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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

PHM "Atlântico" - Conheça os bastidores das Operações Aéreas com GBN Defense

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A operação de aeronaves embarcadas representa uma série de desafios desde os primórdios, sendo necessário o cumprimento de vários protocolos e procedimentos para que possa cumprir sua missão. A segurança é um ponto primordial quando se fala em operações aéreas embarcadas, o que leva a uma constante de adestramentos e qualificações, não apenas das equipagens das aeronaves, mas toda equipe envolvida, desde a recepção da aeronave, passando por sua movimentação, hangaragem e manutenção.

Nicolaci acompanhou de perto a rotina a bordo do PHM "Atlântico"
Durante a ASPIRANTEX 2020, acompanhamos a rotina das operações aéreas a bordo do PHM “Atlântico”, hoje o navio com maior capacidade de operações aéreas da América Latina. Capaz não apenas de receber até 18 aeronaves embarcadas no hangar e operar simultaneamente três dos sete spots disponíveis em seu convoo, o “Atlântico” possui capacidade de coordenar todo trafego aéreo em cerca de 120 milhas náuticas, graças ao poderoso radar ARTISAN 3D Type 997, contando com um departamento dedicado as operações aéreas composto por profissionais altamente qualificados.

Aeronaves UH-15 "Super Cougar" do EsqdHU-2"Pégasus" 
Como todo navio destinado as operações aéreas, o “Atlântico” tem seu departamento de aviação, o qual está dividido em três divisões, a “V-1” (Victor Uno) que é responsável pelo convoo, a “V-2” (Victor Dois) responsável pelo hangar e a “V-3” (Victor Três) que é a responsável pela segurança de aviação no PHM “Atlântico”. Assim estão designadas para cumprir funções específicas, as quais podem ser facilmente identificadas quando operando no convoo pela cor de seus coletes. A coordenação entre essas três divisões é de extrema importância para segurança do voo e a capacidade de projeção do poder aéreo naval representado pelas aeronaves embarcadas.

O GBN Defense conferiu de perto a complexidade demandada pelas operações aéreas, onde tudo começa muito antes da movimentação das aeronaves para o convoo, iniciando em geral no dia anterior, com uma reunião entre o Departamento de Aviação e o Departamento de Operações do navio, que estabelece o planejamento de todas as missões que se pretende realizar, esta tarefa cabe ao Grupo de Operações Aéreas (GRUOPA).

Equipes de convoo realizando varredura em busca de objetos estranhos que podem ocasionar DOE
O Grupo de Operações Aéreas (GRUOPA), é parte do departamento de operações do navio, mas ele trabalha intimamente ligado ao departamento de aviação, sendo o setor responsável por planejar, coordenar e controlar as operações aéreas em curso no navio, assim como as operações aéreas previstas. Para isso o grupo conta com dois oficiais, dois sargentos e dois marinheiros. O GRUOPA também é responsável pela meteorologia aeronáutica do navio, com três sargentos sendo responsáveis pela meteorologia aeronáutica no PHM “Atlântico”.

Diariamente é realizada uma reunião entre os setores afetos as operações aéreas do navio, sendo geralmente realizada na noite anterior as operações, com a participação do pessoal dos esquadrões, equipe de convoo, controle aéreo, segurança de voo e demais setores ligados diretamente a operação prevista. Nessa reunião são discutidas e planejadas as operações que serão realizadas no dia seguinte. Nessa ocasião se verifica se há necessidade de alguma mudança ou ajustes para que as missões transcorram conforme o previsto, sendo denominada “Reunião de Blue Sheet”, que resulta na concepção do programa de voo, um documento que compila os dados necessários para as operações aéreas disponibilizado na Intranet do navio, além de ser entregue aos departamentos e fixada em quadros dispostos em vários pontos do navio, dando conhecimento da programação de operações aéreas. Qualquer alteração que ocorra na programação, leva a rápida retificação do documento em todos os pontos onde está exposto.

A “Blue Sheet” contém informações como: número de voos previstos, aeronaves envolvidas, horário de decolagens e pousos, quem vai controlar o voo, abastecimento, horário de briefing e a descrição sucinta da missão que será realizada.

Antecedendo qualquer movimentação, o fonoclama transmite a ordem de “guarnecer postos de voo”, momento no qual todos departamentos e divisões envolvidos no planejamento e execução da missão assumem seus postos, iniciando os preparativos para movimentação e preparação das aeronaves. Após todos os preparativos antecedentes ao horário previsto pelo briefing e planejamento, o fonoclama muda o status de operações do navio para “Postos de Voo”, quando toda rotina a bordo passa a adotar medidas protocolares inerentes a segurança da aviação, com restrição do trânsito no convoo apenas as pessoas envolvidas nas operações aéreas, nesse momento também é restrito o acesso as áreas externas e do convoo sem a autorização prévia, a qual em geral só ocorre com supervisão de um dos membros da equipe de segurança da aviação. É obrigatório o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI – Abafador, Colete salva-vidas e Óculos de proteção).

