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domingo, 11 de abril de 2021

Confira conosco a Passagem de Comando da Força Aeronaval.

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Na última sexta-feira (9), a BAeNSPA (Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia) foi palco da cerimônia de Passagem do Comando da Força Aeronaval (ComForAerNav), onde o Vice-Almirante  Paulo Renato Rohwer Santos passou o comando para o Contra Almirante José Vicente de Alvarenga Filho. Devido aos protocolos de segurança impostos pela pandemia do Covid-19, a cerimônia foi restrita apenas algumas autoridades e convidados. 

Agora você confere conosco o vídeo do cerimonial que nos foi fornecido pelo ComSoc da BAeNSPA. Aproveitando a oportunidade para agradecer ao V.Alte Paulo Renato Rohwer Santos pelo exemplar serviço prestado à nossa nação diante dos desafios impostos pela pandemia, tendo respondido a altura dos desafios à frente do ComForAerNav, e toda equipe do GBN Defense lhe deseja muito sucesso na nova missão. Ao C.Alte José Vicente de Alvarenga Filho, damos as boas vindas a "Macega" e lhe desejamos sucesso à frente da nossa Força Aeronaval.

"No ar, os Homens do Mar! "



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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Navio-Aeródromo - Conheça as vantagens, desvantagens e a importancia desse gigante dos mares em nossa nova série!

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Recentemente, analisando uma série de pautas que temos em nossa mesa, uma em especial me motivou a retomar sua conclusão e publicá-la, algo que tem tomado constantemente os debates nas redes sociais: Quais as vantagens e deficiências de operação e emprego de um Navio Aeródromo (NAe)? Essa é uma questão bastante recorrente, principalmente quando se discute se o Brasil deve ou não investir futuramente na construção de um navio do tipo.

Todas as questões que envolvem os "míticos" Navios Aeródromos, ou como são popularmente conhecidos "Porta-Aviões", estão repletas de informações desencontradas, mitos, inverdades, alguns fatos e pontos de vista distorcidos que mais prejudicam do que ajudam essa importante discussão. 

Como tem sido nossa missão, o GBN Defense mais uma vez traz à tona a discussão, oferecendo ao nosso leitor uma análise objetiva e isenta dos "achismos" comuns em muitas mídias e canais ditos especialistas no assunto.

Objetivos do Navio Aeródromo (NAe)

Primeiro ponto que é preciso compreender quando falamos em Navio Aeródromo (NAe) está diretamente ligado ao objetivo de emprego deste meio, o qual pode ser: 

  • Projeção de força, 
  • Controle marítimo em suas três dimensões (Superfície, Submarino e Aéreo) 
  • Defesa de determinada zona marítima contra um variado leque de ameaças, desde assimétricas até oposição a uma força naval hostil. 

Mais adiante vamos abordar melhor as missões que podem ser desempenhadas pelo NAe, o qual basicamente oferece a capacidade de operar diversos meios aéreos, quer sejam eles de asa-fixa ou rotativas, tripulados ou remotamente pilotados (VANT/SARP) onde sejam necessários.

Essa flexibilidade torna mais eficiente o emprego do poder aéreo, ampliando a capacidade de defesa, conhecido como "guarda-chuvas" da esquadra, dando maior poder de resposta aos meios envolvidos no teatro de operações (área operacional).

Tal habilidade possibilita identificar e neutralizar diversas ameaças, mantendo uma zona segura para os componentes do Grupo Tarefa (GT) e ao próprio NAe, viabilizando lidar com ameaças de superfície, submarinas e aéreas, através do emprego de variados sistemas, meios aéreos e armamentos para eliminar a força hostil, o que definimos como capacidade tridimensional de combate, além da viabilidade de lançar ataques contra alvos táticos e estratégicos muito além do território de seu operador.

Sendo um importante ativo na política externa de nações como os EUA e seus aliados europeus, e que em anos mais recentes recebeu especial atenção e investimentos vultosos pela China, a qual planeja uma poderosa capacidade de projeção de força amparada em Navios Aeródromos que já começa a tomar forma.

A China dispõe de dois navios do tipo, aos quais deve se juntar um terceiro em curto espaço de tempo, além de informações que dão conta das ambições de um quarto e um quinto NAe.


Não é nosso objetivo aqui abordar a história deste importante expoente do poder naval, ponto este que será tema de um capítulo posterior desta série, onde pretendemos aprofundar o conhecimento de nossos leitores quanto a este tipo de embarcação e sua história ao longo de décadas, com alguns capítulos da história onde este tipo de navio se mostrou um importante ativo, ou sua ausência representou um irremediável revés.


Tipos e características

Temos variados projetos de Navios Aeródromos e demais tipos voltados as operações aéreas, os quais podem ser classificados em diversas categorias e empregabilidades, alguns destinados exclusivamente a operações com asas rotativas (Porta-Helicópteros), outros com capacidades mistas, operando com asas fixa e rotativas, além de possuir capacidade de projetar força pelo mar, estes categorizados como LHD/LHA (Landing Helicopter Dock / Landing Helicopter Atack), que são navios que possuem um amplo convoo, similar à um porta-aviões, onde a maioria das classes está destinada a operação de um variado leque de helicópteros, com alguns destes tipos capazes de operar aeronaves de asa fixa VSTOL (Decolagem Curta e Pouso Vertical), como os vetustos AV-8 Harrier e o moderno F-35B Lightning II, além de operar com meios anfíbios e embarcações especiais de desembarque de pessoal e material, e de certa forma também podemos incluir algumas classes de navios do tipo LPD (Landing Plataform Dock – Doca Plataforma de Pouso), como o NDM Bahia (Ex-TCD Siroco francês da classe Foudre) operado pela Marinha do Brasil. O tipo mais conhecido e famoso, sem sombra de dúvidas, são os super "porta-aviões", estes um ativo até então exclusivo da US Navy (Marinha dos Estados Unidos), e porta aviões como a classe britânica “Queen Elizabeth” e o francês “Charles de Gaulle”, o segundo adotando propulsão nuclear, o único NAe nuclear fora do inventário da US Navy, não nos esquecendo de citar que as marinhas da Rússia, Índia e China também operam belonaves de deslocamento e capacidades dignas de serem aqui relacionadas.


