Durante a última edição da LAAD que ocorreu entre os dias 2-5 de Abril, o GBN News esteve buscando esclarecer uma suposta proposta para substituir nossa frota de aeronaves de ataque A-1B. Apesar do aparente interesse expresso pela Força Aérea Brasileira de substituir a atual dotação de aeronaves F-5 E/F-M e as variantes em serviço do A-1 pelos modernos F-39 E/F Gripen BR, fomos checar a procedência dessa proposta.
Conforme nos foi revelado por alguns de nossos contatos dentro do setor de defesa, a origem de tal proposta seria a italiana Leonardo, a qual procuramos para esclarecer a informação que recebemos. Durante nossas conversas com representantes da gigante italiana da defesa.
Segundo apuramos, a Leonardo está propondo à FAB como substituto as aeronaves de ataque A-1B em operação no Brasil, sua moderna aeronave M-346, apontando como a solução mais adequada para substituição do A-1 em serviço com a FAB, pois seu envelope de missão permitirá à FAB cobrir sua necessidade de treinamento para os futuros pilotos de F-39 Gripen E/F, sendo uma moderna plataforma de treinamento avançado que cobriria a lacuna entre o A-29 e o F-39, além da capacidade de prover treinamento avançado, o M-346 também se apresenta como a plataforma ideal para executar todas as missões hoje incumbidas ao A-1, sendo um verdadeiro LIFT.
O M-346 apresenta uma variada gama de capacidades de emprego, onde além de prover treinamento avançado e cumprir missões de ataque, exibe uma modesta capacidade de combate aéreo, podendo cumprir missões CAP (Patrulha Aérea de Combate na sigla em inglês), podendo cumprir algumas missões hoje executadas pelos caças F-5 EM.
Segundo nos foi informado, no ano passado alguns oficiais da FAB teriam tido a oportunidade de conhecer de perto as capacidades do M-346, o qual estava na base da Força Aérea Italiana em Galatina, Lecce, onde a Leonardo apresentou todo potencial do sistema de treinamento avançado baseado no M-346. Com base na experiência adquirida através do programa AMX, os italianos da Leonardo apresentaram á Força Aérea Brasileira o M-346 como proposta para fornecer uma moderna plataforma de treinamento e ataque, amparada pela já consagrada rede de apoio logístico que a empresa mantém com nossos A-1.
A ideia de operar uma aeronave como o M-346 em conjunto com os modernos F-39 Gripen BR, seria uma ótima solução para cobrir as necessidades operativas de nossa Força Aérea, provendo a mesma uma solução na qual se alia a capacidade de executar toda gama de missões previstas por nossa aviação de combate, desde o treinamento de nossos pilotos, passando pela conversão do A-29 ao F-39 passando por uma aeronave de treinamento avançado que permitirá aos mesmos uma melhor integração as capacidades exibidas pelo Gripen, além de permitir a FAB manter uma respeitável capacidade de ataque e interdição com uma dupla de aeronaves no "estado da arte" com custo acessível, mantendo a mesma dentro da realidade orçamentária brasileira.
Atualmente a empresa italiana possui contrato para a extensão do apoio
logístico destinado as aeronaves A-1 da FAB, sendo uma das principais parcerias do Brasil no setor de defesa, responsável também pela modernização dos Super Lynx Mk21B da
Marinha do Brasil.
No setor de aviônicos, a Leonardo é uma grande fornecedora de soluções as nossas forças armadas, tendo fornecido cerca de 150 radares para as principais plataformas do
Brasil, como o A-1, F-5, KC-390, P-95, Super Lynx Mk21B e o novo F-39 E Gripen, no qual a empresa
fornece cerca 60% da eletrônica embarcada (radares de busca e rastreamento e controle de fogo, sistemas de
identificação), abrangendo todo o espectro de sensores primários que garantem à aeronave uma
superioridade "ISTAR" em termos de inteligência, vigilância, detecção e aquisição de alvos.
Vamos aguardar agora o posicionamento da FAB e os estudos que vem sendo conduzidos pela mesma com relação aos futuros vetores brasileiros, tendo sido recebida com bons olhos a proposta italiana, a qual tende a ser uma solução bem equacionada aos desafios que temos pela frente.
A indústria turca surpreendeu com uma presença forte nesta edição da LAAD, o maior e mais importante evento do setor de defesa na América Latina. A LAAD 2019 foi uma importante vitrine para as indústrias da Turquia e seu variado leque de soluções em defesa. Dentre as várias empresas presentes, a Turkish Aerospace Industries (TAI) foi a que mais chamou atenção, despertando a curiosidade do público, realizando as vésperas do evento um tour de demonstração de seu helicóptero de ataque, o T129 “Atak” pelo Brasil, incluindo avaliações no CAvEX em Taubaté e em Brasília. O GBN News foi até a TAI descobrir um pouco mais sobre os planos turcos para o mercado latino americano e a importância do Brasil nesta estratégia.