O PHM “Atlântico” possui capacidade de realizar operações diurnas e noturnas, sendo possível realizar operações visuais ou por instrumentos, na aproximação os controladores de voo fazem o CCAP, se houver a necessidade de realizar uma aproximação controlada, quem assume é o CCAT, composto por militares homologados para conduzir esse tipo de operação,

CF Castelo - Chefe de Aviação (CHEAVI) no PHM Atlântico
O Chefe do Departamento de Aviação do PHM “Atlântico”, Capitão de Fragata Castelo, nos apresentou um pouco sobre como funcionam as operações aéreas, nos mostrando um pouco o dia a dia no período que estivemos a bordo, nos permitindo conhecer as particularidades e desafios que envolvem essa que é uma das mais importantes capacidades de nosso Nau Capitânia.

O papel do Chefe do Departamento de Aviação (CHEAVI) do navio, é o gerenciamento de todas as estações de operações aéreas, dentre elas a Manobra, o Centro de Controle Aéreo Tático (CCAT), Centro de Controle de Aproximação e Partida (CCAP), equipe de salvamento, Meteorologia, e o CHEAVI tem a função de gerenciar além de todas essas estações, a Zona de Aeródromo, onde há o afastamento de 5 milhas e o teto de 2.500 pés. O CHEAVI possui grandes responsabilidades, e isso é conseguindo graças a todo preparo e formação que o oficial recebe para desempenhar essa função. Para se tornar CHEAVI, primeiramente é preciso possuir aperfeiçoamento em aviação e ser piloto, tendo realizado o Curso de Estado Maior para Oficiais Superiores (CEMOS), tendo notório conhecimento sobre a parte de operações aéreas.

O grande desafio da função de CHEAVI, primeiramente é ter essa continuidade nas operações aéreas embarcadas, com a baixa do NAe “São Paulo” e a chegada do PHM “Atlântico”, foi possível dar continuidade a esse grande desafio que é manter as operações aéreas de um navio de grande porte, como o PHM “Atlântico”, o maior navio do tipo operado na América Latina e um dos maiores do hemisfério sul, sendo um grande desafio para toda equipe do Departamento de Aviação, uma capacidade que é mantida por poucas marinhas no mundo.

O Departamento de Aviação do PHM “Atlântico” é bastante enxuto, o que traz consigo um enorme desafio e mostra o alto grau de eficiência e profissionalismo dos envolvidos. Contando com três divisões que somadas possuem um total de cerca de 80 militares desempenhando as funções necessárias para que seja possível lançar, coordenar e recolher as asas rotativas de nossa Força Aeronaval embarcada. O Departamento é constituído pela equipe de torre, composta pelo Oficial do Ar (CHEAVI) junto com o Controlador de Voo e o seu Auxiliar, no Convoo temos a equipe de Manobra, equipe de “CRASH”, o Contramestre, o Oficial do Convoo, e ainda o Oficial do Hangar e o Supervisor do Hangar, essa é a composição das equipes do Departamento de Aviação.

O CC Rafael Peixoto observa atentamente as operações
Com relação a Segurança da Aviação, o PHM “Atlântico” conta com Oficial de Segurança de Aviação (OSAV), e buscamos conhecer um pouco melhor sobre essa importante atividade conversando com OSAV, Capitão de Corveta Rafael Peixoto, que nos explicou sobre o papel do OSAV e como é constituído o núcleo de segurança de aviação embarcado no “Dragão”.

O Oficial de Segurança da Aviação (OSAV), tem como papel assessorar o comandante em todos assuntos correlatos à segurança da aviação, sendo o grande desafio a bordo do PHM “Atlântico” conscientizar a tripulação e o grande número de destacados, sobre a importância do cumprimento das normas de segurança de aviação, visando operações aéreas seguras.

Movimentando o "Pégasus 01" do hangar para o convoo
A formação do Oficial de Segurança da Aviação (OSAV) é feita com base no curso ministrado pelo CENIPA (Centro de Investigação e prevenção de Acidentes Aeronáuticos) Força Aérea Brasileira, reconhecido pelo SIPAAerM (Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Marinha) que faz parte da estrutura da Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM) na Marinha do Brasil, o que habilita o oficial a cumprir a função de Oficial de Segurança da Aviação (OSAV) nos esquadrões de aeronaves, bases aéreas e também a bordo do PHM “Atlântico”.

Minemônico "HAREM"
Treinamento é uma constante na rotina a bordo do maior navio da esquadra brasileira, sendo de suma importância para que as equipes mantenham um nível adequado de adestramento e qualificação para o cumprimento dos procedimentos normais, bem como lidar com situações de emergência com alguma aeronave durante as operações de pouso e decolagem, ou pane que a aeronave possa apresentar em qualquer fase do voo. Para que todos possam reagir de acordo com as ordens internas e procedimentos operativos do navio.

