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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Corte britânica aprova extradição de fundador do WikiLeaks

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O fundador e editor-chefe do site WikiLeaks, Julian Assange, deve ser extraditado para a Suécia a fim de responder por acusações de crimes sexuais, decidiu hoje um juiz britânico, segundo informou o Wall Street Journal. A defesa, porém, ainda pode recorrer da decisão.

O magistrado Howard Riddle afirmou que as acusações de violação sexual e de agressão sexual feitas por duas mulheres na Suécia contra Assange são passíveis de extradição. Segundo ele, a ordem judicial sueca foi expedida corretamente. Os advogados de Assange têm agora uma semana de prazo para apelar da decisão tomada hoje, e já disseram que pretendem fazê-lo.

Assange não foi formalmente acusado na Suécia, mas o país quer interrogá-lo sobre as alegações de que cometeu crimes sexuais contra duas mulheres durante uma visita a Estocolmo, em agosto do ano passado.

Os advogados de Assange argumentam que ele não deve ser extraditado por várias razões. Para eles, o ativista não teria um julgamento justo na Suécia, onde segundo eles Assange é tratado como vilão pela imprensa. Também argumentam que ele tentou se encontrar várias vezes com promotores suecos após o início das investigações e antes de deixar o país, mas foi rechaçado. A defesa ainda alega que crimes sexuais não poderiam ser passíveis de extradição no Reino Unido.

O tribunal britânico, porém, afirmou que aparentemente Assange tentou escapar de prestar um depoimento enquanto estava na Suécia. O juiz considerou as quatro acusações por crimes sexuais passíveis de extradição e se disse confiante de que Assange terá um julgamento justo na Suécia, caso seja acusado formalmente.

O fundador do WikiLeaks afirma ser inocente e se diz perseguido politicamente pelos vazamentos de documentos secretos feitos por seu site. Assange tem divulgado um lote de cerca de 250 mil documentos diplomáticos norte-americanos.

Fonte: Estadão
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Prefeito de São Bernardo vira "piloto de testes" de caças

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Onze meses depois de conhecer a fábrica da Saab, na Suécia, fabricante do caça Gripen, o prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho (PT), viajou anteontem à França para voar num Rafale, da empresa Dassault.

As duas empresas são concorrentes na venda de 36 aviões para a Força Aérea Brasileira. A terceira opção é o Boeing F-18 (americano). O valor da compra gira em torno de R$ 10 bilhões.

A compra dos caças é alvo de um impasse político no governo -a FAB é pró-Gripen, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, pró-Rafale -no começo do ano, o senador John McCain esteve no país para fazer lobby pelo produto da Boeing.

A presidente Dilma Rousseff pretende criar um grupo ministerial para tratar do tema. Depois de várias vezes adiada pelo ex-presidente Lula, a decisão sobre a compra deverá ficar para 2012.

Prefeito da cidade que foi berço político e voltou a ser domicílio de Lula, Marinho afirma que a viagem tem o objetivo de "apresentar melhor a região do ABC".

Segundo Marinho, ele aceitou o convite de viagem para tentar conseguir que a Dassault monte um centro de pesquisas na cidade. A empresa sueca Saab, afirmou, já teria aderido à proposta.

Em março de 2010, a convite da Saab, Marinho - que é amigo de Lula e foi ministro do Trabalho - visitou a Suécia e voou num caça na sede da companhia. Dois dias depois, foi recebido pela rainha Silvia em Estocolmo.

Questionado se também visitará a Boeing, ele confirmou já ter recebido o convite. "O mundo gira em torno de relacionamentos. É importante conhecer pessoas."

"É importante atrair mais investimentos", diz o "piloto de testes" do governo. E conclui: "É claro que eu vou puxar a sardinha para o meu lado..."

Fonte: Folha
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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Desapego a modelo econômico continuará com Dilma, diz Deutsche Bank

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O Brasil e sua economia emergente continuam chamando a atenção internacional. Passada a fase eleitoral, o Deutsche Bank realizou uma análise da situação do país. E a conclusão não é de assustar os mercados financeiros.

Com Dilma Rousseff na presidência, o banco alemão acredita na continuidade da política financeira de Lula. Segundo o documento Brasil depois das eleições – o que vem agora?, as condições são favoráveis para que o país continue crescendo nos próximos quatro anos e continue gozando de estabilidade financeira.

"Nós temos tido essa avaliação positiva em relação ao Brasil praticamente desde que Lula chegou ao poder. Temos uma visão favorável quanto ao panorama de crescimento brasileiro a médio prazo", disse Markus Jaeger, analista do Deutsche Bank.

Há, no entanto, algumas ressalvas na análise. Um leve desapego ao modelo econômico, que levou o Brasil ao sucesso nos últimos oito anos, deverá continuar, inclusive no que diz respeito às metas quantitativas. Isso já foi observado no segundo mandato do governo Lula, diz o banco. A desobediência às normas estipuladas pela administração federal, no entanto, seria "gerenciável" segundo a análise.

Menos disciplina

Segundo o estudo, o governo continuará comprometido em atingir a meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto. No entanto, sucessivas mudanças contábeis reduziram a transparência fiscal, o que colocaria os dados oficiais divulgados em cheque. E ainda: gastos sob a forma de empréstimos a bancos públicos e a empresas estatais devem continuar, mas em ritmo menor.

Para o Deutsche Bank, apesar de o país ter se comprometido a frear os gastos públicos, as propostas para que isso ocorra ainda não são concretas – e a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 deixarão a tarefa mais difícil.

Outro ponto que não deve ser obedecido à risca está ligado à política monetária. Segundo o relatório, apesar da independência do Banco Central, algumas decisões do governo fazem o mercado pensar que a administração federal possa estar tentando influenciar a política monetária "pela porta dos fundos". Esse seria o caso do anúncio de revisão por parte do governo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), usado no cálculo da inflação.

Quanto à política cambial, o Deutsche assinala que o governo brasileiro continua apegado à "flutuação suja", e que pode se tornar ainda mais suja. E ressalta uma política de intervenção do Banco Central assimétrica: interfere quando a moeda está sob pressão de valorização, mas age com muito menos força quando o real se encontra sob pressão de depreciação.

Consequências

Sobre os efeitos que a avaliação do banco alemão pode surtir, o analista do Deutsche Bank Markus Jaeger pontua: "Nossa avaliação pode mostrar, até certo ponto, um enfraquecimento da disciplina econômica. Mas eu insisto: isso não deve representar risco considerável para o crescimento agora. No entanto, isso é algo que, talvez, os investidores queiram acompanhar e que os políticos brasileiros queiram discutir mais ativamente. E nós gostaríamos de contribuir com esse debate."

O analista relativiza o desempenho brasileiro frente aos demais integrantes do BRIC, lembrando que China e Índia crescem a taxas maiores. "Mas em comparação com outros mercados emergentes, especialmente olhando para o próprio passado brasileiro, o país tem ido muito bem", pontua Jaeger.

E é justamente por esse motivo que reformas profundas não devem aparecer no panorama brasileiro nos próximos anos: "O Brasil está numa posição sólida. Está indo bem. E é normal que, quando a economia de um país esteja indo bem, o governo não queira fazer reformas políticas dolorosas. Isso é histórico no Brasil, e também em outros países", diz o analista do Deutsche Bank.

Mas a recomendação é clara: uma maior disciplina e uma interpretação mais rigorosa dos objetivos do modelo econômico ajudariam a dissipar as crescentes preocupações sobre uma tendência de deriva da política econômica brasileira.


Fonte: Deutsche Welle
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Assange deixa a prisão e diz que provará que é inocente

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O editor-chefe do WikiLeaks, Julian Assange, foi libertado sob fiança nesta quinta-feira, após uma semana conturbada em que lutou contra o pedido de extradição para a Suécia, onde o australiano de 39 anos enfrenta acusações de crimes sexuais. Assange disse aos jornalistas, que estavam reunidos na frente do Tribunal Superior de Londres, que estava contente em respirar o ar fresco da liberdade. Assange afirmou que continuará a lutar para provar sua inocência. Assange agora deverá ir para uma mansão no interior da Grã-Bretanha, onde terá que respeitar a prisão domiciliar e vestir uma pulseira de monitoramento.

A decisão do juiz Duncan Ouseley, do Tribunal Superior de Londres, permite que o fundador do WikiLeaks, site que vaza documentos oficiais secretos, possa responder em liberdade ao pedido de extradição. O advogado do réu, Mark Stephens, disse mais cedo que ele deveria ser liberado ainda nesta quinta-feira.

A Suécia quer extraditar o ativista para que ele deponha em um caso de crimes sexuais contra duas mulheres. Assange afirma ser inocente e seus advogados veem motivações políticas no caso. O processo de extradição pode levar meses.

Na terça-feira, um juiz londrino concedeu ao australiano o direito à liberdade se ele pagasse a fiança, estabelecida em 200 mil libras. Assange se entregou à polícia na semana passada. O australiano estava sendo mantido em uma solitária quase ininterruptamente desde sua prisão, no dia 7. Ouseley disse não ver risco de Assange tentar fugir do país.

A prisão coincidiu com o início da divulgação de cerca de 250 mil documentos diplomáticos vazados dos EUA pelo WikiLeaks. O vazamento enfureceu Washington. Um dos advogados de Assange, Mark Stephens, disse anteriormente acreditar que o dinheiro da fiança pode ser conseguido ainda nesta quinta-feira. O diretor de documentários norte-americano Michael Moore, o cineasta britânico Ken Loach e a socialite Bianca Jagger estão entre os que contribuíram para se chegar ao total do montante.

