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domingo, 7 de abril de 2019

MANSUP - Conhecendo melhor este importante projeto brasileiro

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Na última quarta-feira (3) durante nossa cobertura da LAAD 2019 visitamos a SIATT, objetivando trazer ao nosso público maior conhecimento a respeito do desenvolvimento do nosso míssil anti-navio nacional, o  MANSUP, e trazer um panorama sobre os desafios e conquistas deste importante programa de desenvolvimento nacional, uma das grandes apostas da Marinha do Brasil e da indústria nacional de defesa, reunindo no mesmo programa a SIATT, Avibrás, Omnisys.

Fomos recebidos por Rogério Salvador, um dos sócios fundadores da SIATT, que nos concedeu uma esclarecedora entrevista ao GBN Defense, a qual vocês conferem.

GBN Defense: Boa tarde Salvador, obrigado por nos receber aqui em seu stand, e como mídia especializada, gostaríamos de conhecer e compartilhar com nosso público um pouco sobre os desafios iniciais que a SIATT enfrentou no desenvolvimento do MANSUP?

Rogério Salvador – SIATT: Bem, a SIATT começou como pessoa jurídica em 2015, já recebendo em 2017 a incumbência da Marinha do Brasil de dar continuidade ao trabalho que estava sendo desenvolvido no que diz respeito a seção de controle e guiamento do MANSUP.

O primeiro desafio foi reunir a equipe que possuía a experiência e sua capacidade de trabalhar em grupo, era fundamental para o sucesso do projeto. Nós tínhamos apenas um ano para fazer um trabalho que era uma demanda enorme.  Sabíamos que não eram só as estruturas verticais, a empresa tinha que fornecer uma metodologia de trabalho supervisionada pelas estruturas verticais, porém, o que iria funcionar seria exatamente a estrutura horizontal, quer dizer, a experiência das pessoas associada a capacidade de trabalhar em conjunto. Então esse foi o primeiro desafio.

O segundo desafio foi nos instalar de uma maneira rápida e criar o ambiente de trabalho, as facilidades, os equipamentos, as bancadas, enfim, os meios produtivos, os meios de testes necessários para em um ano desenvolver e produzir nossa parte no MANSUP. Isso foi possível por que nós conseguimos organizar um arranjo produtivo no parque tecnológico de São José dos Campos, o que facilitou muito. Onde já encontramos uma área disponível, já conseguindo acelerar o projeto.

O terceiro desafio esse sim foi tecnológico, onde já existiam os gargalos do projeto que precisariam ser atacados e que nós tivemos a felicidade de reunir as competências e resolver esses gargalos dentro dos prazos acordados com a Marinha do Brasil.

Então basicamente é isso, o primeiro foi encontrar pessoas capacitadas, segundo os meios e processos e em terceiro o trabalho técnico propriamente dito, para resolver os gargalos que existiam no projeto.

GBN Defense: Tendo estes três desafios, como foi o trabalho propriamente dito na parte técnica do programa? Uma vez que o programa é desenvolvido com outras indústrias de defesa, como a  Avibrás, a Omnisys  e a Fundação EZUTE.

Rogério Salvador – SIATT: Sim, a Avibrás, Omnisys e a Fundação Ezute também participam do desenvolvimento, com a Fundação Ezute que apoia a Marinha do Brasil no gerenciamento do projeto. O trabalho em equipe também ocorreu entre as empresas que atuam no programa, sendo algo necessário. Sob a gestão da Marinha nós conseguimos ir nos ajustando aos cronogramas e meios disponíveis, inclusive os meios de testes, de tal modo que a coisa ficasse bem sincronizada.  Então foi um exercício importante que requereu habilidade para conciliar naturalmente as disponibilidades e as necessidades de cada uma das empresas envolvidas. Mas valeu a pena e o resultado vemos aí.

GBN DefenseSabemos que todo projeto em determinado momento atinge a fase de amadurecimento e entra na fase de testes, onde se avalia na prática todo desenvolvimento realizado, abrindo uma nova fase no desenvolvimento. Com relação a isso, foi realizado até agora o primeiro e segundo teste de lançamento do míssil, devendo ser realizado um terceiro teste que antecederá o início da produção do MANSUP. Qual foi o maior desafio no aperfeiçoamento do projeto e como é a transição em cada fase do projeto? Qual a diferença em cada uma dessas fases?

Rogério Salvador – SIATT: em primeiro lugar eu devo ressaltar o planejamento ao longo dessas missões, porque são missões que envolvem muitos meios, vários navios, vários helicópteros. É uma missão que de fato mobiliza meios importantes. Então é preciso ser muito bem planejado. As operações foram planejadas e conduzidas pela Marinha, permitindo uma questão essencial que é obter os dados do lançamento.

O míssil de certa forma é como um palito de fósforo, você risca e não volta mais, então ele precisa funcionar, sendo fundamental que os dados sejam coletados em tempo real, porque depois que o fósforo apagou já era...

Nossa equipe tem uma experiência de mais de 250 lançamento de mísseis acumulados ao longo de cerca de 25 anos, então acontece que a Marinha do Brasil está usufruindo de uma maturidade de projeto e de ensaios e testes que vem sendo formado nos últimos 25 anos. Conseguimos resgatar com a SIATT o trabalho antes executado pela MECTRON, de modo que o primeiro critério de sucesso no lançamento é que se conseguiu adquirir todos os dados necessários, a partir desses dados se possui os elementos para realizar os ajustes e evoluções. Então eu digo a você o seguinte, é um trabalho que foi executado de maneira muito satisfatória e nosso cliente, a Marinha do Brasil, é testemunha disso, e o que eu posso me aprofundar com vocês é isso, foi feito profissionalmente com o planejamento adequado, com os meios liberados pela Marinha e com resultados excepcionais.

GBN Defense: Como basicamente funciona o MANSUP?

Rogério Salvador – SIATT: Bom, basicamente os sensores do navio detectam e identificam a ameaça, o sistema então alimenta o míssil com as informações de posição angular e a distância angular do alvo. A partir daí o míssil com as informações do alvo é disparado, nessa primeira fase de voo ele é guiado através de um sistema inercial, o qual usa o radar altímetro para determinar seu padrão de voo, na fase final do voo, quando o míssil entra na zona estimada do alvo, é ativado o sistema de busca radar que leva o míssil até o alvo, com isso minimizando a capacidade do inimigo de detectar a aproximação do míssil, o que reduz a ameaça de contramedidas pelo alvo.

GBN Defense: Como é realizado o desenvolvimento e testes antes do lançamento e produção do míssil?