No Brasil tem se discutido a necessidade de se obter um novo NAe após a desativação do A-12 São Paulo (Ex-R99 Foch da Marine Nationale francesa), alguns defendem que devemos investir em outras soluções, como submarinos para prover a capacidade de negação de mar, usando como justificativa para essa posição o fato de não termos pretensões de projetar força fora de nosso território, além do argumento pautado nos custos envolvidos da operação de um NAe, somados as necessidades emergentes de renovação de nossos meios de escolta, navios essenciais ao emprego de um Grupo Tarefa (GT) nucleado em Navios Aeródromos e sua segurança no mar. Enquanto isso, outros tem o entendimento da necessidade de contar com ao menos um navio do tipo para manter uma real capacidade de prover o pleno controle de nossas águas jurisdicionais em suas três dimensões.



Uma breve análise

No momento, apenas os EUA e França contam em suas esquadras com Navios Aeródromos de propulsão a energia nuclear, sendo esta a opção mais adequada para navios do tipo que deslocam acima de 65.000 toneladas, sendo necessária esta solução para suprir a alta demanda energética a bordo, tendo em vista o amplo emprego de complexos sistemas de ECM (Contra-medida eletrônica), ESM (medida de suporte eletrônico) e EMALS (sistema eletromagnético de lançamento de aeronaves), este último tem substituído os antigos sistemas a vapor nos modernos projetos de NAe. 

Outra particularidade do emprego da propulsão nuclear é o objetivo de emprego destes meios na projeção do poder naval ao redor do globo, o que nos leva a classificar como uma solução voltada para capacidade de projeção de poder, o que é o caso norte americano, mantendo GT nos principais pontos do globo, assim mantendo sua presença militar e capacidade de pronta resposta onde se faça necessária em pouco tempo, sendo uma das principais ferramentas da política intervencionista dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial.

Apesar do potencial de projeção de força, o NAe de menor deslocamento não apresenta a adequada capacidade de projetar poder em áreas distantes de seu raio de ação inicial (RAI).

Devido a sua limitada capacidade de transportar combustível, tais classes de NAe dependem diretamente de uma rede logística para abastecimento de seus tanques, não apenas para suprir seu Destacamento Aéreo Embarcado (DAE), mas principalmente para sua própria operação, o que leva á necessidade do apoio de um navio-tanque em todo período de operações, além de contar com uma modesta capacidade de prover superioridade aérea em determinados cenários de conflito, se comparada a envergadura e capacidade de um “super porta-aviões”, os quais dispõe de um DAE poderoso, muito superior a muitas forças aéreas pelo mundo. 


Os sistemas AEW&C (Controle Aéreo Antecipado) e ASW (Guerra Antissubmarina) baseados em aeronaves de asa fixa também são um fator importante, o qual deve ser meticulosamente estudado, sendo ativos críticos para o eficiente emprego de um NAe, ainda que possam contar com meios de asas-rotativas.

Lembramos que, comparados às aeronaves de asa-fixa, os helicópteros possuem restrições de velocidade e alcance, o que limita a zona que podem escanear, criando áreas seguras menores que as providas pelas aeronaves de asa-fixa.

Estes sistemas AEW&C e ASW são mais escassos nas classes de NAe de menor deslocamento, tendo em vista a necessidade de otimizar ao máximo a capacidade de superioridade aérea/interdição e ataque. Observando essas limitações e qualidades, o NAe de menor deslocamento é indicado principalmente para monitoramento de áreas marítimas, manutenção de presença, defesa de áreas de interesse próximo e oposição à presença de forças hostis em águas jurisdicionais.


Conhecendo os sistemas de lançamento e recuperação

Hoje existem variados projetos de Navios destinados as operações aéreas, conforme relatamos no início, porém, para operação com aeronaves de asa-fixa temos dois modelos básicos de convoo, o convés em ângulo com emprego de sistemas de catapulta (CATOBAR), ou o convés com Ski-jump (STOBAR), este último em algumas versões emprega catapultas, sendo modelo comumente adotado por projetos de origem soviética, como os NAe indianos e chineses. Mas há também o emprego desta solução por países europeus, como Espanha, Itália e Reino Unido, nos dois primeiros citados o DAE é composto por aeronaves STOVL/VTOL AV-8B Harrier e agora o F-35B, este último sendo o meio operado pelos britânicos em seus dois novos "porta-aviões". Não pretendemos aprofundar sobre estas características, tendo em vista que em futuros capítulos iremos abordar cada ponto em profundidade.



Entendendo os sistemas de lançamento e recuperação

Vamos iniciar pelo mais conhecido dos sistemas, o "Catapult Assisted Take-Off Barrier Arrested Recovery" ou CATOBAR, apontado como sistema para o lançamento e recuperação de aeronaves mais empregado em porta-aviões.

Apesar de ter um custo significativo, suas características entregam maior segurança nas operações aéreas e a capacidade de operar um vasto leque de aeronaves de asa-fixa, não se limitando aos meios STOVL, permitindo operar os meios aéreos em sua plena capacidade, portando maior carga útil e combustível.

Outro ponto relevante é a capacidade de lançar aeronaves com uma relação peso/potência mais modesta, com aeronaves mais pesadas, como é o caso de plataformas AEW&C E-2 Hawkeye e similares, além de meios COD (transporte aéreo embarcado), como o KC-2 "Trader". O sistema consiste no lançamento de aeronaves com auxílio de uma catapulta à vapor ou sistema eletromagnético e pouso assistido por sistema de cabos de parada. 


Outro sistema bastante empregado é o STOBAR (Short Take-Off & Barrier Assisted Recovery) que consiste no método de decolagem curta sem auxílio de um sistema de catapulta e recuperação por Arresto, este empregando um sistema de cabos de parada similar ao empregado no CATOBAR, mas ao invés da catapulta, as aeronaves decolam com apoio de uma rampa “Ski-jump”.