Um grupo fora do tribunal vibrou com a decisão desta quinta-feira. "Expor crimes de guerra não é um crime", gritavam eles.

Fonte: Estadão
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mais notícias sobre Assange e o Wikileaks

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Alvo de debates desde a semana passada, quando começou a divulgar mais de 250 mil documentos diplomáticos do Departamento de Estado dos EUA, o site WikiLeaks e seu criador, Julian Assange, dividem empresas e governos com diferentes posições quanto à organização.

Na Suécia, Assange enfrenta acusações de assédio sexual e estupro, pelas quais pode ser extraditado do Reino Unido. Já o chanceler da Austrália, Kevin Rudd, saiu em sua defesa, dizendo que a culpa pelos vazamentos é dos EUA que o cidadão australiano receberá ajuda consular da Embaixada da Austrália em Londres.

Enquanto isso a MasterCard e a Visa cancelaram os pagamentos feitos ao WikiLeaks. Em resposta, hackers furiosos derrubaram seus sites do ar, em apoio a Julian Assange.

A empresa processadora de pagamentos do WikiLeaks, a Datacell, da Islândia, manifestou interesse em processar as operadoras americanas por se recusarem a prestar serviço a seu cliente.


Lula pede manifestação contra prisão do criador do WikiLeaks

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que deveria haver protesto contra a prisão de Julian Assange, proprietário do site WikiLeaks, que vem vazando documentos diplomáticos. Afirmou que o erro não é dele que divulgou, mas dos diplomatas que fizeram os documentos.

"O que acho estranho é que o rapaz que estava desembaraçando a diplomacia foi preso e eu não estou vendo nenhum protesto contra a liberdade de expressão. Não tem nada contra a liberdade de expressão de um rapaz que estava colocando a nu um trabalho menor que alguns embaixadores fizeram", disse, durante balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no Palácio do Planalto.

Lula disse que não sabe se os embaixadores brasileiros transmitem os telegramas, mas afirmou que a presidente eleita, Dilma Rousseff, terá que ser comunicada. "Ela vai ter que dizer para o seu ministro que, se não tiver o que escrever, que não escreva bobagens. Passe em branco a mensagem", afirmou.

O presidente criticou a busca mundial feita por Assange. "Ele desnuda a diplomacia, que parecia inatingível e a mais certa do mundo, e começa uma busca. Não sei se colocaram cartaz como no tempo do faroeste, procura-se vivo ou morto, e prenderam o rapaz. Não vi um voto de protesto", disse.

Lula pediu aos assessores que comecem a fazer manifestação no Blog do Planalto. "Vamos fazer o primeiro protesto então contra a liberdade de expressão na internet porque o rapaz estava colocando lá apenas o que ele leu. E se ele leu é porque alguém escreveu. O culpado não é quem divulgou, mas quem escreveu a bobagem. Então, que fique aqui meu protesto", afirmou o presidente.


EUA dizem a Lula que prisão de Assange não está ligada a WikiLeaks

A prisão do criador do site Wikileaks, Julian Assange, nada tem a ver com o vazamento de informações secretas dos Estados Unidos, declarou nesta quinta-feira um porta-voz do departamento americano de Estado, reagindo a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"As acusações pelas quais Assange foi detido não têm nada a ver com o Wikileaks", disse o porta-voz Charles Luoma-Overstreet em um e-mail enviado à AFP.

Lula ironizou hoje sobre a prisão de Assange: "O rapaz foi preso e não estou vendo nenhum protesto pela liberdade de expressão. Não tem nada. O rapaz apenas colocou "no site" o que leu. O culpado não é quem divulgou, mas quem escreveu (os telegramas diplomáticos)".

Assange, procurado pela justiça sueca por agressão sexual a duas mulheres, está preso na Inglaterra para possível extradição.

O site WikiLeaks iniciou em 28 de novembro passado a publicação de 250 mil telegramas confidenciais do departamento americano de Estado.

As revelações abalaram o governo americano, que se desculpou com diversos líderes estrangeiros.

Fonte: Folha / AFP
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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Estados Unidos comemora prisão de Assange

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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, comentou nesta terça-feira durante sua visita surpresa ao Afeganistão sobre a detenção em Londres do fundador de WikiLeaks, Julian Assange, e avaliou o episódio como "uma boa notícia".

A breve declaração de Gates, que se informou da notícia pela imprensa que cobre sua viagem ao país afegão, é a primeira de um alto funcionário dos Estados Unidos desde a detenção de Assange nesta manhã de terça-feira.

Em paralelo, a WikiLeaks apressou-se a afirmar que a prisão não mudará a rotina das filtragens dos 250 mil cargos diplomatas no site.

"As ações de hoje contra nosso editor-chefe Julian Assange não afetarão nossas operações: publicaremos mais documentos nesta noite, como de costume", declarou a organização no seu perfil do Twitter.

Assange, de 39 anos, é acusado pela procuradoria da Suécia de estupro e assédio sexual.

O advogado Mark Stephens afirmou que "vai chegar o momento que a verdade será divulgada e que Assange limpará seu nome".

Stephens acrescentou que seu cliente lutará contra sua possível extradição a Suécia, já que teme que, daí, possa ser entregue aos EUA, onde alguns políticos chegaram a pedir sua execução.

O WikiLeaks anunciou nesta terça-feira que dará prosseguimento à divulgação de telegramas diplomáticos confidenciais americanos, apesar da detenção em Londres de seu fundador, Julian Assange, de acordo com a ordem europeia de captura emitida pela Suécia por uma acusação de estupro.

"As ações de hoje (terça-feira) contra nosso editor chefe Julian Assange não afetarão nossas operações: divulgaremos mais telegramas esta noite, como de costume", destacou a conta do WikiLeaks na página de 'microblogs' Twitter.

Um jornalistas que trabalha para o WikiLeaks declarou que os funcionários do site prosseguem com as tarefas habituais.

"Em termos do que está acontecendo, tudo continua segundo o previsto, tudo seguirá saindo como sempre", declarou à AFP James Ball, que analisa documentos diplomáticos para o WikiLeaks.

Assange foi detido nesta terça-feira pela manhã pela polícia de Londres em função de uma ordem de prisão das autoridades suecas por suspeita de estupro, anunciou a Scotland Yard em um comunicado.

O australiano, de 39 anos, cujo site está publicando milhares de telegramas diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos, foi detido ao se apresentar à polícia às 9h30 locais (7h30 de Brasília). Ele deve comparecer nas próximas horas a uma audiência com um juiz de primeira instância no tribunal de Westminster, no centro da capital britânica

Fundador do WikiLeaks chega ao tribunal de Londres

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chegou nesta terça-feira ao tribunal de Londres onde deve comparecer ante o juiz horas depois de se apresentar e ser detido pela polícia britânica em cumprimento de uma ordem de prisão sueca por suposto estupro.

A polícia isolou a rua da capital onde fica situado o tribunal de primeira instância de Westminster quando um carro preto em que viajavam vários policiais e um homem, que supostamente era o australiano de 39 anos, entrou na garagem do prédio.

Uma fonte do tribunal disse que a audiência deve começar por volta das 14H00 GMT e confirmou a chegada de Assange.

Do lado de fora, o advogado britânico de do fundador do WikiLeaks disse que seu cliente está bem e que todo o processo de entrega e detenção ocorreu de forma cordial.

Os advogados de Assange anunciaram sua intenção de lutar até o final contra sua extradição para a Suécia, por temor que ele acabe sendo entregue aos Estados Unidos. A batalhalegal poderá durar meses.


O criador do WikiLeaks, entre a sombra e a busca pela verdade

Julian Assange, cuja prisão por suspeita de estupro nesta terça-feira acontece dez dias depois do início da divulgação de documentos diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos no site WikiLeaks, do qual é fundador, se apresenta como um profeta da transparência, mas mantém zonas obscuras sobre sua própria vida.

Fundador, porta-voz e figura emblemática do site, especializado em divulgar documentos secretos, o australiano de 39 anos que no início do ano era praticamente desconhecido, se tornou em poucos meses uma das pessoas mais famosas do mundo, o único rosto visível da máquina de vazamentos WikiLeaks.

"Queremos três coisas: libertar a imprensa, revelar os abusos e salvaguardar documentos históricos", explicou em agosto à AFP, durante uma de suas poucas aparições públicas.

Assange tranformou-se no homem que fez tremer o Pentágono, que revelou os segredos mais bem guardados do mundo. No entanto, durante todo este tempo manteve também um grande mistério sobre sua própria história. Até pouco tempo, negava-se a dizer a data de seu nascimento, mas a Interpol se encarregou de vazar esta informação: Assange nasceu em 3 de julho de 1971.

"Estamos diante de organizações que não obedecem a regras. Estamos diante de agências de inteligência", afirma Assange, que vê o WikiLeaks como "a agência de inteligência do povo", com bases escondidas em um labirinto de servidores da internet.

Nascido em Magnetic Island, nordeste da Austrália, Assange teve uma infância movimentada, tendo passado por 37 escolas, segundo contou à imprensa australiana.

Na adolescência, Assange destacou-se como hacker até ser descoberto pela polícia de Melbourne. Para escapar da justiça, pagou uma multa e jurou que manteria uma boa conduta.