Rogério Salvador – SIATT: Bem, nós realizamos uma série de testes em laboratório, testamos várias variáveis do projeto e desenvolvemos uma série de testes que nos fornecem dados, são milhares de simulações antes do lançamento.

Colocamos o Hardware em testes de bancada com o software para avaliar o comportamento deles, para isso temos diversos processos que nos possibilitam obter dados importantes antes do lançamento, pois há necessidade de se maximizar ao máximo os resultados durante essa fase para que obtenhamos sucesso no lançamento, principalmente tendo em vista os custos envolvidos com um lançamento real.

Para isso desenvolvemos expertise em, onde buscamos testar o maior número possível de hardwares em laboratório, e o comportamento destes simulando um lançamento, onde estes funcionam da mesma forma que em um lançamento real, com isso obtemos importantes dados de como interagem os hardwares e o software, algo que economiza muitos recursos, com o Hardware in the Loop (HIL), tendo sido desenvolvido pela SIATT para realizar os testes que são de grande importância no desenvolvimento do MANSUP.

GBN Defense: Quais as perspectivas que a SIATT vislumbra com o MANSUP no mercado externo, tendo em vista que há um amplo mercado, não só para o fornecimento à Marinha do Brasil, uma vez que existem diversas marinhas que operam com plataformas do Exocet Block I e Block II, o que permite também o emprego do MANSUP com estes sistemas?

Rogério Salvador – SIATT: Bom, essencialmente a Marinha do Brasil tem um plano de evolução para o MANSUP, o qual inclui a utilização em plataformas aéreas e submarinas, e o detalhamento desse plano a Marinha pode lhe dar mais informações.  Mas de uma maneira geral com respeito ao mercado, nós temos sim, tanto a Marinha do Brasil, quanto as empresas envolvidas no programa de desenvolvimento, tem recebido várias consultas de países usuários do Exocet, que hoje se deparam com uma lacuna com a saída do Exocet Block I e Block II do mercado, e existem sim as instalações nos navios e um “apetite” por suprir essas forças com o MANSUP, principalmente por ser compatível em desempenho com o Exocet Block II. Isso é um fato, as consultas têm acontecido, e a nossa expectativa é que após essa fase inicial onde a Marinha ainda está fazendo a qualificação do produto em suas embarcações, haverá então o primeiro lote que a Marinha reservará para si, e então deverá permitir a possibilidade de produção com vistas a exportação.

GBN Defense: Com relação ao inicial da produção, já existe uma previsão para que ocorra o início da produção em série?

Rogério Salvador – SIATT: O primeiro lote será destinado a Marinha do Brasil, e ela ainda está definindo o número de mísseis que serão produzidos neste primeiro momento, e o período que isso irá ocorrer. Após satisfazer a necessidade inicial da Marinha, e esse tempo ainda será definido pela Marinha do Brasil para que possamos exportar.  

GBN Defense: Com relação aos projetos, fora o MANSUP, quais outros projetos que a SIATT desenvolve?

Rogério Salvador – SIATT: Temos o programa do míssil anti-carro, o MSS 1.2, desenvolvido com o Exército Brasileiro, com o míssil também sendo adotado pelos fuzileiros navais, esse é míssil de curto alcance, atingindo até 3Km, sendo guiado à laser, onde um único operador com marcador laser é capaz de utilizar o sistema, é um projeto muito interessante que trouxe muita maturidade à equipe, hoje o MANSUP se beneficia diretamente de outros projetos de mísseis que já foram feitos, e a empresa possui um planejamento estratégico que não só trata da parte de armamento, mas também de toda parte de integração desses armamentos as várias plataformas, então temos sistemas de missão para navios, aeronaves e carros de combate. Além disso, nós temos um plano de desenvolvimento dessas atividades e este plano está sendo detalhado e esmiuçado internamente pelo nosso conselho diretor, e esse plano trienal, sendo que 2019 é o primeiro passo dele, e surpresas virão com novos produtos e iniciativas em breve.

GBN Defense: E com relação as capacidades da finada MECTRON, há algum projeto que seja de interesse da SIATT?

Rogério Salvador – SIATT: Na verdade sim, nós temos o mais importante que são as competências da equipe, e tipicamente a propriedade intelectual dos projetos que estavam em andamento com a MECTRON são propriedade do governo brasileiro. Assim, se juntarmos as equipes e a propriedade intelectual que pertence ao governo, a qualquer momento havendo interesse de reativar qualquer projeto, a SIATT está sem dúvida preparada para essa demanda.



 

Agradecemos à entrevista concedida por Rogério Salvador ao nosso editor Angelo Nicolaci e o apoio de toda equipe da SIATT, com agradecimento especial a Engenheira Julia, que nos demonstrou como são realizados os testes HIL, inclusive produzimos um vídeo bastante esclarecedor com a parceira do “Canal Arte da Guerra” sobre os testes Hardware in the Loop (HIL) e você confere clicando aqui.



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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

EXCLUSIVO: Instituições assinam Carta de Compromisso, visando “Ações de Preservação e Despoluição da Baía de Guanabara”

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No último sábado (16), estivemos mais uma vez à bordo do Rebocador "Laurindo Pitta", onde ocorreu a assinatura da Carta de Intenções para propor “Ações de Preservação e Despoluição da Baía de Guanabara”, a qual sucede o primeiro encontro ocorrido em 15 de setembro de 2018, quando se reuniram instituições e parte dos atuais parceiros, lançando ali a base da proposta que visa reunir pessoas com competência e conhecimento sobre o assunto, tendo servido para estreitar os laços entre as parcerias e divulgar o tema em voga.

Muito do que foi discutido e apresentado no primeiro encontro, serviu de alicerce para criação da atual Carta de Compromisso, sendo assinada pelos signatários, dentre os quais citamos o Ministério do Meio Ambiente, através do Ministro Ricardo Salles, a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro, através da Secretária Ana Lucia Santoro, o GBN News através do seu editor Angelo Nicolaci, a Fundação SOS Mata Atlântica, AquaRio, o Museu do Amanhã, o Deputado Federal Professor Joziel do PSL-RJ e o Instituto Rumo Náutico dentre outros signatários, confirmando através deste documento o interesse dos parceiros na criação de uma agenda permanente para discussão e o acompanhamento de ações concretas para a despoluição e preservação da Baía de Guanabara.