Após contatar a equipe de comunicação social da empresa, marcamos uma entrevista com Tomer Özmen, Vice-Presidente responsável pela área de marketing e comunicação da empresa. A conversa contou com a participação da Ana Carbonieri que nos auxiliou na entrevista.
O primeiro ponto que buscamos foi obter mais informações sobre o T129 “Atak”, que sem sobra de dúvidas roubou a cena nesta edição da LAAD, despertando a curiosidade de nosso público. Mas como já é nossa marca registrada, buscamos ir além das informações técnicas e especificações da aeronave, pois esses pontos já foram exaustivamente abordados pelas mídias brasileiras. Miramos então nas questões que levaram a TAI a trazer tal aeronave ao Brasil e conhecer um pouco mais sobre as perspectivas da empresa com relação ao mercado de defesa Latino Americano, tendo em vista o grande investimento que as indústrias de defesa da Turquia fizeram em sua participação nesta edição da feira.
O primeiro ponto que Özmen nos esclareceu é o importante papel do T129 “ATAK” na estratégia da TAI, não apenas para o Brasil, onde a empresa pretende participar da futura concorrência do Exército Brasileiro que irá buscar um helicóptero de ataque, categoria na qual se insere o T129 “Atak”. Mas além do exército brasileiro, a TAI pretende oferecer seus helicópteros a outras nações latino americanas. Özmen nos apresentou um pouco sobre as características dessa aeronave, ressaltando suas qualidades de combate e sistemas que garantem ao T129 uma consciência situacional bastante relevante, contando com vasto arsenal e possibilidades de emprego, além de vários recursos de defesa, incluindo sistemas EW, RWR, LWS, MWS e CMDS, os quais serão mais detalhados em artigo específico sobre a aeronave.
O ponto que mais nos despertou atenção foi quando Özmen nos falou sobre as perspectivas da TAI em relação ao Brasil, onde deixou claro que não vieram a esta edição da LAAD visando apenas vender o T129 as forças armadas brasileiras, mas sim buscar uma ampla parceria com a indústria de defesa brasileira, em especial a EMBRAER. Com relação a essa parceria, o objetivo dos turcos é a criação de uma linha de fabricação de aeronaves de asas rotativas e VANTs com a Embraer, para então oferecer em conjunto ao mercado latino americano suas avançadas tecnologias a partir do Brasil, onde o escopo da cooperação envolve transferir à indústria brasileira a expertise no projeto e produção deste tipo de aeronaves, além de estabelecer uma linha de suporte pós-venda para seus produtos no país.
Com relação a esta perspectiva, Özmen informou que a diretoria de ambas empresas estaria iniciando uma série de reuniões visando um entendimento neste sentido, e que tais conversas estão caminhando positivamente, o que poderá em breve render o anúncio de uma parceria ampla entre a TAI e a Embraer Defesa & Segurança (EDS). Tal perspectiva nos surpreendeu, e caso as negociações venham a frutificar, seria algo extremamente interessante para a EDS, pois possibilitaria à Embraer adentrar um novo e rentável mercado, tirando a Helibrás da posição de única fabricante de helicópteros no Brasil, ampliando as opções no mercado brasileiro.
Outro produto que a TAI coloca na mesa de negociações visando o mercado latino americano, inclui o VANT ANKA, para o qual também está disposta a transferir a tecnologia e a linha de produção para o Brasil a fim de atender a demanda do mercado latino. Özmen enfatizou que vieram este ano ao Brasil com um único objetivo em mente, fechar uma extensa parceria com a indústria brasileira de defesa, para a qual estão dispostos a realizar uma extensa transferência de tecnologia e atuar em conjunto no mercado internacional, citando vários cases de parcerias desenvolvidas pela TAI, como o fornecimento de componentes e sistemas para as gigantes Boeing, para a qual fornecem vários componentes do Boeing 787 Dreamliner, e a Airbus, com quem atuam como parceiros no desenvolvimento do cargueiro A400M.
Özmen frisou que a reunião com a Embraer será um divisor de águas para indústria aeroespacial turca, que pretende atuar fortemente no mercado latino americano tendo o Brasil como ponto de partida, contando com uma série de produtos que atendem aos requisitos das forças armadas desta região do globo, aliados ao baixo custo de aquisição e operação, o que, se somado ao nome da gigante brasileira de defesa, poderá resultar num enorme sucesso no mercado de defesa.
A TAI já mira a concorrência do Exército Brasileiro, na qual uma vitória seria uma importante porta de entrada para o vasto mercado neste continente, lembrando que uma parceria ampla com a Embraer pode significar maior peso na proposta a ser apresentada ao Exército Brasileiro, tendo em vista a grande expertise da EDS em absorver novas tecnologias e atender as exigências de nossas forças armadas. É importante frisar que a Embraer possui larga experiência neste tipo de negócio, sendo a indústria de defesa nacional que mais tem atuação em projetos estratégicos de defesa do Brasil, atuando no Programa Gripen-BR (FX-2), recentemente sagrando-se vencedora, em parceria com a alemã TKMS, no Programa CCT da Marinha do Brasil, além de ser responsável por vários programas de modernização e desenvolvimentos brasileiros.
