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quinta-feira, 16 de julho de 2020

Marinha do Brasil ativará Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM) nesta sexta-feira

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Na próxima sexta-feira (17), a Marinha do Brasil realizará a cerimônia de ativação da Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM), marcando um importante marco no âmbito do PROSUB, localizada no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), no Rio de Janeiro, onde também é realizada a junção das seções e finalização da construção atualmente dos quatro primeiros submarinos da Classe Riachuelo (SBR), e futuramente o nosso primeiro submarino nuclear SN-10 "Álvaro Alberto" (SNBR).

A nova Base Naval que será a "casa" dos novos submarinos brasileiros, se torna a mais moderna da Marinha do Brasil, dispondo de uma moderna infraestrutura, onde será realizado também o treinamento dos futuros submarinistas que irão operar os modernos submarinos frutos do PROSUB, dispondo de simuladores e todos os meios necessários para capacitar e qualificar as tripulações, além de toda infraestrutura que visa contribuir para o aprestamento dos meios navais, prioritariamente dos submarinos e prestar apoio logístico às Organizações Militares (OM) apoiadas. Cabe a ela prover facilidades de atracação, infraestrutura e apoio administrativo aos navios subordinados ao Comando da Força de Submarinos; segurança de áreas e instalações do Complexo Naval de Itaguaí, incluindo os perímetros marítimo, terrestre e áreas comuns, em coordenação com as demais OM e empresas sediadas no Complexo, além de oferecer apoio básico de saúde.

Nesta foto é possível ver as instalações onde é realizada a junção final das seções dos submarinos da Classe Riachuelo (SBR)
Tendo como foco o apoio às OMs instaladas em Itaguaí, a BSIM demanda recursos humanos altamente qualificados e infraestrutura específica, o que confere a importante tarefa de consolidar a mentalidade de segurança e ser a guardiã da sede do maior ativo da defesa nacional. Desta forma, a estrutura se destaca por possuir elevados níveis de automação. Uma complexa infraestrutura de rede de dados e centros de controle que permite automatizar tarefas como a geração e distribuição de utilidades (água, óleo, energia elétrica), o controle de maquinário, a detecção e combate a incêndio, a segurança física das instalações e a proteção ambiental. Seus usuários contam com modernos recursos de tecnologia da informação e comunicação para o desempenho de suas tarefas, inseridos na robusta infraestrutura de segurança da informação da Marinha.

Nesta imagem vemos o moderno Shiplift (elevador de navios) da BSIM
Moderna, bem equipada e com efetivo bem preparado para exercer seu papel constitucional de garantir a soberania do país, a ativação da BSIM representa um importante marco no processo construtivo do PROSUB em que fortalece as plantas industriais, eleva o patamar tecnológico e faz da nossa Base Industrial de Defesa um vetor de inovação, incorporação tecnológica e expansão da indústria, comprovando a qualificação profissional e industrial instaladas no Brasil.

É motivo de grande orgulho para nós brasileiros, e todos poderão acompanhar a cerimônia de ativação da Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM) através do perfil oficial da Marinha do Brasil no YouTube, não percam nesta  sexta-feira, 17 de julho, a partir das 10h30 da manhã.


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com informações e imagens do CCSM
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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

PROSUB - Marinha do Brasil recebe primeiros torpedos F21

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Segundo noticiado pelo site Naval News, a Naval Group teria entregue no mês de janeiro deste ano, o primeiro lote de torpedos F21 à Marinha do Brasil, porém, não há informações sobre a quantidade recebida pela MB. Os novos torpedos pesados franceses serão empregados na nova classe de submarinos convencionais brasileiros, a Classe "Riachuelo", da qual se pretende inicialmente construir quatro navios, os quais são fruto do contrato entre a Marinha do Brasil e a Naval Group, sendo desenvolvido com base na Classe "Scorpene" de projeto francês, apesar de não ser operado por aquela marinha, o "Scorpene" foi adquirido pelo Chile, Malásia e Índia, devendo somar um total de 14 submarinos da classe a ser construídos em suas distintas variantes e projetos.