A situação é preocupante e requer atenção e medidas concretas para lidar com décadas de descaso e abandono que resultaram no atual cenário caótico em que se encontra nossa Baía de Guanabara. Para termos uma noção da delicada situação, dos trinta e cinco rios que escoam para Baía de Guanabara, apenas cinco deles estão vivos, com os demais tendo sido transformados em canais e "valas de esgoto", com grande parte do esgoto gerado nos municípios sendo despejados diretamente na baía através destes rios, o que causa um impacto catastrófico no meio ambiente, destruindo o bioma e levando a drástica redução de espécimes que vivem neste habitat, atingindo diretamente a economia do estado em vários segmentos, como o turismo e pesca, além de outros fatores. Se faz primordial que haja um pesado e contínuo investimento em melhorias nas condições de saneamento básico dos municípios que se localizam no entorno da Baía de Guanabara. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) que tivemos acesso através de informe fornecido pela Marinha do Brasil na véspera deste evento, no ano de 2015, apenas 83% dos brasileiros eram atendidos com abastecimento de água tratada, 50% da população tinha acesso à coleta de esgoto e apenas 42% do esgoto do país era tratado. Esses números provam ainda hoje enfrentamos um problema crônico de despejo de esgoto diretamente nos rios e afluentes, que consequentemente conduzem essa poluição diretamente para nossa baía e ao mar.

Mas tais medidas não cabem apenas as instituições e parcerias signatárias do compromisso, mas de cada um de nós brasileiros e fluminenses diretamente, pois é preciso que cada uma assuma sua parcela de responsabilidade nesta luta pela preservação e despoluição de nossas águas. Todos podemos e devemos assumir nosso papel como condutor das mudanças, primeiramente abandonando a velha postura de se colocar na platéia e assumir a posição de protagonista, como fez a pequena Mariana, que já foi apresentada aqui no GBN News por sua iniciativa que contou com o apoio de seus pais, juntos promovendo mutirão para limpeza da Praia de Pedrinhas no município de São Gonçalo, e cabe ressaltar que Marina tinha apenas CINCO anos de idade! Um verdadeiro exemplo para pessoas de todas as idades.

Não é preciso um grande esforço individual, basta que cada um de nós não joguemos mais lixo de qualquer especie nas ruas, rios e encostas, pois esse lixo vai parar em nossas praias e baías. Quando for a praia, aproveite o passeio e retire não apenas o lixo que você produziu, mas o que estiver ao seu redor e no caminho. Se cada um fizer sua parte, teremos uma sociedade mais consciente e ativa na defesa do seu maior tesouro. É hora de parar de olhar para os problemas de nosso país, estado, cidade e rua, achando que não são nossos, sim eles são seus problemas também! Todos temos nossa parcela de responsabilidade, agora cabe a você leitor decidir abandonar a mentalidade mesquinha e retrograda do "não é problema meu", ou " não fui eu que fiz", arregaçar as mangas e fazer a diferença.

Durante esse importante encontro, apesar da manhã chuvosa, navegamos rumo a Ilha de Paquetá, onde tivemos o prazer de conhecer um pouco mais sobre a biodiversidade de nossa Baía de Guanabara, o mangue do Recôncavo da Baía de Guanabara, o qual possui uma zona de preservação que chega aos 14 mil hectares, dos quais 4 mil são mangue, onde há décadas atrás esteve a beira de ser extinto pela extração de madeira para alimentar as olarias, mas que graças ao trabalho realizado pelo ICMBio ao longo de anos, levou a recuperação de uma vasta área que estava comprometida.

Nosso editor teve a oportunidade de entrevistar o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que nos concedeu uma Live em nossa plataforma no Facebook.

"A prioridade do Ministério é a agenda de qualidade ambiental urbana, e entre os temas da agenda esta cuidar do mar, tirar o lixo e realizar o saneamento, que foram de fato esquecidos até então e são de fundamental importância não só para preservação do meio ambiente, mais para a saúde e qualidade de vida das pessoas...", disse Ricardo Salles, que prosseguiu dizendo que o evento é um marco da parceria entre o Governo Federal, a Marinha do Brasil e a sociedade civil que se unem pelo bem de todos. 

Aproveitando a oportunidade, questionamos o ministro sobre qual sua visão sobre os desafios que o novo governo enfrenta diante de tantos problemas que tem se arrastado ao longo de décadas na pasta ambiental, tendo resultado em catástrofes como a de Mariana e Brumadinho, que resultaram não apenas em danos ambientais, mas na perda de brasileiros, vítimas do descaso e omissão do poder público brasileiro, questionando sobre a necessidade de uma postura mais enérgica e ativa do estado na fiscalização e prevenção destes acidentes, o combate a poluição e as medidas de conscientização e preservação ambiental.

"O tema Meio Ambiente, é extremamente importante em todas essas frentes, mas em todas elas se não tivermos eficiência, gestão, metas e metodologia que trate dos temas que demandam ser acompanhados, não teremos um bom resultado. Para além do mérito de todas as frentes, é preciso ter uma metodologia que seja voltada para alcançar resultados, só o discurso não resolve, tem que ter prática, e a prática passa por uma boa gestão de recursos", disse o ministro Ricardo Salles.

Dentre as autoridades que se mobilizaram para apoiar o programa de despoluição e preservação da Baía de Guanabara, contamos com o apoio do Deputado Federal Prof. Joziel, eleito pelo PSL-RJ, o representante fluminense em Brasília, nos concedeu entrevista, onde falou sobre a importância que tem tido hoje as questões ambientais, e como isso tem sido tratado em Brasília pelo Congresso Federal.

"Em Brasília a questão tem sido levada muito à sério, em virtude das respostas que a natureza tem dado à omissão as questões ambientais, que foi tratado sempre em segundo ou terceiro plano, mas estes alertas que temos tido da natureza, estão suscitando na visão legislativa como na população e um comportamento diferenciado, pois temos que entender que não dá para andar em dissonância com a natureza. Isso passa pela ação do cidadão, pela educação ambiental e sobretudo pela legislação já existente no país, bem como os dispositivos necessários para que funcione, essa é uma pauta de grande importância nesse governo que se inicia", disse Joziel.

"Brumadinho nos alertou sobre a importância de termos mais rigor na fiscalização e cumprimento delas, bem como os licenciamentos ambientais, é preciso ter mais rigor quanto aos processos e fiscalização, principalmente de mineradoras e industrial que trabalham com material que apresentam alto risco de contaminação e poluição do meio ambiente, esse cenário de tragédias que vivenciamos, com certeza irá resultar em mudanças profundas nos processos e rigor no cumprimento das leis e regras, mudando essa imagem negativa que infelizmente conquistamos no cenário internacional com duas grandes tragédias envolvendo barragens em curto espaço de tempo, e um contra senso, pois o Brasil foi sede da Rio 92 e o Rio +20, sendo palco principal das discussões ambientais na esfera global", respondeu Joziel complementando. 

