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domingo, 19 de julho de 2020

Verdades ignoradas - Derramamento de óleo no litoral nordeste, o contexto ignorado pela mídia

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É surpreendente como a mídia em geral insiste em ignorar o verdadeiro papel do jornalismo – informar o público de maneira imparcial, para que cada um tire suas próprias conclusões – e tenta politizar absolutamente toda e qualquer situação que ocorre no Brasil, tentando culpar diretamente o atual Governo e ignorando questões importantes na equação.

Este é o caso de matéria publicada pelo jornal “O Globo”, que trata do desastre ambiental ocorrido em agosto de 2019, quando um derramamento de óleo no mar atingiu diversas praias do litoral nordeste, chegando a atingir algumas praias na região sudeste (ES e RJ).

A manchete "Governo não multou ninguém por vazamento de óleo ocorrido há quase um ano e ainda deve R$ 43 milhões à Petrobras", chama a atenção do leitor, mas seu conteúdo omite ou desconsidera muitos pontos importantes sobre o ocorrido, transformando a situação ocorrida em mais um de vários ataques infundados ao governo.

Como deixamos claro em outras ocasiões, o GBN Defense mantém imparcialidade quando se trata de questões políticas inerentes a ideologias ou disputas partidárias, mas quando se trata de difundir informações incompletas ou propositalmente “vender” pontos de vista obviamente míopes ou deturpados, nos cabe defender os valores do bom jornalismo, que é trazer o máximo de informação ao nosso público, da maneira mais clara, objetiva e imparcial possível, possibilitando que nosso leitor tenha a sua disposição a capacidade de analisar os fatos e tomar seu posicionamento sem que o mesmo seja direcionado por tendências de determinados canais.

Antes de tentar imputar culpa a qualquer um dos atores envolvidos no desastre em voga, ou cobrar respostas das instituições responsáveis por fiscalizar e fazer com que a lei se cumpra, é preciso compreender que o ocorrido foi algo inédito; esse ineditismo gerou um grande desafio aos atores envolvidos em conceber uma resposta ao ato.

Isso nos faz lembrar que o setor da Defesa sofre, por décadas, com ausência de investimentos consistentes, o que impactou sobremaneira nas capacidades de nossas FFAA (Forças Armadas) de atuar com maior eficiência, tendo que se desdobrar com orçamentos muito aquém das necessidades de investimento para que disponhamos de tecnologia e meios adequados ao cumprimento de todas as atribuições que cabem às nossas FFAA e outros setores, como a Inteligência e órgãos de fiscalização.

É muito fácil dar uma de “engenheiro de obra pronta” e cobrar nossas instituições por conta da demora em apresentar à Justiça o responsável pelo ato criminoso – sim, criminoso – pois o navio responsável se evadiu e não tomou qualquer medida para evitar os danos ambientais provenientes do vazamento (acidental ou não).

A pergunta aos nossos leitores é: vocês tem ideia dos desafios tecnológicos que estão envolvidos em manter um adequado monitoramento dos mais de 3 milhões de km² nossa "Amazônia Azul", a qual exige um mix bastante complexo (e caro) de sistemas, sensores e meios para obter uma efetiva capacidade de monitoramento e controle, além dos recursos humanos para extrair o máximo de tais meios?

SisGAAz

A MB (Marinha do Brasil) tem um programa de grande importância neste sentido, o SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), que tem por missão monitorar e controlar, de forma integrada, as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB) e as áreas internacionais de responsabilidade para operações de Socorro e Salvamento (SAR – Search and Rescue), a fim de contribuir para a mobilidade estratégica, representada pela capacidade de responder prontamente a qualquer ameaça, emergência, agressão ou ilegalidade.

Os benefícios associados ao SisGAAz compreendem vários pontos estratégicos desde inteligência, socioeconômicos e militares. Os benefícios socioeconômicos são relacionados a minimização da evasão de riquezas por vias marítimas, a maximização da proteção contra o narcotráfico e do controle de danos ambientais. Finalmente, os benefícios militares serão observados no aperfeiçoamento do emprego racional, eficiente e eficaz dos meios navais na vigilância da Amazônia Azul e na redução do risco de interrupção da exploração dos recursos minerais por ameaças diversas

A Fase I é composta por um centro de Comando e Controle instalado no Comando de Operações Navais, na Capitania dos Portos do Rio de Janeiro e no Comando do 1º Distrito Naval. Estes Centros receberão em tempo real as informações dos Sensores fixos instalados na Baia da Guanabara e farão a fusão dos dados e apresentarão um quadro único e coerente.

A Fase II consiste na instalação de sensores fixos para monitorar a área marítima entre a Ilha Grande e Cabo Frio, além de dez Navios da Marinha, cinco Centros de Operações em Distritos Navais, duas unidades de vigilância submarina e o Combatente do Futuro para o Corpo de Fuzileiros Navais. Esta Fase tem previsão de conclusão até 2023.

Os benefícios associados ao SisGAAz compreendem vários pontos estratégicos desde inteligência, socioeconômicos e militares. Os benefícios socioeconômicos são relacionados a minimização da evasão de riquezas por vias marítimas, a maximização da proteção contra o narcotráfico e do controle de danos ambientais. Finalmente, os benefícios militares serão observados no aperfeiçoamento do emprego racional, eficiente e eficaz dos meios navais na vigilância da Amazônia Azul e na redução do risco de interrupção da exploração dos recursos minerais por ameaças diversas.

DESAFIOS

Como se pode imaginar, o SisGAAz demanda um pesado e sério investimento, ao longo de muitos anos, e se executado conforme planejado resultará numa efetividade inédita de monitoramento e controle das AJB. Outros ramos das FFAA também tem programas de importância vital para o Brasil.

Apesar de sua importância, e como é um infeliz costume em programas relacionados à Defesa no Brasil, o SisGAAz já se arrasta por muitos anos, ao longo de vários Governos, sem ter obtido a devida atenção e investimento. Pode-se constatar esse triste fato pela obsolescência em bloco (ou seja, vários sistemas entrando em estado de obsolescência mais ou menos ao mesmo tempo) dos meios da MB, afetada pela omissão de décadas na obtenção de novos navios, criando um gap em nossa capacidade naval, atingindo desde os meios mais simples, de patrulha, chegando aos meios de escolta e navios de apoio de suma importância para que tenhamos a devida capacidade de controle marítimo nas AJB.