Em geral este tipo apresenta inúmeros fatores limitantes se comparado ao CATOBAR, combinando elementos tanto do sistema de decolagem curta e aterrissagem vertical (STOVL), quanto de decolagem assistida por catapulta e recuperação por arresto (CATOBAR).

A diferença entre o STOVL (ou STOL) e o STOBAR, está diretamente ligada a capacidade de operar aeronaves "convencionais", mas estas perdem grande parte de sua capacidade de carga útil e combustível para que seja possível seu lançamento empregando a potência de seus motores com o auxílio de uma Ski-Jump. Já para realizar a manobra de pouso embarcado deste tipo de aeronave é imprescindível o uso do sistema de parada por cabos, diferente do STOVL que pode abrir mão do sistema de parada por cabos, dada a característica das aeronaves empregadas neste tipo de navio.

O sistema STOBAR é mais simples e apresenta menor custo de operação do que o CATOBAR, porém, entregam uma capacidade muito inferior ao CATOBAR, conforme descrevemos, limitando não só o leque de aeronaves que podem ser operadas com este sistema, bem como a limitada carga útil e autonomia das mesmas, principalmente se não houver uma capacidade REVO (reabastecimento em voo) adequada para atender a estes vetores após a decolagem. 

Existem estudos e propostas de criar um sistema híbrido STOBAR, utilizando sistema de lançamento EMALS de baixa potência e Ski-Jump, buscando ampliar a capacidade de carga útil e combustível das aeronaves embarcadas neste tipo de navio, sem aumentar demasiadamente a complexidade e custos operacionais dos mesmos.


Podemos citar como navios que empregam o sistema STOBAR, os tipos soviéticos que foram os primeiros a apostar nesta configuração, com o "Admiral Kuznetsov" sendo o primeiro a utilizar este conceito, seguido por outros países como Índia que conta com o INS Vikramaditya da Classe Kiev e está construindo o INS Vikrant, além da China que conta com Liaoning (Ex-Varyag – Classe Kuznetsov) e está finalizando as provas de mar do seu primeiro NAe, o “Shangdong”, este sendo desenvolvido com base no projeto da classe “Kuznetsov”, mas refinamentos e apresentando maior deslocamento.

Por último temos alguns tipos que são capazes de operar aeronaves de asa-fixa, mas só operam aeronaves STOVL, como o AV-8B Harrier ou F-35B Lightning II, como é o caso do italiano “Cavour”, o espanhol “Juan Carlos” e outros no mesmo conceito sendo desenvolvidos pelo Japão, Coréia do Sul e Reino Unido.


Os desafios de operar um Navio-Aeródromo

Operar um "Porta-Aviões" requer não apenas um orçamento que comporte os custos de obtenção, operação e manutenção deste meio, mas o "expertise" no emprego deste tipo de navio, o que demanda um alto-nível de adestramento e qualificação de todos envolvidos, desde a tripulação orgânica do NAe, passando pelos componentes do Destacamento Aéreo Embarcado - DAE (Pilotos, Equipes de Manutenção dos Esquadrões), Departamento de Aviação e demais departamentos, mas principalmente a sinergia destes quando embarcados no NAe e os demais meios do Grupo Tarefa (GT), lembrando que o NAe também fica responsável por coordenar o espaço aéreo de seu núcleo, o que exige a qualificação de todos envolvidos em operações aéreas não apenas no NAe, mas nos meios de escolta, apoio e navios Multipropósito que estejam operando aeronaves. Essa capacidade é restrita à um grupo muito seleto, do qual o Brasil faz parte.


Embora tenhamos desativado nosso último NAe há algum tempo, ainda mantemos nossas capacidades, empregando o recentemente renomeado Porta-Helicópteros Multipropósito "Atlântico", que passou a ser denominado Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM “Atlântico”), essa mudança se devendo a estudos realizados mais recentemente, os quais levaram em consideração a capacidade de operar aeronaves tiltrotor como o V-22 “Osprey” (embora este não seja parte ainda de nosso inventário), e aeronaves remotamente pilotadas (ARP).

Para além da capacidade de operar aeronaves Tiltrotor, o NAM “Atlântico” pode coordenar aeronaves lançadas a partir de bases em terra (AF-1 Skyhawk e meios operados pela FAB e mesmo EB), as quais passam a ser vetoradas pela equipe do "Atlântico" no teatro de operações, o que representa uma formidável capacidade de controle aéreo empregando o radar Type 997 ARTISAN 3D, capaz de acompanhar centenas de contatos a grandes distancias e estabelecer uma cobertura relevante, mantendo assim a capacidade de nossa Marinha, embora não possamos ainda operar aeronaves de asa-fixa embarcada em um NAe convencional.

Um dos grandes desafios hoje às Marinhas que operam navios do tipo tem sido o nível de ameaças que surgem no horizonte, porém, embora muitos críticos e especialistas apontem que o reinado dos grandes "Porta-Aviões" esteja chegando ao fim, ainda podemos vislumbrar muitas décadas à frente onde este ainda se apresenta como um dos mais completos e capazes meios de projeção de poder e defesa.

Onde tem sido demonstrado um grande investimento de Marinhas menores e menos adeptas ao emprego do poder aéreo embarcado a partir de aeronaves de asa-fixa, adotando o conceito de navios multipropósito com capacidade STOVL/CATOBAR, ou ainda navios destinados exclusivamente as operações aéreas empregando o F-35B, como tem demonstrado a Coréia do Sul e o Japão, este último voltando a contar novamente com esta capacidade que foi abandonada após a capitulação na Segunda Guerra Mundial, objetivando contornar as restrições impostas a esta capacidade em sua Constituição. Isso sem considerar a extensa modernização e preparação que o italiano "Cavour" foi submetido para que possa operar com uma ala composta por aeronaves F-35B.