Na chegada à Paquetá, foi realizada a cerimonia de assinatura da Carta de Compromisso, da qual o GBN News figura como a primeira mídia signatária, mostrando nossa posição clara e séria com relação ao compromisso que assumimos enquanto veículo de informação e produção de conteúdo, servindo de exemplo as demais mídias, para que as mesmas possam se unir a nós nesta causa e disseminar o debate e a informação, contribuindo para criação de uma mentalidade mais responsável por parte de nosso público e assim contribuindo para educação ambiental não apenas no âmbito fluminense, mas no Brasil e todos os países que acompanham nosso trabalho. A Marinha do Brasil é um dos grandes parceiros deste programa de despoluição da Baía de Guanabara, tendo papel fundamental em apoiar a fiscalização e atividades que estão dentre suas atribuições constitucionais, apesar de possuir um vasto vácuo jurídico no que tange ao seu papel na repressão de atividades que fogem de sua atribuição como entidade fiscalizadora, algo que deveria ser revisto no congresso e senado, conferindo maior liberdade de ação e repressão de atividades que degradam nosso meio ambiente.

Após desembarcarmos na bela Ilha de Paquetá, seguimos para outro cais, onde mesmo sob uma fina garoa, embarcamos em lanchas e flexboat para conhecer de perto o mangue e o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo ICMBio. Onde nos surpreendeu o fato de boa parte da Baía de Guanabara estar sofrendo com assoreamento, o que dificulta o deslocamento de embarcações e também representa um grande problema a fauna deste importante bioma. Simplesmente fantástico, o mangue é de uma beleza ímpar, e o contato direto com essa realidade nos leva a pensar sobre nosso papel enquanto cidadão e brasileiro. É um grande desafio fiscalizar aquela região e os rios que escoam ali ainda mantendo viva a nossa Baía, ressaltando que estes últimos cinco rios "vivos", representam o maior volume de água despejado na Guanabara, sendo ainda água limpa, ajudando a renovar as águas e nos dando esperança de conseguirmos reverter décadas de omissão e descaso que estão levando a quase extinção da população local de Botos Cinza, onde o número de indivíduos da especie caiu de mais de 800 na década de 80, para menos de 100 animais nos dias de hoje, assim como várias outras especies.

O mangue cobre uma vasta área, e através de seu "labirinto" chegamos a base da ICMBio em Guapimirim, onde assistimos uma apresentação sobre o trabalho e desafios enfrentados na preservação desta reserva e encerramos nossa missão, sendo a única mídia especializada presente e participante do evento.

Em breve traremos mais artigos tratando desse tema que faz parte do tema correlato à geopolítica e defesa, apresentando a participação da Marinha do Brasil que tem realizado um trabalho ímpar.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança

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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

PHM Atlântico recebe o público carioca, o GBN News esteve a bordo

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Nesta terça-feira (11), nosso editor Angelo Nicolaci, esteve no Píer Mauá, onde visitou e realizou uma transmissão ao vivo, diretamente do PHM "Atlântico", o qual estava aberto para receber a visita do público carioca. O Capitânia da Marinha do Brasil estará aberto ao público no Píer Mauá, bem ao lado do "Museu do Amanhã", onde faz parte das comemorações do Dia do Marinheiro que tiveram inicio nesta terça-feira e se estende até a próxima quinta-feira (13), onde é celebrado na Marinha do Brasil (MB) o dia do Marinheiro em homenagem ao patrono da Marinha, Joaquim Marques Lisboa, o famoso Almirante Tamandaré ou Marquês de Tamandaré, brasileiro que escreveu com bravura muitas páginas da história do Brasil, nascido em 13 de dezembro de 1807. Este ano, com intuito de promover maior aproximação com a sociedade carioca nesta data tão importante para nossa Marinha do Brasil, o Navio Porta-Helicóptero Multipropósitos (PHM) "Atlântico" estará aberto à visitação pública nos dias 11, 12 e 13 de dezembro das 14h as 18h, no Píer Mauá. 

Nosso editor esteve entre o seleto grupo de jornalista que tiveram a honra de acompanhar o recebimento deste importante meio à esquadra brasileira. O novo navio trás consigo uma enorme capacidade de projeção de força, tendo capacidade de operar com vários tipos de aeronaves de asas rotativas e também lançar por mar tropas e viaturas leves e médias, contando com um poderoso sistema de radar 3D, o ARTISAN 3D 997, que confere uma capacidade ímpar de monitoramento, controle e coordenação aérea a esquadra brasileira, sendo o único meio do tipo com tal capacidade em operação nas marinhas do hemisfério sul, garantindo assim um enorme ganho na capacidade de manutenção da segurança do Atlântico Sul e a defesa dos interesses marítimos do Brasil onde se faça necessário. O PHM "Atlântico" esta sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra Giovani Corrêa.

Dentre suas capacidades, o PHM "Atlântico pode operar com até sete aeronaves em seu convoo, somadas a outras 12 em seu hangar, sendo capaz de transportar e projetar um número de até 800 Fuzileiros Navais, seja por movimentos helitransportados ou por superfície através de suas embarcações LCVP. Além disso, o navio apresenta uma considerável capacidade hospitalar, tornando-se apropriado também para missões de caráter humanitário, auxílio a vítimas de desastres naturais, de evacuação de pessoal e em operações de manutenção da paz, além de poder ser empregado em missões estratégicas, transportando militares, munições e equipamentos.

É realmente um enorme ganho em capacidade e um motivo de orgulho à nossa nação, e se você estiver pelo Rio de Janeiro neste período, vale a pena conhecer nosso Capitânia, fica a dica do GBN News para você e sua família nesta semana em que temos muito a comemorar, lembrando que na próxima sexta-feira (14) estaremos acompanhando um momento histórico para nossa Marinha e industria naval, onde será lançado o primeiro dos quatro submarinos convencionais previstos pelo PROSUB, o "Riachuelo" é um verdadeiro motivo de orgulho para nossa pátria.


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domingo, 11 de novembro de 2018

O GBN News e a Força de Fuzileiros de Esquadra realizam o sonho do pequeno Marcos

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Durante a cobertura da "Operação Dragão XXXIX", uma cena me chamou muito a atenção na manhã da última sexta-feira (9), estava cobrindo o desembarque das forças anfíbias na Praia de Itaóca, a chuva não nos dava trégua, mas durante a faina de abicagem de uma Embarcação de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM), notei a presença de um casal com seu filho, o menino de 4 anos estava vestido de camuflado e se aproximou de nossa equipe, a mãe dele Fabrícia, nos perguntou se poderíamos tirar uma foto com seu filho, nos relatando que ele era fã das forças armadas e que sonha quando crescer fazer parte do Exército Brasileiro.