O anúncio que foi realizado durante uma coletiva de imprensa sobre os resultados anuais da empresa francesa, ocorreu no dia 21 de fevereiro de 2020. Onde também fora anunciada a entrega dos seis primeiros F21 à Marine Nationale, os quais deverão substituir os antigos F17 mk2 como torpedo pesado da esquadra francesa de submarinos, dotando todas as classes. A França deverá inicialmente receber 93 destes modernos torpedos.

A entrega dos F21 "Ártemis" à Marinha do Brasil, marca a consolidação da primeira exportação deste moderno torpedo, o qual será adotado como torpedo padrão dos submarinos da classe "Riachuelo", o qual encontra-se realizando provas de mar e nos meados deste ano deve ser transferido ao setor operativo, marcando mais uma importante fase do PROSUB.

Além do Brasil, a Índia e Grécia são apontados como potenciais compradores deste novo torpedo pesado francês, lembrando que a Índia é um dos países que escolheu o projeto "Scorpene" como seu moderno submarino convencional, o que aponta para o F21 como uma opção natural.

De acordo com o Naval Group, o F21 "Artémis" apresenta desempenhos excepcionais, cumprindo os rigorosos requisitos da Marine Nationale (Marinha Francesa): Com modo autoguiado avançado, capacidade de operar em águas rasas e confinadas, resistência à contra-medidas de última geração e conformidade com as normas de segurança de submarinos nucleares. Graças à sua inteligência, alcance e poder de fogo, oferece aos seus operadores uma vantagem tática incomparável, aumentando o espectro de cenários operacionais nos quais pode ser efetivamente empregado.


O F21 foi concebido dentro padrão OTAN, com diâmetro de 533 mm, comprimento de 6 metros e peso de 1.550 kg. Atinge velocidade superior a 50 nós, com alcance que supera a marca de 27mn (50 km). Sua profundidade de ataque operacional é compreendida entre 10 m e mais de 500 m.

O torpedo é guiado inicialmente por fio e, em seguida, usa retorno acústico. Seu motor elétrico é acionado por uma bateria de óxido de prata de alumínio (AgO-Al). O back-end do torpedo é fornecido pela Atlas Elektronik (e provém do SeaHake mod4), que permitiu que os engenheiros franceses da DGA e da Naval Group concentrassem totalmente seu tempo e orçamento durante a fase de pesquisa e desenvolvimento na inteligência, orientação e recursos de rastreamento do F21.


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com informações do Naval News
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terça-feira, 8 de outubro de 2019

PROSUB - Fomos à Itaguaí conferir os progressos no programa

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Nesta segunda-feira (7), fomos convidados pela Marinha do Brasil para visitar as instalações do PROSUB, e nosso editor Angelo Nicolaci foi conferir o programa que objetiva construir quatro novos submarinos convencionais, onde esta envolvida a transferência de tecnologias, as quais serão aplicadas ao futuro Submarino Nuclear BRasileiro (SNBR), o qual esta previsto no âmbito do programa para ter inicio de sua construção nos meados da próxima década, onde serão construídas seções de controle e certificação da capacidade técnica. O principal objetivo da visita as instalações de Itaguaí, é nos apresentar os progressos do programa e o segundo submarino convencional (SBR) da classe "Riachuelo", o S-41 "Humaitá", que se encontra na fase de finalização da junção das seções de casco, passando a fase de integração de sistemas e finalização. Nossa visita antecede a cerimônia que ocorrerá no próximo dia 11 de outubro, quando será simbolicamente finalizada a junção das seções, onde contará com a presença da presidência da república, ministros, representantes das forças armadas brasileiras e convidados.

O convite veio em momento muito oportuno, principalmente para sanar algumas questões levantadas pelo nosso público sobre o S-40 "Riachuelo" e o andamento do programa em face aos contingenciamentos de recursos do Ministério da Defesa, o que vem a criar desafios às três forças para manter o andamento de seus programas estratégicos de defesa.