Como curiosidade, quando uma aeronave apresenta pane e não consegue estabelecer comunicação com navio, ela realização aproximação com navio, se não houver necessidade de pouso imediato, a mesma se posiciona a “boreste” e através de um código de sinais visuais informa sobre o tipo de pane que está ocorrendo, durante o dia a sinalização é feita com a mão, sinalizando com minemônico “HAREM”, onde apenas o dedo indicador levantado significa que a aeronave se encontra com pane no sistema hidráulico, sinalizando com dois dedos o sistema de armamento, três o sistema de rádio, quatro o sistema elétrico e cinco dedos uma pane no motor. A noite o esquema de sinalização é realizado com as luzes de sinalização da aeronave, a qual possui um código de sinais luminosos específico para cada tipo de ocorrência.

A equipe do convoo é constituída por diversos militares, que atuam em funções específicas, as quais são identificadas pelas cores de seus coletes, sendo os responsáveis pela movimentação  os “Orientadores”, esses usam o colete na cor amarela, sendo seu papel manter o posicionamento da aeronave durante as operações de pouso e decolagem, a equipe trajando o colete na cor azul é a responsável por manter a aeronave em posicionamento seguro no convoo, realizando a tarefa de calçar e pear a aeronave após os pousos e ao final das movimentações das mesmas entre o elevador e o spot onde será operada e vice-versa, a equipe responsável pelo abastecimento das aeronaves é identificada pelo colete púrpura, já os responsáveis pelo armamento e medidas em caso de “Crash” (acidente aéreo no convoo) utilizam os coletes na cor vermelha, o colete verde identifica a equipe que lida com a parte eletro-eletrônica, a equipe de manutenção dos esquadrões (GAerNavMan) é identificada pelos coletes marrons, enquanto o pessoal médico usa o colete branco com uma cruz vermelha, já o CHEAVI (Chefe de Aviação), o OSAV (Oficial de Segurança de Aviação) e o SupSAV (Supervisor de Segurança da Aviação) são identificados pelo colete branco com sua função identificada nas costas do colete. Todos militares que compõe a equipe de operações aéreas no convoo, são coordenados por um contra-mestre, um supervisor e um oficial do convoo, que possuem a responsabilidade de manter essa equipe adestrada em nível adequado para poder cumprir os procedimentos previstos nas normas internas e procedimentos operativos.


As operações aéreas embarcadas demandam perícia e constante qualificação dos militares envolvidos
No “Atlântico” as operações aéreas encontram mais facilidades que desafios, contando com uma infraestrutura que torna muito segura a operação de diversos tipos de aeronaves, sendo capaz de lançar e recolher qualquer vetor de asas rotativas hoje em operação com a Marinha do Brasil. O navio dispõe de grande capacidade de monitoramento e comunicação, com sete spots no convoo (posição de 1-6 e o spot “Alfa”), vários pontos de abastecimento, fontes externa de energia (Aprestos), contando com 25 tomadas de combate à incêndios com capacidade de geração de espuma, pontos de água desmineralizada para lavagem do compressor e das aeronaves, dois elevadores para movimentar as aeronaves entre o Hangar e o Convoo, um vasto número de equipamentos e facilidades para movimentação e manutenção das aeronaves, sendo possível realizar inspeções e reparos, o hangar é relativamente grande, podendo receber até 16 aeronaves, sendo até doze de grande porte e quatro de menor porte, podendo aumentar o número de acordo com o mix de aeronaves embarcadas, chegando ao máximo de 18 aeronaves, conta com uma equipe completa para atender as operações aéreas, sendo capaz de operar simultaneamente três aeronaves em pouso e/ou decolagem, além de controlar e coordenar o espaço aéreo ao seu redor.

As dificuldades que podemos elencar são as mesmas inerentes a qualquer meio que opere aeronaves no mar, podendo ser listadas a distância de terra, o que pode resultar em determinados momentos que o navio seja único ponto de pouso para a aeronave, o que torna necessário o planejamento sempre considerar um convoo alternativo, ou procedimento adequado caso se faça necessário, bem como o posicionamento do navio de maneira favorável, buscando sempre atender da melhor maneira o envelope de voo da aeronave. Outro desafio é com relação a manutenção, onde o ambiente marítimo expõe muito as aeronaves a corrosão causada pela maresia, o que eleva a atenção com a limpeza dos compressores e demais componentes da aeronave ao fim das operações, sendo notável ao fim do dia uma fina camada de sal depositada sobre a fuselagem das aeronaves, demandando a lavagem das mesmas como prevenção do processo de corrosão.

Essa é a primeira parte de nossa série de matérias sobre as operações aéreas no “PHM Atlântico”, e uma de nossa série prevista sobre operações navais e capacidades de nossa Marinha, onde no período de 21 dias a bordo do Capitânia da Esquadra, pudemos aprender e conhecer muito sobre o funcionamento e operação do maior e mais importante navio da Marinha do Brasil, somado ao expertise assimilado com a operação dentro de um Grupo Tarefa (GT).


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança, membro da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (AVCFN), Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR), Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) e Associação de Amigos do Museu Aeroespacial (AMAERO).