Ainda aproveitando essa conversa, indaguei a Özmen sobre a curiosa aeronave de quinta geração que estava representada por uma maquete exposta no stand, tratando-se do Turkish Fighter, ou TF, programa de desenvolvimento para uma moderna aeronave com concepção stealth, a qual deve resultar no substituto das aeronaves F-16 hoje operadas pela Turquia. Como curiosidade, a mesma pode ter outro importante papel, podendo vir a se tornar a opção turca caso Washington resolva não cumprir o acordo de entrega das aeronaves F-35 a Turquia, algo que vem sendo alvo do atrito entre ambos os países devido a opção de Ancara em obter o sistema de defesa aérea S-400 de origem russa.
Resumindo o que conversamos, a TAI está em busca de estabelecer uma ampla parceria com a Embraer no campo de asas rotativas e VANT’s, porém, nos resta aguardar o desenrolar dessas conversas, as quais podem resultar na criação de uma nova e potencial linha de produtos da gigante brasileira, que há algum tempo tem demonstrado uma nova visão estratégica, passando a oferecer não apenas aeronaves de asas fixas, manutenção e soluções em modernizações, mas começa a se inserir em diversos campos da defesa, com uma forte possibilidade de estender sua atuação as asas rotativas, assim como vem adentrando o campo da construção naval com a vitória no Programa CCT. Vamos aguardar o desenrolar das negociações e torcer para que tenhamos uma grata surpresa.
Aproveito para deixar aqui nosso agradecimento à equipe da TAI, que nos proporcionou uma aprazível oportunidade de conhecer melhor a empresa e suas perspectivas em relação ao Brasil.
Uma das perguntas que tem sido feitas repetidamente em nossas redes sociais, diz respeito a revitalização das asas de nossas aeronaves de patrulha P-3AM, um problema que a Força Aérea Brasileira enfrenta desde que o problema estrutural foi identificado nas aeronaves adquiridas na metade da primeira década do século XXI. Tal problema até então não teve solução, apesar da proposta realizada pela Lockheed Martin no inicio do programa P-3BR para dotar tais células com novos conjuntos de asas, algo que não prosperou devido ao orçamento limitado para o programa.
Oriundos dos estoques da US Navy, foram adquiridas 12 células, as quais foram ofertadas ao Brasil. Inicialmente foram selecionadas as melhores células estocadas no deserto, mas segundo apuramos, devido a demora em se concretizar o negócio com a liberação da verba para aquisição, então tais células foram destinadas a outros clientes, quando finalmente foi liberado os recursos, tivemos que nos contentar com as células que haviam restado disponíveis nos estoques americanos, estas estavam relativamente em bom estado, porém, posteriormente foram identificados problemas estruturais com os conjuntos de asas.
Após a aquisição das 12 células, das quais apenas 8 se tornariam operativas, com 3 delas sendo destinadas a canibalização e uma mantida para treinamento, foi realizado o processo no qual conforme citamos acima, a proposta norte americana de troca das asas foi descartadas, tendo sido vencedora a proposta do grupo EADS-CASA, hoje Airbus, que devido ao limitado orçamento destinado ao programa de modernização, resultou apenas em um paliativo aos problemas estruturais identificados, o que hoje leva a Força Aérea Brasileira à necessidade de realizar um programa mais complexo de extensão do ciclo operacional de tais aeronaves. Neste momento que entra em campo a brasileira AKAER, empresa com expertise no campo de engenharia de estruturas aeronáuticas que vem ao longo de sua existência acumulando diversos cases de sucesso neste campo, sendo uma das parceiras da SAAB no programa Gripen NG, inclusive sendo responsável pelo projeto de seções de grande complexidade desta moderna aeronave, qualificada como Empresa Estratégica de Defesa pelo governo brasileiro.
O projeto de revitalização das aeronaves P-3AM teve ponto inicial no ano de 2018, quando a Akaer descobriu que a L3 Communications Integrated Systems estava descontinuando sua linha de suporte as aeronaves P-3 pertencentes a US Navy, o que resultou na oportunidade de obtenção de todo ferramental e documentação técnica referente ao suporte dos P-3 Orion, incluindo todo documental e ferramental para construção de novas asas.
Tendo em vista essa oportunidade, a FAB destinou recursos para implementação no Brasil de uma linha destinada a produção dos kits de asas para os P-3AM operados no Brasil, o que resultará em uma solução viável e a capacitação nacional de nossa industria para prover a solução necessária para manter nossos P-3AM voando por muitos anos.
Tendo tudo isso em mente, aproveitamos a oportunidade proporcionada pela LAAD 2019 e obter mais informações a respeito deste projeto diretamente da Akaer. Então, nosso editor Angelo Nicolaci partiu em busca desta importante informação. No stand montado pela Akaer na LAAD 2019, conversamos com Fernando C. Ferraz, Vice-Presidente de Operações da industria brasileira, que nos recebeu e esclareceu um pouco sobre o programa de revitalização pelo qual irá passar nossos P-3AM.