Após uma curta viagem entre o 1º Distrito Naval no Centro do Rio de Janeiro, chegamos as instalações da UFEM (Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas), onde fomos recebidos pelo C.Alte Koga, engenheiro naval e responsável pela gerência do programa de construção de submarinos convencionais no PROSUB. O C.Alte Koga nos deu um breve briefing sobre os progressos do programa e respondeu algumas perguntas da mídia especializada e imprensa presentes à visita.

O "Humaitá" (SBR-2) teve a transferência de suas seções realizadas em meados deste ano, onde após um intenso e preciso trabalho de integração das seções, terá a última seção simbolicamente unida em cerimonia na próxima sexta-feira (11). Fomos informados que a NUCLEP já finalizou a produção e entrega de todas as partes dos dois últimos submarinos convencionais a serem construídos (SBR-3 "Tonelero" e SBR-4 "Angostura"), esta previsto que a cerimonia de integração das seções do "Tonelero" (SBR-3) ocorra em meados de 2020 e no ano seguinte o "Angostura" (SBR-4), enquanto o lançamento do "Humaitá" deve ocorrer em data próxima a cerimonia de integração do "Tonelero" e a deste próxima a data de integração do "Angostura", porém, as datas de lançamento ficam muito a critério do governo federal, que pode definir uma data específica para que ocorra este importante cerimonial.

Como já citado, a NUCLEP finalizou a construção de todo casco resistente e os componentes previstos para os submarinos convencionais do PROSUB, já tendo entregue essas partes à UFEM, onde conferimos o avançado estágio em que se encontra a montagem das seções do "Tonelero" e do "Angostura", ambos construídos em simultâneo, onde recebem os cabeamentos, tubulações e todos acessórios e equipamentos previstos em cada seção do submarino.

Como esta finalizada a construção das partes resistentes do casco dos SBR, a Marinha deve iniciar a construção da seção de qualificação, para manter a capacitação do pessoal técnico envolvido na construção de submarinos, para não perder essa capacidade, onde tem por objetivo ser o corpo de prova e testes para certificar o material, pessoal e equipamentos destinados a construção do casco para o SNBR, homologando toda metodologia do processo, equipamentos e procedimentos envolvidos no programa.


Um ponto interessante que nos foi esclarecido durante a visita, é que a Marinha do Brasil tem conseguido superar a problemática do contingenciamento de recursos através de manobras no próprio programa, onde nos foi dito que o contrato com a Naval Group tem marcos e datas para que seja realizado o pagamento, enquanto as obras de infraestrutura realizadas pela Odebrecht são pagas no momento da entrega das edificações, com isso se cria a possibilidade de priorizar a alocação de recursos à construção dos submarinos, uma vez que a infraestrutura para o mesmo já se encontra pronta, estando em fase de construção as instalações destinadas ao SNBR, o que dá a Marinha do Brasil tempo hábil para se contornar a prorrogação da entrega das obras destinadas a infraestrutura do SNBR. Assim é possível se manter o ritmo previsto no cronograma sem que haja impacto direto sobre o PROSUB.

Saindo do auditório, fomos acompanhar os trabalhos realizados na montagem das seções dos submarinos "Tonelero" (SBR-3) e "Angostura" (SBR-4), onde nos deparamos com um trabalho bastante acelerado, com as instalações sendo ocupadas por seções de ambos navios, onde presenciei um frenético e coordenado ritmo de trabalho, com inúmeros técnicos trabalhando na soldagem e montagem dos futuros submarinos.

S-40 "Riachuelo"


Deixando a UFEM, fomos até o cais onde se encontra o S-40 "Riachuelo", que teve divulgado o inicio de provas de mar, quando na verdade estava realizando a manobra de desdocagem, conforme esclarecemos ao nosso público tendo informações oficiais da Marinha do Brasil à respeito. O submarino encontrasse alimentado por fonte em terra, onde esta tendo carregada suas baterias, sendo marcante a presença de muitos técnicos que ainda trabalham na finalização da montagem de sistemas. A "vela" encontra-se ainda aberta, com pessoal trabalhando nela. 

