, que preteriu outras aeronaves propostas e definiu sua opção pelo F-35, a qual recebeu o aval do Congresso norte americano em setembro, levando a soma de 32 aeronaves na carteira de vendas da LM, uma venda estimada em cerca de 6,5 bilhões de dólares, o que ameniza em parte a perda com a suspensão da Turquia do programa devido a aquisição de sistemas de defesa aérea russos.

Outro marco alcançado em 2019 diz respeito a declaração norueguesa do seu primeiro esquadrão de F-35 operacional, sendo o terceiro país do velho continente a contar com o novo caça operacional, somando-se ao Reino Unido e Itália.

A aeronave que chegou a levantar dúvidas quanto ao seu futuro, se mostra uma realidade nos números apresentados, segundo relatórios da Lockheed Martin, mais de 490 aeronaves foram entregues, tendo superado as 240.000 horas de voo acumuladas. O F-35 já debutou no campo de batalhas, tendo sido empregado em combate real pelos EUA e Israel, além de estar operacional em mais de oito países.

Por maior que tenha sido problemático o seu desenvolvimento, onde foram enfrentados inúmeros atrasos e aumentos vertiginosos nos custos de desenvolvimento, a aeronave tem aos poucos demonstrado seu valor, sendo um forte candidato a equipar muitas forças ao redor do mundo, apesar de sua história até aqui, é inegável o futuro sucesso desse importante e revolucionário programa de defesa.

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança, membro da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (AVCFN), Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR), Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) e Associação de Amigos do Museu Aeroespacial (AMAERO).

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domingo, 29 de dezembro de 2019

"Aves Abortadas"; Os Aviões de Combate que quase saíram do papel

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Nos últimos anos, várias nações tentaram construir seus projetos próprios de aeronaves de combate, visando fugir da dependência dos grandes fabricantes aeronáuticos dos Estados Unidos, Europa e Rússia, além de posteriormente também se tornar um exportador de aviões para outros países, visando entrar num restrito e lucrativo mercado.

Um dos primeiros – e mais exitosos – exemplos foi o da China, que partindo primeiramente de cópias sob licença ou sem licença (piratas) de aeronaves da antiga União Soviética, desenvolveu tecnologia própria e hoje, segundo sua mídia estatal, já está produzindo os primeiros caças de 5ª Geração fora dos Estados Unidos, como o Chengdu J-20 e o Shenyang FC-31.

O Brasil também pode ser considerado um país que tentou fugir desse mesmo eixo, com a formação da Embraer, em 1969, que gerou vários tipos de aeronaves, desde as aeronaves de transporte EMB-110 Bandeirante e o EMB-120 Brasília, passando pelos jatos comerciais da família ERJ-145 e Embraer 170/190 até aeronaves militares para serem utilizadas pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Dessa relação entre a Embraer e a FAB saíram aeronaves como o EMB-326 Xavante (um treinador avançado com capacidade de ataque ao solo, de origem italiana – Aermacchi – produzido sob licença), o EMB-312 Tucano (um treinador básico/intermediário com capacidade de ataque leve), o AMX (aeronave de ataque construído em parceria com as empresas italianas Aeritalia e Aermacchi), o EMB-314 Super Tucano (um treinador intermediário com capacidade de ataque ao solo e caça leve) e o mais recente (K)C-390 Millennium (aeronave multimissão e de transporte de médio porte).

Mesmo construindo vários tipos de aeronaves, muitas delas de grande sucesso, infelizmente a Embraer não construiu nenhuma aeronave de caça para a FAB, apesar de terem existido estudos para a construção de uma aeronave de caça no Brasil em épocas passadas (o que chegou mais perto disso foi o Embraer MFT-LF, que será abordado em outro artigo, com sua imagem no início desse texto). Dificuldades financeiras, políticas e tecnológicas eram os principais problemas enfrentados aqui no Brasil para se construir um caça “Made In Brazil”.

