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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Mesmo diante de crise Paquistão mantém investimentos em defesa

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Apesar do desafios econômicos enfrentados pelo Paquistão, o país conseguiu manter o desenvolvimento dos seus programas de modernização que tem por objetivo fortalecer as capacidades de suas forças militares armadas. Recentemente foi revelado um relatório sobre o progresso dos seus programas de defesa.

Assim como no Brasil, o Paquistão enfrenta uma crise financeira, onde o mesmo possui uma dívida externa crescente, o que se soma ao aumento no custo das importações, e a baixa arrecadação de impostos e tarifas pelo governo daquele país. Tais causaram impacto diretamente sobre os programas de modernização em andamento, algo que não difere muito do que se passa aqui no Brasil. Mas diferente do "case" brasileiro, o Paquistão ainda enfrenta o desafio representado pela reestruturação econômica imposta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a desvalorização da sua moeda, o que levou a busca por uma solução domestica para as necessidades das forças armadas do país. De acordo com os relatórios divulgados sobre os programas de modernização e aquisições, se destaca a priorização de plataformas blindadas e a renovação do poder aéreo.

Os esforços para melhorar as capacidades blindadas incluem encontrar soluções nacionais para substituir componentes importados, dentre estes estão listados os seguintes itens:

  • A fabricação de unidades de força auxiliar para os blindados "Al-Zarrar" e "T-80 UD".
  • O desenvolvimento e testes de munição perfurante de blindagem SABOT FSDS-T.
  • O desenvolvimento do periscópio de imagem térmica e visão noturna para condutos dos MBTs.
  • Montagem de motores para os MBts Al-Khalid e T-80UD.
  • Atualização de 160 MBTs Type-85 II-AP de origem chinesa.
  • Atualização do T-80UD.
  • Atualização dos VBTP M113.
  • A atualização do MBT type-59 para a versão "Al-Zarrar".
  • A produção de 20 blindados "Al-Khalid I", além do desenvolvimento final do "Al-Khalid II" (com um pacote de força aprimorado e sistema de controle de fogo / controle de armas novo).
O Paquistão também desenvolve sua própria VBCI (Viatura Blindada de Combate de Infantaria, ou IFV no inglês), o qual está sendo desenvolvido pela estatal HIT, denominado "Viper", tendo como plataforma o M-113O protótipo foi exibido durante a IDEAS2018, onde se apresentava armado com uma torre não tripulada Slovak Turra 30 de 30mm.

A infantaria recebeu um importante incremento em suas capacidades antitanque, onde o Paquistão comprou um lote do sistema de mísseis guiados antitanque Kornet-E da Rússia, além de adquirir um lote do sistema antitanque espanhol Alcotán-100. 

No campo aéreo, o Paquistão manteve investimento principalmente no programa JF-17assinando um acordo para produção da variante biposto avançada do Block III em maio do ano passado. O programa também manteve a integração de melhorias nas versões anteriores do caça JF-17 paquistanês, as quais passaram a contar com a capacidade de reabastecimento em voo (REVO) e a integração e compra de mísseis anti-navio supersônicos CM-400AKG chineses, o que conferiu maior capacidade de atuação na defesa marítima.

Novos mísseis ar-ar e bombas inteligentes estão sendo integrados ao JF-17, que tem registrado um aumento no ritmo de produção,  qual passou de 16 aeronaves por ano, para 24 aeronaves por ano, ritmo que deve ser mantido com a entrada em produção do Block III, variante mais moderna que esta equipado com radar AESA. Segundo fontes, a produção pode ser ampliada para atender possíveis exportações do JF-17, o qual tem sido avaliado em diversos países como provável novo vetor.

Há relatos que mesmo diante dos desafios econômicos e orçamento arrochado, o Paquistão estaria planejando inserir modernizações em sua frota de JF-17 Block I e II, dentre essas melhorias, estaria a integração do radar AESA nestas aeronaves, o que deve ocorrer após a conclusão de entrega das aeronaves Block III.

O relatório também aponta investimentos no desenvolvimento de novos VANT com capacidade de longo alcance, demonstrando ainda o investimento no projeto de uma nova aeronave de 5ª Geração, a qual já teria concluído a "fase de projeto conceitual", denominado "Projeto AZM". Neste campo há especulações sobre a possibilidade do Paquistão embarcar no desenvolvimento da nova aeronave de 5ªG da Turquia, o TF-X, no entanto sem qualquer declaração de ambas as partes sobre essa possibilidade, ou mesmo sobre qualquer conversa a respeito.

É importante notarmos que um país com limitações maiores que o Brasil, consegue manter investimentos em pesquisa e desenvolvimento de soluções para suas forças armadas, sem falar no andamento dos seus programas de modernização e aquisição de capacidades militares.

No Brasil hoje assistimos preocupados o andamento de programas estratégicos, os quais não representam só a capacidade de garantir nossa soberania, mas que representam um importante retorno financeiro ao Brasil, onde o desenvolvimento e produção de aeronaves e meios como o KC-390, podem representar um importante ganho em nossa balança comercial, tendo em vista principalmente o vasto mercado que se descortina para essa aeronave, que é ímpar em sua categoria e chega em momento oportuno para sanar a lacuna que se abre em diversas forças ao redor do mundo. Isso sem mencionar o desenvolvimento do MANSUP, o qual pode representar um significativo numero de exportações, tendo em vista a capacidade de emprego do mesmo com console do consagrado Exocet, o qual possui muitos usuários no mundo inteiro e que podem facilmente passar a adotar a solução brasileira.

Assisto aos exemplos de nações como o Paquistão e tantas outras e me pergunto, quando vamos ter uma visão empreendedora e ter real compromisso com a defesa de nossa soberania? Quando vamos nos ater a importância que representa a defesa, quer seja no campo industrial e econômico, ou mesmo de garantia de nossa soberania sobre nosso vasto território?

É preciso refletirmos sobre nossas prioridades e os valores de nossa sociedade, principalmente sobre nosso Estado e como este funciona e emprega os recursos obtidos com nosso trabalho e suor, pois somos o Brasil e cabe a nós dirigir os rumos dessa enorme nação.