A Akaer adquiriu três kits prontos de asas para o P-3, os quais estavam estocados nos EUA com a descontinuidade do suporte aos P-3 por lá, além dessa aquisição, a Akaer esta recebendo todo ferramental e documentação gerada ao longo de décadas de serviços realizados pela L3 nos P-3 da US Navy, sendo no momento o maior desafio a consolidação de toda essa documentação em um único conjunto de documentos, pois como nos explicado, tais serviços estruturais eram realizados através de ordens de serviço específicos, tratados como manutenção, mas a junção e consolidação de todo esse acervo documental resultará na documentação necessária para produção integral de novas asas para os P-3.
A FAB objetivava inicialmente estender o ciclo operacional dos P-3AM até 2028, porém, com a solução de novas asas para estas aeronaves, esta vida pode ser estendida muito além de 2028, o que dará uma grande capacidade à FAB para manter sua frota em operação.
Durante dois anos a Akaer buscou no mercado parceiros para desenvolver uma solução para os P-3, mas apenas agora, após conseguir a solução junto a L3, surgiram duas empresas durante a LAAD 2019 oferecendo soluções para o P-3.
A L3 iniciou o serviço nas asas dos P-3 como solução pontual, realizando o serviço inicialmente em duas aeronaves, mas daí surgiu a demanda de se realizar o serviço de manutenção estrutural em outras aeronaves, e esses serviços eram realizados em componentes específicos, o que gerou uma documentação fragmentada, onde no final foram realizadas a recuperação das asas de 35 aeronaves para os EUA, se a L3 soubesse que os americanos chegariam a esse número, teria sido mais barato realizar a construção de uma asa nova ao invés de apenas executar serviços em pontos específicos de cada aeronave. Mas com tudo isso, eles obtiveram um grande conhecimento estrutural da aeronave, o qual resultou na construção de kits de asas completos para o P-3, além de um vasto acervo de documentos técnicos relativos a manutenção e construção dos componentes das asas, e todo esse acervo e conhecimento técnico esta sendo adquirido pela Akaer e servirá de base para o desenvolvimento no Brasil da produção destas asas.
A Akaer vai montar os kits da semi asa externa em suas instalações, já o kit do caixão central e sua manutenção será montado no Parque de Material a ser designado pela FAB, provavelmente seja na Base Aérea do Galeão no Rio de Janeiro, devido principalmente a necessidade de se possuir pista.
O ponta pé inicial neste projeto foi dado no final de 2018, quando equipes da Akaer participaram de treinamentos nos EUA para se obter a capacitação técnica necessária para execução dos serviços previstos. Os primeiros conjuntos de asas que serão revitalizadas no Brasil pela Akaer, vão ser levados ás modernas instalações da Akaer, localizada no complexo industrial em São José dos Campos. Já todo processo de desmontagem e montagem dos conjuntos, como já dito, serão realizadas no Parque de Material da Base Aérea no Rio de Janeiro.
A revitalização que irá garantir aos P-3AM uma grande extensão de seu ciclo de vida útil, terá como principal foco a substituição de diversos elementos da asa, como os revestimentos superiores, longarinas dianteiras e traseiras, painéis superiores dos caixões centrais asa/fuselagem e entre outras ações. Esse projeto irá solucionar os problemas gerados pela fadiga estrutural das asas, o que limitaria a vida operacional dessas aeronaves.
As aeronaves P-3AM de patrulha marítima são hoje o principal meio empregado na vigilância das águas territoriais brasileiras e contam com uma moderna suíte eletrônica, contando com modernos sistemas e sensores embarcados, os quais garantem a efetiva capacidade da aeronave cumprir com suas missões, sendo a aeronave capaz de detectar, localizar, identificar e, quando necessário, atacar alvos de superfície e submarinos, sendo o único vetor aéreo capaz de desempenhar as atividades de busca e salvamento em toda área marítima sob a responsabilidade do Brasil. Tirando os problemas estruturais que são alvo das soluções em desenvolvimento pela Akaer, o P-3AM tende a se manter como um importante meio a ser empregado pelas próximas décadas na função de Patrulha Marítima de longo alcance no Brasil.
A Akaer tem um planejamento estratégico que visa implementar um centro de treinamento, centro de serviços e possui aporte da FINEP para o desenvolvimento de seus projetos, sendo um dos cases nacionais de sucesso no campo da engenharia, principalmente no que diz respeito aos projetos estratégicos em desenvolvimento no Brasil, tendo iniciado sua participação no programa Gripen NG antes mesmos da definição deste como a opção brasileira no programa FX-2, indo além dos off-sets previstos pelo programa brasileiro. Realmente é um grande orgulho ver a capacidade de engenharia brasileira ganhando reconhecimento no mercado internacional, principalmente se levarmos em consideração os desafios que a mesmas enfrentam com a falta de uma política de incentivo voltada a pesquisa e desenvolvimento tecnológico no campo de defesa, sem contar os inúmeros cortes orçamentários que enfrentam nossas forças armadas, e isso impacta diretamente nas empresas nacionais que desenvolvem projetos destinados ao mercado de defesa.