Outra questão a ser considerada é a missão a qual se destina o NAe, como descrito no início desta matéria, um NAe não é apenas uma forma de projetar poder em áreas longínquas, mas pode ser empregado para controle marítimo, meio de dissuasão, defesa de águas jurisdicionais, apoio a operações humanitárias, dentre outras funções que pode desempenhar. Partindo desta questão, o próximo capítulo desta série especial irá analisar a questão brasileira com relação ao NAe e suas pretensões.

 

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança.

 

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Sucesso - "Super Hornet" demonstra com sucesso capacidade de operar no sistema STOBAR

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Foi anunciado pela Boeing a bem sucedida demonstração do F/A-18E "Super Hornet" operando com sistema STOBAR, comprovando sua capacidade de operar à bordo dos Navios-Aeródromos (NAe) indianos, os quais empregam o sistema de lançamento com uso de "Ski-jump". A demonstração faz parte dos esforços da norte americana Boeing, que é uma das participantes do programa que irá definir a nova aeronave embarcada da Marinha da Índia.

A demonstração que foi realizadas em coordenação com a US Navy, se deu nas instalação da Naval Air Station Patuxent river em Maryland, nos EUA, onde foi exibida a capacidade de decolagem curta do F/A-18E "Super Hornet" empregando o sistema STOBAR, com auxílio de uma rampa (Ski-jump) como se dá nos Navios-Aeródromos da Índia, validando estudos e simulação anteriores feitos nos últimos anos.

O primeiro lançamento bem-sucedido e seguro do "Super Hornet" com uma Ski-jump marca o inicio do processo de validação e certificação para aeronave operar efetivamente a partir dos porta-aviões da Marinha indiana, o que coloca a aeronave norte americana como uma das potenciais opções indianas.

A Boeing vem ofertando o F/A-18E Block III "Super Hornet" à Marinha da Índia, dentre os argumentos apresentados pela norte americana, esta a capacidade superior de combate que sua aeronave confere, além das oportunidades de cooperação entre a aviação naval dos EUA e Índia. Segundo publicado em um site indiano, o representante da Boeing na Índia, Ankur Kanaglekar disse que o "Super Hornet" é um "alicerce" para cooperação entre as Marinhas da Índia e dos Estados Unidos. No entanto, ele ressalta que os requisitos da Marinha indiana e da Força Aérea Indiana eram diferentes.

Ele ainda destacou a capacidade de integração entre o "Super Hornet" e o P-8I da Marinha indiana, sendo um “multiplicador de força”.

Como parte do programa proposto pela Boeing “By India, for India”, o "Super Hornet" Block III poderia ter grande parte da manutenção realizada pela própria Marinha indiana, bem como com parceiros da Índia e dos Estados Unidos durante todo o ciclo de vida da aeronave. Isso iria desenvolver ainda mais a experiência avançada em manutenção de aeronaves pela Índia, resultando em maior disponibilidade da aeronave, preços competitivos e risco reduzido para a Marinha indiana.

A Marinha da Índia atualmente avalia as propostas dos fabricantes recebidas em resposta ao Pedido de Informações (RFI) lançado em 2017, o qual prevê a aquisição de até 57 aeronaves bimotoras para operações embarcadas nos seus NAes. No entanto, com o DRDO oferecendo o desenvolvimento de um vetor aeronaval bimotor. Recentemente a Marinha indiana manifestou o interesse reduzir do número inicial de 57 para cerca de 36 aeronaves.

O único NAe indiano em serviço, o INS Vikramaditya, e o NAe INS Vikrant em avançado estágio de construção, contam com sistema STOBAR para lançamento e recolhimento de aeronaves, dotados de Skyjump.

Foi ventilado pela mídia local, que o Estado-Maior da Marinha Indiana tem buscado uma solução conjunto com a Força Aérea Indiana (IAF), tentando conciliar as necessidades e requisitos de ambas as forças, o que resultaria nua aquisição combinada, somando a intenção inicial de 57 aeronaves da Marinha, com as 114 aeronaves previstas pela IAF, o que resultaria no maior contrato da atualidade, somando 171 aeronaves.


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com agências de notícias indianas

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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Royal Marines realizam importante adestramento em Creta com apoio de Wildcats

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Os Royal Marines (Fuzileiros Navais britânicos) garantiram que são afiados como navalhas para reagir às crises no Mediterrâneo depois de testar suas habilidades de combate corpo-a-corpo em Creta.

Os fuzileiros navais do 42º Commando, baseado em Plymouth, são especialistas da 3ª Brigada de Comando em operações de segurança marítima e têm equipes em navios da Marinha Real em todo o mundo, prontas para responder a emergências. 

A Equipe de Apoio está atualmente no Mediterrâneo como parte da implantação do Grupo de Resposta do Litoral (Experimentação) e usou a área de treinamento urbano costeiro de Creta para testar sua capacidade de lutar em confins apertados - reproduzindo as condições estreitas e apertadas de um navio ou área construída .


Os comandos foram encarregados de limpar uma aldeia, testando táticas e técnicas usadas em combate corpo-a-corpo após o pouso da RFA Lyme Bay. 
O treinamento também incluiu embarque e liberação de embarcações suspeitas em preparação para missões ao redor do Mediterrâneo.

Ao mesmo tempo, o Wildcats do 847 Naval Air Squadron foi lançado do navio de desembarque RFA Lyme Bay para treinamento sobre as montanhas da ilha.

Os pilotos do Comando da Força de Helicópteros (Commando Helicopter Force) passaram a primeira parte deste ano voando nos climas gelados do Ártico, mas trocaram o gelo pelo sol do Mediterrâneo, algo que representa desafios diferentes do norte congelado. 

Com fortes ventos e altas temperaturas, as tripulações do Wildcat baseadas no RNAS Yeovilton colocaram suas aeronaves à prova, praticando corridas de ataque usando a metralhadora pesada calibre .50 a bordo e usando seus sensores poderosos para identificar posições "inimigas" e iluminá-los para aeronaves de ataque efetuarem a neutralização da ameaça com lançamento de bombas inteligentes e mísseis.