Esta importante missão de controle tem sido feita, exaustivamente, pelos poucos meios ainda operacionais, os quais já ultrapassaram seu ciclo de vida original e são mantidos em serviço capazes graças aos imensos esforços de nosso Almirantado e das tripulações, que conseguem “tirar leite de pedra” e prover uma capacidade mínima de defender nossa soberania.

Desafios parecidos podem ser observados nos outros ramos das FFAA e seus respectivos programas.

COBRANÇAS

Aonde estavam essas tantas pessoas que hoje exigem respostas, quando se foram apresentadas inúmeras vezes as necessidades de investimento em Defesa, preocupação que tem sido apontada há mais de duas décadas pelos comandos de nossas FFAA, e repetidamente ignoradas pelo Congresso, Senado e diversos ocupantes do Planalto. Sempre negando investimentos de suma importância a nossa segurança e soberania, usando a enganosa justificativa “somos um país pacífico e sem inimigos no horizonte”?

Como temos visto na última década, o “inimigo” tem muitas faces; não pode ser encarado apenas como uma velada ameaça militar direta de um estado-nação. Temos vivido uma mudança vertiginosa no cenário geopolítico; surgiram novas ameaças, em sua grande maioria assimétrica e sem bandeira.

No Brasil em particular, temos acompanhado um aumento exponencial no emprego de nossas FFAA em missões como Garantia da lei e da ordem (GLO), atuação em desastres naturais e ambientais – como é o caso de transportar suprimentos médicos aos quatro cantos do País para ajudar no combate ao surto do novo coronavírus –  além de lidar com ameaças como tráfico internacional e suas mais diversas faces. Tudo isso por si só, seria mais que o suficiente para justificar um adequado investimento em tecnologias e meios para que possamos garantir nossa soberania em qualquer que seja o cenário e contra qualquer ameaça que surja no horizonte, desde um derramamento criminoso de óleo, como ocorrido em agosto passado, ou mesmo a ameaça velada de uma força militar estrangeira.

Temos que abrir nossos olhos, raciocinar e interpretar o que tem ocorrido no cenário internacional, entender que precisamos parar de brigar internamente por ideologias falidas e que em nada nos acrescenta, deixar de encarar política como torcedores de clube de futebol e ter visão e posicionamento responsável como parte de um estado-nação, o qual deve ser forte e com instituições firmes e comprometidas com o interesse do Brasil, não interesses partidários ou de grupos e elites.

Listamos a seguir pontos importantes apresentados pela Nota de Esclarecimento emitida pela MB em resposta a matéria veiculada pelo jornal "O Globo":


MARINHA DO BRASIL 

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA

NOTA DE ESCLARECIMENTO 

Brasília - DF. 
Em 18 de julho de 2020. 

Como a matéria do Jornal O Globo, intitulada “Governo não multou ninguém por vazamento de óleo ocorrido há quase um ano e ainda deve R$ 43 milhões à Petrobras”, contém inverdades, a Marinha do Brasil (MB) apresenta as seguintes considerações: 

a) O crime ambiental que afetou a costa brasileira do Nordeste e Sudeste, desde 30 de agosto de 2019, é inédito e sem precedentes na nossa história, por ter ocorrido sem que o responsável tenha se apresentado voluntariamente e, também, prestado apoio para conter o derramamento de óleo. 

b) Desde o início da identificação das primeiras manchas de óleo, o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), composto pela MB, IBAMA e ANP, juntamente com instituições governamentais (federais, estaduais e municipais), demais Forças Armadas, comunidade científica, universidades, além da valorosa participação de voluntários, uniram esforços para mitigar os efeitos do óleo, com êxito. 

c) Da mesma forma, a MB iniciou uma investigação complexa, contando com a participação de diversas instituições, técnicas, científicas e especializadas, brasileiras e estrangeiras, exigindo conhecimento em várias áreas de estudo: oceanografia, meteorologia, química do petróleo e seus derivados, modelagem matemática, estatística e criminalística. A MB tem trabalhado de forma cooperativa com o inquérito criminal instaurado pela Polícia Federal e realizado reuniões com representantes da CPI do Óleo, de modo a mantê-los a par da complexidade do trabalho e da evolução sobre a apuração desse inédito incidente. 

d) Sob coordenação do GAA, entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, foram recolhidos mais de 5.000 toneladas de óleo e resíduos oleosos, entre os estados do Maranhão e Rio de Janeiro, devidamente destinados, observando protocolos ambientais. No mesmo período, a MB realizou a Operação “Amazônia Azul – Mar Limpo é Vida”, em três fases, com emprego maciço de meios e pessoal, em coordenação com os entes supramencionados. 

e) Em junho deste ano, vestígios de óleo foram identificados em algumas praias do litoral brasileiro, sendo cumprido procedimentos de limpeza e análise de amostras pela MB, autoridades ambientais e universidades. Dos cerca de 100kg de vestígios recolhidos, estima-se que somente 30% sejam efetivamente óleo relacionado ao derramamento do ano passado. 

f) O derramamento de óleo ocorrido ano passado traz ensinamentos para evitar que tal crime ambiental volte a acontecer. Há necessidade premente de investir no aprimoramento do monitoramento dos navios que transitam nas AJB e nas suas proximidades, especificamente o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), com a melhoria de sistemas de apoio à decisão e a aquisição/instalação de radares de médio/longo alcance. O SisGAAz é um Programa estratégico da MB e, como reconhecimento de sua importância, foi incorporado ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), órgão da estrutura do Ministério da Defesa. 

g) Adicionalmente, a MB está atuando junto a organismos internacionais para aperfeiçoar dispositivos e normas jurídicas, notadamente a Carta das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) e a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL). No âmbito nacional, alterações nas Normas da Autoridade Marítima (NORMAM) foram efetuadas, como as de "Embarcações Empregadas na Navegação em Mar Aberto" e do "Tráfego e da Permanência das Embarcações nas Águas sob Jurisdição Nacional", tornando obrigatório que não somente os navios nacionais, mas também os estrangeiros, em trânsito, operação e permanência na Amazônia Azul e na Área de Busca e Salvamento Marítimo (Área SAR) brasileira, operem continuamente os seus equipamentos de identificação automática. 