O hacker arrependido foi depois "conselheiro de segurança, fundador de uma das primeiras companhias de serviços de informática da Austrália, assessor tecnológico, repórter, co-autor de um livro", sempre de acordo com o próprio Assange, que segundo a mídia australiana é pai de um rapaz de 20 anos chamado Daniel.

Em 2006 fundou o Wikileaks, com "umas dez pessoas vindas do ramo dos direitos humanos, da imprensa e da alta tecnologia".

Embora o site tenha se tornado conhecido em pouco tempo, publicando suas primeiras informações confidenciais, Assange não tinha alcançado a fama até este ano, quando a página provocou a ira do governo americano com três grandes vazamentos.

Os mais de 250.000 documentos diplomáticos americanos, cuja publicação começou no último domingo, somam-se aos centenas de milhares de arquivos secretos do exército americano sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque, que vieram a público em julho e outubro, respectivamente.

À frente do WikiLeaks, Assange leva uma vida digna de um romance de espionagem, saltando de país em país, abrigando-se na casa de amigos ou apoiadores, negando-se a dizer de onde vem e para onde vai, mudando com frequência seus números de telefone - que praticamente não divulga.

Alto, magro e sempre com um sorriso irônico no rosto, Assange pesa cada palavra de suas raras entrevistas com uma lenta e monocórdia, às vezes difícil de compreender.

No meio do ano, porém, começaram a surgir dificuldades. Durante uma passagem pela Suécia, em agosto, duas mulheres o acusaram de estupro e assédio sexual.

A investigação demorou, mas em meados de novembro a Suécia - que negou a ele um visto de residência - emitiu um mandado internacional de prisão contra ele para interrogá-lo acerca do caso.

Os problemas também passaram a vir do interior do WikiLeaks. No fim de setembro, um porta-voz da organização, Daniel Domscheit-Berg, denunciou ruidosamente "o autoritarismo" de Assange. Pouco depois, o fundador do site brigou com outro apoio, a deputada islandesa Birgitta Jonsdottir.

Além disso, é acusado por vários lados de "irresponsabilidade", porque alguns dos documentos divulgados podem colocar em risco vidas humanas.

"Não temos como objetivo prejudicar gente inocente", defendeu-se o australiano no fim de setembro em Londres, onde reiterou que busca apenas "a verdade".


Fonte: EFE / AFP
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Dilma acerta hoje compra de caças da FAB com Jobim

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A presidente eleita, Dilma Rousseff, formaliza hoje o convite para que o ministro Nelson Jobim permaneça na Defesa e conclua dois processos já iniciados: a compra dos novos caças da aeronáutica e a retirada do setor de aviação civil da pasta.

A primeira sondagem para Jobim continuar na Defesa foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda durante as eleições. Os dois acertaram que ele ficaria pelo menos nos dois primeiros anos do novo governo, caso Dilma fosse eleita.
Depois da vitória, o ministro foi também procurado por Antônio Palocci, que é da equipe de transição de Dilma e será o futuro chefe da Casa Civil.

Eles discutiram a conclusão dos processos de reestruturação das Forças Armadas e de modernização dos equipamentos militares, principalmente com a compra dos novos caças, que se arrasta desde os dois governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003).

Palocci, assim, organizou a pauta do encontro Dilma-Jobim de hoje. Na sexta-feira, 7/11, a própria Dilma telefonou para Jobim, marcando a data para bater o martelo.
A expectativa é a de que saia desse encontro a definição do modelo de caça que irá renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira).

Conforme a Folha antecipou em janeiro, relatório técnico da FAB apontou o Gripen NG, da Saab, sueca, em primeiro lugar, principalmente pelo melhor preço e por propiciar maior transferência de tecnologia.

O F-18 norte-americano, considerado pelos pilotos o melhor avião em si, ficou em segundo; o Rafale francês, preferido por Jobim e pelo Planalto por questões políticas, ficou em terceiro e último. Só ganhou num dos sete critérios analisados.
Apesar da indicação técnica da FAB, Jobim manteve a preferência pelo Rafale, alegando que há "uma aliança estratégica" do Brasil com a França.

A decisão final cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve convocar o Conselho de Defesa Nacional ainda nesta semana, provavelmente na quinta-feira, para ratificar a opção.

Caso confirmada a compra dos Rafale, Lula deverá assinar o acordo com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, durante a inauguração da ponte sobre o rio Oiapoque que liga o Amapá à Guiana francesa por terra. A previsão é de que a solenidade seja no próximo dia 15.

Quanto à reestruturação das Forças Armadas, já aprovada pelo Congresso, falta definir a transferência do setor de aviação civil da pasta da Defesa para uma secretaria específica.

A nova pasta vai incluir a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a atual secretaria vinculada à Defesa e a Infraero (estatal responsável pelos aeroportos). A intenção é abrir o capital dessa empresa à iniciativa privada.
Há dúvidas sobre uma outra área estratégica: o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), subordinado à aeronáutica.

No Brasil, os militares cuidam tanto da defesa área quanto do controle de tráfego de aviões. Os controladores são na grande maioria sargentos. Não está claro se isso migrará ou não para a nova secretaria.

Fonte: Folha
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domingo, 19 de setembro de 2010

Prisão de soldados americanos na fronteira com o Paquistão ???

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Abaixo o GeoPolítica Brasil posta três notícias interessantes, algo que mais parece fruto da imaginação de uma mídia sensacionalista e irresponsável. Analise e deixe sua opinião?

As forças iranianas detiveram recentemente sete soldados americanos que tentavam entrar no Irã pela fronteira com o Paquistão, afirmou neste domingo o site Javanonline.ir, ligado à Guarda da Revolução.

"Soube-se que sete soldados amerianos, acompanhados de dois iranianos, tentaram recentemente penetrar no território iraniano em Kuhak, perto de Saravand (fronteira com o Paquistão", indica o site, sem precisar a data do incidente ou se os militares ainda se encontram detidos.

"Foram identificados e detidos pelos guardas de fronteira iranianos", afirmou a Javanonline.ir, acrescentando que os dois iranianos conseguiram fugir.

O site, cuja informação também foi difundida pela agência Fars, não deu qualquer indicação sobre a fotne, nem detalhes da notícia.

Nenhuma outra fonte informou ou confirmou a informação.


Pentágono nega detenção de soldados americanos no Irã

O Pentágono negou que soldados americanos tenham sido presos no Irã, conforme afirmou neste domingno um site ligado à Guarda da Revolução iraniana.

"Não temos soldados desaparecidos", afirmou, em um e-mail, o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, que classificou de falsa a informação do site iraniano.

De forma quase simultânea, a tv estatal iraniana também negou que o Irã tenha prendido soldados americanos na fronteira com o Paquistão.

Segundo o site Javanonline.ir, as forças iranianos detiveram recentemente sete soldados americanos que tentavam entrar no Irã pela fronteira com o Paquistão.

"Soube-se que sete soldados amerianos, acompanhados de dois iranianos, tentaram recentemente penetrar no território iraniano em Kuhak, perto de Saravand (fronteira com o Paquistão", indicou o site, sem precisar a data do incidente ou se os militares ainda se encontram detidos.

"Foram identificados e detidos pelos guardas de fronteira iranianos", afirmou a Javanonline.ir, acrescentando que os dois iranianos conseguiram fugir.

O site, cuja informação também foi difundida pela agência Fars, não deu qualquer indicação sobre a fonte, nem detalhes da notícia.


Irã desmente prisão de soldados americanos

O Irã não prendeu nenhum soldado americano na fronteira com o Paquistão, indicaram neste domingo dirigentes iranianos à televisão estatal árabe Al Alam, desmentindo uma informação publicada numsite ligado à Guarda da Revolução.

Fonte: AFP / GeoPolítica Brasil
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domingo, 12 de setembro de 2010

Desmistificando o KF-X, o que há de concreto na mídia.

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Muito temos lido sobre o KF-X ao longo destes últimos anos, e muito tem se especulado a respeito deste programa Coreano que visava a principio uma aeronave de combate de quinta geração, mas que posteriormente foi definido em seu rumo que seria uma aeronave de 4,5+ G.

Nos últimos meses houveram diversas notícias na mídia, assim como algumas especulações por parte de muitas pessoas sobre a participação de empresas estrangeiras em tal programa,o que eu particularmente desconheço e pesquisei,afinal é conhecida a intenção de que isso ocorra, somente há oficialmente a intenção, mas nada concreto. Justamente em face a isso nós resolvemos postar um histórico sobre as notícias oficiais sobre o KF-X, afim de elucidar algumas questões que ficaram no ar e trazer a você amigo leitor um panorâma atual e real acerca do que se conhece a respeito deste programa hoje com base em fontes sólidas.

Em 27/07/2009 publicado pelo Korea Times:

A Coréia do Sul passou a reavaliar o projeto de seu caça de 5G devido a questões tecnicas e orçamentárias. O que levou a mudanças em seu requerimento, sendo uma de suas exigências que apresenta-se RCS menor que a do Rafale e do Eurofighter, e similar ao F-35.