Esse texto irá falar de seis projetos de aeronaves de caças construídos por diversos países pelo mundo que não deram certo, devido a várias dificuldades, questões políticas, falta de recursos, etc., a maior parte deles nem saindo do papel, para mostrar que não é tão fácil – como muitos pensam – em se construir uma aeronave de alto desempenho e de uma complexidade tão grande que é um caça supersônico de superioridade aérea.

ATLAS CARVER (ÁFRICA DO SUL)



O Atlas Carver (às vezes erroneamente chamado de “Cava” ou “CAVA”) foi um avião bimotor sul-africano proposto, de asa delta e quarta geração. Em desenvolvimento durante os anos 80 e início dos 90, o Carver foi finalmente cancelado em 1991.

A Guerra das Fronteiras da África do Sul desempenhou um papel considerável ao estimular a demanda pela produção de um moderno avião de combate no qual equipar a Força Aérea da África do Sul (SAAF), diante de uma oposição cada vez mais capaz. Além disso, a África do Sul foi incapaz de importar tais aeronaves devido a um embargo de armas de longa data (desde 1977) que foi imposto aos órgãos governamentais da nação pela Resolução 418 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O governo sul-africano decidiu lançar um par de programas realizados internamente, um programa de atualização de curto prazo da frota existente de caças Dassault Mirage III de fabricação francesa, que ficou conhecida como Atlas Cheetah, enquanto um esforço de longo prazo e mais extenso para projetar e fabricar um novo avião de combate conhecido como Projeto Carver. Ambos os programas foram dirigidos pela empresa sul-africana Atlas Aircraft Corporation.

Conforme previsto, o Carver deveria ser uma aeronave sucessora moderna e capaz para substituir vários tipos antigos que estavam em serviço na SAAF, como o Blackburn Buccaneer, de construção britânica, o Mirage III de construção francesa e o próprio Atlas Cheetah. Um dos principais objetivos do novo caça era atingir níveis de desempenho iguais ou superiores às capacidades dos caças soviéticos de última geração, que eram cada vez mais propensos a serem utilizados nos estados vizinhos, especificamente em Angola. Externamente, o Carver tinha alguma semelhança com o protótipo Dassault Mirage 4000; o design se baseou em vários elementos da família Mirage da Dassault Aviation, incluindo a decisão de incorporar vários componentes de motores Snecma que foram produzidos sob licença na África do Sul. Apesar de ser um esforço fortemente local, em parte devido ao embargo, a África do Sul conseguiu adquirir assistência substancial no Projeto Carver da França e Israel; muitos engenheiros e projetistas aeroespaciais foram contratados nessas nações, enquanto informações técnicas relacionadas ao abortado programa IAI Lavi de Israel também foram adquiridas sob o Acordo Israel-África do Sul. Em fevereiro de 1991, o cancelamento do Projeto Carver foi anunciado pelo presidente sul-africano F. W. de Klerk, que afirmou que os custos de pesquisa e desenvolvimento do programa eram grandes demais para justificar durante o tempo de paz. Em seu lugar, o governo preferiu a aquisição de aeronaves estrangeiras que se tornaram possíveis novamente após o levantamento do embargo internacional de armas contra a África do Sul; por fim, o caça Saab JAS 39 Gripen, de fabricação sueca, foi adquirido para equipar o SAAF.



O FMA SAIA 90 foi um projeto de uma série de aeronaves de combate que seriam produzidos para a Força Aérea Argentina (FAA), projetado pela FMA (Fábrica Militar de Aviones) com a colaboração da empresa aeronáutica alemã Dornier em meados da década de 1980. O SAIA 90 seria a última etapa do projeto ACA (Avión Caza Argentino – Avião de Caça Argentino), iniciado pelo Processo Nacional de Reorganização para desenvolver um caça nacional argentino. Foi cancelado em 1990, no início do governo Carlos Menem

As três etapas do projeto seriam:

O FMA IA 63 Pampa, um avião de treinamento e ataque, que foi o único dos três a entrar em produção;

O IA 67 Cordoba, um projeto de bombardeiro de ataque leve que acabou não saindo do papel;

O SAIA 90, um caça de superioridade aérea com características “furtivas” (incluindo uma pequena seção transversal do radar) que também não saiu do papel.