O Instrutor de Guerra de Helicópteros, Tenente Olly Leisk, disse: “As oportunidades de treinamento improvisado no exterior não apenas nos proporcionam ambientes difíceis para operar o Commando Wildcat, mas também reproduzem a natureza desafiadora das operações, que é mais difícil em casa, no Reino Unido.”


Tudo isso foi apoiado pela tripulação da RFA Lyme Bay, que trabalhou incansavelmente para entregar os helicópteros Wildcat e as forças de comando do mar à terra e de volta.

O Grupo de Resposta Litoral (Experimentação) é uma implantação de três meses para desenvolver novas táticas e experimentar novas tecnologias para ajudar a forjar os comandos do amanhã, bem como conduzir exercícios e operações mais tradicionais.

O grupo de trabalho, que é liderado pelo HMS Albion e inclui o HMS Dragon e o RFA Lyme Bay, estão trabalhando com a OTAN e nações amigas do Reino Unido na região do Mediterrâneo e do Mar Negro.


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com Royal Navy

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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Conheça o Futuro da Marinha - PEM 2040, o que se esperar nos próximos 20 anos? (Parte-1)

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No último mês de setembro, acompanhamos a entrega, pela Marinha do Brasil do Plano Estratégico da Marinha (PEM 2040), um documento de grande importância, que apresenta o planejamento de médio e longo prazo com os rumos que deverão ser adotados pela Marinha do Brasil pelos próximos 20 anos. Neste documento constam as diretrizes, objetivos e os Programas Estratégicos da Marinha do Brasil (MB), segundo a Visão de Futuro da Marinha. 

O PEM 2040 é resultado de um amplo trabalho de pesquisa, contando com a participação de vários setores da sociedade brasileira, elaborado após diversas discussões e a contribuição de grupos de trabalho multidisciplinares, nos quais tiveram a participação tanto de militares, como também de civis, tendo sido ouvidos importantes formadores de opinião, além de representantes das comunidades científica e acadêmica, provendo transparência e clareza para a sociedade sobre os rumos que a MB adota, em consonância com sua missão. 

O documento traz seu conteúdo dividido em cinco capítulos e seus tópicos, torna sua leitura simples e de fácil compreensão para a sociedade como um todo. O PEM 2040 apresenta o cenário no qual estamos inseridos, bem como ameaças e oportunidades para a MB, condicionado pelos documentos de alto nível da Defesa, como a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional, além da plena consonância com a Constituição Federal e as atribuições legais da MB. 


No dia 25 de setembro, o GBN Defense na figura de seu editor/fundador Angelo Nicolaci, junto a outras renomadas mídias d
e defesa, foram convidados pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, para uma breve entrevista, onde puderam conhecer um pouco melhor o PEM 2040 e dirimir algumas dúvidas sobre este documento e os rumos que a MB adotará no período 2020-2040.

A Marinha demonstra uma visão bastante clara dos desafios que se apresentam no presente e no horizonte de nossa nação, com este planejamento indo muito além dos conhecidos programas estratégicos em andamento, com uma inserção maior da participação da Marinha em variados cenários e missões, bem como uma importante mudança em determinados conceitos e doutrinas de emprego do poder naval.
Um dos pontos de grande relevância apontados pelo PEM, diz respeito às ameaças e desafios que se apresentam à nossa nação, e isso ficou bem exposto pelo Alte.Esq (CM) Ilques Barbosa Junior, questionado sobre as medidas adotadas pela Marinha do Brasil para mitigar as múltiplas ameaças que se apresentam, que vão além das "tradicionais" ameaças comumente elencadas quando se aborda as questões de soberania e controle de nossas águas jurisdicionais, somando-se a estas, cenários de desastres ambientais, como o derramamento de óleo no nordeste de nossa costa no ano passado, bio-ameaças como a Pandemia do COVID-19, o crime organizado que vem crescendo como um todo no mundo, com  o narcotráfico, contrabando, pirataria, além do terrorismo e a expansão dos interesses internacionais.
Foto: Angelo Nicolaci - GBN Defense

Segundo o Comandante da Marinha (CM), o Plano Estratégico da Marinha (PEM) tem como pilares fundamentais a Política Nacional de Defesa (PND) e a Estratégia Nacional de Defesa (END), com isso quando se vislumbram as questões relacionadas às fronteiras e o nosso entorno estratégico, a visão é mais ampla e envolve não somente a Marinha do Brasil, mas sim as nossas três Forças e os desafios que englobam ações mais complexas envolvendo um conceito tridimensional, no qual é de suma importância a interação não apenas entre as Forças Armadas (FFAA), como também de outras agências e órgãos do estado brasileiro, para garantir a segurança e os interesses de nossa nação do norte ao sul, de lestes à oeste. O cenário global hoje tem apontado para uma concepção de duplo emprego das Forças Armadas, onde elas vem agregando além de seu papel constitucional, novas missões e responsabilidades, e isso exige das mesmas um nível de prontidão elevado, hoje atingindo um nível com 100% de prontidão. Sendo assim, não há espaço mais para que por exemplo, se prepare nossa indústria para responder a determinadas ameaças, tal como ficou evidente diante da Pandemia do Covid-19.

Diante das questões ligadas ao controle e gerenciamento de nossas fronteiras e território nacional dispostas pelo PND e a END, temos três importantes e complexos sistemas que são de suma importância citados na fala do Comandante da Marinha (CM), com a tríade composta pelo SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) na faixa de fronteira terrestre, concebido por iniciativa do Comando do Exército, em decorrência da aprovação da END em 2008, a qual orienta a organização das Forças Armadas sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença; o SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) conduzido pelo Comando da Aeronáutica; e o SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul) que tem a missão de monitorar, de forma contínua e integrada, as Águas Jurisdicionais Brasileiras e as áreas internacionais de responsabilidade brasileira para realização, quando necessário, de operações de Socorro e Salvamento, sendo este importante sistema concebido pela Marinha do Brasil.