Agradecemos ao V.Alte Mello – comandante em chefe da Esquadra (ComemCh), Alte Kerr - ComDiv-1, C Alte Valicente - ComDiv-2, C.Alte Rohwer – ComForAerNav, Comte Giovani Corrêa – Comandante do PHM Atlântico, o departamento aéreo, CF Castelo, CC Rafael Peixoto, CC Munaretto, equipes do hangar, convoo, Torre, COC, ACR e todos envolvidos na ASPIRANTEX 2020, que nos receberam e apoiaram, tornando possível a realização desta matéria que abre a série que visa trazer ao nosso público um pouco mais sobre o trabalho e preparo de nossos homens e mulheres que defendem nossa “Amazônia Azul”.


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sábado, 25 de janeiro de 2020

ASPIRANTEX 2020 - Operações Aéreas, Leap Frog, Killer Tomato e muito mais na segunda etapa de nossa missão

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foto: Angelo Nicolaci - GBN Defense

Após suspendermos do Porto de Maceió na última segunda-feira (20), retornamos a rotina de intensos exercícios e qualificação e adestramento. Nesta segunda etapa de nossa comissão, realizamos uma série de operações aéreas, garantindo a qualificação de nossos pilotos e tripulantes. Nesta etapa foram realizados uma série de pousos e decolagens com o SH-16, tendo acompanhamento de um grupo de Aspirantes que revezaram nos circuitos de voo, conhecendo um pouco das particularidades do Esquadrão. O C.Alte Paulo Renato Rohwer Santos embarcou no "Guerreiro 34" e acompanhou parte dos voos com os Aspirantes. Nesta semana, ainda no contexto de emprego de meios aéreos, o VF-1 participou mais uma vez com duas aeronaves AF-1 (A-4KU) "Skyhawk", atuando como "agressores" no cenário de navegação sob ameaça aérea, além de realizar posteriormente missões de reconhecimento vetorados pela equipe do PHM "Atlântico", o qual conta com o poderoso radar ARTISAN 3D Type 997, capaz de cobrir uma área superior as 120 Milhas náuticas, realizando acompanhamento de múltiplos contatos, os classificando e monitorando, orientando a intercepção dos hipotéticos alvos. 

Foto: Angelo Nicolaci - GBN Defense
Mesmo com chuva e teto baixo, o EsqdHU-2 "Pégasus" estava pronto para cumprir sua missão voando suas aeronaves UH-15 "Super Cougar", mostrando a capacidade e preparo de meios e tripulações. 

foto Angelo Nicolaci - GBN Defense

Durante a segunda etapa, também foram realizados novos exercícios de Leap Frog e Light Line, dessa vez entre o PHM Atlântico e os navios de escolta, Corveta V-32 "Julio de Noronha"  e a Fragata F-43 "Liberal", enquanto o Navio Tanque (G-23) "Almirante Gastão Motta" realizava a faina de Transferência de Óleo no Mar (TOM) com as fragatas (F-45) "União" e (F-42) "Constituição". Concluindo o adestramento das tripulações nesta importante faina, tendo em vista a importancia da logística e abastecimento dos meios no mar, sendo o Leap Frog e Light Line parte importantíssima para doutrina de TCL e TOM.

Aspirantes acompanharam o exercício de tiro real
Mas foi na quarta-feira (22) que aconteceu um dos exercícios mais esperados, o Tiro Real sobre "Killer Tomato", que consiste no lançamento de um alvo flutuante dentro de um perímetro seguro previamente estabelecido para o exercício, onde os navios que fazem parte do Grupo Tarefa (GT) realizam disparos com seus armamentos. No caso do "Dragão", como é carinhosamente chamado o "Atlântico", realizamos disparos com nosso canhões DS-30M de 30mm de bombordo, os quais realizaram um par de disparos singelos para aferição dos parâmetros de disparo, para então dar autorização para salva de 22 disparos contra o objetivo. Algo que chama atenção é a precisão do sistema, o qual possui sensores eletro-ópticos que fazem a aquisição, acompanhamento e travamento do alvo, um sistema que pode ser operado na estação local ou ainda no Centro de Operações de Combate (COC), conferindo grande precisão e simplicidade de operação do sistema, o qual pode contrapor ameaças de superfície e aéreas ao redor do "Atlântico", com cadência de 200 disparos por minuto, oferece uma significativa proteção ao mais moderno navio da esquadra.

Ontem pela manhã (23), os Aspirantes tiveram um dos momentos mais importantes de sua carreira, a escolha do "Corpo" ao qual irão integrar na Marinha do Brasil, momento muito importante e de grande tensão entre os alunos da Escola Naval, onde após preencher o formulário, os dados destes são enviados à Escola Naval, com a divulgação do resultado na próxima fase desta comissão.