De acordo com estudos realizados pela Dornier inclusive com o uso de computação gráfica, a aeronave deve ser capaz de uma velocidade de manobra sustentada de Mach 0,9 a uma altitude de 6000 m; aceleração rápida de Mach 0,9 a 1,5 a 9000 m, alta desaceleração, independente da velocidade relativa; autonomia razoável de combate com tanques de combustível integrais; e assinaturas mínimas de radar e infravermelho (Stealth).

Possível armamento incluído:

1 canhão Mauser de 27mm com 150 cartuchos;

2 AAM guiado por infravermelho (classe AIM-9 Sidewinder);

4 AAM guiado por radar (classe AIM-120 AMRAAM);

Até 5.000 kg de munições ar-superfície.

Quanto aos aviônicos, o radar em modo ar-ar deveria ser capaz de detectar um alvo de 5 m² a uma distância de 90 km sem ser detectado pelo ECM inimigo e rastrear seis alvos que pudessem ser identificados com o IFF. Para ataques ar-terra, o radar deveria ser capaz de efetuar o mapeamento o terreno e usar tecnologias como a projeção do ponto de impacto (CCIP) e ser integrado a um sistema lançador de bombas inteligentes.

Embora fosse desejável obter uma combinação das vantagens oferecidas por uma asa em delta com muita carga e baixo peso, a taxa de rotação transsônica/subsônica, a estabilidade longitudinal e as características de campo curto desejadas eram impossíveis de combinar em um projeto de asa única, fazendo com que se adotasse um estabilizador vertical.

A solução oposta de comprometimento com o padrão foi a continuação da borda de ataque das asas que gerou um vórtice de alta energia e melhorou o rendimento aerodinâmico, notadamente em grandes ângulos de incidência. Outra característica do projeto foi a estabilidade longitudinal artificial que permitiu equilibrar o avião por meio da aplicação de forças positivas nos planos da linha. Desta forma, a asa seria configurada com grandes ângulos de enflechamento, extensões tipo LERX entre a asa e a fuselagem e derivações duplas localizadas diante dos estabilizadores, que mantêm certa semelhança com o F/A-18 Hornet.

Os motores seriam dois turbofan de 5.600 kg de empuxo (possivelmente o General Electric F404). A velocidade máxima estimada em cerca de Mach 2. O peso vazio era de 7.800 kg. Este valor relativamente baixo seria alcançado por meio do uso de materiais compostos. A experiência de Dornier nesses materiais foi ampla (Alpha Jet e Do 228). Na proposta deste avião sugeriu o uso na asa de 65% de polímero reforçado com fibra de carbono (CFRP), 20% de alumínio e o restante em vários materiais como o titânio, a fuselagem dianteira teria 60% de CFRP, a central 18% e 10% inferiores, sendo completados com outros funcionários da ala, e os estabilizadores teriam 55% da CFRP, enquanto a cauda levaria 70%, os mesmos materiais seriam usados para as rampas de entrada e o trem de pouso.

IAR 95 (ROMÊNIA)


O IAR 95 “Spey” foi um projeto romeno para produzir um caça supersônico para a Força Aérea Romena. O projeto foi iniciado no final da década de 1970 e cancelado em 1981. Logo após, o projeto foi reiniciado novamente. O projeto foi cancelado definitivamente em 1988 devido à falta de fundos antes que um protótipo pudesse ser construído, embora uma maquete em grande escala estivesse sendo construída.

O design era um monoplano de asa alta com entradas de ar laterais, uma única barbatana e um único motor. Projetos com duas aletas e dois motores também foram considerados, mas foi decidido seguir o design de uma aleta monomotor. Outras designações dadas a este projeto são IAR-101 e IAR-S e se referem a diferentes layouts de design. A Romênia considerou um programa conjunto com a Iugoslávia, mas a última recusou porque estava projetando seu próprio avião de caça supersônico, o “Novi Avion”.