h) Ressalta-se também que a chamada pública do CNPq\MCTI para apoio financeiro a projetos que contribuam para a geração de conhecimentos sobre o derramamento de óleo teve a contribuição direta da Coordenação Científica criada no âmbito do GAA, demonstrando que as ações estabelecidas na esfera governamental estão em curso. 

i) Por fim, comentários infundados e sem respaldo na realidade agridem, injustamente, os cientistas, profissionais da área ambiental e militares, que permanecem trabalhando para elucidar um complexo crime impetrado contra nossa Pátria e, assim, apresentar o devido indiciamento que, certamente, ocorrerá; bem como, todas as organizações federais, estaduais, municipais e os voluntários que trabalharam, diuturnamente, para mitigar os efeitos dessa agressão sofrida pelo País, não contribuindo para a busca de soluções a tão relevante questão.
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Espero que tenhamos mais discernimento quanto as nossas posições. É preciso que tenhamos a responsabilidade de nos aprofundar em relação ao que (des)conhecemos e as informações que dispomos antes de tomar determinada posição, não adianta tirar o corpo fora e dizer “eu não gosto de política”, é preciso cobrar que os governantes cumpram o que está previsto na Lei.

Infelizmente, enquanto cada um não tomar uma posição, veremos o país afundar diante de nossos olhos, dominado por interesses que não são os nossos.

Encerro este artigo com dois pensadores:
“Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados”. Edmund Burke (1729 - 1797), estadista, político e escritor irlandês.


“O castigo dos bons que não fazem política é serem governados pelos maus”. Platão, filósofo grego.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN Defense, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em defesa e segurança, membro da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (AVCFN), Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR), Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) e Associação de Amigos do Museu Aeroespacial (AMAERO).

Revisão: Renato Marçal


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sábado, 28 de setembro de 2019

Apoio aéreo aproximado no século XXI e o Pucará

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Poucos dias após o FMA IA-58 "Pucará" deixar de operar como aeronave de ataque, permanecendo apenas em missões de vigilância, parece válido analisar o presente das aeronaves de apoio aéreo aproximado e onde "Pucará" pode ser inserido hoje.

O "Pucará" foi um avião concebido nos anos 60, quando grupos insurgentes floresceram em todo o mundo, principalmente na Ásia, África, América Latina e Oceania. Naquela época, a maioria dos países se dedicava à adaptação de aeronaves originalmente projetadas para outras missões, a fim de combater grupos guerrilheiros. Assim, em diferentes conflitos, aeronaves como o A-1 "Skyraider", T-6 "Texan", T-28 "Trojan" e A-26 "Invader", entre muitos outros foram empregados nessa função. Mas, ao mesmo tempo, países como Estados Unidos, França e Argentina, concentraram-se na produção de aeronaves especificamente dedicadas a missões de contra-insurgência (COIN). A França, após alcançar um certo grau de progresso, acabou cancelando os projetos antes do final dos conflitos na Argélia e na Indochina. Os Estados Unidos acabaram produzindo o Rockwell OV-10 "Bronco" e a Argentina o "Pucará". Portanto, essas foram as duas únicas aeronaves projetadas especificamente para missões COIN que conseguiram ser produzidas em série e usadas em combate.

No entanto, ambos pararam de ser produzidas há muito tempo, seus fabricantes pararam de produzir seus componentes e peças de reposição, os dois foram retirados de serviço nas forças que os operavam. Principalmente porque, durante os anos 80 e 90, parecia que a guerra de contra-insurgência era praticamente algo do passado e que logo desapareceria nos poucos países onde ainda existia. Na América Latina, isso ficou evidente, deixando apenas o conflito na Colômbia no final dos anos 90, enquanto na América Central, Peru, México e outros países que tiveram guerra de guerrilha foram derrotados ou assinaram acordos de paz.

Logo após o início do novo milênio, dois problemas diferentes, embora até certo ponto relacionados, começaram a aparecer fortemente e levaram ao ressurgimento da guerra de contra-insurgência: o narco-terrorismo tomou força em toda a América Latina, agora relacionada a grupos guerrilheiros, que ali encontraram seu modo de financiar suas operações, e o terrorismo islâmico que floresceu na África, Ásia e parte da Oceania, ampliando sua posição no Oriente Médio, além dos ataques já conhecidos na Europa e nos Estados Unidos.

Mais uma vez, as guerras assimétricas, entre forças convencionais regulares e grupos terroristas ou criminosos, levaram a repensar o equipamento a ser empregado.

Quando o governo dos EUA começou a avaliar a possibilidade de incorporar uma aeronave de contra-insurgência para sua aviação de combate e fornecer as forças aéreas de países aliados, avaliaram os modelos que estavam no mercado, mas entre os requisitos levantados estava a preferência por uma aeronave bimotor, a qual não havia opção disponível no mercado. Quando a USAF deu inicio em 2011 ao programa LAS (Light Air Support), perguntou informalmente à FAdeA se era possível produzir novamente o "Pucará", recebendo então uma resposta negativa. Ao mesmo tempo, a Boeing, que hoje detém os direitos do OV-10 "Bronco", ofereceu-se para produzir uma nova versão da aeronave, mas o tempo de desenvolvimento proposto excedeu o que a USAF aceitava e rejeitou a proposta. Depois de escolher o Embraer Super Tucano para fornecer várias forças amigas, a USAF finalmente decidiu adiar a seleção de suas próprias aeronaves, porque consideraram que nenhuma opção no mercado atendia às suas expectativas.

Apesar disso, em geral, quando se fala de "Pucará", propõe-se que o Embraer A-29 "Super Tucano" ou o Beech AT-6 "Wolverine" sejam seus substitutos, argumentando a tecnologia que essas aeronaves possuem, contando com uma moderna aviônica e a capacidade de lançar armas inteligentes, o que realmente é algo relativo, já que o mais importante em um avião é que, como plataforma, atenda às expectativas de sua missão, pois o equipamento e o armamento são algo que podem ser integrados ou alterados conforme necessário e possível, contanto que a aeronave permita.