Nosso entorno estratégico inclui a Costa Oeste da África, Caribe, Antártica e parte oeste do território continental, suas dimensões por si só já se apresentam como um grande desafio, onde soma-se a esse ambiente operacional a crescente atuação do crime organizado no âmbito global, o que leva a necessidade do emprego de nossas Forças Armadas no apoio irrestrito a segurança nacional, esse um ponto destacado pelo CM com relação ao questionamento sobre o cenário de ameaças que se apresenta ao Brasil.

Prosseguindo em sua resposta, o CM frisou a importância que tem sido dada a capacitação de seus militares, sendo um dos pontos chave do PEM, com a Marinha do Brasil atenta a necessidade de capacitar seu pessoal, algo que faz parte do Programa Estratégico (PE) de quaisquer forças armadas. Seguindo nessa linha, o CM ressaltou os esforços da Marinha do Brasil em aprimorar ainda mais esse importante ponto estratégico, alterando o procedimento de entrada no Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores (CEMOS), ampliando as exigências na escola de formação, nesse sentido tem sido realizadas alterações nas normas de carreira, adequando a nova lei que destaca a meritocracia e incentiva a constante qualificação dos homens e mulheres que compõe a Marinha. "Não adianta entramos com o mais moderno navio na Baía de Guanabara, se não soubermos como operar", disse o Comandante da Marinha.

Um de nossos questionamentos apresentado ao Comandante da Marinha, diz respeito aos desafios que são impostos pelo PEM à Marinha do Brasil, tendo em vista que a mesma se encontra diante de um extenso processo de renovação de meios, dado o avançado estado de obsolescência que boa parte dos meios operativos apresentam, bem como a baixa de muitos meios sem substituição, dada as limitações impostas pelo orçamento concedido à Força Naval e outros fatores de ordem política, os quais nas últimas décadas não deram o devido aporte às necessidades de nossa Esquadra. Perguntamos como seria realizada a captação dos recursos necessários para tocar os programas estratégicos em andamento e os que se fazem necessários para o cumprimento das missões constitucionais e compromissos internacionais assumidos pela nossa MB, bem como as missões que vem a se somar no âmbito da Marinha e seu Corpo de Fuzileiros Navais (CFN)?

Esse importante ponto foi esclarecido pelo CM onde, em consonância com a PND e a END, durante todo processo de criação do PEM, houveram muitas conversas com Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, após sua concepção, o Plano foi apresentado ao Conselho de Defesa Nacional, ocasião em que estiveram presentes ministros de estado, o Presidente da República Jair Bolsonaro e seu Vice-Presidente, Hamilton Mourão, além do Presidente do Senado e posteriormente apresentado ao presidente da Câmara dos Deputados, mostrando a classe política brasileira a real situação de nossas Forças Armadas, porque eles são os representantes do povo, e a eles cabe atribuir as prioridades de nosso país, e como estamos num estado democrático de direito, esse é o caminho a ser trilhado, e fora apresentado o PEM aos líderes do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Esse foi o primeiro movimento realizado, esclarecendo aos três poderes a real situação das Forças Armadas, ao mesmo tempo que foram apresentadas as ameaças às quais estamos submetidos à sociedade brasileira, seguindo nos esforços de se tirar o velho estigma de que os militares vêem ameaças onde não existem, por exemplo, a Pandemia de Covid-19 que resultou na perda de 140 mil vidas no Brasil, ou ainda a agressão perpetrada pelo derramamento de óleo no nordeste do Brasil, um crime que o Alte.Esq. (CM) Ilques Barbosa deixou bem claro: "Posso assegurar, como objetivo naval permanente até quando for necessário, até o fim dos tempos, nós vamos estar atrás dele, até achar e punir, porque uma agressão daquela magnitude não pode ficar impune". Existe uma vasta gama de ameaças as quais não se pode ignorar, e a sociedade brasileira tem sido alertada, conforme deixou claro o Comandante da Marinha, onde várias providências tem sido tomadas no sentido de neutralizar esses riscos. Hoje enfrentamos ameaças como o crime organizado e as Organização Não Governamentais, que na verdade não são legitimamente ONGs, e sim fachadas para outras atividades e interesses, "Nós não podemos ter a inocência de não constatar um fato e sermos envolvidos em discussões que nos tirem do foco que é a defesa do nosso futuro, a defesa dos nossos cidadãos", disse o Almirante.

Apesar do cenário internacional apresentando importantes mudanças nos níveis de ameaça, as ameaças interestatais não desapareceram e continuam sob a observância de nossos militares, como explicitou em sua fala o Comandante da Marinha, e isso trás a imprescindível necessidade de estarmos prontos e capacitados a responder aos desafios, pois uma das mais eficazes formas de se evitar um conflito é estarmos prontos para ele, é uma máxima que segue desde os primórdios da humanidade, a dissuasão é um importante ativo de defesa. 

Um ponto enfatizado pelo Almirante Ilques, diz respeito ao retorno gerado pelo investimento em defesa, algo que constantemente vem sendo ignorado de forma proposital pelos críticos aos programas de reaparelhamento de nossas Forças Armadas. Os Programas Estratégicos não apenas suprem as necessidades diretas de nossa defesa por meio da aquisição de sistemas,  mas representam a geração de muitos empregos diretos e indiretos, arrecadam impostos, fomentam o desenvolvimento e a capacitação de nosso parque industrial, criam novas oportunidades para exportação de produtos com alto valor agregado, além de prover segurança a nossa soberania. 