A equipe do CCSM que nos acompanhava se prontificou em posar para algumas fotos como nosso brasileirinho Marcos, que meio tímido fez algumas fotos. O pai dele conversou conosco, Diogo é policial militar no Espirito Santo, e nos disse que seu filho ama tudo que se relaciona ás forças armadas, tendo várias roupas camufladas e brinquedos que remetem a caserna, e que desde o inicio da "Operação Dragão" ele pede todos os dias para passar em frente a nossa base para ver as viaturas e fuzileiros. O pequeno Marcos começou a demonstrar seu interesse pelas forças armadas bem cedo, com pouco mais de um ano e meio, sua mãe disse que ele já se atraia pelos veículos militares e as roupas camufladas, sempre acompanha o desfile cívico com pessoal do Tiro de Guerra de Cachoeiro de Itapemirim, sua mãe disse que ele é uma criança muito obediente e inteligente, que sempre acompanha os pais na Igreja Batista onde a família congrega, inclusive já sabe agradecer a Deus em oração. Seus pais estão organizando sua festa de aniversário de 5 anos, que terá como tema o Exército Brasileiro. Após nossa breve conversa, peguei o contato para posteriormente enviar as fotos e nos despedimos do casal e do jovem Marcos que seguiram rumo à cidade de Marataízes. Fiquei muito feliz por ver o brilho nos olhos desse garoto que tão jovem já demonstra grande admiração pelas nossas forças armadas. 

Mas a noite quando eu estava no centro de Marataízes com nossos veteranos em minha única saída durante a cobertura das operações, onde fomos comer uma pizza em companhia de nossos grandes amigos, lá chegando tivemos uma grata surpresa, reencontramos o casal Diogo e Fabrícia com nosso amigo Marcos, o mesmo quando nos viu abriu um sorriso e menos tímido conversou conosco, me mostrando seu celular "camuflado" e os joguinhos militares que tinha, pediu para tirar mais fotos, e como estávamos acompanhados de três fuzileiros, realizamos o desejo de nosso novo amigo. 

Vendo a alegria e empolgação do nosso futuro militar, resolvi realizar seu sonho de conhecer a nossa base, na manhã do sábado (10) conversei com a Comandante Ana Cristina da FFE, e propus recebermos o jovem Marcos para uma visita em nossa base, nossa Comandante gostou da ideia e pediu que eu mediasse o contato para realizar o sonho desse brasileirinho que desde o berço já admira nossas forças armadas. Então, contatei os pais do Marcos, que ficaram muito felizes com a possibilidade de realizar o sonho de seu filho, passei as orientações para que o Marcos pudesse realizar seu sonho de conhecer o Corpo de Fuzileiros Navais durante a "Operação Dragão XXXIX".

Após combinar com a Comandante Ana Cristina, o casal chegou as 15hrs com o pequeno Marcos, sendo recebido pelo Cabo Nunes e nossa Comte Ana Cristina, ficou encantado ao ver tantas viaturas e militares por todos os lados, nossos fuzileiros receberam o pequeno Marcos que realizou seu sonho.


Marcos conheceu a área de Iglus, onde entrou em um deles, após conhecer os iglus, o brasileirinho visitou as barracas, conheceu um militar da engenharia (Esquadrão Anti-bomba) e acompanhou o mesmo recolher uma mochila suspeita e levá-la para passar pelo raio-x. Nosso menino estava fascinado com tudo que estava vendo ali, era um verdadeiro sonho, conheceu também uma das viaturas blindadas especiais sobre rodas Piranha III, onde tirou muitas fotos. Os militares da Companhia de Polícia fizeram questão de posar para uma foto com Marcos, que ainda andou com uma viatura operativa dentro do campo.

"É muito importante para nós este contato com a sociedade, a Força de Fuzileiros da Esquadra busca sempre aproximar nossa sociedade de nossa força, onde inclusive na última quinta-feira (8), acompanhamos nossos veteranos da AVCFN em uma ação social, levando ás crianças de uma escola aqui próximo em Itapemirim-ES uma festa de Natal antecipada, com nossos veteranos presenteando essas crianças da Escola Municipal Palmital. Nós como militares e fazendo parte de uma das forças com maior atuação no âmbito de operações GLO, vemos a importância de manter esse contato com nosso povo e mostrar a eles que aqui estamos, como diz nosso lema: Adsumus! Ficamos felizes de encontrar um menino de apenas 4 anos tão apaixonado pela nossa profissão", disse a Comandante Ana Cristina da Força de Fuzileiros da Esquadra.

Algumas fotos cedidas pela família do Marcos
"Para mim é muito gratificante poder ajudar a realizar o sonho do Marcos, ele me lembrou muito a mim mesmo quando criança, onde desde que me entendo por gente eu pedia aos meus pais para visitar museus e acompanhar as atividades militares, sempre vidrado em revistas especializadas, pois na minha época a internet ainda não tinha a amplitude que tem hoje, e vejo que o incentivo desde que surge essa "vocação", é primordial para que no futuro tenhamos um cidadão consciente e que venha a contribuir para nosso amanhã, venha ele seguir ou não a carreira militar, pois ele terá uma visão mais ampla da importância que representam as forças armadas em nossa sociedade, principalmente numa realidade como a que vivemos hoje, onde a grande mídia não dá o devido apoio aos valores cívicos," segundo Angelo Nicolaci.

O GBN News agradece a Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) por nos apoiar na realização do sonho desse brasileirinho, bem como parabeniza pelo apoio que é dado as ações sociais promovidas pela AVCFN, e desejamos ao Marcos e sua família que tenham um ótimo fim de ano e muitas alegrias ao longo de suas vidas, esperando que no futuro o Marcos venha a realizar seu sonho de ser militar, um forte abraço e fé no Brasil!!!


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança

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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

O que é CAv? O GBN News foi ao CAAML

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Hoje é imprescindível para o sucesso do emprego do poder naval o pleno domínio técnico e a presteza das suas tripulações, o que envolve muito treinamento e doutrinas que são fundamentais no cenário marítimo. Mas há determinados pontos inseridos em toda doutrina e preparação de nossas tripulações que são pouco conhecidas por nosso público em geral, sendo o Controle de Avarias (CAv) um fator de grande relevância no treinamento daqueles homens e mulheres que irão se fazer ao mar em defesa dos interesses nacionais. Não basta ter os meios, tem que possuir o material humano bem adestrado para fazer frente a toda e qualquer situação que possa surgir durante uma faina (trabalho), seja em paz ou principalmente na guerra, o preparo é fundamental para que qualquer operação seja bem sucedida.