Na tarde de ontem o "Grupo de Vistoria e Inspeção" (GVI) da Fragata "União" realizou uma demonstração da abordagem, simulando cenário de suspeita de ilícitos a bordo, onde o navio mercante (representado pelo "Atlântico") inicialmente se recusara a parar ao comando da Fragata, onde após uma escalada progressiva de força através de alertas pelo rádio, o "mercante" atendeu as ordens de parada total para o embarque do GVI. Dois Aspirantes foram incorporados a equipe e acompanharam o desafio de abordar um navio com emprego de uma lancha. Após cruzar a distancia entre a "União" e o "cargueiro", a equipe embarcou e rapidamente tomou o passadiço, realizando a inspeção dos tripulantes e verificação da documentação. Nesta fase, foi notada a ausência de dois tripulantes, os quis segundo relato do comandante, estariam na sala de maquinas, o que fez com que após dominar a situação no passadiço, parte da equipe realizasse uma varredura rumo a sala de maquinas, onde os dois membros da tripulação ofereceram uma breve resistência e logo foram dominados. Após finalizado o exercício, a equipe regressou ao "navio mãe" a Fragata (F45) "União". 

Ainda na tarde desta quinta-feira (23), os Aspirantes realizaram o Treinamento Físico Militar (TFM) no convoo, sendo importante aos futuros oficiais manter a forma e o preparo físico para exercer suas funções. Nesta manhã (24), durante a chegada à salvador, foi tocado exercício de navegação em canal varrido, onde a "Dragão", a "Liberal" e "União" formaram uma coluna guiada por um navio varredor que nos guiou em meio a uma fictícia zona minada. 

Atracamos no Porto de Salvador, onde neste final de semana o público poderá conhecer o maior e mais moderno navio da Marinha do Brasil. 

Prepare-se o GBN Defense esta preparando uma série de matérias e vídeos que irão trazer um conteúdo exclusivo, você terá acesso a mais completa cobertura de uma operação naval, conhecendo suas particularidades e facetas, com os principais exercícios e atividades durante essa edição da ASPIRANTEX 2020.


Abaixo você confere algumas imagens capturadas durante essa segunda etapa da ASPIRANTEX 2020.












Texto e imagens: GBN Defense - Angelo Nicolaci


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domingo, 29 de dezembro de 2019

"Aves Abortadas"; Os Aviões de Combate que quase saíram do papel

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Nos últimos anos, várias nações tentaram construir seus projetos próprios de aeronaves de combate, visando fugir da dependência dos grandes fabricantes aeronáuticos dos Estados Unidos, Europa e Rússia, além de posteriormente também se tornar um exportador de aviões para outros países, visando entrar num restrito e lucrativo mercado.

Um dos primeiros – e mais exitosos – exemplos foi o da China, que partindo primeiramente de cópias sob licença ou sem licença (piratas) de aeronaves da antiga União Soviética, desenvolveu tecnologia própria e hoje, segundo sua mídia estatal, já está produzindo os primeiros caças de 5ª Geração fora dos Estados Unidos, como o Chengdu J-20 e o Shenyang FC-31.

O Brasil também pode ser considerado um país que tentou fugir desse mesmo eixo, com a formação da Embraer, em 1969, que gerou vários tipos de aeronaves, desde as aeronaves de transporte EMB-110 Bandeirante e o EMB-120 Brasília, passando pelos jatos comerciais da família ERJ-145 e Embraer 170/190 até aeronaves militares para serem utilizadas pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Dessa relação entre a Embraer e a FAB saíram aeronaves como o EMB-326 Xavante (um treinador avançado com capacidade de ataque ao solo, de origem italiana – Aermacchi – produzido sob licença), o EMB-312 Tucano (um treinador básico/intermediário com capacidade de ataque leve), o AMX (aeronave de ataque construído em parceria com as empresas italianas Aeritalia e Aermacchi), o EMB-314 Super Tucano (um treinador intermediário com capacidade de ataque ao solo e caça leve) e o mais recente (K)C-390 Millennium (aeronave multimissão e de transporte de médio porte).

Mesmo construindo vários tipos de aeronaves, muitas delas de grande sucesso, infelizmente a Embraer não construiu nenhuma aeronave de caça para a FAB, apesar de terem existido estudos para a construção de uma aeronave de caça no Brasil em épocas passadas (o que chegou mais perto disso foi o Embraer MFT-LF, que será abordado em outro artigo, com sua imagem no início desse texto). Dificuldades financeiras, políticas e tecnológicas eram os principais problemas enfrentados aqui no Brasil para se construir um caça “Made In Brazil”.

Esse texto irá falar de seis projetos de aeronaves de caças construídos por diversos países pelo mundo que não deram certo, devido a várias dificuldades, questões políticas, falta de recursos, etc., a maior parte deles nem saindo do papel, para mostrar que não é tão fácil – como muitos pensam – em se construir uma aeronave de alto desempenho e de uma complexidade tão grande que é um caça supersônico de superioridade aérea.

ATLAS CARVER (ÁFRICA DO SUL)



O Atlas Carver (às vezes erroneamente chamado de “Cava” ou “CAVA”) foi um avião bimotor sul-africano proposto, de asa delta e quarta geração. Em desenvolvimento durante os anos 80 e início dos 90, o Carver foi finalmente cancelado em 1991.