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domingo, 8 de setembro de 2019

Caxemira - O mundo pode estar á beira de um confronto nuclear

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No último dia 30 de Agosto de 2019, nosso editor Angelo Nicolaci convidado pelo Embaixador da Turquia, Murat Yavuz Ates, esteve presente as comemorações do Dia da Vitória e Dia das Forças Armadas na embaixada daquela país em Brasília. Naquela ocasião tivemos o prazer de conhecer o Adido de Defesa do Paquistão, o Brig. Gen. Mouhammad Yousaf, com o qual conversamos bastante sobre as questões inerentes ao seu país e abordamos o recente confronto entre aeronaves do Paquistão e da Índia na região da Caxemira. Durante a conversa trocamos contatos e posteriormente me foi enviado um interessante artigo escrito por seu Primeiro-Ministro, Imran Khan, o qual chegou a ser publicado também pelo The New York Times. Com a devida autorização paquistanesa, reproduzimos o artigo que julgo ser bastante esclarecedor sobre o que se passa naquela região do planeta, e aqui iniciamos uma ponte entre o povo paquistanês e o Brasil, estabelecendo um canal com o qual temos a intenção de trazer ao nosso público uma visão mais apurada sobre aquele conflito e seus atores. Abaixo você confere o texto do Primeiro-Ministro do Paquistão, Imran Khan.

Primeiro Ministro do Paquistão Imran Khan

Um ano depois que fui eleito primeiro-ministro do Paquistão em agosto passado, uma das minhas principais prioridades era trabalhar pela paz justa e duradoura no Sul da Ásia. A Índia e o Paquistão, apesar de nossa história difícil, enfrentam desafios semelhantes de pobreza, desemprego e mudança climática, especialmente a ameaça do derretimento de geleiras e escassez de água para centenas de milhões de cidadãos.

Eu queria normalizar as relações com a Índia por meio do comércio e resolver a disputa da Caxemira, o principal obstáculo à normalização das relações entre nós.

Em 26 de julho de 2018, em meu primeiro discurso televisionado ao Paquistão depois de vencer as eleições, afirmei que queríamos paz com a Índia e, se desse um passo adiante, daríamos dois passos. Depois disso, uma reunião entre nossos dois ministros das Relações Exteriores foi organizada à margem da sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas em setembro de 2018, mas a Índia cancelou a reunião. Naquele mês de setembro, também escrevi minha primeira das três cartas ao primeiro-ministro Narendra Modi, pedindo diálogo e paz.

Infelizmente, todos os meus esforços para iniciar um diálogo pela paz foram rejeitados pela Índia. Inicialmente, supusemos que as posições cada vez mais duras de Modi e sua retórica contra o Paquistão visavam provocar um frenesi nacionalista entre os eleitores indianos com olhos nas eleições indianas em maio.

Em 14 de fevereiro, alguns meses antes dessas eleições, um jovem da caxemira realizou um ataque suicida contra tropas indianas na área ocupada pelos indianos naquela região. O governo indiano prontamente culpou o Paquistão.

Pedimos evidências, mas Modi enviou aeronaves de combate da Força Aérea Indiana através da fronteira ao Paquistão. Nossa Força Aérea derrubou uma aeronave indiana e capturou seu piloto. Revidamos para sinalizar que poderíamos nos defender, mas optamos por não atingir um alvo que causaria perda de vidas. Tomei uma decisão consciente de mostrar que o Paquistão não tinha a intenção de agravar o conflito entre dois estados com armas nucleares. Nós repatriamos o piloto indiano capturado, sem estabelecer pré-condições.

Em 23 de maio, após a reeleição de Modi, eu o parabenizei e esperava que pudéssemos trabalhar pela “paz, progresso e prosperidade no sul da Ásia”. Em junho, enviei outra carta ao Sr. Modi oferecendo diálogo para trabalhar em prol da paz. Mais uma vez, a Índia optou por não responder. E descobrimos que, enquanto eu fazia propostas de paz, a Índia fazia lobby para colocar o Paquistão na "lista negra" da Força-Tarefa de Ação Financeira intergovernamental, que poderia levar a sanções econômicas severas e nos levar à falência.

Evidentemente, o Sr. Modi confundiu nosso desejo de paz em um contexto nuclear como apaziguamento. Não estávamos simplesmente contra um governo hostil. Estávamos enfrentando uma "Nova Índia", que é governada por líderes e por um partido que é o produto da nave-mãe supremacista hindu, Rashtriya Swayamsevak Sangh , ou o RSS

O primeiro ministro indiano e vários ministros de seu governo continuam sendo membros do RSS, cujos fundadores expressaram sua admiração por Benito Mussolini e Adolf Hitler. O Sr. Modi escreveu com muito amor e reverência sobre MS Golwalkar, o segundo líder supremo do RSS, e se referiu ao Sr. Golwakar como "Pujiniya Shri Guruji (Guru digno de adoração)".

O guru de Modi escreveu com admiração sobre a Solução Final em “ We, Our Nationhood Defined ”, seu livro de 1939: “Para manter a pureza da raça e sua cultura, a Alemanha chocou o mundo ao expurgar o país das Raças Semíticas - os judeus. O orgulho nacional em seu nível mais alto se manifestou aqui. A Alemanha também mostrou o quão quase impossível é para raças e culturas, com diferenças profundas, serem assimiladas em um todo unido, uma boa lição para nós no Hindustão para aprendermos e lucrarmos ”.

Eu esperava que ser eleito primeiro-ministro levasse Modi a deixar de lado seus velhos costumes como ministro-chefe do estado indiano de Gujarat, quando ele ganhou notoriedade global pelo pogrom de 2002 contra muçulmanos locais em seu turno e teve seu visto negado ao viajar para os Estados Unidos sob a Lei Internacional de Liberdade Religiosa - uma lista de negações de visto que incluía associados a Slobodan Milosevic .