“As Forças Armadas precisam cumprir suas missões e para isso necessitam de equipamentos operacionais. Num cenário de restrição orçamentária, a solução de melhor custo benefício é a Modernização & Revitalização que estende a vida útil e aumenta a disponibilidade dos equipamentos que as Forças Armadas já possuem. A Akaer traz também uma abordagem diferente da normalmente trazida pelas OEM’s e/ou fornecedores de equipamentos isolados. No caso da Akaer, as soluções adotadas são focadas nas análises de engenharia que, em um primeiro momento, permitam a revitalização e/ou extensão da vida operacional das soluções existentes, com um mínimo de intervenção”, segundo destaca o presidente e CEO da Akaer, Cesar Augusto Teixeira Andrade e Silva.
A equipe do GBN News agradece aos esclarecimentos e informações concedidas pela Akaer, deixando aqui nossas congratulações pelas conquistas que a empresa vem colecionando ao longo de sua existência, e ficamos no aguardo do convite para conhecer as instalações da empresa voltadas a esse novo desafio que é a produção das novas asas do P-3AM da Força Aérea Brasileira.
Em breve pretendemos realizar uma visita ao Esquadrão Orungam e conhecer um pouco mais das particularidades envolvidas nas operações de Patrulha Marítima desenvolvidas por aquela OM, trazendo aos nossos leitores um pouco mais de conhecimento e da doutrina desse importante esquadrão de nossa Força Aérea Brasileira.
Uma das nossas gratas surpresas durante nossa
cobertura da LAAD 2019, foi conhecer melhor o sistema TA-2 “Armadillo”,
desenvolvido e produzido pela brasileira Mac Jee, empresa nacional que utilizou
recursos próprios para o desenvolvimento deste sistema que despertou o
interesse de diversas delegações que visitaram esta edição da LAAD.
Conversamos com Gerente de Projetos, Emerson
Rosa, que nos esclareceu um pouco mais sobre as características do sistema, o
qual deu especial atenção ao fato da Mac Jee ter realizado todo investimento
com recursos próprios, algo que podemos considerar uma imensa conquista, primeiro
se considerarmos os imensos custos e desafios enfrentados pela indústria nacional
de defesa, segundo, por se tratar de um desenvolvimento independente de
qualquer programa das forças armadas, uma aposta e tanto.
Quando
questionado sobre os maiores desafios que encontraram neste projeto, Emerson
disse que o maior obstáculo encontrado durante o processo foi a escassez de mão
de obra especializada, sendo uma grande lacuna no Brasil, onde é extremamente difícil
encontrar engenheiros capacitados para desenvolver sistemas de defesa,
principalmente pela ausência de cursos específicos nas universidades
brasileiras voltados para este estratégico setor
O sistema
Armadillo TA-2 foi desenvolvido para oferecer ao mercado um sistema compacto de
lançador de foguetes, representando uma capacidade de apoio de artilharia com
foguetes de grande mobilidade e considerável poder de fogo, isso tudo somado a
facilidade de conduzir o meio ao teatro de operações, sendo aerotransportável.
O sistema que conta com tripulação de apenas dois homens, sendo um motorista e
um operador, conta com uma suíte eletrônica que entrega a capacidade de
designação de alvos até 10 quilômetros, tanto de dia quanto a noite, contando
com sistema de nivelamento do veículo automático, capaz de realizar lançamentos
em 360º, empregando duas cargas de 48 foguetes SBAT 70mm ou Mk.66, a qual é
remuniciada automaticamente.
Foto: Luiz Gomes - GBN News
O sistema tem
como grande solução a garantia de discrição, onde o sistema de lançamento fica retraído
dentro da viatura portadora, com isso o inimigo não consegue identificar a
aplicação da viatura, sendo este o objetivo maior do projeto. Apenas no momento
do lançamento é que a viatura expõe o sistema lançador de foguetes, oferecendo
uma grande versatilidade de emprego, com grande mobilidade. Para termos uma
ideia do que isso representa, entre a parada e o lançamento dos foguetes, o
sistema leva apenas 60 segundos, possibilitando uma rápida tomada de posição de
tiro e posterior evasão do local, conferindo um alto índice de sobrevivência
com relação a resposta inimiga ao ataque.
O protótipo que
conferimos no stand montado na LAAD, está montado sobre uma viatura HUMVEE 6.5L
V8, porém, o Emerson esclareceu que o objetivo não é oferecer o sistema com
esta plataforma, ficando a cargo do cliente a escolha da plataforma na qual
será integrado o sistema, sendo apenas requerido que a plataforma escolhida
atenda alguns requisitos mínimos para que possa receber o envelope.