A Guerra das Fronteiras da África do Sul desempenhou um papel considerável ao estimular a demanda pela produção de um moderno avião de combate no qual equipar a Força Aérea da África do Sul (SAAF), diante de uma oposição cada vez mais capaz. Além disso, a África do Sul foi incapaz de importar tais aeronaves devido a um embargo de armas de longa data (desde 1977) que foi imposto aos órgãos governamentais da nação pela Resolução 418 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O governo sul-africano decidiu lançar um par de programas realizados internamente, um programa de atualização de curto prazo da frota existente de caças Dassault Mirage III de fabricação francesa, que ficou conhecida como Atlas Cheetah, enquanto um esforço de longo prazo e mais extenso para projetar e fabricar um novo avião de combate conhecido como Projeto Carver. Ambos os programas foram dirigidos pela empresa sul-africana Atlas Aircraft Corporation.

Conforme previsto, o Carver deveria ser uma aeronave sucessora moderna e capaz para substituir vários tipos antigos que estavam em serviço na SAAF, como o Blackburn Buccaneer, de construção britânica, o Mirage III de construção francesa e o próprio Atlas Cheetah. Um dos principais objetivos do novo caça era atingir níveis de desempenho iguais ou superiores às capacidades dos caças soviéticos de última geração, que eram cada vez mais propensos a serem utilizados nos estados vizinhos, especificamente em Angola. Externamente, o Carver tinha alguma semelhança com o protótipo Dassault Mirage 4000; o design se baseou em vários elementos da família Mirage da Dassault Aviation, incluindo a decisão de incorporar vários componentes de motores Snecma que foram produzidos sob licença na África do Sul. Apesar de ser um esforço fortemente local, em parte devido ao embargo, a África do Sul conseguiu adquirir assistência substancial no Projeto Carver da França e Israel; muitos engenheiros e projetistas aeroespaciais foram contratados nessas nações, enquanto informações técnicas relacionadas ao abortado programa IAI Lavi de Israel também foram adquiridas sob o Acordo Israel-África do Sul. Em fevereiro de 1991, o cancelamento do Projeto Carver foi anunciado pelo presidente sul-africano F. W. de Klerk, que afirmou que os custos de pesquisa e desenvolvimento do programa eram grandes demais para justificar durante o tempo de paz. Em seu lugar, o governo preferiu a aquisição de aeronaves estrangeiras que se tornaram possíveis novamente após o levantamento do embargo internacional de armas contra a África do Sul; por fim, o caça Saab JAS 39 Gripen, de fabricação sueca, foi adquirido para equipar o SAAF.



O FMA SAIA 90 foi um projeto de uma série de aeronaves de combate que seriam produzidos para a Força Aérea Argentina (FAA), projetado pela FMA (Fábrica Militar de Aviones) com a colaboração da empresa aeronáutica alemã Dornier em meados da década de 1980. O SAIA 90 seria a última etapa do projeto ACA (Avión Caza Argentino – Avião de Caça Argentino), iniciado pelo Processo Nacional de Reorganização para desenvolver um caça nacional argentino. Foi cancelado em 1990, no início do governo Carlos Menem

As três etapas do projeto seriam:

O FMA IA 63 Pampa, um avião de treinamento e ataque, que foi o único dos três a entrar em produção;

O IA 67 Cordoba, um projeto de bombardeiro de ataque leve que acabou não saindo do papel;

O SAIA 90, um caça de superioridade aérea com características “furtivas” (incluindo uma pequena seção transversal do radar) que também não saiu do papel.

De acordo com estudos realizados pela Dornier inclusive com o uso de computação gráfica, a aeronave deve ser capaz de uma velocidade de manobra sustentada de Mach 0,9 a uma altitude de 6000 m; aceleração rápida de Mach 0,9 a 1,5 a 9000 m, alta desaceleração, independente da velocidade relativa; autonomia razoável de combate com tanques de combustível integrais; e assinaturas mínimas de radar e infravermelho (Stealth).

Possível armamento incluído:

1 canhão Mauser de 27mm com 150 cartuchos;

2 AAM guiado por infravermelho (classe AIM-9 Sidewinder);

4 AAM guiado por radar (classe AIM-120 AMRAAM);

Até 5.000 kg de munições ar-superfície.

Quanto aos aviônicos, o radar em modo ar-ar deveria ser capaz de detectar um alvo de 5 m² a uma distância de 90 km sem ser detectado pelo ECM inimigo e rastrear seis alvos que pudessem ser identificados com o IFF. Para ataques ar-terra, o radar deveria ser capaz de efetuar o mapeamento o terreno e usar tecnologias como a projeção do ponto de impacto (CCIP) e ser integrado a um sistema lançador de bombas inteligentes.

Embora fosse desejável obter uma combinação das vantagens oferecidas por uma asa em delta com muita carga e baixo peso, a taxa de rotação transsônica/subsônica, a estabilidade longitudinal e as características de campo curto desejadas eram impossíveis de combinar em um projeto de asa única, fazendo com que se adotasse um estabilizador vertical.