O primeiro mandato de Modi como primeiro-ministro foi marcado pelo linchamento de muçulmanos, cristãos e dalits por multidões hindus extremistas. Na Caxemira ocupada pelos indianos, testemunhamos um aumento da violência do estado contra caxemires desafiantes. As espingardas que lançavam balas de borracha foram introduzidas e apontadas aos olhos dos jovens manifestantes da Caxemira, cegando centenas.

Em 5 de agosto, em sua ação mais descarada e flagrante, o governo de Modi alterou o status da Caxemira ocupada pelos indianos através da revogação dos artigos 370 e 35A da Constituição indiana. A medida é ilegal sob a Constituição da Índia, mas, mais importante, é uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Caxemira e do Acordo de Shimla entre a Índia e o Paquistão.

E a “Nova Índia” de Modi optou por fazer isso impondo um toque de recolher militar na Caxemira, aprisionando sua população em suas casas e cortando suas conexões de telefone, internet e televisão, tornando-as sem notícias do mundo ou de seus entes queridos. O cerco foi seguido por um expurgo: milhares de caxemires foram presos e jogados em prisões por toda a Índia. Um banho de sangue é temido na Caxemira quando o toque de recolher é levantado. Os caxemires que desafiam o toque de recolher já estão sendo baleados e mortos .

Se o mundo não fizer nada para impedir o ataque indiano à Caxemira e seu povo, haverá consequências para o mundo inteiro, à medida que dois estados com armas nucleares se aproximam cada vez mais de um confronto militar direto. O ministro da Defesa da Índia emitiu uma ameaça nuclear não tão velada ao Paquistão, dizendo que o futuro da política de “não usar primeiro” as armas nucleares pela Índia “dependerá das circunstâncias”. Declarações semelhantes são feitas periodicamente pelos líderes indianos . O Paquistão há muito tempo vê com ceticismo as alegações de “não usar primeiro” da Índia.

Com a sombra nuclear pairando sobre o sul da Ásia, percebemos que o Paquistão e a Índia precisam sair de uma mentalidade de soma zero para iniciar o diálogo sobre a Caxemira, vários assuntos estratégicos e comerciais. Na Caxemira, o diálogo deve incluir todos os interessados, especialmente os caxemires. Já preparamos várias opções que podem ser trabalhadas, respeitando o direito à autodeterminação que aos caxemires foram prometidos pelas resoluções do Conselho de Segurança e pelo primeiro ministro da Índia, Jawaharlal Nehru.

Através do diálogo e das negociações, as partes interessadas podem chegar a uma solução viável para acabar com as décadas de sofrimento do povo caxemirense e avançar para uma paz estável e justa na região. Mas o diálogo só pode começar quando a Índia reverter sua anexação ilegal da Caxemira, encerrar o toque de recolher e o bloqueio, e retirar suas tropas.

É imperativo que a comunidade internacional pense além das vantagens comerciais. A Segunda Guerra Mundial aconteceu por causa do apaziguamento em Munique. Uma ameaça semelhante paira sobre o mundo novamente, mas desta vez sob a sombra nuclear.



Por: Imran Khan - Primeiro Ministro do Paquistão, recebemos esse artigo através do Adido de Defesa do Paquistão, Brig. Gen. Mouhammad Yousaf, ao qual agradecemos a confiança.


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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Paquistão testa míssil tático de curto alcance com capacidade nuclear

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O Exército do Paquistão efetuou "com sucesso" nesta terça-feira um teste múltiplo do míssil com capacidade nuclear denominado Nasr, que tem alcance de 60 quilômetros e faz parte do arsenal nuclear tático do país asiático.
O teste, segundo uma nota oficial, consistiu no lançamento sucessivo de quatro projéteis de uma plataforma de lançamento móvel "de última geração", e foi presenciado por boa parte da cúpula militar paquistanesa, inclusive o chefe do Exército, Ashfaq Pervez Kiyani.
O Nasr - também denominado Hatf IX - tem capacidade de manobrar durante o voo e, conforme testes anteriores, o Exército afirmou que faz parte de "um sistema de resposta rápida" e "de dissuasão frente às ameaças colocadas por cenários em transformação".
O míssil faz parte do armamento nuclear tático paquistanês, desenvolvido recentemente para resistir à estratégia de defesa desenvolvida pelo grande rival regional do Paquistão, a Índia, que também possui um arsenal nuclear.
Neste grupo de armas táticas se encontra também o Abdali, um projétil com alcance de 180 quilômetros que foi testado com sucesso no início do ano.
Esses mísseis são mais um passo na escalada armamentista dos dois países, já que deixam o adversário quase sem margem de resposta porque reduzem para poucos minutos o intervalo de tempo entre o lançamento e seu impacto.
Uma das principais razões para o desenvolvimento de armas desse tipo, segundo diversos analistas, está na necessidade paquistanesa de resistir à doutrina de defesa indiana denominada 'Cold Start', estabelecida em 2004.
Embora não assumida oficialmente pelo governo indiano, essa doutrina foi admitida por membros do Exército indiano e se baseia na possibilidade de se realizar uma invasão terrestre relâmpago em solo paquistanês que deixe o rival sem resposta.
Essa possibilidade e o desenvolvimento de sistemas antimísseis indianos, que reduzem a capacidade de dissuasão dos mísseis paquistaneses de longo alcance, levaram os gerentes militares do Paquistão a repensar a configuração de seu arsenal estratégico.
 
Fonte: EFE
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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Paquistão e a incerteza sobre o J-10

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Enfrentando difículdades com o Fundo Monetário Internacional o Paquistão e demonstrando preocupações com a tecnologia não testada provavelmente irá atrasar os planos de Islamabad para concluir a compra de 36 caças J-10B multirole da China através do acordo de 1,4 bilhões dólares assinado em 2009, dizem analistas.

As condições econômicas atuais excluem qualquer possibilidade de aquisição de novos sistemas de armamento nos próximos dois a três anos, pelo menos, disse Kaiser Tufail, analista militar independente em Lahore.

Sob os termos do empréstimo do FMI, o governo enfrenta duras condições de aumentar as receitas e controlar os gastos, inclusive com equipamentos militares.

Uma delegação chinesa visitou o Paquistão na última semana de setembro para discutir a situação dos acordos de defesa paralisados, incluindo o J- 10B.