Também noticiou a intenção de se adquirir um lote de F-35 em 2012 para complementar o programa F-X em sua terceira fase, onde nas duas primeiras venceu o F-15K, onde estes F-35 seriam estudados para aquisições após maturação e validação do caça em 2020.

http://www.koreatimes.co.kr/www/news/nation/2009/11/205_49176.html


Em 06/10/2009 publicado pelo Korea Times:

Empresas de Defesa estrangeiras eram investigadas por acessar informações secretas sobre o KF-X através de suborno, dentre as acusadas estão a suéca SAAB e a investigação ainda buscava identificar outra empresa americana que também usou de suborno para ter acesso a informações privilegiadas.

http://www.koreatimes.co.kr/www/news/nation/2009/12/205_53010.html


Em 24/03/2010 pelo Korea Times:

Dúvidas pairam sobre o KF-X e o programa F-X III, pois os custos e o estado de desenvolvimento e prazos do F-35 deixaram dúvidas a respeito de seus custos e operacionalidade, abrindo uma questão sobre a possivel aquisição de mais F-15K ou estudar outra solução. Apontando que possivelmente o KF-X estaria aguardando a definição do F-X III, pois ficou claro o interesse da Coréia em adquirir o F-35 e desenvover seu KF-X sobre esta plataforma.

http://www.koreatimes.co.kr/www/news/nation/2010/08/205_62911.html


Em 15/07/2010 publicado pela Defense News:

A Coréia do Sul e a Indonésia assinaram um memorando de entendimento (MoU), neste 15 de julho, para desenvolver em conjunto um caça de 4,5ª geração com capacidade maior do que a do KF-16.

A Indonésia concordou em suportar 20 por cento dos custos de desenvolvimento do projeto de 5 trilhões de won (US$ 4,1 bilhões) durante a próxima década, segundo a Administração de Aquisição de Programas de Defesa da Coréia do Sul (DAPA). A Coreia do Sul planeja obter fundos para 60 por cento de sua parte, oriundos de recursos de outros parceiros na área governamental ou empresas.

A Indonésia também concordou em comprar cerca de 50 aeronaves KF-X quando começar a produção em massa.

O acordo dá seguimento a uma carta de intenções para o KF-X assinada, em março de 2009, pelo Presidente sul-coreano Lee Myung-bak, durante uma visita à Indonésia.
O Memorando de Entendimento “é o reflexo do nosso compromisso e da forte cooperação bilateral na área da indústria de defesa”, disse Eris Herryanto, Diretor-Geral das Instalações de Defesa do Ministério da Defesa da Indonésia, durante um discurso antes da cerimônia de assinatura com o comissário da DAPA, Byun Moo–Keun, no Ministério da Defesa da Coréia do Sul.

“Estou confiante de que, por intermédio da assinatura do presente Memorando de Entendimento sobre o desenvolvimento conjunto caça KF-X, o resultado da cooperação começará a ser implementado no momento mais oportuno”, disse Herryanto. “A realização conjunta do desenvolvimento, produção e comercialização será concluída utilizando a nossa máxima capacidade de desenvolvimento”.

O Coronel Lee Jong-hee, diretor da equipe de desenvolvimento do KF-X da DAPA, disse que sua agência está negociando com a Turquia e os Emirados Árabes Unidos a respeito de possíveis investimentos no programa KF-X.

“Existem duas opções na mesa. Uma delas é atrair investimentos financeiros de outras nações, como a Turquia e os Emirados Árabes Unidos,” disse Lee. “A outra é receber investimentos de fabricantes ocidentais de aeronaves que pretendam participar do KF-X”.

A Boeing e a Lockheed Martin dos Estados Unidos, o grupo de defesa europeu EADS e a sueca Saab demonstraram o seu interesse no programa KF-X, que está ligado à concorrência FX III para a aquisição de caças para a Coreia do Sul, definida para o próximo ano. No âmbito do Programa FX III, a Coreia do Sul planeja comprar de 40 a 60 caças furtivos (“stealth”).

Iniciado em 2002, o programa KF-X foi originalmente destinado a produzir e comercializar cerca de 120 aviões mais furtivos que o Dassault Rafale ou o Typhoon Eurofighter, mas não tão furtivo quanto o Lockheed F-35 Lightning II.

Devido às questões sobre a viabilidade econômica e técnica do programa, o governo sul-coreano reformulou a exigência no ano passado para produzir jatos de combate comparáveis com o F-16 Block 50 para substituir antigas aeronaves F-4 e F-5.

Os requisitos-chave para o KF-X incluem um radar de varredura eletrônica de matriz ativa (AESA), uma suíte de guerra eletrônica, um sistema de busca na faixa do infravermelho (IRST), capacidades de interceptação “super-velocity” e “super-supercruise”, além de capacidades de ataque ar-ar, ar-solo e ar-mar.

Nos primeiros 11 anos de completo desenvolvimento e operação inicial, cerca de 120 KF-X seriam construídos, e mais 130 aviões seriam produzidos assim que os aviões do primeiro lote venham a alcançar sua capacidade operacional inicial (IOC).


http://www.defensenews.com/story.php?i=4709554&c=AIR&s=TOP


Em 09/08/2010 publicado no Korea Times:

Turquia entra em negociação com a Coréia visando participar no programa KF-X.

http://www.koreatimes.co.kr/www/news/nation/2010/09/116_72755.html


Bom agora eu gostaria de salientar que em nenhuma destas noticias oficiais foi divulgada a participação desta ou aquela empresa estrangeira no projeto, apenas o interesse de algumas estrageiras em participar e isso era dito em 2007, antes do programa passar por uma reavaliação e mudança em seu requerimento.

Por Favor quem possuir link de fonte séria onde haja divulgação de que há participação desta ou aquela empresa no programa KF-X após sua reavaliação feita no ano de 2009, por favor compartilhe o link conosco.


Afinal falar qualquer um pode falar o que quiser, o difícil é comprovar.


Fonte: GeoPolítica Brasil
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Governo Lula monitora imagem do Brasil no exterior

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Duas iniciativas do governo do presidente Lula monitoram, pela primeira vez de forma sistemática, a evolução da imagem do Brasil em instituições, empresas, governos e jornais estrangeiros.

A mais recente é uma pesquisa qualitativa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), sintetizada em indicadores divulgados neste mês e que serão atualizados a cada trimestre.

A outra, encomendada pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), é uma análise diária do noticiário sobre o Brasil em 48 jornais das Américas, da Europa e da Ásia.
Essa análise é usada para "consumo interno" da Área Internacional da pasta, criada em 2009 para promover o país no exterior.

O questionário de 15 perguntas feito pelo Ipea foi respondido por 170 entidades com presença no Brasil, incluindo embaixadas e câmaras de comércio.

As respostas revelaram uma percepção "moderadamente favorável" do país, mas ainda longe, na maioria dos itens pesquisados, do nível considerado "muito otimista".

A violência foi o ponto que recebeu a pior pontuação. Expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e política econômica tiveram as marcas mais altas.

A análise de mídia é feita para a Secom pela empresa Companhia de Notícias --que venceu, em parceria com a multinacional americana Fleischman-Hillard, licitação de R$ 15 milhões anuais para o trabalho de relações públicas com formadores de opinião estrangeiros, sobretudo jornalistas.

POSITIVO X NEGATIVO

Os relatórios, que classificam os artigos por tema e viés positivo ou negativo, não são públicos -a Secom afirma que consolida um indicador para divulgação.

Mas o diplomata Rodrigo Baena Soares, assessor especial da secretaria, diz que "sem dúvida" há "muito mais" notícias favoráveis ao país, com exceção das que tratam de violência e ambiente.

Balanço parcial divulgado em dezembro pela Companhia de Notícias mostrava que só 15% dos artigos tinham viés negativo.

Na comparação com a pesquisa do Ipea, isso indica que a imprensa internacional tende a traçar um quadro mais positivo do Brasil do que a percepção de agentes externos que atuam aqui.
A Área Internacional da Secom se espelha em programas equivalentes de países como Estados Unidos, Israel e França e tenta identificar pontos fracos na imagem brasileira.

São produzidos informes sobre temas como trabalho escravo e organizadas entrevistas só para a imprensa estrangeira --na sexta, houve uma com o ministro Guido Mantega (Fazenda), após a divulgação do PIB.

VIAGENS

Além disso, junto com a Apex (agência de promoção das exportações), a secretaria já trouxe três grupos para viagens temáticas ao Brasil --dois de jornalistas e um de assessores das comissões do Congresso dos EUA.

Um quarto grupo de 11 jornalistas virá para as eleições, num programa que, segundo Baena, tem como foco a organização do pleito (Justiça Eleitoral, voto eletrônico).

Entre os veículos que aceitaram o convite estão "Washington Post", "Le Monde", "Guardian" e o principal blog progressista americano, o Huffington Post.

Baena diz que nem sempre há relação direta entre esse trabalho e os artigos publicados. "Tem muita coisa espontânea", diz, citando o recente texto da "Economist" sobre a "revolução agrícola" promovida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Em julho, a Companhia de Notícias e a Fleischman ganharam o prêmio máximo da Associação Internacional de Relações Públicas pela blitz para divulgar a posição do Brasil na conferência do clima em Copenhague, em dezembro passado.

Um site bilíngue, um canal no Twitter e 55 entrevistas de autoridades renderam, segundo as empresas, 200 reportagens publicadas.

Fonte: Folha
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Os EUA, o Chá e o 11/09: modernidade e regressão

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Embora o Partido do Chá não constitua um partido oficial, represente a maioria ou detenha uma face única, sua mobilização social atrai segmentos diversos. A sua atração reside na externalização de problemas ao outro, o governo, as instituições públicas ou o diferente, sintetizado em um discurso composto pelos “antis” e pelos “prós”: anti-Estado, anti-impostos, anti-minorias, anti-direitos civis e sociais, pró-armas, pró-vida, pró-religião. O espírito é conservador, o que gera posições paradoxais: critica-se a reforma da saúde e do sistema financeiro como intrusivas, mas, ao mesmo tempo silencia-se ou apóia-se o Ato Patriota que, mais do que estes ajustes, é contrário às liberdades individuais.