NOVI AVION (IUGOSLÁVIA)


O Novi Avion era um programa de aeronaves de combate multifuncionais de quarta geração que seria construído pelo fabricante de aeronaves da Iugoslávia SOKO. O Avion apresentava uma configuração delta-canard cortada e era capaz de atingir velocidades supersônicas sob uma configuração de combate. O Avion compartilhou várias áreas em comum com os aviões de combate Rafale da empresa francesa Dassault Aviation; A França prestou assistência técnica considerável à Iugoslávia durante o curso do programa Avion. O trabalho de desenvolvimento do caça foi realizado pelo Instituto Vazduhoplovno Tehnički (VTI) (Instituto Técnico Aeronáutico) de Belgrado, o principal instituto técnico-militar da ex-Iugoslávia, em cooperação com a Dassault Aviation.

Após sua entrada em serviço com a Força Aérea Iugoslava da SFR, que estava prevista para ocorrer entre o final dos anos 90 e o início dos anos 2000, o Avion teria sido usado como um substituto da frota envelhecida do país de Mikoyan-Gurevich MiG-21. O país também antecipou vendas consideráveis de exportação do tipo. Durante 1991, todo o programa foi interrompido devido à falta de financiamento disponível imediatamente antes do início da produção e um ano antes da data prevista do voo inaugural previsto para o tipo. O Avion foi encerrado como consequência do início das Guerras Iugoslavas e do subsequente rompimento do país com o Ocidente.

PZL-230 SKORPION (POLÔNIA)


O PZL-230 Skorpion (escorpião) foi o projeto malsucedido de um avião de ataque e caça leve polonês de baixo custo. Ele estava sendo desenvolvido pelo fabricante polonês PZL Warszawa-Okecie durante o final dos anos 80 e o início dos anos 90.

Durante o final dos anos 80, a PZL foi inspirada a iniciar o desenvolvimento de uma nova aeronave que seria relativamente manobrável, capaz de oferecer um desempenho curto de decolagem e pouso (STOL) e transportar uma carga útil de 2.000 kg, mantendo uma plataforma de baixo custo para adquirir e para operar. Os projetos originais da aeronave giravam em torno de um motor turboélice duplo; em um ponto, o motor PT6A-67A da Pratt & Whitney Canada foi selecionado para alimentar o tipo.

No entanto, a proposta foi radicalmente alterada após uma decisão de submetê-la a um requisito emitido pela Força Aérea Polonesa que buscava uma aeronave de caça e ataque leve de apoio no campo de batalha; consequentemente, a carga útil dobrou e a velocidade aumentou dramaticamente. O projeto revisado foi acionado por um par de motores turbofan Pratt & Whitney Canada PW305. Nomeado Skorpion, ele apresentava uma fuselagem após o corpo que foi misturada na asa junto com um conjunto de pequenos canards atrás do cockpit.

Em junho de 1994, o Ministério da Defesa polonês anunciou que o programa Skorpion não receberia mais financiamento do governo polonês. A retirada abrupta de apoio depois de ter sido reconhecida dois anos antes como um programa aprovado pelo governo foi amplamente atribuída à formação de um novo governo polonês de esquerda liderado por Waldemar Pawlak. Apesar dos temores de que este fosse o fim do programa, a PZL decidiu continuar inicialmente com o desenvolvimento de forma independente.

No final de 1994, de acordo com o designer-chefe da aeronave, Andrzej Frydrychewicz, a configuração aerodinâmica do Skorpion, com exceção da cauda, havia sido congelada. No seu redesenho de 1994, as estimativas de desempenho do Skorpion incluíam uma velocidade máxima de 540kt (1.000 km/h), um teto de serviço de 32.800 pés e um raio de combate de 300 km (160 nm). Em dezembro de 1994, as características furtivas da aeronave haviam sido enfatizadas. De acordo com as estimativas da empresa, o custo oficial de desenvolvimento foi promovido em US$ 65 milhões; no entanto, Frydrychewicz especulou que esse número era relativamente otimista e pode ter sido produzido com interesses políticos em mente.