O J -10B é uma variante avançada do J- 10A, entrando em operação no final de 2003 com a Força Aérea da China. O J-10B contará com o novo turbofan WS-10A chinês, que irá substituir o Saturn AL- 31FN russo que equipa a versão J-10A. Construído pela Chengdu Aircraft Industries , o caça é baseado programa da IAI de Israel conhecido como Lavi, que foi cancelado em 1987.
 
De acordo com analistas, a opção pela aquisição de caças F-16C oriundos do estoque dos EUA, são tidos como preferíveis, ao invés de adquirir uma nova aeronave que é um produto desconhecido na esfera do combate moderno. E questionam a opção paquistanesa de comprar um esquadrão de J-10B.
 
Para ser rentável, o Paquistão deverá possuir pelo menos três ou quatro esquadrões destes caças, assim justificariam os meios adicionais e instalações de manutenção que seriam necessários para operação deste novo caça, disse Tufail.
 
O excesso de confiança em equipamentos de alta tecnologia dos EUA preocupa autoridades paquistanesas , e a diversificação de fornecedores, como a China e a Rússia como fontes de novas tecnologias, no caso de um novo caça, podem ser as únicas opções.
 
Se ocorrer um acordo, no entanto, Tufail prevê que pode não haver problemas direta ou indiretamente, com a aquisição de equipamento russo , como o motor AL- 31FN do J-10A .
 
O J -10B foi apresentado pela primeira vez ao público no início de 2009 . As imagens que aparecem em sites militares de língua chinesa indicam o J-10B teve uma nova configuração da seção do nariz com adição de um sistema de rastreamente infravermelho e uma nova entrada de ar do motor, também visto no Chengdu FC- 1, que é co-produzido no Paquistão como JF -17 Thunder , disse Richard Fisher , pesquisador sênior de assuntos militares asiáticos.
 
Pelo menos um protótipo do J-10B tem apresentado o turbofan WS- 10A, mas ainda não se sabe se toda a produção de J- 10B contará com a WS- 10A ou o russo Saturn turbofan AL- 31F, disse Fisher .
 
“Eu acho que o arranjo JF -17 tem sido um viável até agora, e sistemas de armas futuros com componentes russos e chineses podem ser adquiridos pela Força Aérea do Paquistão em uma base similar, sem dificuldade ", disse Tufail .
 
A Rússia permitiu a China fornecer ao Paquistão os turbofans Klimov RD -93 para os JF -17 , apesar da oposição indiana , e as perspectivas melhoraram desde então .
 
O descongelamento das relações com a Russia nos últimos anos com o co-desenvolvimento indiano do PAK-FA é certamente um desenvolvimento bem-vindo , e deve ajudar a substituir objeções indianas para qualquer tipo de cooperação militar entre o Paquistão e a Rússia", disse Tufail .
 
Os avanços tecnológicos também podem acabar com o interesse nos J-10.Tufail acredita que a força aérea pode estar se voltando para o furtivo Chengdu J- 20, embora este não é, atualmente, nada além de um projeto.
 
É um avião futurista, ainda não totalmente operacional, e seus recursos são pouco conhecidos , então estudando muito,  isso pode ser um pouco prematuro, disse Tufail . O J -10B vai oferecer ao Paquistão algumas capacidades avançadas de quarta geração .
 
O novo nariz do avião levou à especulação de que o J -10B também contou com uma nova antena radar phased array fixa e isso foi confirmado em 2011, disse Fisher. Ainda há alguma especulação de que este radar pode ser de tecnologia  AESA, mas o ponto chave é que o J- 10B é claramente um caça de 4G+, que incluiu também os sistemas e cockpit atualizado e sistemas de guerra eletrônica.
 
Mas se o Paquistão escolher não se tornar o primeiro cliente para exportação do J-10B , o  custo unitário estimado entre 50-60 milhões de dólares tornará esta aeronave muito atraente para países como Venezuela , Argentina, Peru , Malásia e Indonésia , que estão procurando por um novo caça multifuncional de preço acessível, disse Fisher.


Fonte: GBN com agências de notícias
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

EUA e Paquistão fizeram acordo secreto para uso de "drones"

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Nek Muhammad sabia que estava sendo seguido. Em um dia quente de junho de 2004, esse membro da tribo pashtun estava dentro de uma construção de barro no Waziristão do Sul conversando por telefone via satélite com um dos muitos jornalistas que regularmente o entrevistavam a respeito de como ele enfrentara e humilhara o Exército do Paquistão nas montanhas do oeste do país. Ele perguntou a um dos seus seguidores sobre o estranho pássaro metálico que pairava acima dele.
 
Menos de 24 horas depois, um míssil destruiu o casebre, arrancando a perna esquerda de Muhammad, que morreu junto com várias outras pessoas, incluindo dois meninos. Os militares paquistaneses rapidamente assumiram a autoria do ataque.
 
Era mentira.
 
Muhammad e seus seguidores haviam sido mortos pela CIA, que, pela primeira vez, usava no Paquistão um "drone" (avião teleguiado) Predator para realizar um "assassinato seletivo". O alvo não era um dirigente da Al Qaeda, mas um aliado paquistanês do Taleban que comandava uma rebelião tribal e estava marcado pelo Paquistão como inimigo do Estado. Num acordo secreto, a CIA concordou em matá-lo em troca de acesso ao espaço aéreo paquistanês para poder caçar os seus próprios inimigos com os "drones".
 
A barganha, descrita em entrevistas com mais de uma dúzia de funcionários públicos no Paquistão e nos Estados Unidos, é crucial para entender a origem de uma dissimulada guerra com "drones" que começou no governo Bush, foi ampliada pelo presidente Barack Obama e é agora motivo de intenso debate nos EUA.
 
O acordo, um mês depois de um cáustico relatório interno sobre abusos nas prisões secretas da CIA, abriu caminho para que a agência priorizasse a morte de terroristas (em vez da sua captura) e contribuiu para que ela -um serviço de espionagem da época da Guerra Fria- se transformasse em um serviço paramilitar.
 