Nosso editor, Angelo Nicolaci, esteve no dia 23 de outubro acompanhando um pouco do treinamento ministrado pela Marinha do Brasil aos seus tripulantes, sendo o Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão (CAAML) uma referência nesse quesito, onde além de ministrar os cursos teóricos, o centro conta com diversos simuladores que buscam replicar algumas das situações de risco que esses tripulantes podem vir a enfrentar no Mar.

“Logo pela manhã cheguei a unidade que fica localizada em Parada de Lucas no Rio de Janeiro, o acesso ao centro de adestramento é um pouco difícil devido a sua localização próxima a uma área de mangue a beira da Avenida Brasil e muito próximo à uma comunidade. Mas nada que seja um obstáculo para realização de nosso trabalho.

Lá fui recebido pelo Capitão-Tenente Luiz Gabriel, que me apresentou um pouco da história do CAv na Marinha do Brasil e conduziu pela unidade afim de acompanhar alguns treinamentos previsto para aquele dia.”

Na ocasião fora respondida algumas questões para que nosso público possa compreender melhor a história e a importância do CAv na Marinha do Brasil:

Quando o CAv surgiu na Marinha do Brasil? E qual sua relevância em nossa doutrina de emprego naval?

O surgimento do Controle de Avarias (CAv) na Marinha do Brasil se confunde com a criação da instituição. Devido à sua importância vital para qualquer Navio de Guerra, o CAv não pode ser dissociado da vida de bordo e o conhecimento da doutrina vigente é obrigatório para todos da tripulação.

O CAv possui as relevantes tarefas de manter o poder combatente do Navio, fazendo frente às avarias e preservando a integridade física dos componentes da tripulação.

A doutrina e o adestramento de CAv teve um impulso com a criação da Escola de Controle de Avarias em 1949, tendo como seu primeiro Encarregado e Instrutor o Capitão-Tenente Carlos Borba, mentor da mesma. O Capitão-Tenente Borba utilizou inicialmente os conhecimentos adquiridos nos cursos de Controle de Avarias (CAv) e de Combate à Incêndio (CBINC) realizados na Filadélfia, nos Estados Unidos em 1947.

Quais os princípios do CAv?

Os princípios mais relevantes do CAv são a rapidez de resposta (prontidão), e o emprego adequado dos sistemas, equipamentos e técnicas de combate ao sinistro. Esses atributos são alcançados por meio da tríade “Instrução – Adestramento – Exercício contínuo”, aliada à manutenção do material utilizado pelo Controle de Avarias.

Como são ministrados os cursos de CAv e os demais cursos ligados a essa doutrina?

Os cursos de CAv na Marinha do Brasil são ministrados pelo Centro de Adestramento “Almirante Marques de Leão” (CAAML), no Grupo de Controle de Avarias, localizado no bairro de Parada de Lucas, no Rio de Janeiro. Os cursos são estruturados de forma a atender às múltiplas necessidades da instituição, que vão desde o Combate à Incêndio e Alagamentos em Navios, à evacuação de militares e civis nas Organizações Militares de Terra.

A duração do curso varia de 5 à 45 dias, incluindo a parte prática, de acordo com a finalidade a que se destina.

Quais doutrinas compõe a formação em CAv?

A doutrina de CAv da Marinha Brasil incorporou parte dos conhecimentos adquiridos nos contatos com as Marinhas amigas, principalmente a norte americana e inglesa, somada as experiências vividas por nossos Navios, que se traduzem em manuais específicos de Controle de Avarias Estruturais, Combate à Incêndio, Estabilidade e Controle de Avarias Elétricas e Eletrônicas.



Quais requisitos exigidos do tripulante para que esse seja considerado proficiente em CAv?

Os integrantes das tripulações dos Navios da Marinha do Brasil devem possuir conhecimentos suficientes para responderem rapidamente a qualquer tipo de avaria que possa ocorrer a bordo. Além disso, devem desenvolver qualidades importantes para o Marinheiro, tais como: Presteza, coragem, tenacidade, iniciativa e trabalho em equipe.

Os conhecimentos básicos são ministrados nos Cursos de Formação de Oficiais e Praças, e os ensinamentos mais aprofundados são adquiridos nos demais cursos ministrados pelo CAAML ao longo da carreira dos militares, atendendo as especificidades das funções desempenhadas pelos mesmos a bordo.

A Marinha do Brasil aufere a eficiência dos seus tripulantes por meio de um vasto e rigoroso programa de adestramentos, tanto individuais como em equipe, além da avaliação de exercícios realizados a bordo dos Navios, seja no porto ou no mar, assim como o emprego de simuladores de avarias.

Como é a rotina de treinamento?

A rotina de treinamento a bordo obedece a um rigoroso planejamento que envolve também os Comandos Superiores e as Organizações Militares (OM), responsáveis pelas inspeções e assessorias ao adestramento, como é o caso do CAAML.

Os diversos programas de treinamento abrangem: Instruções, adestramentos, exercícios e avaliações que ocorrem durante todo o período de serviço ativo do Navio. Tais programas são executados diariamente, como forma de se manter a prontidão das tripulações para a reação imediata a quaisquer avarias que ocorram a bordo. Como exemplo, podemos citar o exercício diário de CAv realizado pelo Grupo de CAv de Serviço dos Navios.

Quais meios e simuladores a Marinha dispõe hoje para treinamento de seus homens?

 A Marinha do Brasil por intermédio do CAAML, disponibiliza dois simuladores para adestramentos e exercícios de controle de avarias estruturais e alagamentos, além de oito simuladores para combate à incêndios. Os simuladores reproduzem os diversos compartimentos de bordo com maior probabilidade de ocorrência de sinistros, tais como praças de maquinas, alojamentos, cozinhas, paióis e compartimentos situados abaixo da linha d’ água. Entre os oito simuladores de CBINC, temos um helicóptero e uma aeronave de asa fixa destinado à pratica de combate a incêndio em aeronaves.
Nos Distritos Navais existem simuladores para treinamento básico das equipes dos Navios subordinados.

A Marinha do Brasil conta ainda, com simuladores específicos para adestramento de CAV em submarinos na Base Almirante Castro e Silva, localizada em Niterói, além de simuladores para adestramento de CBINC em aeronaves (CBINC-Av) na Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia.

Tendo em vista nossa vocação para o mar, como a Marinha lida com a formação dos futuros Oficiais e Praças da Esquadra e de nossa Marinha Mercante?