Foto: Luiz Gomes - GBN News
Emerson nos
contou que entre o início do desenvolvimento deste conceito e a produção do
primeiro protótipo, a Mac Jee demandou dois anos de pesquisa e desenvolvimento,
alcançando o nível de maturidade em que se encontra o sistema, sendo um sistema
inteiramente nacional. O sistema de comunicação do TA-2 é fabricado pela IMBEL,
que também é fornecedora do material para produção dos foguetes SBAT-70 e Mk.66
oferecidos no pacote pela Mac Jee, algo que é muito positivo e torna uma
solução atraente as nossas forças armadas.
O TA-2
Armadillo irá iniciar uma série de avaliações no CAEX, onde o Exército
Brasileiro irá realizar um intenso programa de avaliações que irá resultar na
homologação deste moderno sistema desenvolvido no Brasil. Segundo nos foi
informado, a Mac Jee já possui um cliente para o sistema, porém, devido as
cláusulas contratuais não pode revelar o nome do primeiro operador do “Armadillo”.
Além deste cliente, durante a LAAD foi demonstrado um forte interesse por várias
delegações da América Latina e África, o que sinaliza um vasto mercado para
essa indústria brasileira, principalmente se levarmos em consideração o custo
de aquisição do mesmo, chegando à aproximadamente ¼ do custo de uma viatura
lançadora da família ASTROS.
Foto: Luiz Gomes - GBN News
O sistema “Armadillo”
é uma atraente opção para dotar as forças armadas brasileiras, em especial o
Corpo de Fuzileiros Navais, sendo uma viatura capaz de prestar apoio as
operações de desembarque, sendo um sistema interessante para apoiar as tropas,
principalmente pelo caráter expedicionário da instituição e as características
que apresenta o sistema TA-2 “Armadillo”, provendo ao CFN a capacidade de apoio
de fogo de artilharia com alta mobilidade, sendo um sistema de logística
simplificada e conteúdo nacional, o que torna muito baixo e atraente os custos
de operação.
Agradecemos ao Emerson por
nos receber e esclarecer um pouco mais para nosso público sobre este sistema
inovador desenvolvido por brasileiros com tecnologia nacional e que tende a ser
um grande sucesso no mercado de defesa.
Na última quarta-feira (3) durante nossa
cobertura da LAAD 2019 visitamos a SIATT, objetivando trazer ao nosso público
maior conhecimento a respeito do desenvolvimento do nosso míssil anti-navio
nacional, o MANSUP, e trazer um panorama
sobre os desafios e conquistas deste importante programa de desenvolvimento
nacional, uma das grandes apostas da Marinha do Brasil e da indústria nacional
de defesa, reunindo no mesmo programa a SIATT, Avibrás, Omnisys.
Fomos recebidos por Rogério Salvador, um dos
sócios fundadores da SIATT, que nos concedeu uma esclarecedora entrevista ao
GBN Defense, a qual vocês conferem.
GBN Defense: Boa tarde Salvador, obrigado por
nos receber aqui em seu stand, e como mídia especializada, gostaríamos de conhecer
e compartilhar com nosso público um pouco sobre os desafios iniciais que a
SIATT enfrentou no desenvolvimento do MANSUP?
Rogério Salvador – SIATT: Bem, a SIATT
começou como pessoa jurídica em 2015, já recebendo em 2017 a incumbência da
Marinha do Brasil de dar continuidade ao trabalho que estava sendo desenvolvido
no que diz respeito a seção de controle e guiamento do MANSUP.
O primeiro desafio foi reunir a equipe que
possuía a experiência e sua capacidade de trabalhar em grupo, era fundamental
para o sucesso do projeto. Nós tínhamos apenas um ano para fazer um trabalho
que era uma demanda enorme.Sabíamos que
não eram só as estruturas verticais, a empresa tinha que fornecer uma
metodologia de trabalho supervisionada pelas estruturas verticais, porém, o que
iria funcionar seria exatamente a estrutura horizontal, quer dizer, a
experiência das pessoas associada a capacidade de trabalhar em conjunto. Então
esse foi o primeiro desafio.
O segundo desafio foi nos instalar de uma
maneira rápida e criar o ambiente de trabalho, as facilidades, os equipamentos,
as bancadas, enfim, os meios produtivos, os meios de testes necessários para em
um ano desenvolver e produzir nossa parte no MANSUP. Isso foi possível por que
nós conseguimos organizar um arranjo produtivo no parque tecnológico de São
José dos Campos, o que facilitou muito. Onde já encontramos uma área
disponível, já conseguindo acelerar o projeto.
O terceiro desafio esse sim foi tecnológico,
onde já existiam os gargalos do projeto que precisariam ser atacados e que nós
tivemos a felicidade de reunir as competências e resolver esses gargalos dentro
dos prazos acordados com a Marinha do Brasil.
Então basicamente é isso, o primeiro foi
encontrar pessoas capacitadas, segundo os meios e processos e em terceiro o
trabalho técnico propriamente dito, para resolver os gargalos que existiam no
projeto.
GBN Defense: Tendo estes três desafios, como foi
o trabalho propriamente dito na parte técnica do programa? Uma vez que o
programa é desenvolvido com outras indústrias de defesa, como aAvibrás, a Omnisyse a Fundação EZUTE.