"Só o ProSub, não estou mencionando nenhum outro programa em andamento, gera 900 milhões em impostos. Quantas escolas foram construídas com esses impostos? Quantos empregos, quantas famílias estão vivendo através dessa segurança gerada pela Base Industrial de Defesa (BID)? Todos os nossos programas estão sendo auditados/controlados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), gerando conforto para o Comando da Marinha. O TCU esta a contrabordo da Marinha, dizendo o que pode e o que não pode ser feito, e assim será enquanto durarem os programas"
, disse o Almirante Ilques, e prosseguindo, "A sociedade brasileira precisa entender que num planeta que sofre pandemias, tem assimetrias, tem insegurança, desastres naturais, movimentos geopolíticos agressivos, terrorismo dentre outros, o Brasil não esta isento de tudo isso. Um país como Brasil, que tem um solo fértil, um país que tem água, um país que tem um espaço geográfico imenso, possui reservas energéticas imensas, tanto solar, eólica, petróleo, hídrica, urânio dentre outras, precisa de atenção, precisa ser cuidado com posicionamento maiúsculo em defesa de nossos interesses", complementou.

Uma questão levantada durante o encontro com Comandante da Marinha, teve como alvo o futuro da capacidade desenvolvida em Itaguaí, que hoje conta com uma moderna estrutura destinada a construção dos quatro submarinos convencionais da Classe Riachuelo (SBR), os quais estão em avançado estágio de construção, devendo em breve ser concluído o programa de submarinos convencionais, o que deverá ocasionar uma lacuna temporal entre a conclusão dos submarinos convencionais e o início da construção de nosso primeiro submarino nuclear (SNBR). 


Com relação ao Complexo de Itaguaí, foi esclarecido que a Marinha do Brasil possui planos para manter ativa a capacidade conquistada com o ProSub, com o complexo não sendo limitado à construção e manutenção dos meios submarinos, mas também atendendo a demando pela construção e manutenção de outros meios. Sendo revelado que existem estudos em andamento no intuito de avaliar a possibilidade de atracação das futuras fragatas da Classe Tamandaré no Complexo Naval de Itaguaí. Há elevada probabilidade de que isso aconteça, e com isso surge a demanda da criação de toda uma estrutura voltada a operação desses meios naquela região, pois envolve mais do que apenas as facilidades para os meios em si, mas toda uma infraestrutura para receber todos tripulantes e demais militares envolvidos, com a construção de casas e todo suporte necessário a estes. 

Outra questão que envolve o Complexo Naval de Itaguaí, diz respeito a outro importante programa da Marinha, o qual prevê a retirada de boa parte do poder naval da cidade do Rio de Janeiro, o que não significa sair do estado, mas sim se adequar às novas necessidades estratégicas identificadas pela Marinha. 

A Força de Submarinos será transferida para Itaguaí, que deverá operar os quatro modernos submarinos da Classe Riachuelo (SBR), assim como os remanescentes da Classe Tupi. E a intenção não é parar com a conclusão do quarto exemplar da Classe Riachuelo, podendo em futuro próximo se iniciar a construção de um quinto submarino da classe, incorporando aperfeiçoamentos em relação aos primeiros submarinos da classe.

"Não é nada contra a cidade do Rio de Janeiro, é que não existe no mundo uma Marinha do porte da nossa, numa cidade como Rio de Janeiro. Não existe Marinha dos EUA em Los Angeles ou Nova York, a Marinha inglesa não esta em Londres, porque as cidades grandes de certa maneira impõe desafios de mobilidade e segurança. Então, nossa intenção é paulatinamente, na medida do possível fazer essa transição", disse o Almirante Ilques.

Quando questionado sobre a criação de uma 2ª Esquadra, o Comandante da Marinha explicou como se dá todo processo para que seja criada a 2ª Esquadra, citando que o cronograma está sendo readequado, pois demanda uma série de estudos e uma capacidade logística adequada, o que envolve Belém, Recife, Itaqui e Aratu, sendo o primeiro passo para criação dessa nova Esquadra, o fortalecimento da capacidade logística como um todo, a qual deve garantir a capacidade de receber a Esquadra onde quer que ela vá, provendo toda capacidade não apenas de atracar os navios, mas inclusive manuteni-los quando se faça necessário.

Foram citadas características de três localidades elencadas, como Belém, que conta com terminal portuário, calado necessário para operar os navios, um retroporto e um píer adequado para receber os navios da Esquadra. Já Recife possui uma infraestrutura vital, contando com os estaleiros Atlântico Sul e Vard Promar, ambos capazes de prover suporte, e por último se salientou a importância estratégica de Itaqui.

Ou seja, antes de se pensar na criação de uma 2ª Esquadra, é preciso equacionar nossas capacidades logísticas, pois não há lógica em se pensar uma 2ª Esquadra, se não houver primeiro uma real capacidade logística, por exemplo, nós temos capacidade de atracar e docar uma fragata em Belém? Sim temos.


Nota: Devido a complexidade e a riqueza de informações obtidas durante o encontro, o GBN Defense resolveu dividir essa entrevista em partes, para que possamos possibilitar ao nosso leitor uma melhor absorção das informações reveladas.


Por Angelo Nicolaci

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domingo, 2 de agosto de 2020

NPaOc “APA” realiza operações aéreas com aeronaves da FAB em Exercício Técnico de Busca e Salvamento (SAREX - II)

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O Navio Patrulha Oceânico ‘’APA’’ realizou o Exercício Técnico de Busca e Salvamento (SAREX-II/2020) com a Força Aérea Brasileira (FAB) entre os dias 13 e 17 de julho, nas proximidades da Restinga da Marambaia, conduzindo operações aéreas com a aeronave H-36 “Caracal” subordinada ao Esquadrão Puma - (3º/8º GAV), Santa Cruz - RJ, destacando a coordenação e qualificação dos pilotos e equipes da FAB nas atividades de Busca e Salvamento no mar, por meio de manobras de resgate de içamento conjunto (“Pick-up”) e com maca para EVAM no convoo. 

O exercício também possibilitou o estreitamento dos laços e a troca de experiências em operações aéreas entre os militares da Marinha do Brasil (MB) e a Força Aérea Brasileira (FAB), além do conhecimento dos procedimentos técnicos e operativos adotados pela FAB, incrementando a interoperabilidade entre as duas Forças Armadas referente às ações conjuntas de busca e salvamento.