A CIA, desde então, já conduziu centenas de ataques com "drones" no Paquistão que mataram milhares de pessoas -militantes e civis. Ela acabou por definir a nova forma americana de combate, criando um atalho nos mecanismos pelos quais os EUA vão à guerra.
 
Nem as autoridades americanas nem as paquistanesas jamais admitiram o que realmente aconteceu com Muhammad -os detalhes continuam sob sigilo.
 
Mas, nos últimos meses, parlamentares dos EUA fizeram apelos por transparência, e críticos à direita e à esquerda passaram a pressionar Obama e seu novo diretor da CIA, John Brennan, para que eles ofereçam uma explicação mais completa sobre os objetivos dos "drones".
 
Ross Newland, que ocupava um cargo graduado na CIA quando a agência foi autorizada a matar integrantes da Al Qaeda, diz que a CIA parece ter ficado muito à vontade com as mortes por controle remoto.
 
ASTRO INCONTESTE
 
Em 2004, Muhammad havia se tornado o astro inconteste das áreas tribais, as ferozes terras montanhosas habitadas pelos wazirs, mehsuds e outras tribos pashtuns que há décadas vivem de forma independente do governo paquistanês.
 
Muhammad, um ousado membro da tribo wazir, havia montado um exército para combater as forças oficiais e forçara o governo a negociar.
 
Muitos nas áreas tribais viam com desdém a aliança forjada pelo então presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, com os EUA depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
 
Nascido perto de Wana, centro comercial do Waziristão do Sul, Muhammad passou a adolescência como ladrão de carros e balconista no bazar da cidade. Achou sua vocação em 1993, mais ou menos aos 18 anos, quando foi recrutado para lutar pelo Taleban no Afeganistão. Ele ascendeu rapidamente na hierarquia militar do grupo.
 
Quando os EUA invadiram o Afeganistão, em 2001, ele aproveitou a oportunidade para hospedar combatentes árabes e tchetchenos da Al Qaeda, que entravam no Paquistão ao fugir dos bombardeios americanos.
 
Para Muhammad, isso era um ganha-pão, mas ele também viu outra utilidade nos recém-chegados. Com a ajuda deles, nos dois anos seguintes, lançou ataques contra instalações militares paquistanesas e bases americanas no Afeganistão.
 
Agentes da CIA em Islamabad pediram a espiões paquistaneses que pressionassem membros da tribo wazir a entregar os combatentes estrangeiros. Relutantemente, Musharraf enviou tropas às montanhas para caçar Muhammad e seus homens. Em março de 2004, helicópteros paquistaneses bombardearam Wana.
 
Um cessar-fogo foi negociado em abril, durante uma reunião no Waziristão do Sul na qual um comandante paquistanês pendurou uma guirlanda de flores no pescoço de Muhammad.
 
A trégua deu mais fama a Muhammad, mas logo se revelou um blefe. Ele retomou seus ataques contra as forças paquistanesas.
 
OFERTA AMERICANA
 
A CIA vinha monitorando a ascensão de Muhammad, mas as autoridades o viam mais como um problema do Paquistão do que dos EUA. Em Washington, havia crescente alarme quanto à presença de membros da Al Qaeda nas áreas tribais, e George Tenet, então diretor da CIA, autorizou seus agentes em Islamabad a pressionar as autoridades paquistanesas para permitir os "drones" armados.
 
Enquanto as batalhas eram travadas no Waziristão do Sul, o chefe do escritório da CIA em Islamabad fez uma visita ao general Ehsan ul Haq, chefe da Inteligência Interserviços (ISI, a espionagem paquistanesa), e lhe apresentou uma oferta: se a CIA matasse Muhammad, a ISI autorizaria voos de "drones" armados sobre as áreas tribais?
 
A barganha foi selada. Autoridades paquistanesas insistiram em aprovar cada ataque, o que lhes dava controle sobre os alvos. A ISI e a CIA concordaram que todos os voos de "drones" no Paquistão seriam operados sob a autoridade dissimulada da CIA -o que significava que os EUA jamais admitiriam ter conhecimento dos ataques e o Paquistão assumiria o crédito por eles ou ficaria em silêncio.
 
NOVA DIREÇÃO
 
Enquanto as negociações transcorriam, o inspetor-geral da CIA, John Helgerson, havia acabado de concluir um duro relatório sobre os abusos a detentos em prisões secretas da CIA. Era talvez a mais importante razão individual para que a CIA passasse a matar suspeitos em vez de prendê-los.
 
Autoridades de contraterrorismo começaram a repensar a estratégia para a guerra secreta. Os "drones" armados ofereciam uma nova direção. Matar por controle remoto era a antítese do trabalho duro e íntimo do interrogatório. Os assassinatos seletivos foram saudados por republicanos e democratas.
 
Três anos antes da morte de Muhammad e um ano antes de a CIA realizar seu primeiro assassinato seletivo fora de uma zona de guerra -em 2002, no Iêmen-, houve um debate sobre a legalidade e a moralidade do uso de "drones" para matar supostos terroristas.
 
John McLaughlin, então subdiretor da CIA, disse que não se podia subestimar a mudança cultural que advém da obtenção da autoridade letal. "Quando as pessoas me dizem que 'não é grande coisa', eu lhes digo: 'Você já matou alguém?'", afirmou. "É grande coisa. Você começa a pensar de um jeito diferente."
 
Depois do 11 de Setembro, porém, essas preocupações foram rapidamente postas de lado.
 
Depois que Muhammad foi morto, o general Shaukat Sultan, um porta-voz paquistanês, disse a jornalistas que o "facilitador da Al Qaeda" Nek Muhammad e quatro outros "militantes" haviam sido mortos por um foguete disparado por forças paquistanesas. Qualquer insinuação de que Muhammad teria sido morto por americanos ou com assistência americana, disse ele, era "totalmente absurda".
 
Fonte: The New York Times
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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Paquistão testa míssil com capacidade nuclear de curto alcance

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O Exército do Paquistão realizou nesta quinta-feira um "bem-sucedido lançamento" para testar um míssil de cruzeiro de produção própria com capacidade nuclear, o Hataf-8, com alcance de 350 quilômetros.