A Marinha do Brasil tem como missão e visão de futuro “Preparar e emprega o Poder Naval, a fim de contribuir para Defesa da Pátria; para garantia dos poderes constitucionais, e por iniciativa de qualquer destes, da Lei e da Ordem; para o cumprimento das atribuições subsidiárias previstas em Lei; e para o apoio à Politica Externa.”

Desta forma, a Marinha considera a formação dos seus integrantes e os da Marinha Mercante como uma de suas prioridades.

Assim, visando o cumprimento de sua missão, a Marinha do Brasil investe uma parcela considerável de seus recursos financeiros e de pessoal, no desenvolvimento e aprimoramento da formação e qualificação dos seus integrantes.

Tendo em vista que temos hoje muitas empresas que exploram petróleo e recursos em nossas águas, e com fins de maximizar a segurança no mar, há algum tipo de formação voltada para iniciativa privada?

Sim, A Marinha do Brasil representada pelas suas Capitânias dos Portos, que estão distribuídas pelas diversas regiões do território nacional, disponibiliza o curso PREPOM para o pessoal da Marinha Mercante e para quem desenvolve atividades correlatas. Neste curso, os aquaviários tem aulas teóricas e práticas de prevenção e combate à incêndio a bordo.


Continuando nossa visita

Após uma escala na Praça D’Armas, seguimos para acompanhar uma série de treinamentos nos simuladores, começando pelo conjunto de simuladores voltados ao adestramento de Combate à Incêndios (CBINC), Nesta seção, o CAAML conta com dois simuladores de incêndio “Maracanã”, um simulador “Árvore de Natal, este destinado a equipes especificas que operam em refinarias, depósitos de combustível e atividades similares, dois simuladores de incêndio em aeronaves (CBINC-AV) sendo um de asa fica e outro de asa rotativa, o simulador de “Praças de Máquinas” e uma área indoor que simula diferentes focos de incêndio e é utilizado afim de estabelecer a doutrina de emprego de extintores, onde cada tipo de foco demanda uma adequada categoria de extintores, além de simular todo o procedimento que precede o combate ao sinistro e o pós combate, quando o fogo é controlado.

Nesta ocasião estavam recebendo o adestramento, equipes das fragatas F-40 “Niterói”, F-49 “Rademaker” e da corveta V-32 “Júlio de Noronha”. A Faina teve início com uma “corrida seca”, onde as equipes realizam uma familiarização com os procedimentos a serem realizados, isso ocorrendo sem que os simuladores estejam “acesos”. Após a realização de três corridas e a verificação de todos os procedimentos que serão executados, os simuladores são “acesos” e as equipes tomam posição de combate ao sinistro. É notória a sincronia e a grande importância do trabalho em equipe, bem como o papel da liderança nessas fainas, simulando de forma bem realista o que deverá ser feito no caso de uma ocorrência dessas a bordo, há toda uma série de verificações que são feitas pelas equipes antes de literalmente combater o fogo, o que demonstra a grande preocupação com a segurança de cada membro da equipe.

Na área Indoor, o instrutor primeiro faz uma apresentação dos tipos de extintores, leva as equipes para dentro do simulador e ensina os procedimentos que devem ser realizados em cada um dos casos simulados ali, sendo capaz de reproduzir incêndio em quadro elétrico, painel de sistemas, cozinha, paiol, escritório, alojamento e equipamentos. Após essa fase de familiarização, os simuladores indoor são “acesos” e um a um vai recebendo a indicação de qual foco deverá combater, onde o tripulante adentra a área, se dirige ao comunicador simulando o procedimento que deve ser executado, informando o nome do navio, patente e identifica o sinistro informando a localização do foco de incêndio, após esse procedimento o tripulante pega o extintor correspondente a categoria de incêndio, testa o equipamento e então dá combate ao foco. Após a extinção do foco, o tripulante retorna ao comunicador, mais uma vez se dirige ao comunicador e reporta o nome do navio, patente, o local do sinistro e o status do combate como controlado.

A experiência é muito boa, e nos mostrou o quão desafiador é uma faina de combate a incêndio, pois ali num ambiente controlado, já é possível replicar o calor e parte do stress que enfrentará a equipe numa situação real, pois a sincronia e precisão de cada membro é fundamental para o sucesso e principalmente a segurança de cada membro.

Após ser apresentado aos simuladores de CBINC, conhecemos o “Labirinto”, outro treinamento de grande importância aos tripulantes. Neste o militar e inserido em uma sala escura, cheia de obstáculos, um verdadeiro labirinto sem um mínimo de luz, e para aumentar a fidelidade do que seria abandonar um compartimento do navio em pane elétrica e sinistrado, ainda é adicionada fumaça a sala, elevando o fator de stress e elevando o grau de dificuldade para que o tripulante tenha noção de como proceder em uma situação real de abandono de compartimento tomado pela fumaça e sem iluminação.

Continuando nosso mergulho em busca de mais conhecimento sobre CAv, fomos conduzidos pelo nosso anfitrião, o Capitão-Tenente Luiz Gabriel, até os simuladores de Controle de Avarias Estruturais e de Alagamento, onde encontramos equipes da corveta V-32 Júlio de Noronha e do G-28 Mattoso Maia, o NDCC (Navio de Desembarque de Carros de Combate) que está passando por um período previsto de manutenções e atualizações.

No primeiro simulador, onde estava sendo adestrada a equipe do “Julio de Noronha”, havia uma sala de alagamento, onde se reproduz uma situação de alagamento em um compartimento do Navio, e no mesmo simulador, na outra sala era possível ver outra parte da equipe realizando uma faina de reforço estrutural, onde com uso de madeira foi montado um escoramento em “K” na escotilha de acesso ao compartimento alagado, além de um escoramento em “T” no teto do compartimento. O mais interessante nesse simulador é que ele conta com sistema que joga água em todas as partes do compartimento, literalmente dando um banho nos membros da equipe, reproduzindo a situação de stress e as dificuldades de trabalhar com jatos d’ água de todas as direções, o que leva a algo muito próximo do que pode ocorrer a bordo. No outro lado, a sala rapidamente foi alagada, cabendo a equipe realizar um escoramento em “K” na antepara, lembrando que diferente do que ocorre na sala ao lado, o compartimento está quase que completamente submerso, o que exige muito mais perícia no manuseio das ferramentas e no trabalho em equipe.

O simulador onde estava sendo adestrada a equipe do “Mattoso Maia”, reproduz avarias no costado do Navio, onde há vários “rombos”, por onde entram jatos de água e leva a necessidade de as equipes estancarem os “vazamentos” no casco com uso de variadas técnicas, além de exigir a montagem de vários tipos de escoramento, como o escoramento de antepara em “Triplo K”, de escotilha em “K”, Escoramento em “T” e o mais complexo que é o “H”.