Para o Brasil e os Estados Unidos (EUA), o mês de setembro representa a reta final de campanhas eleitorais. Enquanto no Brasil aproxima-se o pleito presidencial, governos estaduais, senadores, deputados federais e estaduais de outubro, nos EUA observa-se o primeiro teste da Presidência Obama nas eleições de meio de mandato para o Legislativo e comando dos estados. Em setembro, ainda, os norte-americanos são lembrados de sua vulnerabilidade, confrontados pelas imagens daquela manhã do dia 11 em Nova Iorque e Washington. Porém, hoje mais do que Bin Laden, o grande personagem do pleito de novembro nos EUA parece ser o chá.

Fonte de um dos protestos mais significativos que antecedeu a Revolução de 1776, quando os colonos se recusaram a pagar impostos à metrópole britânica sobre o comércio deste bem, preferindo arremessar o produto ao mar, o chá ressurgiu no encerramento da primeira década do século XXI associado ao movimento libertário, a grande força das eleições de 2010. Por que trazer de volta estas raízes? Não estaria esta “mitologia libertária” dissociada do presente e futuro norte-americano atualmente uma potência hegemônica e não mais uma pequena colônia?

A razão para a discussão reside na redefinição dos EUA como nação, associada à reorganização de seus grupos de interesse. O fator chave deste processo é o declínio gradual da hegemonia Anglo Saxã, Branca e Protestante (WASP) que dominou a política desde os princípios da construção do país e que se encontra, desde meados dos anos 1990, pressionada pela ascensão de um país multicultural, multiracial, multi étnica e diversa religiosamente. Esta ascensão resulta da evolução da imigração, dos casamentos interraciais e da mudança do eixo sócio-econômico, caracterizado pela crise do paradigma produtivo e do American Way of Life, o empobrecimento da classe média, aumento da linha da pobreza e a concentração de renda no topo.

A alteração quantitativa e qualitativa do perfil populacional tem promovido o rearranjo das forças políticas, que se refletiu na eleição de Barack Obama em 2008. Este teria sido um momento definidor da disputa pela hegemonia interna entre o “velho e o novo” devido ao mandato popular conquistado pelo presidente. A representatividade do “novo” levaria à reavaliação do curso político do país e a formação de coalizões progressistas para a atualização estrutural da sociedade, economia e estratégia. Para muitos, era um momento comparável, só que em tempos de paz, ao da Guerra da Secessão (1861/1865) e da união nacional promovida por Abraham Lincoln entre os EUA capitalista moderno do Norte e o Sul agrário atrasado. Esta eleição, porém, foi apenas uma batalha dentro da guerra em curso, cujos sinais já se faziam presentes em 1994 quando o governo democrata de Bill Clinton foi colocado em xeque pela vitória republicana nas eleições de meio de mandato em 1994, a “Revolução do Contrato com a América”. Ao “Contrato” se seguiria a “Revolução Estratégica” preventiva e unilateral de W. Bush em 2001 e as pressões pela unanimidade e do medo pós-11/09.

E onde entra o chá em toda história? O “Partido do Chá” (Tea Party), que nos remete ao século XVIII, ligado ao Movimento Libertário, é no presente uma das grandes forças políticas em ação. Pode-se sugerir que o Movimento Libertário é minoritário, vide a votação irrelevante conquistada por Ron Paul, seu candidato à Presidência em 2008 e a quase ausência de seus membros no Legislativo e governos estaduais. A política, assim, continuaria polarizada entre os partidos Republicano e Democrata. Todavia, dada a natureza fragmentada do sistema político norte-americano que permite que o governo seja muito permeável aos grupos de interesse não se pode subestimar o impacto deste movimento e seu potencial de crescimento.

Embora o Partido do Chá não constitua um partido oficial, represente a maioria ou detenha uma face única, sua mobilização social atrai segmentos diversos. A sua atração reside na externalização de problemas ao outro, o governo, as instituições públicas ou o diferente, sintetizado em um discurso composto pelos “antis” e pelos “prós”: anti-Estado, anti-impostos, anti-minorias, anti-direitos civis e sociais, pró-armas, pró-vida, pró-religião. O espírito é conservador, o que gera posições paradoxais: critica-se a reforma da saúde e do sistema financeiro como intrusivas, mas, ao mesmo tempo silencia-se ou apóia-se o Ato Patriota que, mais do que estes ajustes, é contrário às liberdades individuais (a lógica, contudo, é a mesma de 11/09, para preservar a República, é preciso combater seus excessos e inimigos, independente dos meios). A política externa é secundária, alternando, dependendo do momento e de quem discursa posturas unilaterais, isolacionistas e intervencionistas, sob o manto do nacionalismo e do messianismo.

A força desta pauta, maximizada pela lenta recuperação econômica e disputas no topo do poder, levou ao crescimento das mobilizações e uma instrumentalização de seu vigor por republicanos que não encontram espaço entre as linhas tradicionais dominadas por Bush filho e seus aliados (e que também não querem a ela se associar por causa do fracasso da administração). A expectativa dos “novos neoconservadores” é conseguir visibilidade e massa populacional significativa para serem reconhecidos como relevantes na reorganização da direita. As eleições de meio de mandato de 2010 são o primeiro teste desta tática tanto para os que visam a presidência em 2012, como para os que apostaram neste referencial para eleger-se para o Legislativo ou governos estaduais.

Dentre os nomes conhecidos que se aliaram ao “Chá” encontram-se Sarah Palin, ex-candidata a Vice-Presidente ao lado de John McCain e Mitt Romney, que pleiteara nas primárias a indicação em 2008. Esta não é a única instrumentalização no Movimento, uma vez que parte de suas lideranças deseja usufruir da máquina do Partido Republicano para chegar a Washington apesar de suas críticas “ao sistema”.

Pode-se discordar do projeto desta corrente, como um exemplo de regressão, mas não se deve ignorar sua ressonância e as pressões que exerce sobre o centro moderado e sua capacidade de causar ruídos. Na mídia conservadora, suas aparições são cada vez mais frequentes, alternando-se com a desconstrução da imagem de Obama, que, para 20% da população é muçulmano (sem deixar de mencionar que 30% acreditam que os democratas instauraram o socialismo nos EUA).

Estes não são fenômenos recentes, mas contínuos, que se alimentam da crise, do vácuo da modernidade e do dissenso aparecendo sob formas diversas: enclaves por motivações religiosas e políticas (recusa ao reconhecimento do poder constituído do Estado), atentados contra clínicas de família para planejamento familiar e saúde da população mais pobre (e não só de aborto), preconceito contra imigrantes (legais e ilegais, vide a Lei do Arizona), formação de milicias, oposição aos direitos das minorias (contra a ação afirmativa, legislação sobre crimes de ódio, igualdade), alteração de curriculos escolares (banimento da teoria da evolução), corte no financiamento de ensino e pesquisa de temas polêmicos (células tronco), críticas ao Estado secular, uma mescla de isolacionismo e intervenção, dentre outros.

Diante destas manifestações, o 9º “aniversário” de 11/09 deve servir como uma lembrança das consequências do fundamentalismo, independente de sua origem e agenda. Mais ainda, é uma data que precisa nos remeter a outra praticamente esquecida em 2010, simbólica destas raízes de fragmentação: o 19/04/1995 e os 15 anos do atentado terrorista doméstico de Oklahoma City. Neste cenário, o ideal seria, principalmente à sombra das eleições, que a mobilização social e partidária pró-Obama detivesse a mesma vitalidade e pragmatismo que seus adversários demonstram em formar frentes políticas na defesa de seus interesses e conquista de poder.

Fonte: Carta Maior
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sábado, 31 de julho de 2010

Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa: anacronias de nossos tempos

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“Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa - Direito à Comunicação e Democracia”, coletânea de artigos do professor Venício A. de Lima lançada recentemente pela Editora Publisher, é a síntese mais bem acabada do debate vigente no Brasil neste início de século quando o assunto é regulação e políticas de comunicação.

Os artigos reunidos no livro foram originalmente publicados pelo site Observatório de Imprensa, projeto voltado para o acompanhamento e a discussão da atividade da mídia no país. Fogem, portanto, do formato tradicional das contribuições teóricas sobre o tema, evitando o “hermetismo” típico do gênero e contribuindo de forma bastante generosa com a abertura deste tema ao debate realmente público. Embora academicamente densos, os textos apresentam um panorama bastante claro – e por isso acessível aos não-especialistas – da forma como os proprietários dos grandes meios de comunicação nacionais recorrem ao princípio jurídico da liberdade de expressão para evitar qualquer forma de incidência da sociedade sobre suas atividades, garantindo um ambiente altamente desregulado cuja marca essencial é a ausência de instrumentos de controle público.

Tal discurso se apóia, entre outros aspectos, na confusão estabelecida entre liberdade de expressão e liberdade de imprensa – com variáveis como liberdade de expressão artística, liberdade de criação, liberdade de anúncio, liberdade jornalística, entre outros. Como aponta o autor de forma inequívoca, é rotineiro encontrar não só a utilização das duas expressões – liberdade de expressão e liberdade de imprensa – como equivalentes, mas também o deslocamento da liberdade de expressão do indivíduo para a "sociedade" e, desta, implicitamente, para os "jornais", sejam eles impressos ou audiovisuais.