Em comunicado, o comando paquistanês explicou que o míssil pode levar armas nucleares e convencionais e tem uma "precisão milimétrica".

O primeiro-ministro paquistanês, Yousaf Raza Gilani, e o presidente, Asif Ali Zardari, parabenizaram os cientistas pelo sucesso do teste, de acordo com a nota.

O arsenal do Paquistão inclui os mísseis balísticos Hataf e Ghaznavi, os mísseis de médio alcance Ghauri e Shaheen, os mísseis de cruzeiro Babur e o míssil antitanque Baktar-Shikan, a maioria deles desenvolvida com a ajuda da China.

O Paquistão e a Índia, vizinhos rivais que travaram três guerras desde sua independência do Império Britânico, em 1947, costumam produzir rotineiramente testes com mísseis nucleares.

Em meados de abril, a Índia produziu um lançamento para testar do Agni-5, um míssil de cinco mil quilômetros de alcance e capacidade nuclear, e o Paquistão aumentou desde então a frequência de seus próprios ensaios.

Fonte: EFE
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Paquistão diz que ataque da Otan ameaça guerra ao terror

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O Paquistão, ainda enfurecido pelo ataque da Otan, a aliança militar do Ocidente, que matou 24 soldados seus no fim de semana, pode deixar de apoiar a "guerra ao terror" travada pelos EUA na região, caso a sua soberania volte a ser violada, disse a chanceler do país, Hina Rabbani Khar.

Em protesto contra o incidente, o Paquistão já cancelou sua participação em uma conferência internacional sobre o Afeganistão, marcada para a semana que vem na Alemanha.

"Já chega", afirmou Hina ao Senado paquistanês, segundo relato do jornal "The News". "O governo não vai tolerar nenhum incidente que derrame uma só gota do sangue de um civil ou um soldado,"

"O papel do Paquistão na guerra ao terror não deve ser ignorado", acrescentou Hina, insinuando que o Paquistão poderia romper a aliança iniciada na época em que os EUA invadiram o Afeganistão para perseguir os militantes responsáveis pelos atentados de 11 de setembro de 2001.

Num fato que deve exacerbar a crise, dois paquistaneses foram mortos na madrugada desta quinta-feira no Afeganistão, e guardas de fronteira do Paquistão disseram que a Otan pode ter sido responsável.

Os guardas disseram que os dois paquistaneses, oriundos da localidade de Chagai, recolhiam lenha a 30 km da fronteira quando um helicóptero da Otan bombardeou o veículo deles. A Otan não se pronunciou.

No sábado, helicópteros e caças da Otan atacaram duas guarnições militares paquistanesas na região da fronteira, no pior incidente desde 2001. Militares paquistaneses disseram que se tratou de uma agressão deliberada --algo que o general Martin Dempsey, chefe do Estado-Maior dos EUA, negou categoricamente.

As relações entre EUA e Paquistão já vinham declinando devido a bombardeios anteriores da Otan em território paquistanês, e também por causa da ação militar norte-americana que em maio matou o líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, nos arredores de Islamabad.

Posteriormente, políticos e militares acusaram os serviços paquistaneses de inteligência de colaborarem com militantes islâmicos.

Desde sábado, várias cidades paquistanesas registram protestos diários contra a Otan. Fontes militares disseram que uma delegação de 15 integrantes, chefiada pelo diretor-geral do Estado-Maior paquistanês, general Mohammad Asif, cancelou uma visita que faria nesta semana aos Estados Unidos.

Fonte: Reuters
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Tensão aumenta entre EUA e Paquistão, crise pode por fim ao apoio paquistanês na região

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Segundo informou a imprensa paquistanesa, o chanceler dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, chegou ontem (28) à Islamabad para se reunir com o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari. Ele sugeriu a Zardari que revogue o pedido de retirada das tropas norte-americanas da base militar de Shamsi. A sugestão, porém, foi rejeitada.
 
O chanceler chinês, Yang Jiechi, conversou por telefone com a chanceler do Paquistão, Hina Rabbani Khar, sobre o ataque aéreo da OTAN que matou soldados paquistaneses. Yang Jiechi afirmou que a China está chocada e acompanha atentamente o incidente. Ressaltou que os países e organizações internacionais devem respeitar a independência, soberania e integridade territorial do Paquistão. O grave acontecimento deve ser totalmente investigado e tratado adequadamente.
 
O chanceler chinês reiterou que a China vai apoiar como sempre os esforços paquistaneses para garantir a independência, soberania e integridade territorial do país.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou ontem(28) uma declaração na qual  apela à força da OTAN no Afeganistão para que faça uma investigação completa sobre o incidente. Afirma ainda que jamais permitirá aos países envolvidos que sabotem a soberania de outros países ao aplicar planos anti-terroristas.

Paquistão suspende apoio a Otan após ataque deixar 28 mortos

Helicópteros da Otan atacaram uma base militar ao noroeste do Paquistão no sábado, matando 28 soldados e fazendo com que o país fechasse rotas vitais de apoio às tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte lutando no Afeganistão, disseram autoridades paquistanesas.

O ataque é o pior incidente do tipo desde que o Paquistão se aliou a Washington imediatamente após os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

E acontece em um momento em que as relações entre os EUA e o Paquistão já estão estremecidas seguindo a morte do líder da al Qaeda Osama bin Lader por forças especiais norte-americanas em uma operação secreta na cidade de Abbottabad em maio.

O gabinete de Relações Exteriores condenou o ataque deste sábado.

O comandante da Otan que lidera as forças no Afeganistão, general John R. Allen, disse que ofereceu suas condolências a qualquer soldado paquistanês "que possa ter morrido ou ficado ferido" durante o "incidente" na fronteira.

Um porta-voz da Otan se recusou a fornecer comentários adicionais sobre as circunstâncias do que foi chamado de acidente e disse que uma investigação está em curso.

Embora não houvesse clareza sobre mortos e feridos, duas fontes militares disseram que 28 soldados foram mortos e 11 ficaram feridos no ataque à base Salala, que fica a cerca de 2,5 quilômetros da fronteira com o Afeganistão.