Em dezembro de 1994, as características furtivas do Skorpion haviam sido enfatizadas. A razão dada para não atribuir um alto valor a esse aspecto do projeto era a crença de que, como era esperado que o Skorpion voasse normalmente em altitudes muito baixas durante as missões de combate e, assim, os desafios inerentes à detectabilidade colocados por esses perfis de voo, mesmo que altamente características de furtividade eficazes teriam pouco efeito sobre sua detectabilidade. Apesar dessa mudança de foco, ainda se previa que pelo menos 50% da estrutura da aeronave fosse composta de materiais compostos de fibra de carbono; Como a PZL Okecie não possuía capacidade interna para produzir essa estrutura, a cooperação no processo de fabricação foi discutida com várias empresas de aviação estrangeira, incluindo a British Aerospace (BAE) e Construcciones Aeronáuticas SA (CASA); de acordo com a Flight International, a CASA estava sendo vista como pioneira para servir como parceira fabricante do Skorpion. Durante 1993, foi relatado que a aeronave havia gerado interesse entre a Força Aérea de Israel, juntamente com alguns fabricantes aeroespaciais em Israel.

Apenas uma estrutura em madeira (mockup) do Skorpion foi produzida, e em meados dos anos 90, sem obter o suporte financeiro necessário, o projeto foi cancelado.

IAI LAVI (ISRAEL)


O IAI Lavi foi um caça a jato multifunção de quarta geração e monomotor desenvolvido em Israel pela Israel Aircraft Industries (IAI) para a Força Aérea de Israel (IAF) durante os anos 80. A decisão de desenvolver o Lavi foi controversa, tanto com o público israelense, devido aos enormes custos associados, e principalmente com o governo dos EUA devido à concorrência com jatos americanos no mercado de exportação. Devido principalmente aos altos e proibitivos custos do programa, aliado a grande pressão do governo norte-americano contra a fabricação do caça, forçaram o governo israelense a determinar o cancelamento de todo o programa, durante a fase de desenvolvimento dos testes de vôo em agosto de 1987.

Apresentando um design semelhante ao F-16, o qual a IAF operava desde o início da década de 1980, o Lavi apresentava uma asa em delta com grande área e canards logo atrás do cockpit. Tinha espaço para 14 pontos duros espalhados pela asa e fuselagem. Seu manche, apesar de contar com o sistema Fly-By-Wire (FBW), foi montado de forma convencional, ao centro do cockpit, e não no lado direito, como no F-16.

O Lavi teve grande sucesso nos testes de voo, com sua manobrabilidade descrita como “excelente” pelos pilotos de teste. O Lavi foi planejado para ser a base da Força Aérea de Israel, e consideráveis vendas de exportação para a aeronave estavam previstas. A singularidade de seu design estava na combinação de um avião pequeno, aerodinâmico e altamente manobrável, com sistemas sofisticados, baixo arrasto da célula mesmo armado, e a capacidade de transportar uma grande carga útil em alta velocidade e por longas distâncias. Desde 2012, dois dos protótipos foram preservados e colocados em exibição pública. Há rumores, não confirmados, de que o caça chinês Chengdu J-10 foi construído através da Transferência de Tecnologia (ToT) israelense através da venda do projeto do Lavi para os chineses.

Em julho de 2013, a IAF anunciou que o Alenia Aermacchi M-346 Master, uma aeronave de treinamento avançado e de caça que estava em processo de aquisição na época, receberia o nome Lavi em serviço israelense; um total de 30 M-346 que estão em operação desde 2014.

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Por Luiz Reis, Professor de História da Rede Oficial de Ensino do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, Historiador Militar, entusiasta da Aviação Civil e Militar, fotógrafo amador, brasiliense com alma paulista, reside em Fortaleza/CE. Luiz colaborou com Canal Arte da Guerra e atuou nos blogs da trilogia Forças de Defesa e do Blog Velho General, hoje faz parte da equipe do GBN Defense. Presta consultoria sobre História da Aviação.





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