A solução oposta de comprometimento com o padrão foi a continuação da borda de ataque das asas que gerou um vórtice de alta energia e melhorou o rendimento aerodinâmico, notadamente em grandes ângulos de incidência. Outra característica do projeto foi a estabilidade longitudinal artificial que permitiu equilibrar o avião por meio da aplicação de forças positivas nos planos da linha. Desta forma, a asa seria configurada com grandes ângulos de enflechamento, extensões tipo LERX entre a asa e a fuselagem e derivações duplas localizadas diante dos estabilizadores, que mantêm certa semelhança com o F/A-18 Hornet.

Os motores seriam dois turbofan de 5.600 kg de empuxo (possivelmente o General Electric F404). A velocidade máxima estimada em cerca de Mach 2. O peso vazio era de 7.800 kg. Este valor relativamente baixo seria alcançado por meio do uso de materiais compostos. A experiência de Dornier nesses materiais foi ampla (Alpha Jet e Do 228). Na proposta deste avião sugeriu o uso na asa de 65% de polímero reforçado com fibra de carbono (CFRP), 20% de alumínio e o restante em vários materiais como o titânio, a fuselagem dianteira teria 60% de CFRP, a central 18% e 10% inferiores, sendo completados com outros funcionários da ala, e os estabilizadores teriam 55% da CFRP, enquanto a cauda levaria 70%, os mesmos materiais seriam usados para as rampas de entrada e o trem de pouso.

IAR 95 (ROMÊNIA)


O IAR 95 “Spey” foi um projeto romeno para produzir um caça supersônico para a Força Aérea Romena. O projeto foi iniciado no final da década de 1970 e cancelado em 1981. Logo após, o projeto foi reiniciado novamente. O projeto foi cancelado definitivamente em 1988 devido à falta de fundos antes que um protótipo pudesse ser construído, embora uma maquete em grande escala estivesse sendo construída.

O design era um monoplano de asa alta com entradas de ar laterais, uma única barbatana e um único motor. Projetos com duas aletas e dois motores também foram considerados, mas foi decidido seguir o design de uma aleta monomotor. Outras designações dadas a este projeto são IAR-101 e IAR-S e se referem a diferentes layouts de design. A Romênia considerou um programa conjunto com a Iugoslávia, mas a última recusou porque estava projetando seu próprio avião de caça supersônico, o “Novi Avion”.

NOVI AVION (IUGOSLÁVIA)


O Novi Avion era um programa de aeronaves de combate multifuncionais de quarta geração que seria construído pelo fabricante de aeronaves da Iugoslávia SOKO. O Avion apresentava uma configuração delta-canard cortada e era capaz de atingir velocidades supersônicas sob uma configuração de combate. O Avion compartilhou várias áreas em comum com os aviões de combate Rafale da empresa francesa Dassault Aviation; A França prestou assistência técnica considerável à Iugoslávia durante o curso do programa Avion. O trabalho de desenvolvimento do caça foi realizado pelo Instituto Vazduhoplovno Tehnički (VTI) (Instituto Técnico Aeronáutico) de Belgrado, o principal instituto técnico-militar da ex-Iugoslávia, em cooperação com a Dassault Aviation.

Após sua entrada em serviço com a Força Aérea Iugoslava da SFR, que estava prevista para ocorrer entre o final dos anos 90 e o início dos anos 2000, o Avion teria sido usado como um substituto da frota envelhecida do país de Mikoyan-Gurevich MiG-21. O país também antecipou vendas consideráveis de exportação do tipo. Durante 1991, todo o programa foi interrompido devido à falta de financiamento disponível imediatamente antes do início da produção e um ano antes da data prevista do voo inaugural previsto para o tipo. O Avion foi encerrado como consequência do início das Guerras Iugoslavas e do subsequente rompimento do país com o Ocidente.

PZL-230 SKORPION (POLÔNIA)


O PZL-230 Skorpion (escorpião) foi o projeto malsucedido de um avião de ataque e caça leve polonês de baixo custo. Ele estava sendo desenvolvido pelo fabricante polonês PZL Warszawa-Okecie durante o final dos anos 80 e o início dos anos 90.

Durante o final dos anos 80, a PZL foi inspirada a iniciar o desenvolvimento de uma nova aeronave que seria relativamente manobrável, capaz de oferecer um desempenho curto de decolagem e pouso (STOL) e transportar uma carga útil de 2.000 kg, mantendo uma plataforma de baixo custo para adquirir e para operar. Os projetos originais da aeronave giravam em torno de um motor turboélice duplo; em um ponto, o motor PT6A-67A da Pratt & Whitney Canada foi selecionado para alimentar o tipo.

No entanto, a proposta foi radicalmente alterada após uma decisão de submetê-la a um requisito emitido pela Força Aérea Polonesa que buscava uma aeronave de caça e ataque leve de apoio no campo de batalha; consequentemente, a carga útil dobrou e a velocidade aumentou dramaticamente. O projeto revisado foi acionado por um par de motores turbofan Pratt & Whitney Canada PW305. Nomeado Skorpion, ele apresentava uma fuselagem após o corpo que foi misturada na asa junto com um conjunto de pequenos canards atrás do cockpit.