Quando visitei a Base Aérea de Apiay, na Colômbia, em 2015, tive a oportunidade de conversar com o comandante do Combat Squad 211, a principal unidade da Força Aérea Colombiana que opera o "Super Tucano", que me disse que o avião tem quatro grandes falhas no que diz respeito a comparação com o "Pucará" e o "Bronco", os dois modelos usados ​​anteriormente pela referida unidade e é por isso que a FAC desistiu de comprar um segundo lote de "Super Tucano" para substituir o "Bronco" e os vetustos Cessna A-37B "Dragonfly".

Por um lado, em missões de apoio aéreo aproximado, o piloto sempre prefere uma aeronave bimotora, pois são operações em que ele é frequentemente exposto ao fogo inimigo, porque o armamento é lançado a uma curta distância do inimigo.

Como segundo ponto, eles descobriram que o "Super Tucano" tinha pouca proteção interna. Nos Estados Unidos, isso foi resolvido com a adição de painéis de proteção do lado de fora, mas com a penalidade de aumento do peso e resistência aerodinâmica, o que reduz sensivelmente seu desempenho.

O terceiro aspecto foi o seu pequeno armamento orgânico, com apenas duas metralhadoras de 12,7 mm, contra as quatro metralhadoras de 7,62 mm do "Bronco" e as quatro metralhadoras de 7,62 mm e duas metralhadoras de 20 mm do "Pucará".

O último ponto foi a autonomia, essencial em missões de apoio aéreo aproximado, especialmente em grandes países com poucas pistas, como é o caso da Colômbia, onde muitas vezes, quando opera no leste do país, você deve voar de bases localizadas a uma grande distância.

Necessidades reais

Em geral, quando se trata desse tipo de aeronave, destacam-se sua capacidade de lançar armas inteligentes, mas essa é uma vantagem relativa. As bombas guiadas são lançadas em um objetivo pré-estabelecido quando a missão é planejada e de alto valor estratégico (especialmente em países de baixo orçamento, pois são bombas caras que não podem ser facilmente substituídas). No entanto, muitas missões de contra-insurgência envolvem apoio a forças terrestres que se apegam ao combate com o inimigo, em um cenário em que o alvo é muito pequeno, se move rapidamente em pequenos grupos e está muito próximo das próprias tropas. Em muitos casos, áreas específicas e não-alvos são atacados; portanto, uma única bomba guiada não faz sentido e as armas preferidas são foguetes, canhões ou metralhadoras.

Além disso, é necessária persistência sobre o alvo, pois muitas vezes o avião age como um impedimento ou força o inimigo a permanecer agarrado ao chão e coberto, para evitar revelar sua posição e ser imediatamente atacado. Isso permite que as forças terrestres se mobilizem e adotem um melhor posicionamento para tomar a iniciativa em combate.

A Colômbia é hoje o país com a maior experiência em combate assimétrico do mundo, e seus pilotos hoje são os que mais têm a contribuir para esse tipo de guerra. Embora a guerra tenha mudado, pois os guerrilheiros reduziram sua capacidade de combate em relação há 20 anos atrás, as diferentes fases da guerra deixaram muita informação sobre as operações de apoio aéreo aproximado com aeronaves. Entre elas, o uso mais extenso do "Pucará" em combate.

Recentemente, tive a oportunidade de entrevistar vários pilotos colombianos que pilotaram o "Pucará" em combate, em alguns casos, também do "Bronco", o que também me permitiu saber como os dois modelos se comparam com base em sua experiência, coincidindo na superioridade do "Pucará" em todos os aspectos, exceto dois. O avião argentino foi considerado apenas inferior em termos de visibilidade da cabine e da capacidade do "Bronco" de transportar uma unidade de forças especiais na parte traseira da fuselagem para infiltração. Mas Pucará foi considerado superior em sua manobrabilidade, na capacidade de operar com um único motor, sua maior autonomia, maior armamento interno e em uma maior rusticidade.

Hoje, todos consideram que existe uma necessidade de tal aeronave, que não é satisfeita por nenhuma aeronave no mercado.

Um novo Pucará?

Em geral, quando surge a possibilidade de um novo "Pucará", propõe-se que seja uma aeronave de construção antiga, que seus equipamentos sejam antigos ou que suas ferramentas tenham sido destruídas. Essa abordagem é a mesma que dizer que o Boeing 737 não funciona se afirmarmos que o 737-200 é antigo, mas, no entanto, hoje a Boeing evoluiu o conceito para o Max.


Um novo "Pucará" deve passar por uma reengenharia de todos seus componentes, para adaptá-los aos métodos modernos de construção, em alguns casos, mesmo o uso de novos materiais.

Falando com um engenheiro com muito conhecimento da aeronave, cuja identidade eu prefiro proteger, ele me disse que há alguns anos uma empresa americana se ofereceu para digitalizar toda aeronave e realizar a reengenharia de todas as partes e componentes por um valor de cerca de 5 milhões de dólares. Isso já seria o ponto de partida para fazer as modificações necessárias, que não são muitas em termos de estrutura e design.

Além disso, deve contar com novos sistemas de comunicações, navegação e novos aviônicos, com uma configuração Glass-Cockpit. Como já foi dito, isso pode ser facilmente resolvido através da adaptação dos sistemas do Pampa III, já conhecidos pela FAdeA e pela FAA. Adicione também a possibilidade de instalar sistemas de autoproteção (sistemas RWR, além de lançadores de chaff e flare) e uma torre com vários sensores para reconhecimento e designação de alvos.

Por outro lado, novos motores da ordem de 1100 shp, com turboélices diretos da turbina e capacidade de vôo invertido, podendo analisar se é conveniente ou não instalar motores mais potentes. Também deve ser analisado se o armamento interno deve ser mantido ou se feitas alterações na configuração.

O mesmo engenheiro mencionado acima me disse que o tempo de desenvolvimento até um protótipo em voo não deve exceder dois ou três anos, com um custo de fabricação de cerca de 15 milhões de dólares, e estimamos que em não mais de cinco anos o modelo pode estar pronto para produção em série, calculando a produção de uma segunda aeronave já com a configuração serial, o que permite apoiar o protótipo para obter a certificação, com um investimento total da ordem de 50 a 70 milhões de dólares ( embora o custo final também dependa da sofisticação do equipamento que você deseja instalar e possa chegar aos 100 milhões).