Durante a manobra, a Equipe de Manobra e CRASH do Navio esteve totalmente "antenada" ao fator "Alerta Situacional", colaborando com os Orientadores e a interação entre os envolvidos na manobra, aproveitando a presença dos instrutores do Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (CIAAN) a bordo. Devido a essa interação com a FAB, a MB abre as portas do CIAAN de uma forma bem mais profunda com o intuito de aprimorar os sinais utilizados em Navios com convés de voo e os sinais utilizados para Operações SAR empregado pela FAB, marcando uma importante interação entre as duas Forças.


Por: B. Júnior

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Índia foca na construção de mais seis Scorpene

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Após receber seus caças Rafale, o Ministério da Defesa indiano se voltou para outro importante programa de defesa, focando agora na obtenção de novos submarinos de ataque da classe Scorpene, o qual esta paralisado há quatro anos. Um dos fatores que tem levado a Índia a acelerar seus programas de defesa, tem sido a crescente ameaça chinesa no Oceano Índico, a Marinha Indiana intensificou os preparativos para aumentar seu poder naval nas três dimensões, obtendo novos meios ASW com a compra de novas aeronaves "SeaHawk" e acelerando a construção de seus novos meios de superfície. A construção de seis novos submarinos previstos pelo Projeto 75I dará aos indianos uma maior capacidade no Índico.

As negociações foram iniciadas em 2017, porém, estão paradas nos últimos quatro anos. Objetivo do programa Make in Índia, onde qualquer empresa estrangeira que venha a assinar o acordo para construção dos seis novos submarinos, terá que fazê-los no país junto com parceiros indianos. 

Quatro gigantes do setor se apresentaram como interessados no programa indiano em 2017, a francesa Naval Group, a Rubin Design Bureau da Rússia, a Thiesenkrupp Marine Systems da Alemanha e a Saab Group da Suécia. Acredita-se que uma dessas empresas possam assinar ainda este ano o contrato para construção dos novos submarinos.

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Navio Patrulha Oceânico “Araguari” realiza operações aéreas com aeronaves da FAB

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O Navio Patrulha Oceânico (NPaOc) “Araguari” realizou, nos dias 29 e 30 de julho, operações em conjunto com aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), na área marítima do Rio Grande do Norte.
 
No convoo do NPaOc “Araguari”, foram realizados exercícios de pick up e vertrep, com içamento e arriamento de cargas leves e pesadas, e de militares das aeronaves.
 
As ações contaram com o emprego de aeronaves H-36 Caracal, do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV), sediado na Ala 10, da FAB, além de militares que compõem as Equipes de Manobra e Crache (EqMan) de cinco navios subordinados ao Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Nordeste.
 
O treinamento conjunto teve o propósito de incrementar a interoperabilidade entre as Forças e proporcionou, com o apoio de equipe do Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira, a requalificação de 22 militares das EqMan, aptos a atuarem em operações aéreas a bordo de seus navios na área de jurisdição do Comando do 3º Distrito Naval, composto pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

 
Fonte: Marinha do Brasil

Nota do GBN: Exercício similar foi realizado entre o NaPaOc "APA" no período entre 13 e 17 de julho.
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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Marinha e Exército apoiam combate ao incêndio na Serra da Mantiqueira

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Desde o último domingo (19), o Ministério da Defesa (MD) mobilizou as Forças Armadas para apoiar o combate ao incêndio na Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira, as quais estão empregando um variado leque de aeronaves de asas rotativas da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro, além de um C-130 Hércules pertencente à FAB que emprega o sistema MAFFS (Modular Airborne Fire Fighting System)
O engajamento de nossas Forças Armadas visa apoiar a solicitação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que em face das características geográficas, com relevo que dificulta o acesso aos brigadistas, os quais só podem ser inseridos no cenário de combate aos focos localizados na região da Serra Fina por meio aéreo, tendo em vista a altitude do local, cerca de  9mil pés (2.743m) acima do nível do mar.
A Marinha do Brasil destacou uma aeronave UH-15 "Super Cougar" e oito militares pertencentes ao 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (EsqdHU-2) para apoiar o deslocamento dos brigadistas no embarque e desembarque nas zonas de combate aos focos do incêndio, atuando em altitudes de 9mil pés, operando em áreas restritas para pouso, demonstrando toda versatilidade e preparo do EsqdHU-2 "Pégasus" em variados cenários de emprego, atestando também as qualidades do UH-15 "Super Cougar" como um vetor de larga flexibilidade de emprego, atuando nos mais variados teatros operacionais.
O Exército Brasileiro destacou militares do 2º Batalhão de Aviação do Exército (2º BAvEx) que seguem prestando suporte fundamental para operação de combate ao incêndio, voando uma aeronave HM-1 "Pantera" e um HM-3 "Cougar" que cumprem missões de reconhecimento identificando áreas com focos de incêndio, além de realizar transporte aéreo de bombeiros e brigadistas para pontos estratégicos de difícil acesso, além de apoiar a logística de equipamentos e suprimentos as equipes envolvidas na missão.

Mais uma vez é demonstrada a capacidade de operação conjunta entre as três Forças, destacando a interoperabilidade cada vez mais presente na atuação de forma coordenada dos meios e pessoal. Durante essa missão vem se destacando a importância do trabalho integrado entre o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, brigadistas, ICMBio e os militares da Marinha e da Aviação do Exército, que estão contribuindo para extinguir os focos de incêndio e diminuir os danos ambientais.

É de suma importância que episódios como este e diversos outros recentes, levem nossos representantes no Congresso e Senado a refletir sobre a importância que possuem nossas instituições, destinando às mesmas os recursos necessários para que deem prosseguimento nos programas de modernização e renovação de meios e sistemas, que são de vital importância para o cumprimento do variado leque de missões que são dadas as nossas Forças Armadas, muitas das quais saem do escopo original de seu emprego afim de atender as lacunas existentes nas capacidades dos governos estaduais e seus aparatos de segurança pública e defesa civil.

Por: Angelo Nicolaci


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Imagens Marinha do Brasil e Exército Brasileiro
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