Em junho de 1994, o Ministério da Defesa polonês anunciou que o programa Skorpion não receberia mais financiamento do governo polonês. A retirada abrupta de apoio depois de ter sido reconhecida dois anos antes como um programa aprovado pelo governo foi amplamente atribuída à formação de um novo governo polonês de esquerda liderado por Waldemar Pawlak. Apesar dos temores de que este fosse o fim do programa, a PZL decidiu continuar inicialmente com o desenvolvimento de forma independente.

No final de 1994, de acordo com o designer-chefe da aeronave, Andrzej Frydrychewicz, a configuração aerodinâmica do Skorpion, com exceção da cauda, havia sido congelada. No seu redesenho de 1994, as estimativas de desempenho do Skorpion incluíam uma velocidade máxima de 540kt (1.000 km/h), um teto de serviço de 32.800 pés e um raio de combate de 300 km (160 nm). Em dezembro de 1994, as características furtivas da aeronave haviam sido enfatizadas. De acordo com as estimativas da empresa, o custo oficial de desenvolvimento foi promovido em US$ 65 milhões; no entanto, Frydrychewicz especulou que esse número era relativamente otimista e pode ter sido produzido com interesses políticos em mente.

Em dezembro de 1994, as características furtivas do Skorpion haviam sido enfatizadas. A razão dada para não atribuir um alto valor a esse aspecto do projeto era a crença de que, como era esperado que o Skorpion voasse normalmente em altitudes muito baixas durante as missões de combate e, assim, os desafios inerentes à detectabilidade colocados por esses perfis de voo, mesmo que altamente características de furtividade eficazes teriam pouco efeito sobre sua detectabilidade. Apesar dessa mudança de foco, ainda se previa que pelo menos 50% da estrutura da aeronave fosse composta de materiais compostos de fibra de carbono; Como a PZL Okecie não possuía capacidade interna para produzir essa estrutura, a cooperação no processo de fabricação foi discutida com várias empresas de aviação estrangeira, incluindo a British Aerospace (BAE) e Construcciones Aeronáuticas SA (CASA); de acordo com a Flight International, a CASA estava sendo vista como pioneira para servir como parceira fabricante do Skorpion. Durante 1993, foi relatado que a aeronave havia gerado interesse entre a Força Aérea de Israel, juntamente com alguns fabricantes aeroespaciais em Israel.

Apenas uma estrutura em madeira (mockup) do Skorpion foi produzida, e em meados dos anos 90, sem obter o suporte financeiro necessário, o projeto foi cancelado.

IAI LAVI (ISRAEL)


O IAI Lavi foi um caça a jato multifunção de quarta geração e monomotor desenvolvido em Israel pela Israel Aircraft Industries (IAI) para a Força Aérea de Israel (IAF) durante os anos 80. A decisão de desenvolver o Lavi foi controversa, tanto com o público israelense, devido aos enormes custos associados, e principalmente com o governo dos EUA devido à concorrência com jatos americanos no mercado de exportação. Devido principalmente aos altos e proibitivos custos do programa, aliado a grande pressão do governo norte-americano contra a fabricação do caça, forçaram o governo israelense a determinar o cancelamento de todo o programa, durante a fase de desenvolvimento dos testes de vôo em agosto de 1987.

Apresentando um design semelhante ao F-16, o qual a IAF operava desde o início da década de 1980, o Lavi apresentava uma asa em delta com grande área e canards logo atrás do cockpit. Tinha espaço para 14 pontos duros espalhados pela asa e fuselagem. Seu manche, apesar de contar com o sistema Fly-By-Wire (FBW), foi montado de forma convencional, ao centro do cockpit, e não no lado direito, como no F-16.

O Lavi teve grande sucesso nos testes de voo, com sua manobrabilidade descrita como “excelente” pelos pilotos de teste. O Lavi foi planejado para ser a base da Força Aérea de Israel, e consideráveis vendas de exportação para a aeronave estavam previstas. A singularidade de seu design estava na combinação de um avião pequeno, aerodinâmico e altamente manobrável, com sistemas sofisticados, baixo arrasto da célula mesmo armado, e a capacidade de transportar uma grande carga útil em alta velocidade e por longas distâncias. Desde 2012, dois dos protótipos foram preservados e colocados em exibição pública. Há rumores, não confirmados, de que o caça chinês Chengdu J-10 foi construído através da Transferência de Tecnologia (ToT) israelense através da venda do projeto do Lavi para os chineses.

Em julho de 2013, a IAF anunciou que o Alenia Aermacchi M-346 Master, uma aeronave de treinamento avançado e de caça que estava em processo de aquisição na época, receberia o nome Lavi em serviço israelense; um total de 30 M-346 que estão em operação desde 2014.

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Por Luiz Reis, Professor de História da Rede Oficial de Ensino do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, Historiador Militar, entusiasta da Aviação Civil e Militar, fotógrafo amador, brasiliense com alma paulista, reside em Fortaleza/CE. Luiz colaborou com Canal Arte da Guerra e atuou nos blogs da trilogia Forças de Defesa e do Blog Velho General, hoje faz parte da equipe do GBN Defense. Presta consultoria sobre História da Aviação.





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