Rogério Salvador – SIATT: Sim, a Avibrás,
Omnisys e a Fundação Ezute também participam do desenvolvimento, com a Fundação
Ezute que apoia a Marinha do Brasil no gerenciamento do projeto. O trabalho em
equipe também ocorreu entre as empresas que atuam no programa, sendo algo
necessário. Sob a gestão da Marinha nós conseguimos ir nos ajustando aos cronogramas
e meios disponíveis, inclusive os meios de testes, de tal modo que a coisa
ficasse bem sincronizada.Então foi um
exercício importante que requereu habilidade para conciliar naturalmente as
disponibilidades e as necessidades de cada uma das empresas envolvidas. Mas
valeu a pena e o resultado vemos aí.
GBN Defense: Sabemos que todo projeto em determinado
momento atinge a fase de amadurecimento e entra na fase de testes, onde se avalia na prática todo desenvolvimento realizado, abrindo uma nova fase no
desenvolvimento. Com relação a isso, foi
realizado até agora o primeiro e segundo teste de lançamento do míssil, devendo
ser realizado um terceiro teste que antecederá o início da produção do MANSUP. Qual foi o maior desafio no aperfeiçoamento do projeto e
como é a transição em cada fase do projeto? Qual a diferença em cada uma dessas
fases?
Rogério Salvador – SIATT: em primeiro lugar
eu devo ressaltar o planejamento ao longo dessas missões, porque são missões
que envolvem muitos meios, vários navios, vários helicópteros. É uma missão que
de fato mobiliza meios importantes. Então é preciso ser muito bem planejado. As operações foram planejadas e conduzidas pela Marinha, permitindo uma questão essencial que é obter os dados do lançamento.
O míssil de certa forma é como um palito de
fósforo, você risca e não volta mais, então ele precisa funcionar, sendo
fundamental que os dados sejam coletados em tempo real, porque depois que o
fósforo apagou já era...
Nossa equipe tem uma experiência de mais de
250 lançamento de mísseis acumulados ao longo de cerca de 25 anos, então
acontece que a Marinha do Brasil está usufruindo de uma maturidade de projeto e
de ensaios e testes que vem sendo formado nos últimos 25 anos. Conseguimos
resgatar com a SIATT o trabalho antes executado pela MECTRON, de modo que o
primeiro critério de sucesso no lançamento é que se conseguiu adquirir todos os
dados necessários, a partir desses dados se possui os elementos para realizar
os ajustes e evoluções. Então eu digo a você o seguinte, é um trabalho que foi
executado de maneira muito satisfatória e nosso cliente, a Marinha do Brasil, é
testemunha disso, e o que eu posso me aprofundar com vocês é isso, foi feito
profissionalmente com o planejamento adequado, com os meios liberados pela
Marinha e com resultados excepcionais.
GBN Defense: Como basicamente funciona o MANSUP?
Rogério Salvador – SIATT: Bom, basicamente os
sensores do navio detectam e identificam a ameaça, o sistema então alimenta o
míssil com as informações de posição angular e a distância angular do alvo. A
partir daí o míssil com as informações do alvo é disparado, nessa primeira fase
de voo ele é guiado através de um sistema inercial, o qual usa o radar
altímetro para determinar seu padrão de voo, na fase final do voo, quando o
míssil entra na zona estimada do alvo, é ativado o sistema de busca radar que
leva o míssil até o alvo, com isso minimizando a capacidade do inimigo de
detectar a aproximação do míssil, o que reduz a ameaça de contramedidas pelo
alvo.
GBN Defense: Como é realizado o desenvolvimento
e testes antes do lançamento e produção do míssil?
Rogério Salvador – SIATT: Bem, nós realizamos
uma série de testes em laboratório, testamos várias variáveis do projeto e
desenvolvemos uma série de testes que nos fornecem dados, são milhares de
simulações antes do lançamento.
Colocamos o Hardware em testes de bancada com
o software para avaliar o comportamento deles, para isso temos diversos
processos que nos possibilitam obter dados importantes antes do lançamento,
pois há necessidade de se maximizar ao máximo os resultados durante essa fase
para que obtenhamos sucesso no lançamento, principalmente tendo em vista os
custos envolvidos com um lançamento real.
Para isso desenvolvemos expertise em, onde buscamos
testar o maior número possível de hardwares em laboratório, e o comportamento
destes simulando um lançamento, onde estes funcionam da mesma forma que em um
lançamento real, com isso obtemos importantes dados de como interagem os hardwares
e o software, algo que economiza muitos recursos, com o Hardware in the Loop
(HIL), tendo sido desenvolvido pela SIATT para realizar os testes que são de
grande importância no desenvolvimento do MANSUP.
GBN Defense: Quais as perspectivas que a SIATT
vislumbra com o MANSUP no mercado externo, tendo em vista que há um amplo mercado,
não só para o fornecimento à Marinha do Brasil, uma vez que existem diversas
marinhas que operam com plataformas do Exocet Block I e Block II, o que permite
também o emprego do MANSUP com estes sistemas?