O treinamento exige muito das tripulações, o que eleva consideravelmente a capacitação desses homens frente aos sinistros que podem ocorrer durante uma comissão ou mesmo com navio atracado, sendo um fator que pode ser decisivo não só entre o sucesso ou fracasso de determinada operação, mas crucial em situações que colocam esses profissionais entre a vida e a morte.

O GBN News pode através desta visita trazer ao conhecimento de todos um pouco mais sobre a formação de nossos “homens do mar”, demonstrando que a vida na Marinha do Brasil não é moleza como muitos por ai pensam. A vida militar exige muita ralação, é uma rotina severa de muito treinamento e avaliações que garante a presteza de nossa Marinha, lembrando que a melhor forma de lidar com um sinistro é estando preparado para lidar com ele, e essa é a missão do Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão, que ao longo de sua existência vem contribuindo para o sucesso do emprego de nossos meios navais, constituindo uma ferramenta fundamental para o poder naval brasileiro.

Agradecemos a toda equipe do CAAML por ter recebido nosso editor e compartilhado conosco um pouco do conhecimento sobre o Controle de Avarias (CAv) na Marinha do Brasil.

Em breve pretendemos trazer mais sobre a formação de nossos militares, dando origem a uma nova e espetacular série que fará que você veja nossos militares de outra forma. Não esqueçam de conferir a cobertura dessa visita em vídeo no Canal Arte da Guerra, onde o Comte Robinson Farinazzo preparou um vídeo que irá complementará essa matéria em duas partes, a primeira sobre CBINC já esta no ar, e você confere clicando no link: “As reportagens militaresdo Nicolaci (CAAML)”



Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança



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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

IV Encontro de Viaturas Militares Antigas, o GBN News está no evento.

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Na manhã desta sexta-feira (2), nosso editor Angelo Nicolaci, foi convidado pelo presidente do CVMARJ (Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro), Sergio Capella, para acompanhar a abertura do IV Encontro de Viaturas Militares Antigas em Itaipava, evento promovido pelo Imperial Jeep Club de Petrópolis.

"Cheguei às 7:30 da manhã no Fundão, onde me encontrei o Capella e seguimos de Jeep até a Base Aérea do Galeão, onde nos encontramos com mais dois integrantes do CVMARJ, o Zeca e o Guilherme, que seguiram conosco até o evento no Parque de Eventos de Petrópolis, localizado no distrito de Itaipava no Rio de Janeiro. O trajeto foi tranquilo, onde muitos cumprimentavam o pequeno comboio que seguia pela Rio-Petrópolis." Disse Angelo Nicolaci

Durante o dia realizamos algumas transmissões ao vivo em nossa plataforma no Facebook, a qual você poderá conferir clicando no Link: GBN News no Face, onde você poderá se inscrever e participar de nossa comunidade.

Nos surpreendeu o grande número de veículos em exposição, além da diversidade dos mesmos, contando com um grande número de Jeep 1/4Ton, Dodge M37 e algumas raridades como o MB/ENGESA LG-1519 "Mamute" desenvolvido como trator de artilharia para os obuseiros de 155 mm M114 e transportador de equipamento pesado para os batalhões de engenharia, Humvee, Engesa EE-25 e EE-4, Marruá, um protótipo da versão militar do jipe nacional TAC STARK fruto de uma parceria da empresa brasileira e os israelenses da IAI Elta, que teria uma variante IRV, a qual será objeto de futura matéria aqui no GBN News, ainda estavam presentes os alemães Kübelwagen com dois exemplares, um Type 181 Kübelwagen e um VW Iltis.

O evento atraiu centenas de famílias, que aproveitaram o primeiro dia deste feriadão para levar seus filhos para conhecer essas históricas viaturas, muitas das quais servirão o Exército Brasileiro na Segunda Guerra Mundial, tendo sido primordiais às operações da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que escreveu o nome de nossos bravos heróis na longínqua Europa. A infraestrutura muito bem montada garantiu ao público um ambiente confortável e familiar, com praça de alimentação e muitos souvenir e artigos militares disponibilizados para compra aos presentes. 

Durante nosso primeiro dia no evento encontramos nomes importantes na preservação de nossa história através dos veículos militares antigos, como o presidente da ABPVM (Associação Brasileira de Preservação de Veículos Militares) Nelson Alberti, entidade que congrega a grande parte dos clubes de preservação de veículos militares antigos em todo Brasil, sendo responsável por importantes projetos que estão sendo tocados em prol da preservação dessas viaturas históricas, bem como proposições como o "Museu Vivo", projeto que passa por fase de renovação, tendo sido inclusive um dos objetivos de uma reunião entre os representantes dos clubes que fazem parte da ABPVM, onde ficou decidido por aclamação que o encontro nacional do próximo ano será sediado em Itaipava.

O musico João Barone da banda Paralamas do Sucesso, famoso colecionador, historiador e entusiasta, primeiro presidente do CVMARJ, esteve presente prestigiando o evento, trabalhando ativamente na preservação da memória histórica de nossa FEB, possuindo um rico acervo que inclui várias viaturas históricas.

Conversamos com o Frederico, o jovem representante do Imperial Jeep Club, que nos concedeu uma entrevista onde fala um pouco sobre os desafios que o clube enfrentou ao longo de quase 21 anos de história, sendo nosso anfitrião neste evento.

O encontro reuniu neste primeiro dia 57 veículos, entre caminhões, jeeps, motos e até um ônibus veterano da Marinha do Brasil. Uma oportunidade única de conhecer um rico acervo, o qual se mantém em estado impecável graças ao empenho desses homens e mulheres que investem pesado para preservar essas viaturas, um desafio imenso, enfrentando uma série de obstáculos, mas que o resultado você pode conferir nas imagens que capturamos através da lente de nossa câmera. 

Amanhã vamos continuar nossa cobertura, e vamos trazer muito mais deste fantástico campo de preservação histórica que precisa de maior apoio e incentivos governamentais afim de garantir que muitas gerações possam ter acesso a história que vive em cada detalhe desses veículos, guardando muita história e capítulos importantes de nossa história militar e brasileira. Em breve vocês vão conferir nossas entrevistas com experts nessa arte, como Angelo Meliane, um dos maiores especialista em veículos militares antigos no Brasil, sendo responsável por recuperar inúmeros desses veículos, o nosso amigo Bastos que possui muita história para contar, Nelson Alberti presidente da ABPVM, que nos falará um pouco sobre o papel da associação e os desafios que a mesma enfrenta e muito mais você irá conferir aqui no GBN News.


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