O submarino passará por um extenso programa de avaliações e testes, cumprindo uma série de protocolos de avaliação previamente definidos afim de atestar que o mesmo entrega as capacidades previstas na fase de projeto. Neste processo, o qual foi iniciado há uma semana com os testes de estanqueidade e flutuabilidade, onde passou a ser guarnecido por sua tripulação, onde estão sendo realizados testes de bombas e sistemas, concomitante se realizam os últimos ajustes nos sistemas e sensores, para de fato ser levado as provas de mar propriamente ditas, onde terá avaliada suas capacidades de navegação, imersão e sistemas táticos e de armas. Após ser avaliado tudo aquilo que estava previsto no contrato e estiver em acordo e certificado, devendo ser entregue em outubro de 2020, mas isso vai depender das performances obtidas durante as provas de mar.

Capacidades do SBR

Depois de conferir o progresso do "Riachuelo" e realizar uma breve passagem no Departamento de Treinamento e Simulações, mais uma vez conferindo alguns dos sistemas de simulação empregados no preparo dos tripulantes dessa nova classe de submarinos, e nos cabe aqui destacar alguns pontos importantes. Dentre estes estão algumas característica inovadoras que traz o SBR.

O que chamou bastante a atenção, é o grande índice de automatização do submarino, o qual possui um índice superior aos 90%, sendo possível controlar praticamente todo navio a partir do seu "Centro de Operações de Combate" e "Centro de Comando", o qual apesar de toda essa automação ainda garante a possibilidade de acionamento manual dos sistemas em caso de pane, uma importante redundância. 

Na reprodução do "COC" é marcante a presença de apenas um periscópio, o qual é optrônico e oferece a opção de projetar a imagem capturada nas telas dos operadores, e ou, utilizar o retículo óptico convencional. Ressalto aqui, que este é o único senso penetrante no submarino, com todos demais sensores e antenas externos, o que garante maior espaço para tripulação.

A mesa de cartas também surpreende, é digital, sendo um grande ganho em termos de agilidade e precisão, apesar de ser mantida a carta de papel, como é feito em todas as principais marinhas que operam com cartas eletrônicas como os nossos submarinos da classe "Riachuelo". Há inúmeras inovações que serão abordadas em matéria específica sobre o SBR e suas capacidades. 


S-41 "Humaitá"

Finalizando nossa visita, fomos ao ESC (Estaleiro de Construção), onde conferimos pela primeira vez o "Humaitá" após a integração de quase todas as seções, já apresentando sua forma imponente. Realmente é algo emocionante como brasileiro ver o futuro de nossa Marinha sendo construído diante de nossos olhos, um momento histórico que nos faz pensar na responsabilidade que carregamos enquanto jornalistas especializados, sendo importante nosso papel de fomentar o debate acerca do campo de defesa, mostrando ao público nossa realidade e a importância que tem o investimento em novas tecnologias e meios para manutenção de nossa soberania e riquezas.

Nós temos ainda muito material e em breve vocês irão conferir muito mais sobre o PROSUB, mas um ponto que é importante reforçar, a Marinha do Brasil tem feito um trabalho fantástico, mesmo diante de tantas adversidades, te mantido o rumo em seus programas, e dentro em breve teremos novos meios e capacidades, porém, nós como brasileiros, contribuintes e eleitores, temos de cobrar mais seriedade do governo para com as questões de defesa nacional, a qual necessita de recursos e investimentos, não apenas para compra de meios, mas para fomentar nossa industria de tecnologia, a qual beneficia não apenas o mercado de defesa, mas toda uma vasta gama de setores, e isso movimenta nossa economia, gerando emprego, renda e principalmente nos garantindo independência e capacidades estratégicas.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança.


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