Deve-se levar em conta que a remotorização com turboélices PT6 levou a um investimento de cerca de 45 milhões de dólares, para ter um único protótipo com benefícios abaixo dos exigidos pela FAA.

Pessoalmente, acredito que, para enfrentar um projeto como esse, a associação da FAdeA com uma indústria de grande prestígio internacional, que possua clientes em potencial, fornecendo soluções tecnológicas e apoio em marketing, é essencial.

Também acredito que hoje "Pucará", dentre os produtos que a FAdeA poderia oferecer, possui um mercado potencial muito maior que o "Pampa III", uma aeronave que hoje praticamente não tem mercado. No caso do "Pampa", se você analisar o que as forças aéreas do mundo estão incorporando, observe que elas vão de um turboélice como o Super Tucano ou o Texan II, a jatos de melhor desempenho, como o Leonardo M346, KAI T-50, Boeing T-7, Yak 130 ou Hawk, entre outros. Assim, duvido que exista um mercado potencial para o "Pampa III" que exceda 30 ou 40 aeronaves, enquanto que para um novo "Pucará" poderia haver um mercado de pelo menos 300 ou 400 aeronaves se uma boa comercialização fosse feita.

Por: Santiago Rivas - Jornalista e Fotógrafo renomado no campo de Defesa, articulista de inúmeras publicações especializadas, Argentino e observador do cenário geopolítico Latino Americano. Jornalista responsável na Pucará Comunicações. Autorizou ao GBN Defense News a traduzir e publicar esta análise sobre o IA-58 "Pucará" e uma hipotética inserção deste no atual mercado de aeronaves COIN. Conheça o trabalho do nosso parceiro clicando aqui


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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Turquia continua sendo importante parceiro da OTAN, segundo oficial dos EUA

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O comandante das Forças Aéreas dos EUA para a Europa e África, general Jeffery L. Harrigian, disse em 13 de setembro que a Turquia é um parceiro importante para OTAN e a aliança continua comprometida com Ancara como aliada.
"Do ponto de vista dos EUA, claramente, enquanto os EUA em coordenação com a OTAN conversaram sobre o que ocorre com relação ao sistema de defesa aérea S-400, é um desafio, e é um problema que a curto prazo teremos que continuar trabalhando, reconhecendo que não há espaço para operar o S-400 dentro da Turquia ", disse o general Jeffery L. Harrigian em entrevista coletiva.
Ele enfatizou que os EUA continuarão trabalhando com a Turquia em termos de perspectiva militar e a cooperação continuará muito forte.
"Sempre haverá áreas em que haverá tensão, áreas pelas quais temos que trabalhar, mas garanto que o trabalho que estamos realizando em conjunto com nossos parceiros turcos permanece muito sólido", disse ele.
"De onde estou, meu trabalho é garantir que continuemos a ter um forte relacionamento com a Turquia que temos agora, e compartilharei com vocês que tenho vários oficiais turcos que estão na minha equipe no Comando Aéreo Aliado e eles são oficiais fenomenais que fazem um trabalho fantástico para mim ", acrescentou Harrigian.
Questionado sobre a base aérea Incirlik, Harrigian disse que a camaradagem e o trabalho em equipe na base turca entre os dois países são exemplares.
"Dito isto, a localização de Incirlik me fornece como comandante várias opções quando falamos sobre acesso à Síria, acesso a oeste ou a leste, se necessário.
"Portanto, estrategicamente, continua sendo um local incrivelmente importante e um local em que temos um ótimo relacionamento que foi realmente promovido ao longo de anos e anos de confiança e trabalho em conjunto", disse ele.
Harrigian disse que uma zona segura recentemente acordada entre os EUA e a Turquia precisava chegar a um ponto em que os dois países tivessem um entendimento compartilhado de onde iriam operar, como iriam operar, e isso levou algum tempo.
"Realizar isso em um período tão curto de tempo é realmente um reconhecimento ao relacionamento com os militares turcos, mas também àqueles jovens no campo que estão realmente entregando a missão", acrescentou.
Em 7 de agosto, oficiais militares turcos e norte-americanos concordaram em estabelecer uma zona segura no norte da Síria e desenvolver um corredor de paz para facilitar o movimento de sírios deslocados que desejam voltar para casa. Eles também concordaram em estabelecer um centro de operações conjunto.
O acordo também previa o estabelecimento de medidas de segurança necessárias para atender às preocupações de segurança da Turquia, incluindo a limpeza da zona de terrorista YPG e PKK, um grupo com o qual os EUA às vezes se aliaram, sob objeções da Turquia.
Em sua campanha terrorista de mais de 30 anos contra a Turquia, o PKK, listado como organização terrorista pela Turquia, EUA e UE, foi responsável pela morte de quase 40.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças.
Na quinta-feira (12), dois helicópteros turcos e dois helicópteros dos EUA decolaram de Akçakale, em Sanliurfa, no sudeste da Turquia, onde as forças armadas dos dois países têm um centro de operações conjunto de onde voaram para o lado sírio da fronteira.
As forças armadas dos países haviam realizado anteriormente três vôos conjuntos de helicóptero e uma patrulha terrestre.


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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Opinião: 197 anos da Independência do Brasil, mas que rumo estamos dando ao Brasil?

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Neste sábado, dia 7 de setembro de 2019, nós brasileiros comemoramos o 197º aniversário de nossa independência. Uma data que nos remonta o momento histórico em que efetivamente surge o Brasil como país, tendo um príncipe da coroa portuguesa assumindo a postura de “libertador” e assumindo o papel de primeiro Imperador da nova nação que emergia na América do Sul.

Como é tradição no GBN Defense News, aproveitamos a importante data para propor uma importante reflexão à nossa sociedade, me permitindo a sair um pouco da abordagem histórica e jornalística afim de propor ao nosso público a seguinte reflexão: Qual rumo estamos dando ao nosso Brasil? Pessoal essa pergunta é bastante pertinente diante de tantas ebulições na vida política de nosso país.