Atritos tem aumentado após ataque que resultou na morte de Bin Laden

A atual crise não se deve unica e exclusivamente pelo ataque contra uma posição paquistanesa que deixou 28 mortos. A tensão teve seu princípio após a operação conduzida por tropas americanas no território paquistanês que resultou na morte do terrorista mais procurado do mundo, Osama Bin Laden,sem que houvesse qualquer tipo de comunicação ao governo deste país.

O último evento que culminou na morte de 28 cidadãos daquela nação, e não vem a ser o primeiro ataque dos EUA e OTAN que resultou na morte de civis inocentes. É comum  vermos todos os dias estampando os jornais que UCAV's vitimam civis em território do Paquistão, um ato que por si só já justificaria a retirada do apoio deste país ao EUA e seus aliados.

Com a nova conjuntura geopolítica e o ressurgimento do Taliban como uma ameaça presente aos interesses ocidentais no Afeganistão e em algumas localidades do próprio Paquistão, surge um novo desafio á OTAN no cenário do Médio Oriente, podemos fazer uma comparação com um barril de pólvora, se pavio esta aceso e queimando diante das tensões regionais entre Israel X Irã e com a crise na Síria, nos resta apenas aguardar pelas cenas dos próximos capítulos
Fonte: GeoPolítica Brasl com Agências de Notícias
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Índia e Paquistão tentam normalizar relação bilateral

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Os primeiros-ministros da Índia, Manmohan Singh, e do Paquistão, Yousuf Raza Gillani, se reuniram nesta quinta-feira nas ilhas Maldivas para tentar normalizar a sempre complicada relação entre as duas potências nucleares do sul da Ásia.

"Perdemos muito tempo em debates ásperos no passado. Chegou o momento de escrever um novo capítulo em nossas relações", disse Singh, citado pela agência de notícias indiana Ians. "Revisamos o diálogo com a expectativa que todos os assuntos que infestaram de problemas as relações possam ser discutidos com toda a sinceridade".

Os líderes se reuniram durante uma hora em um intervalo da 17ª cúpula da Saarc (Associação para a Cooperação no Sul da Ásia), que é realizada no pequeno arquipélago do oceano Índico.

Em uma casa de praia de um luxuoso hotel, os dois premiês discutiram de "forma aberta" todos os assuntos de sua complexa agenda bilateral, como a distribuição de água, o terrorismo e disputas territoriais. "A reunião foi boa. Espero que a próxima rodada de consultas seja mais construtiva e abra um novo capítulo nas relações entre ambos países", afirmou o paquistanês.

Esta foi a segunda reunião do ano, após outro encontro que mantiveram durante a semifinal do campeonato
mundial de críquete disputada pelas seleções dos dois países na cidade indiana de Mohali em março.

DIÁLOGO

A Índia reivindica ao Paquistão uma ação mais decidida contra os grupos terroristas que operam em seu território e realizam atentados como o de 2008 em Mumbai, que deixou 166 mortos e estremeceu as relações entre os dois países.

O diálogo ficou congelado e a Índia só tentou retomá-lo no último mês de fevereiro, após mais de dois anos de desencontros e subidas de tom de alguns dos mais importantes políticos de ambos lados da fronteira.

Nesta quinta-feira, Singh voltou a insistir que o Paquistão leve aos tribunais os autores do ataque, mas ao mesmo tempo apostou em deixar para trás a "era de acusações", segundo seu secretário de Relações Exteriores, Ranjan Mithai.

Mithai disse que os dois premiês concordaram ser preciso colocar em prática o mais rápido possível um regime de vistos liberalizado para fomentar os intercâmbios bilaterais. Como gesto de boa vontade, o Paquistão decidiu recentemente outorgar à Índia o status de "nação mais favorecida".

Desde a independência e partilha do subcontinente, em 1947, a Índia e o Paquistão passaram por várias guerras e mantêm conflitos de menor intensidade, principalmente pela região da Caxemira, cujo território segue dividido na atualidade.

Fonte: EFE
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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tropas dos EUA no Paquistão começarão a deixar país progressivamente

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O Pentágono informou que as tropas dos Estados Unidos no Paquistão começarão a serem retiradas do país de forma progressiva. O porta-voz Dave Lapan afirmou que o próprio Paquistão quer que os EUA reduzam a presença no país. 

A relação entre os dois países ficou enfraquecida após a operação que matou o terrorista Osama Bin Laden. Os Estados Unidos invadiram o país sem permissão. O Paquistão, por sua vez, não encontrou Bin Laden dentro de seu território, mesmo com o líder da Al Qaeda se esconder a poucos metros de uma base militar durante cerca de cinco anos. 

Pelo menos 200 soldados norte-americanos estão no Paquistão. Eles agem como instrutores das tropas paquistanesas.

Fonte SRZD
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Paquistão diz aos EUA que não é Iraque nem Afeganistão

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Ao ser questionado sobre a possibilidade de os Estados Unidos lançarem uma nova operação militar nas áreas tribais do Paquistão, o chefe do Exército paquistanês, Ashfaq Parvez Kayani, avisou que seu país não é Iraque nem Afeganistão.

A advertência aconteceu em reunião realizada em Islamabad na noite de terça-feira entre a cúpula militar e os comitês parlamentares de Defesa, onde foi discutido o desdobramento em massa de soldados da Otan, a aliança militar do Ocidente, no lado afegão da fronteira com o Paquistão.

De acordo com as fontes, citadas pelos diários paquistaneses "Express" e "Dawn", Kayani alertou que os EUA "devem pensar dez vezes" antes de lançarem uma ofensiva unilateral sobre a região tribal paquistanesa do Waziristão do Norte.

"Podem fazê-lo, mas têm de pensar dez vezes, porque o Paquistão não é Iraque nem Afeganistão", declarou Kayani, segundo um dos presentes, uma vez que o encontro não pôde ser presenciado pela imprensa.

O general fez esta advertência apesar de ter considerado pouco provável que os EUA lancem uma ofensiva unilateral sobre o Waziristão do Norte, reduto paquistanês da rede fundamentalista Haqqani.