Esta lógica da confusão resume-se a confundir o direito fundamental à expressão com o direito das empresas privadas que atuam no setor das comunicações e sua radicalização materializa-se na tentativa de forjar a aceitação – como se costume jurídico fosse – da liberdade de expressão comercial como um direito humano. Mas, como aponta Lima, a liberdade de expressão comercial, ao transformar em equivalentes dois tipos totalmente distintos de informação – a publicitária e a jornalística – “apropriou-se, sem mais, da idéia de liberdade de expressão como se a mídia, anunciantes e agências de publicidade fossem os legítimos representantes do direito individual e coletivo contra a 'censura' e a 'sanha regulatória' exercidas pelo o Estado”.

Mas não há confusão que resista à boa-fé intelectual, especialmente após a leitura de “Liberdade de Expressão X liberdade de Imprensa”.

Lima vai inclusive à origem política e filosófica da liberdade de expressão, jogando por terra a afirmação de que os autores geralmente invocados pelos grandes empresários de mídia do país – como John Stuart Mill e John Milton – referendariam a tese da “sanha regulatória” do Estado brasileiro neste início de século. Pelo contrário: nos alerta Venício Lima que em Sobre a Liberdade (On Liberty), ensaio rotineiramente invocado como um dos pilares da defesa da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa, Mill aponta o perigo da “tirania da maioria”, na qual a sociedade – e não o governo – poderia passar a fazer as vezes do tirano. Mill já sinalizava os riscos para a representação e o respeito à diversidade social, por meio da apropriação privilegiada – e, portanto, desigual – dos meios de comunicação de massa (no caso, os jornais).

Da análise de casos concretos descritos e comentados em “Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa” não há outra conclusão possível: no Brasil, o princípio jurídico da liberdade de expressão foi capturado pelos proprietários dos meios de comunicação, que impõe uma interpretação deturpada de seu significado original. Os donos da mídia ressignificam este direito humano fundamental de forma a esvaziá-lo e tentam a todo custo, estabelecer como hegemônica a visão de que sua efetivação só se dará com a ausência absoluta de instrumentos que regulem a atividade midiática e imponham restrições a seus interesses econômicos. Assim, a ameaça à liberdade – em particular à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa – tem sido identificada no espaço público como vinda exclusivamente do Estado, mesmo que estejamos vivendo em um Estado de Direito, no (pleno) funcionamento das instituições democráticas.

Foi apoiada nessa pretensa confusão conceitual que se moveram, nos últimos anos, as disputas políticas sobre os modelos regulatórios no campo das comunicações, nos quais os coronéis da mídia brasileira têm obtido amplo sucesso. O resultado dessa hegemonia é claro: no Brasil, a estratégia discursiva empresarial – simultaneamente política e jurídica – prevaleceu e o marco regulatório nacional se moveu historicamente à mercê de interesses privados, ora nacionais, ora internacionais. Como comprovam de forma categórica os diversos relatos da história regulatória dos serviços de comunicação, a circulação de informação, à exceção de períodos episódicos, sempre foi controlada por monopólios e oligopólios privados. Seus proprietários mantiveram, e ainda mantêm, influência decisiva na vida política nacional, perpetuando, no plano normativo, um ambiente altamente favorável à maximização de seus lucros e a defesa de interesses políticos determinados.

A sanha antirregulação do empresariado brasileiro é tamanha que as reformas que combatem não são, nem ao menos, radicais. Em geral, são medidas tímidas, que pouco alterariam o status quo e que há muito foram implementadas em democracias liberais, sempre ancoradas no direito à liberdade de expressão. No Brasil, inversamente, tais diretrizes regulatórias não prosperam apoiadas justamente na idéia de que tal liberdade, para que seja garantida em sua plenitude, deve ser compreendida como a abstenção absoluta do Estado na dinâmica econômica do setor. É, por certo, uma das anacronias dos nossos tempos.

“Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa” desnuda a hipocrisia discursiva dos coronéis da mídia brasileira. E, afirmo sem medo de errar, tratar-se da melhor síntese do debate político-jurídico vigente no campo das comunicações neste início de século XXI.


Fonte: Carta Maior
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sábado, 17 de julho de 2010

O fim do Jornal do Brasil impresso e o papel do jornalismo público

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Primeiro foi o fechamento da Tribuna da Imprensa, logo seguido pelo fechamento da Gazeta Mercantil. Agora, o curso de agonia da imprensa comercial anuncia o fim do Jornal do Brasil em sua versão impressa. Junto dele está a vertiginosa queda de tiragem dos jornais que resistem, evidentemente acompanhada da clamorosa queda de sua credibilidade. Este talvez seja mais um alerta e mais uma oportunidade para discutir os limites quase que intransponíveis para o jornalismo no modelo comercial e a necessidade de insistir e estimular a conscientização e as iniciativas para a construção de um jornalismo público.. Indo direto ao tema: é bem provável que o presidente Lula tenha um papel histórico também para romper os tabus e preconceitos que impedem os brasileiros de ter um jornal de missão pública, nacionalista, popular.

Um jornal centenário, sonho de uma geração de jornalistas, inovador em forma e conteúdo, o Jornal do Brasil, que já vinha definhando, como muitos outros diários, agora anuncia que deixará as bancas. Não estará mais nas praias, nos botequins, nos escritórios, nos ônibus, nas universidades, nem mesmo nas feiras para embrulhar peixe.



Durante anos registrou dificuldades financeiras. Arrastou-se endividado em bancos públicos, muito embora sua linha editorial, como de resto de toda a mídia, hostil ao papel do estado na economia. Mas, não quando os recursos públicos salvam a crise.

A dívida informativo-cultural

Até quando vamos assistir este definhamento sem abrir um grande debate nacional sobre o futuro da imprensa no Brasil, sobre a dívida informativo-cultural acumulada, sobre a proibição, na prática, da leitura de jornal no Brasil pelo o povo? Até quando os jornalistas vão superar a discussão estreita que vem fazendo acerca da titularidade e diploma desvinculada da extinção concreta e incontornável de postos de trabalho e da proibição da leitura de jornal pelo povo? Multiplicaram-se as faculdades de jornalismo e reduzem-se os jornais e os postos de trabalho. Paradoxo! Tínhamos um exército de desempregados diplomados. Mesmo que o diploma volte a ser obrigatório, teremos ainda mais desempregados e menos lugar para trabalhar. E o povo sem ler jornal!

Enquanto a Argentina tem o jornal Página 12, o México tem o La Jornada, a Bolívia tem o jornal Cambio - criado há apenas 8 meses e já é líder de vendas - a Venezuela tem o Correio do Orenoco, todos fazendo o contraponto da linha editorial da imprensa oligárquica, teleguiada pelos interesses estrangeiros, no Brasil temos o domínio completo de uma imprensa anti-nacionalista e anti-popular. Não por acaso, com hostilidade unânime à candidata de Lula. São estes jornais e revistas contra a nacionalização do petróleo, criticam a reconstrução da indústria naval, exasperam-se com a valorização do salário mínimo, insistem na tese conservadora da disciplina fiscal, da austeridade, do corte de gastos, quando, evidentemente, o país precisa aumentar decididamente os investimentos públicos para dar sustentação ao crescimento econômico, que lhe permita reduzir as disparidades internas e as vulnerabilidades externas. Esta imprensa chega ao ponto de publicar documentação falsificada sobre uma candidata à presidência, a colocá-la em uma charge como personagem da prostituição (nenhuma ofensa deste escriba às trabalhadoras do sexo), mas, no seu discurso de falsa ética e moral, esta imprensa esquece que em suas páginas de classificados divulga, portanto associa-se comercialmente, deprimente atividade do comércio de sexo.

Última Hora e Le Monde

É hora de recorrer mais uma vez à história para repararmos como nascem e como morrem os jornais. Aqui vemos o JB definhar depois de passar a ser controlado por empresários favorecidos pela privatização. Estão perdendo leitores, mesmo quando há avidez para a leitura. Na França, o Le Monde nasceu após a Segunda Guerra estimulado por De Gaule, como parte de uma visão nacional.. Aqui no Brasil, percebendo a hostilidade unânime de uma imprensa movida por uma cruzada anti-nacional, o Presidente Getúlio Vargas também estimulou o nascimento do jornal Última Hora, popular, nacionalista, que informava sobre os temas de interesse da classe trabalhadora, criando um paradigma jornalístico.

Como praticamente todos os órgãos de imprensa, o Última Hora também recebeu créditos de bancos públicos. Por acaso o Jornal do Brasil nunca os recebeu? Ou O Globo? Ou a TV Globo, que nasceu de modo irregular, a partir de operação ilegal denunciada vastamente na CPI do Grupo Time-Life, também não recebeu? Por quantos anos a TV Globo foi favorecida por taxa subsidiada da Embratel para uso de satélites????

Deixemos de hipocrisia: os grandes grupos de mídia só se transformaram em gigantescos conglomerados em razão de inescrupuloso favorecimento creditício estatal e não em função de sua competência empresarial. Para monopolizar audiência a TV Globo chegou a atrasar em 9 anos a introdução do aparelho de controle remoto no Brasil, conforme denúncia do ex-Ministro das Comunicações, Euclides Quandt de Oliveira.