Há um ano atrás, assistíamos uma verdadeira polarização político-ideológica em nosso país, a qual resultou na eleição de Jair Messias Bolsonaro como novo Presidente do Brasil. Tal vitória marcou um giro de 180º graus em vários aspectos de nossa política interna e externa. Mas o que mais preocupa, é que embora estejamos há mais de nove meses sob o novo governo, ainda assistimos uma grande disputa ideológica pelo poder, com ambos os lados se mantendo em confrontação direta. Apesar de vivermos sob uma democracia, o lado derrotado (a saber a esquerda), insiste em uma postura agressiva, atacando constantemente o governo, tentando de todas as formas criar desgastes desnecessários, buscando de todas as formas dificultar a governabilidade do país. E essa disputa “burra” pelo poder, usando não apenas de fake News e do apoio da classe artística e grandes mídias, para tentar atingir a imagem do governo e mesmo do país, tendo como único interesse derrubar o governo eleito com intuito de se restabelecer no topo do poder a qualquer custo. Tal postura, somada a falta de expertise do presidente eleito para lidar com questões sensíveis, declarações equivocadas e posicionamentos contraditórios, cria uma verdadeira problemática ao crescimento de nosso país. Antes que o leitor tente defender algum dos lados aqui elencado, proponho que adotemos uma visão “fora da caixa”, e analisemos o país como estado, não com visão partidária ou ideológica.

Há muito que necessita ser feito por nosso país, e enquanto se perde tempo em discussões estéreis nessa verdadeira disputa infantil pelo poder, perdemos oportunidades e tempo imprescindível ao desenvolvimento de nosso país. A crise econômica que está emperrando o avanço de nosso país e massacrando nosso povo continua, mesmo com várias medidas já tendo sido adotadas, o amargo remédio levará alguns anos até surtir efeito. 

Como há 197 anos atrás, o Brasil precisa de lideranças, precisa de uma posição consolidada internamente para que possa se impor lá fora, mas enquanto houver uma postura infantil da oposição e uma postura imatura com relação as declarações de nosso governo, a situação continuará difícil de se suportar. Temos um presidente democraticamente eleito e ponto, se há objeções a essa escolha, que se prepare para 2022 apresentar um candidato a altura de sucedê-lo. O momento é de trabalhar por um Brasil melhor, e isso é dever de cada um de nós, independente de ideologia ou filiação partidária, temos de tirar os antolhos e agir como uma nação madura e civilizada que com certeza nós somos, é preciso unir o país e agregar novas ideias e determinar rumos para o crescimento, e isso é um fato, o qual cobra de cada um de nós uma postura cívica e patriótica. Não estamos numa partida de futebol onde cabe a rivalidade e a torcida contrária ao adversário, estamos dentro um enorme cargueiro chamado Brasil, e este cargueiro com trilhões de dólares está fazendo água, e precisamos trabalhar juntos para que este possa manter suas características de flutuabilidade e navegabilidade, para que possamos seguir nosso rumo com sucesso e segurança. Mas o que eu assisto nos noticiários e leio por aí, é a mais absurda falta de respeito ao nosso povo e a nossa pátria. Onde está o espírito aguerrido do povo brasileiro? Onde está o amor a pátria? Digo pátria e não seleção de futebol, pois o país é muito mais que 11 homens correndo atrás de uma bola de futebol.  

Nossa soberania está em jogo, tudo que conquistamos nesses 197 anos pode ir por água abaixo por falta de bom senso e respeito a nossa nação. Tivemos há poucos dias uma rusga com franceses e alguns europeus que usaram o problema de queimadas de nossa Amazônia Legal para tentar jogar por terra um dos mais importantes acordos comerciais de todos os tempos, e nossa mídia, ao invés de fazer seu papel de levar a verdade e manter imparcialidade, se posicionou de maneira inconsequente em uma preocupante postura de oposição ao governo, algo que não cabe a imprensa, violando a ética e postura que nos cabe, além de contribuir para negativação da imagem de nossa nação no exterior. Houve falhas, sim houveram inúmeras falhas, as quais devem ser sim denunciadas para que sejam sanadas, mas também houve respostas, as quais devem ser igualmente divulgadas. A defesa de nossa nação deve estar acima de qualquer interesse comercial ou financeiro, a moral não tem preço, a honra e valores não são e não devem ser negociáveis, algo que tem sido tão comum há décadas nos corredores do congresso e senado brasileiro. 

Precisamos de mudar, precisamos de reinventar o nosso estado, de finalmente aprender e tomar nossa posição como cidadãos conscientes dessa grande nação. O Brasil tem uma enorme carência de Brasileiros, sim, isso mesmo que eu disse, carecemos de Brasileiros, pessoas que honrem a solo em que nasceram, pessoas que entendam que o Brasil é muito mais que um hino ou uma bandeira, nós somos um povo, uma só nação e temos que agir como tal, temos que participar das decisões de nosso governo, temos que pensar e definir com responsabilidade nossos representantes, lembrem que o governo é reflexo da sociedade, e essa mesma sociedade é responsável por definir os rumos adotados por esse governo.

Há 197 anos nos tornamos uma nação, onde precisamos da atitude de um príncipe português para dar um basta na condição de colônia e dar início ao que se chama país. Mas que país temos nos tornado nestes 197 anos desde a independência? Qual tem sido nosso protagonismo em nossa história? Me refiro a nós como povo, enquanto cidadãos brasileiros, os quais temos cada vez mais nos perdido diante de tantas crises políticas e mesmo de identidade como povo.

Ontem mesmo fui forçado a remover dois membros de um grupo de discussão que administro no Whatsapp devido a intolerância, a qual tem sido uma constante que tenho combatido, a qual se instala em nossa sociedade de maneira sorrateira, sob a máscara de "justiça social" ou "dividas históricas", as quais tem segregado nosso povo, criando abismos onde antes haviam laços de amizade, plantando um radicalismo e um nocivo pensamento de divisão, seja ela racial, regional, ideológica ou social. Esse "radicalismo" tem sido acentuado pela postura irresponsável dos pseudos defensores de determinadas ideologias, lembrando que o ideologismo nunca levou ninguém a lugar algum, pois vivemos uma grande diversidade, a qual não precisa ter beneficiada essa ou aquela classe, e isso está muito longe do que eu chamaria de aceitável hoje, uma vez que tentam de todas as formas nos impor regras, vender o dito “politicamente correto”, defender os pseudos direitos de quem na verdade quer a liberdade e os direitos cabíveis a qualquer um, como é o caso vivido por muitos de nossos indígenas. Há uma série de interesses de grupos e estados interesses em semear a divisão no seio de nossa nação, afim de manter o Brasil fraco, para que através das mais variadas artimanhas se apoderem de nossas riquezas e recursos naturais.