Kayani admitiu que Washington está exercendo pressão para que seu Exército desaloje desta zona a rede Haqqani, acusada pelos EUA de promover golpes sangrentos contra suas tropas no Afeganistão.

"Se alguém me convencer de que tudo será solucionado se agirmos no Waziristão do Norte, agirei de forma imediata", garantiu, segundo a versão do jornal "Express".

O desdobramento militar no lado afegão da fronteira contra efetivos da rede Haqqani despertou inquietação em Islamabad.

A tensão entre Paquistão e EUA iniciada pela operação unilateral americana que matou Osama bin Laden em maio segue vigente, e agora a rede Haqqani e o futuro da guerra afegã centram as divergências entre as duas nações.

Fonte: EFE
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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Obama adverte Paquistão sobre elo com terroristas no Afeganistão

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou o Paquistão de fazer uma aposta perigosa sobre o futuro do Afeganistão e advertiu que há "algumas conexões" entre seus serviços de inteligência e os extremistas.

"Estão fazendo apostas perigosas sobre o futuro do Afeganistão e parte dessas apostas é ter conexões com pessoas não recomendáveis, que acreditam que poderiam recuperar o poder no Afeganistão logo que as forças de coalizão partirem", disse o presidente norte-americano em entrevista coletiva na Casa Branca nesta quinta-feira.

Obama disse ainda que os Estados Unidos continuam comprometidos em ajudar o Paquistão a lidar com seus próprios problemas, apesar da preocupação quanto às relações entre pessoas do serviço de inteligência paquistanês e grupos extremistas que operam no Afeganistão.

"Mas não há dúvida de que nós não vamos nos sentir confortáveis em uma relação estratégica de longo prazo com o Paquistão se não acharmos que eles também estão preocupados com nossos interesses", disse Obama.

Obama afirmou ainda que é importante para o Paquistão "ter um Afeganistão estável". Entretanto, ele reconheceu que ainda há muito trabalho por fazer.

"Não há dúvidas de que existem algumas conexões entre os militares e os serviços de inteligência paquistanês com alguns indivíduos duvidosos", declarou.

Nas últimas semanas, o governo norte-americano tem intensificado os pedidos a Islamabad para que rompa seus vínculos com a rede Haqqani, vinculada à Al Qaeda e acusada do ataque no mês passado contra a Embaixada dos Estados Unidos em Cabul. Islamabad negou qualquer vínculo de seus serviços de inteligência com a rede Haqqani.

Fonte: Folha
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Hillary pressiona Paquistão para combater militantes da rede Haqqani

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A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, reafirmou nesta quinta-feira seu apelo ao Paquistão para que combata os talebans em território paquistanês, de onde atacam as forças americanas e locais no vizinho Afeganistão, e insistiu em uma relação "mais sólida" entre Washington e Islamabad.

"Queremos ver o fim dos santuários e de qualquer outra forma de apoio aos terroristas procedente de dentro do Paquistão. Queremos seguir trabalhando para construir nossa relação sobre uma base mais sólida".

Uma semana após ser acusado pelos Estados Unidos de proteger o grupo taleban Haqqani, o pior inimigo da coalizão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Afeganistão, o governo paquistanês afirmou nesta quinta-feira sua unidade para resistir à pressão americana.

As declarações de Clinton chegam no mesmo dia em que líderes políticos do Paquistão realizaram uma reunião envolvendo todos os partidos para discutir as crescentes exigências americanas para que Islamabad ataque militantes islâmicos e a possibilidade de os Estados Unidos adotarem ações militares unilaterais no país.

No Congresso dos EUA, cresce o apoio para que seja expandida a ação militar americana no Paquistão além dos ataques teleguiados que já têm como alvo os militantes em território paquistanês, disse o senador republicano Lindsey Graham.

RELAÇÃO CONTURBADA

A posição de Graham, uma voz republicana influente sobre política externa e relações militares, segue os comentários feitos pelo chefe do Estado-Maior dos EUA, almirante Mike Mullen, que acusou o Paquistão na semana passada de apoiar o ataque de 13 de setembro da rede militante Haqqani contra a embaixada dos EUA em Cabul. A rede Haqqani é aliada do Taleban e acredita-se ter ligações próximas com a rede terrorista Al Qaeda.

EUA e Paquistão têm sido aliados há décadas, mas a relação é carregada de desconfiança. O Paquistão, considerado crucial para os esforços dos EUA para estabilizar o Afeganistão, costuma ser descrito como um parceiro não confiável.

Desde que os americanos acusaram alguns membros do governo paquistanês de ajudar militantes anti-EUA, o Congresso está reavaliando a promessa feita em 2009 de triplicar a ajuda não militar ao Paquistão para um total de US$ 7,5 bilhões em cinco anos.

Qualquer ação militar unilateral americana aprofundaria o sentimento anti-EUA que já está elevado no Paquistão sobre os ataques teleguiados e outras questões. Os políticos paquistaneses terão esse sentimento em mente quando formularem uma mensagem para os EUA na reunião desta quinta.

O chefe do serviço militar de espionagem paquistanês, o tenente-general Ahmad Shuja Pasha, deve atualizar os políticos na reunião sobre as discussões com oficiais americanos sobre as relações complicadas.

Os comentários dele devem indicar se o país vai endurecer sua postura ou buscar uma reconciliação.

PRESSÃO

Islamabad, que recebeu bilhões de dólares de ajuda dos EUA apesar da relutância em caçar a rede Haqqani, enfrenta a pressão mais intensa para atacar a militância desde que se juntou à "guerra ao terror" americana há uma década.

Graham disse que os congressistas poderiam apoiar opções militares além dos ataques teleguiados que acontecem há anos no território do Paquistão, o que poderia incluir o uso de aviões de bombardeio. Contudo, ele não defende o envio de tropas dos EUA ao país.

"Eu diria que quando se trata de defender tropas americanas, você não quer se limitar," afirmou. "Não seria uma batalha de pés no chão (com tropas) --não estou falando isso, mas temos muitas alternativas além dos teleguiados."

Fonte: Folha
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