Fundação para o Jornalismo Público

Sustentamos que é chegada a hora para que seja levada ao presidente Lula - esta é afinal uma discussão estratégica de nação, não de mercado - numa proposta de criação de uma Fundação para o Jornalismo Público, destinada a tornar a leitura de jornal no Brasil um hábito democrático, popular, acessível, viabilizando a pluralidade e a diversidade informativas, cada vez mais ameaçadas quanto mais se fecham jornais. E para sustentá-la muitas alternativas podem ser discutidas, entre elas aquela mais utilizada pelos grupos de mídia que são sustentados em boa medida pelas verbas publicitárias do Estado ao qual tanto agridem. Ou contando com a participação de Fundos de empresas públicas, muitos deles com altíssima rentabilidade, que bem poderiam ter uma participação ativa nesta Fundação de natureza pública, destinada a cumprir aquilo que embora expresso na Constituição, está muito longe de tornar-se realidade no Brasil: a informação é um direito de todos os cidadãos.

O fim do JB no papel e o papel de Lula

O presidente Lula já criou a Empresa Brasil de Comunicação, cumprindo com disposto constitucional que, no seu artigo 223, estabelece que a comunicação deve ser complementar entre os sistemas público, estatal e privado. A TV Brasil vem fazendo esforços importantes para adquirir visibilidade nacional, audiência e qualidade informativo-cultural. E tem surpreendido positivamente, muito embora haja muito por fazer ainda.

Mas, na área do jornalismo, o que se nota é redução assustadora do número de jornais, da tiragem de jornais, de sua credibilidade, ao lado de uma incompreensível multiplicação de faculdades de jornalismo, uma verdadeira indústria de canudos, sem que se possa garantir aos formados, algum dia, a oportunidade de trabalhar naquilo em que estudaram. Propaganda enganosa?

O jornalismo de mercado, com o fim do JB impresso, revela, uma vez mais, sua incapacidade de dar solução para o problema da dívida informativo-cultural e para permitir, finalmente, que o povo brasileiro tenha acesso a uma tecnologia do século XVI, a imprensa de Guttemberg. Se estamos a caminho de superar a miséria absoluta, também é chegada a hora - sem confrontar com as modalidades de informação na internet, mas complementando-as - de também superarmos a indigência na leitura de jornal, a miséria informativo-cultural.

E o presidente Lula, por sua trajetória, pelas tantas chicotadas que tomou das mais maledicentes formas de preconceitos desta imprensa oligárquica, é o mais credenciado para encorajar e estimular, não uma revanche, mas uma solução democrática para que os brasileiros possam, finalmente, não apenas alimentar-se com regularidade, como crescentemente ocorre, mas também ter acesso a jornal para a leitura cidadã e não apenas para forrar o chão, como na música de Noel .

Fonte: Carta Maior
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terça-feira, 6 de julho de 2010

Mediapart, um pioneiro dos jornais digitais que abala o governo

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Fundado há dois anos pelo ex-chefe de redação do jornal francês Le Monde, Edwy Plenel, o Mediapart é um dos jornais pioneiros da imprensa digital francesa, sendo sempre o primeiro veículo a publicar artigos constrangedores sobre o governo francês e o presidente Nicolas Sarkozy.

Há cerca de três semanas, o site, que vive de reportagens investigativas e é exclusivamente pago, destila a conta-gotas artigos que começaram a arranhar a mulher mais rica da França, Liliane Bettencourt, em conflito com a filha, antes de desestabilizar o ministro do Trabalho, Eric Woerth, e jogar lama no presidente.

No dia 16 de junho, foram divulgados trechos das escutas piratas de conversações entre a herdeira da L'Oréal com seus advogados, sugerindo que o ministro do Trabalho estava no centro de um conflito de interesse.

Logo em seguida veio a entrevista do ex-contator de Liliane Bettencourt afirmando que Woerth recebeu, enquanto tesoureiro do partido da maioria UMP 150.000 euros líquidos para financiar a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy na primavera de 2007. Uma operação que, se confirmada, seria ilegal.

Graças aos artigos, Mediapart "acelerou seu crescimento" em junho ganhando mais 5.000 assinantes, explicou Edwy Plenel à AFP, o que soma quase 30.000, no total.

O acesso ao site, que não tem publicidade, custa 9 euros por mês, ou 90 euros por ano. Compreende um jornal e um espaço participativo ("o clube"), emprega 25 jornalistas vindos de Le Monde, Libération, da Agence France-Presse ou de revistas (Télérama, Challenges...).

O jornal, que registrou em 2009 uma cifra de negócios de 1,4 milhão de euros, prevê até o final de 2012 trabalhar com 45.000 assinantes.

Fonte: AFP
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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Na França, dois ministros renunciam em meio a escândalo de corrupção

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O governo de Nicolas Sarkozy -- imerso em escândalo de corrupção que envolve a L'Oreal -- amarga nesta segunda-feira a renúncia de dois ministros acusados de gastos excessivos e envolvimento em ações ilícitas pela imprensa francesa.

Alain Joyandet, secretário de Estado da Cooperação, e Christian Blanc, encarregado da pasta de Desenvolvimento da Grande Paris, apresentaram neste domingo suas renúncias ao governo, que as aceitou, informou a Presidência da República.

O próprio presidente Sarkozy e seu primeiro-ministro, François Fillon, pediram para os ministros se demitirem, informou o porta-voz Luc Chatel, esclarecendo que a decisão ocorreu para que assumissem as consequências de "fatos ocorridos nestes últimos dias, os quais os franceses não entenderam nem aceitaram".

Substituições

As funções de Joyandet ficarão a cargo do ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, e as de Blanc ficam nas mãos do titular da pasta de Espaço Rural, Michel Marcier.

Alain Joyandet e Christian Blanc tinham sido alvo de críticas na imprensa por conta de seus excessivos gastos.

"O homem de honra que sou não pode aceitar ser vítima de um amálgama. Depois de muita reflexão, decidi sair do governo", explicou em seu blog Alain Joyandet, que se ocupava sobretudo das relações entre a França e países africanos.

Joyandet foi criticado em duas ocasiões durante os últimos meses pela imprensa: uma primeira vez em março, por ter alugado um avião privado por 116.500 euros para uma viagem ministerial a Martinica (Antilhas), e outra em junho, acusado de ter se beneficiado de uma permissão de construção ilegal para ampliar a casa que possui perto de Saint-Tropez, no sul da França.

"Não foi desviado dinheiro para meu enriquecimento pessoal ou o de meus familiares", disse Joyandet, que diz ter "trabalhado pelos países em desenvolvimento, pelo reforço de nossos vínculos com a África e pela promoção da francofonia no mundo".

O secretário de Estado do Desenvolvimento da Região de Paris, Christian Blanc, foi muito criticado por ter gastado 12.000 euros em charutos cubanos às custas de fundos públicos.

Escândalo

Estas duas renúncias ocorrem em meio a uma série de polêmicas em torno de diversos ministros franceses por seu modo de vida e seu suposto envolvimento em casos político-judiciais. A polêmica não parou de crescer nas últimas semanas.

O caso mais ventilado foi o do ministro do Trabalho, Eric Woerth, suspeito de "conflito de interesses" por ter desempenhado o cargo de ministro do Orçamento (de 2007 a 2010), quando sua mulher administrava parte da fortuna da herdeira da gigante dos cosméticos L'Oréal, Liliane Bettencourt, sobre a qual pesavam suspeitas de fraude fiscal.

Outros membros do governo foram criticados por se hospedar em hotéis caros e por emprestar suas residências oficiais a familiares.


Fonte: France Presse

Noa do Blog: A corrupção e sujeira dentro dos governos não é um mal apenas dos paises em desenvolvimento. Países como EUA e França sofrem e muito com tal problema, só que os mesmos jogam a sujeira para baixo do tapete, mas ultimamente o quarto poder (midia)esta de olho e não se faz de rogada em jogar a sujeira no ventilador, principalmente se houver desacordo com seus interesses.
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terça-feira, 15 de junho de 2010

O não do poderoso vizinho

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Para não variar, a reunião interparlamentar México-Estados Unidos terminou com resultados contrários aos interesses mexicanos. Diante da negativa estadunidense de controlar o fluxo de armas que tanto afeta o México, a resposta equivalente seria declarar uma política de rotas abertas para o tráfico de entorpecentes. Certamente, essa decisão nunca vai ocorrer, mas algo precisa ser feito para pressionar aos poderosos vizinhos.

A colheita

Por ocasião de sua viagem a África do Sul, o presidente Felipe Calderón enfrenta, como ocorreu também com Vicente Fox, pressões por atrasos na entrega de recursos aos governos dos estados e municípios. A exigência para a repartição oportuna e completa dos recursos federais renovou-se no final de semana durante a reunião da Confederação Nacional de Governadores em Cidade Vitória. Antes, ocorreu uma reunião de mandatários do PRI, no qual os governadores, junto com seus coordenadores parlamentares e dirigentes partidários, expressaram sua preocupação diante da evidente contenção orçamentária por parte da Secretaria da Fazenda, que afeta gravemente o desenvolvimento nacional. No período janeiro-março, foram executados apenas 1 bilhão de pesos dos 16,63 bilhões destinados a este fim.

Também existe preocupação pelos efeitos negativos dos aumentos de combustíveis. O presidente do PRI no estado de México, Ricardo Aguilar Castillo, afirmou que é uma medida inflacionária que contrai o consumo interno e acrescentou que o governo federal tem mais dinheiro, mas não o gasta e, quando gasta, o faz mal...