O que eu observo e me preocupa, é que nesses 197 anos de independência pouca coisa efetivamente mudou no seio de nossa sociedade, onde insistimos em manter as raízes herdadas dos idos tempos de colônia, uma postura servil e acomodada, onde mantemos a postura de assistir a tudo sem que tenhamos qualquer atitude para propiciar uma mudança em nós e em nossa cultura, sim eu disse cultura, uma cultura onde não respeitamos nossos irmãos, onde preferimos criar "castas" à aceitar a individualidade de cada um, onde tentamos impor o que julgamos ser o "politicamente correto" ao invés de respeitar o espaço de cada um enquanto indivíduo. Castas onde assumimos através de cotas entre nós brasileiros, o que indiretamente nos divide em classes e sub-classes, pois já não vemos mais nosso próximo como iguais, as "vitimas" somos nós mesmos dessas retrógradas políticas incoerentes, as quais tem de ser combatidas e cobrado uma postura séria do governo em promover um verdadeiro equilíbrio, é defender os direitos e a igualdade a todos os cidadãos, independentemente de qualquer coisa. É preciso combater o abismo criado no seio de nossa sociedade, é preciso mudar o tom do discurso, é preciso unificar a nação e não polarizar ainda mais. 

Nesses 197 anos, eu critico a cultura que se encontra arraigada em nossa sociedade, onde mesmo que involuntariamente nos deixamos iludir pelos "jeitinhos" e "esquemas" para facilitar, o que na verdade gera um problema muito maior, culminando em uma grave crise moral e ética, onde colhemos como fruto sórdidos esquemas de corrupção, corrupção essa que se alastrou de forma endêmica por todos os meandros políticos e sociais. E te pergunto, que brasileiro é você?

Hoje não precisamos declarar independência de uma nação, mas sim de valores corrompidos, de atos e posturas que destroem nosso país dia após dia, precisamos declarar independência da corrupção, do partidarismo, de ideologias baratas, da hipocrisia e nossa falta de atitude como vetor de mudanças. É chegada a hora de analisarmos quem somos nós, o que nos tornamos e o que queremos do futuro deste país, pois nós somos o Brasil.

Chega de ficar esperando que alguém vá fazer tudo por nós, chega de esperar um "salvador", chega de esperar que um "príncipe" venha as margens do Ipiranga declarar nossa independência destes valores corrompidos, destas políticas tão incoerentes, desta disputa insana entre ideologias e facções políticas que disputam o poder e governam para seus interesses. Somos Brasileiros!!! Somos uma só nação, somos um só povo, seja sulista ou nordestino, branco, negro, mestiço ou indígena, seja de esquerda ou direita, somos irmãos, temos que juntos, ombro a ombro conduzir os rumos deste gigante, pois existem muitos desafios e barreiras a serem vencidos, estamos em guerra contra nós mesmos, contra a corrupção, contra o radicalismo, contra a imposição de valores que não são os de nossa nação. 

A omissão nos custou parte de nossa história, e todos os dias vejo a sociedade sucumbir na lama ideológica, nas divisões impostas por pseudo defensores de direitos humanos, direitos estes que na verdade travestem interesses escusos de um determinado grupo. Chega de ser massa de manobra de movimentos "pseudo-sociais", chega de esmolas, nós temos que fazer valer o que reza nossa Constituição Federal.

Acorda Brasil!!! Independência ou Morte!!!



Agora se você quer conhecer um pouco sobre nossa independência, temos um rico acervo de artigos publicados em anos anteriores, os quais poderá acessar nos links abaixo:

A Independência do Brasil, como se deu?

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança

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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

7 de Setembro - O que dizer destes 196 anos de Independência?

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Neste dia 7 de setembro de 2018, vou me permitir sair um pouco da abordagem histórica que normalmente fazemos todos os anos, onde resolvi propor a nosso público uma reflexão: Qual rumo estamos dando ao nosso Brasil? Pessoal essa pergunta é bastante pertinente diante do momento em que vivemos hoje no nosso país.

Há menos de uma semana assistimos as chamas destruírem importante parte de nossa história e cultura, com as imagens transmitidas aos quatro cantos do mundo de nosso Museu Nacional e seu acervo de valor imensurável ardendo nas chamas da omissão. Ontem (6) mais uma vez fomos impactados por uma triste cena que não reflete de modo algum a postura de um país democraticamente maduro e politicamente estável, onde o candidato à presidência, Jair Bolsonaro, sofreu um atentado à faca durante comício na cidade de Juiz de Fora, sendo vítima do que eu classifico como extremismo partidário. Isso sem falar em outros acontecidos desde o último 7 de setembro, e pergunto a você leitor, que país estamos nos tornando?

Há 196 anos nos tornamos uma nação, onde precisamos da atitude de um príncipe português para dar um basta na condição de colônia e dar início ao que se chama país. Mas que país temos nos tornado nestes 196 anos de nossa independência? Qual tem sido nosso protagonismo em 196 anos de história? Me refiro a nós como povo, enquanto cidadãos brasileiros, os quais temos cada vez mais nos perdido diante de tantas crises políticas e mesmo de identidade como povo.

Ontem mesmo fui forçado a remover dois membros de um grupo de discussão que administro no Whatsapp devido a intolerância, onde me soou o alerta para a crise que se instala em nossa sociedade de maneira sorrateira, sob a máscara de "justiça social" ou "dividas históricas", as quais tem segregado nosso povo, criando abismos onde antes haviam laços de amizade, plantando um radicalismo e um nocivo pensamento de divisão, seja ela racial, regional, ideológica ou social. Esse "radicalismo" tem sido acentuado pela postura irresponsável dos pseudos defensores de determinadas ideologias, lembrando que o ideologismo nunca levou ninguém a lugar algum, pois vivemos uma grande diversidade, a qual não precisa ter beneficiada essa ou aquela classe, e isso esta muito longe do que eu chamaria de aceitável hoje, uma vez que tentam de todas as formas nos impor regras, nos impor uma forma de pensar e agir, uma clara tentativa de imposição do que para determinado grupo se considera "politicamente correto", e isso vai totalmente de encontro aos valores de uma sociedade madura e democrática, alienando completamente a consciência do individuo e dirigindo sua forma de raciocínio, quando o mesmo deveria ter total liberdade de pensamento e escolha, sem que os seus valores fossem imposto por uma cruzada contra tudo que é tido como valores.

Em 196 anos de independência pouco mudou, onde insistimos em manter as raízes herdadas dos idos tempos de colônia, uma postura servil e acomodada, onde mantemos a postura de assistir a tudo sem que tenhamos qualquer atitude para propiciar uma mudança em nós e nossa cultura, sim eu disse cultura, uma cultura onde não respeitamos nossos irmãos, onde preferimos criar "castas" à aceitar a individualidade de cada um, onde tentamos impor o que julgamos ser o "politicamente correto" ao invés de respeitar o espaço de cada um enquanto individuo. Castas onde assumimos através de cotas que dentre nós brasileiros existem classes e sub-classes, pois já não vemos mais nosso próximo como iguais, as "vitimas" somos nós mesmos dessa política incoerente, a qual diz defender direitos e igualdade, mas que cria abismos e desigualdade de oportunidades, onde essa mesma política que nos é vendida como ferramenta de inserção social, não passa de um divisor étnico, e pior que isso, os brasileiros desta etnia aceitam se achando justiçados, quando na verdade essa política de cotas é na verdade uma forma de inferiorizar essa classe, uma vez que julga a mesma incapaz de competir com os demais, lhe garantindo benefícios ao invés de oportunidades justas. Critico a cultura que se encontra arraigada em nossa sociedade, onde mesmo que involuntariamente nos deixamos iludir pelos "jeitinhos" e "esquemas" para facilitar, o que na verdade gera um problema muito maior, culminando em uma grave crise moral e ética, onde colhemos como fruto sórdidos esquemas de corrupção, corrupção essa que se alastrou de forma endêmica por todos os meandros políticos e sociais. E te pergunto, que brasileiro é você?

Hoje não precisamos declarar independência de uma nação, mas sim de valores corrompidos, de atos e posturas que destroem nosso país dia após dia, precisamos declarar independência da corrupção, do partidarismo, de ideologias baratas, da hipocrisia e nossa falta de atitude como vetor de mudanças. É chegada a hora de analisarmos quem somos nós, o que nos tornamos e o que queremos do futuro deste país, pois nós somos o Brasil.

Chega de ficar esperando que alguém vá fazer tudo por nós, chega de esperar um "salvador", chega de esperar que um "príncipe" venha as margens do Ipiranga declarar nossa independência destes valores corrompidos, destas políticas tão incoerentes e direcionadas ao benefício de uma pequena elite política. Somos Brasileiros!!! Somos uma só nação, somos um só povo, seja sulista ou nordestino, branco, negro ou mestiço, seja de esquerda ou direita, somos irmãos, temos que juntos, ombro a ombro conduzir os rumos deste gigante, pois existem muitos desafios e barreiras a serem vencidos, estamos em guerra contra nós mesmos, contra a corrupção, contra o radicalismo, contra a imposição de valores que não são os de nossa nação. 

A omissão nos custou parte de nossa história, o radicalismo manchou nosso processo democrático, e todos os dias vejo a sociedade sucumbir na lama ideológica, nas divisões impostas por pseudo defensores de direitos humanos, direitos estes que na verdade travestem interesses escusos de um determinado grupo. Chega de ser massa de manobra de movimentos "pseudo-sociais", chega de esmolas, nós temos que fazer valer o que reza nossa Constituição Federal.

Acorda Brasil!!! Independência ou Morte!!!



Agora se você quer conhecer um pouco sobre nossa independência, temos um rico acervo de artigos publicados em anos anteriores, os quais poderá acessar nos links abaixo:

A Independência do Brasil, como se deu?

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Japão se preocupa sobre Boeing após desistência da JAL

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Durante cinco décadas a Boeing concedeu partes cada vez maiores de seus contratos de fornecimento para empresas japonesas, mas isso pode mudar depois da chocante decisão da Japan Airlines (JAL) de trocar a empresa pela Airbus e à medida que a fabricante de aviões busca ganhar encomendas na China.
 
A aeronave 787 de composto de carbono da Boeing é 35 por cento feita no Japão mas agentes do setor de aviação japonesa temem que o Dreamliner possa ser o ponto alto da parceria da indústria com a empresa dos Estados Unidos.
 
A estreita cooperação não só beneficiou as gigantes da indústria no Japão como Mitsubishi Heavy Industries , Kawasaki Heavy Industries e Fuji Heavy Industries - mas também permitiu à Boeing dominar um dos maiores mercados de aviação do mundo com uma quota de mais de 80 por cento.
Essa posição de mercado desmoronou na segunda-feira, quando a JAL assinou um acordo para comprar 31 Airbus A350, na sua primeira compra de jatos europeus.
Ao rejeitar o rival Boeing 777X, a JAL só pode ter aumentado a probabilidade de que o próximo projeto da empresa dos EUA será menos japonês.
"As negociações para a quota do trabalho no 777X estão em andamento e podem ser influenciadas pela decisão da JAL", disse um funcionário do governo que ajuda a supervisionar a indústria aeroespacial do Japão, à Reuters, sob condição de anonimato devido à sensibilidade das negociações.
Ele acrescentou que Tóquio buscava ganhar uma parte da quota do trabalho superior a 21 por cento para os fornecedores japoneses Mitsubishi Heavy, Kawasaki Heavy e outros construirem o 777.
O temor no Japão é que a Boeing, que diz que os negócios que promove no Japão geram cerca de 22 mil postos de trabalho que representam cerca de 40 por cento da força de trabalho da indústria aeroespacial do país, possa ser tentada a transferir mais produção para China, Coreia do Sul ou outro lugar.
 
 
Fonte: Exame
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