Ainda que faltem meses para a troca de direção na Confederação Nacional Campesina, a candidatura do senador Adolfo Toledo como candidato a dirigir a CNC parece ter mudado o equilíbrio de forças e prenuncia um desenlace distinto ao colocado pelas forças dominantes no setor campesino...

A troca de direção naquela que, apesar de tudo, é a principal organização campesina teria repercussões inclusive em programas oficiais como o de fomento das exportações agroalimentares promovido pelo secretário de Agricultura, Francisco Mayorga que, recentemente, anunciou que em 2010 serão investidos pouco mais de 554 milhões de pesos para a realização de campanhas zoosanitárias, pois o fato de que os produtos nacionais estarem livre de enfermidades torna-os mais competitivos nos mercados internacionais.

Decisão

É provável que esta semana saia a decisão definitiva da Suprema Corte de Justiça acerca da tragédia no jardim de infância ABC de Hermosillo, Sonora, e sobre a responsabilidade de atuais e antigos funcionários federais e estatais. Conta a favor do diretor do IMSS, Daniel Karam, as declarações a seu favor da Comissão Nacional de Arbitragem Médica.

Fonte: Carta Maior
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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Site humorístico de Israel ironiza Lula e faz sátira da política externa brasileira

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Um vídeo produzido pelo site humorístico israelense Latma, de tendências direitistas, tem atraído a atenção de internautas no site YouTube, gerando debates entre cidadãos brasileiros e de outras nacionalidades por ironizar o papel de Lula no Oriente Médio após o acordo firmado entre Brasil, Turquia e Irã.

Na sátira, Lula é entrevistado por dois apresentadores fictícios que buscam entender os motivos por trás do envolvimento do presidente brasileiro em questões regionais, com o Irã e seu programa nuclear.

Questionando o presidente, a apresentadora diz que Lula "não entende a situação no Oriente Médio" e pergunta por que ele está "se envolvendo no assunto".

Em resposta, Lula é mostrado dizendo que "não é o chefe de um país sério" e que acredita que Israel e o Irã estão situados na Europa.

Os apresentadores dizem que Israel "ama o Brasil", a música e o povo brasileiro, e que sempre "torcem para a seleção brasileira", e por isso não conseguem compreender por que motivos Lula estaria se aliando "com os inimigos" do Estado judeu.

Em tom agressivo, uma das apresentadoras pergunta "por quê está metendo o nariz onde não é chamado?".

A resposta é dada por meio de uma música e número de dança. Lula aparece com duas dançarinas, dizendo que o Brasil "vai mostrar aos EUA quem está no comando" e que ele quer se igualar ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, "aparecendo e se divertindo".

Há várias versões do vídeo no site YouTube, no original em hebraico, com legendas em outros idiomas, e também em português, gerando comentários acirrados sobre a crise em Israel, o programa nuclear iraniano e o papel brasileiro nestas questões.

Fonte: Folha

Nota do Blog: Se nós escrevermos uma sátira contra Israel seremos taxados de anti-semitas ou pró-terroristas, mas eles podem sair por ai falando asneiras de nosso governo????
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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Em crise, 'Le monde' é colocado à venda

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O jornal francês Le Monde, um dos mais importantes do mundo, foi oficialmente posto à venda ontem, em Paris. O anúncio foi feito em editorial de capa pelo diretor executivo Eric Fottorino, e confirma a perspectiva aberta em janeiro de 2008, quando do agravamento da crise do maior diário da França. Os futuros proprietários, que deverão injetar entre € 80 milhões e € 100 milhões em troca do controle acionário, terão de assinar termo de compromisso garantindo a independência editorial do periódico de centro-esquerda.

A troca de mãos do Le Monde é, desde já, o maior movimento em curso no mercado editorial da Europa, e está mobilizando investidores da própria França, mas também da Itália, Espanha e Suíça. As ofertas deverão ser concretizadas até 14 de junho pelo conjunto do grupo Le Monde, integrado também pelo site lemonde.fr, o portal informativo mais frequentado do país, o jornal Le Monde Diplomatique, as revistas Courrier International, Télérama e La Vie e a gráfica da companhia, além de seus imóveis. A perspectiva é de que até 30 de junho o selecionado para liderar o processo de recapitalização do grupo seja conhecido.

Virada. A venda, nas palavras de Fottorino, marcará "uma virada histórica para o Le Monde", fundado pelo legendário jornalista Hubert Beuve-Méry em 1944 e controlado por seus funcionários desde 1951. "O Monde sofreu as consequências de tensões sobre sua tesouraria que o levaram, em 2009, a contrair um empréstimo bancário de 25 milhões, condicionado por nossos credores - o banco BNP em primeiro lugar - à implantação de uma recapitalização", informou o executivo.

Ainda segundo Fottorino, a empresa precisará reembolsar entre 2012 e 2014 um total de 69 milhões em empréstimos contraídos dos grupos Publicis, La Stampa e BNP Paribas.

Apesar do quadro ruim, a direção do grupo reafirmou seu otimismo, em especial depois que o jornal conseguiu reverter, em 2009, os crônicos déficits, fechando o ano com saldo de € 2 milhões, "sinal de dinamismo editorial e de retorno à melhor gestão", segundo seu editor.

Em 2009, o jornal já havia demitido 130 funcionários, dos quais 70 jornalistas, assim como vendido títulos como a revista Cahiers du Cinéma, para reduzir o endividamento e enfrentar a queda das receitas publicitárias e das vendas. Como em grande parte do mundo desenvolvido, a circulação de jornais impressos vem em queda, mas o Le Monde se mantém na liderança entre os jornais generalistas do país, com 320 mil exemplares por dia - 40 mil dos quais no exterior.

Apesar da crise, o futuro do diário parece assegurado. Se, de um lado, o grupo Lagardère, um dos maiores conglomerados da França e atual proprietário de 17% das ações, informou que não participará da seleção, investidores de pelo menos quatro países já anunciaram a intenção de fazer parte da recapitalização. Até o momento, a oferta concreta parece ser a de três investidores franceses, Pierre Bergé - acionista do Libération -, Matthieu Pigasse e Xavier Niel, empresários dos setores bancário e de comunicações.

Em nota oficial divulgada ontem, em Paris, Bergé, Pigasse e Niel confirmaram a disposição de investir entre € 80 milhões e € 100 milhões em um projeto de longo prazo, para reequilibrar o projeto industrial do grupo sem interferir em seu conteúdo editorial. "A independência é antes de mais nada editorial", diz a nota. "Ela constitui o bem mais precioso para o futuro, que se inscreve na autonomia em relação a todos os poderes e no não alinhamento a nenhum campo, na defesa da qualidade da informação e das análises, e não à conformidade a uma ideologia."

Fonte: Estadão
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Piratas somalis sequestram navio panamenho com 21 tripulantes

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Piratas somalis capturaram nesta quarta-feira o cargueiro "Voc Daisy", de bandeira panamenha, com 21 tripulantes filipinos (que estão bem), a cerca de 190 milhas náuticas a sudeste de Omã, segundo confirmou o Programa de Assistência Marítima (PAM), com sede no porto queniano de Mombaça.

Andrew Mwangura, diretor do PAM, disse que os piratas ainda não exigiram resgate porque "demorarão entre um dia e meio e dois dias a chegar à costa da Somália".

"Quando chegarem, entrarão em contato com o proprietário da mercadoria e com o proprietário do navio e então revelarão suas exigências", explicou Mwangura à Efe.

A missão europeia EU NAVFOR "Atalanta", que patrulha as águas do golfo de Áden e do Índico para proteger navios comerciais de ataques piradas, também confirmou o sequestro em comunicado.

"O 'Voc Daisy' enviou sinal de alarme antes que quatro piratas, armados com três fuzis AK47 e um lança-granadas, invadiram o navio e cortaram suas linhas de comunicação", detalhou o comunicado da EU NAVFOR.



Com o de hoje, os piratas somalis têm em seu poder pelo menos 24 navios, com um mínimo de 405 pessoas sequestradas, segundo números da organização ambientalista Ecoterra, com sede em Nairóbi (Quênia) e que se dedica a vigiar a pesca ilegal e os atos de pirataria em águas do Índico e do golfo de Áden.

A Somália não conta com um Estado ou um governo efetivo desde 1991, quando o ditador Siad Barre foi derrubado, o que deu lugar um conflito entre diferentes clãs, senhores da guerra e milícias islamitas.

Na atualidade, o frágil governo federal de transição, apoiado pelos Estados Unidos, Europa e a ONU, está enfrentado diversas milícias radicais islâmicas que querem impor na Somália uma versão estrita da lei islâmica [sharia].

A situação de caos e miséria originada pelo conflito e a possibilidade de conseguir grandes quantidades de dinheiro mediante resgates levam jovens somalis e antigos pescadores a se dedicarem à pirataria, segundo especialistas da ONU e organizações marítimas.

Fonte: EFE
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Distraído no iPod, militar bate submarino USS Hartford em navio

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Tem certos lugares onde é arriscado ficar distraído ouvindo iPod, certo? Tipo quando se está no comando de um submarino nuclear americano. O militar que conduzia o USS Hartford ignorou essa regra básica. E bateu com tudo num navio militar, também americano, que passava no seu caminho.

A notícia é meio cômica mas é séria, veja mais clicando no titulo da postagem para ser encaminhado para o nosso parceiro Hangar do Vinna.


Nota do Blog: A foto é meramente ilustrativa, não sabemos se Hommer realmente estava abordo...rsrsrs
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