Rogério Salvador – SIATT: Bom, essencialmente
a Marinha do Brasil tem um plano de evolução para o MANSUP, o qual inclui a
utilização em plataformas aéreas e submarinas, e o detalhamento desse plano a
Marinha pode lhe dar mais informações. Mas
de uma maneira geral com respeito ao mercado, nós temos sim, tanto a Marinha do
Brasil, quanto as empresas envolvidas no programa de desenvolvimento, tem
recebido várias consultas de países usuários do Exocet, que hoje se deparam com
uma lacuna com a saída do Exocet Block I e Block II do mercado, e existem sim
as instalações nos navios e um “apetite” por suprir essas forças com o MANSUP,
principalmente por ser compatível em desempenho com o Exocet Block II. Isso é
um fato, as consultas têm acontecido, e a nossa expectativa é que após essa
fase inicial onde a Marinha ainda está fazendo a qualificação do produto em
suas embarcações, haverá então o primeiro lote que a Marinha reservará para si,
e então deverá permitir a possibilidade de produção com vistas a exportação.
GBN Defense: Com relação ao inicial da produção,
já existe uma previsão para que ocorra o início da produção em série?
Rogério Salvador – SIATT: O primeiro lote
será destinado a Marinha do Brasil, e ela ainda está definindo o número de
mísseis que serão produzidos neste primeiro momento, e o período que isso irá
ocorrer. Após satisfazer a necessidade inicial da Marinha, e esse tempo ainda
será definido pela Marinha do Brasil para que possamos exportar.
GBN Defense: Com relação aos projetos, fora o
MANSUP, quais outros projetos que a SIATT desenvolve?
Rogério Salvador – SIATT: Temos o programa do míssil anti-carro, o MSS
1.2, desenvolvido com o Exército Brasileiro, com o míssil também sendo adotado
pelos fuzileiros navais, esse é míssil de curto alcance, atingindo até 3Km,
sendo guiado à laser, onde um único operador com marcador laser é capaz de
utilizar o sistema, é um projeto muito interessante que trouxe muita maturidade
à equipe, hoje o MANSUP se beneficia diretamente de outros projetos de mísseis
que já foram feitos, e a empresa possui um planejamento estratégico que não só
trata da parte de armamento, mas também de toda parte de integração desses
armamentos as várias plataformas, então temos sistemas de missão para navios,
aeronaves e carros de combate. Além disso, nós temos um plano de desenvolvimento
dessas atividades e este plano está sendo detalhado e esmiuçado internamente
pelo nosso conselho diretor, e esse plano trienal, sendo que 2019 é o primeiro
passo dele, e surpresas virão com novos produtos e iniciativas em breve.
GBN Defense: E com relação as capacidades da
finada MECTRON, há algum projeto que seja de interesse da SIATT?
Rogério Salvador – SIATT: Na verdade sim, nós
temos o mais importante que são as competências da equipe, e tipicamente a
propriedade intelectual dos projetos que estavam em andamento com a MECTRON são
propriedade do governo brasileiro. Assim, se juntarmos as equipes e a
propriedade intelectual que pertence ao governo, a qualquer momento havendo
interesse de reativar qualquer projeto, a SIATT está sem dúvida preparada para
essa demanda.
Agradecemos à entrevista concedida por
Rogério Salvador ao nosso editor Angelo Nicolaci e o apoio de toda equipe da
SIATT, com agradecimento especial a Engenheira Julia, que nos demonstrou como
são realizados os testes HIL, inclusive produzimos um vídeo bastante
esclarecedor com a parceira do “Canal Arte da Guerra” sobre os testes Hardware
in the Loop (HIL) e você confere clicando aqui.
A Turkish Aerospace Industries (TAI) trouxe ao Brasil seu moderno helicóptero de ataque, realizando um tour de apresentação da aeronave no Brasil, onde o T129 ATAK realizou uma apresentação em voo durante sua passagem por Taubaté, sendo avaliado por pilotos brasileiros no Batalhão de Aviação de Exército (BAvEx). Além da apresentação em Taubaté, o "Turco" poderá ser visto de perto em exposição estática durante a edição deste ano da LAAD, maior evento do setor de defesa na América Latina.
O T129 ATAK é um helicóptero criado para atender um requerimento da Turquia, com objetivo de prover as suas forças uma aeronave de ataque e reconhecimento tático robusta e capaz de operar nas mais variadas condições climáticas e altitudes. O projeto teve por base a plataforma do europeu Agusta A129 Mangusta, possui uma avançada aviônica,contando com uma tripulação de dois homens dispostos em tandem.
A aeronave incorpora um grande número de avanços se comparada ao projeto do "Mangusta", tendo se tornando um letal oponente no moderno campo de batalha, sendo apontada como um dos melhores custo/benefício da categoria, tem sido avaliado por vários países desde seu lançamento.
O Exército Brasileiro vem há alguns anos realizando estudos e avaliações com vistas a aquisição deste tipo de aeronave para dotar sua aviação com um helicóptero de ataque e reconhecimento, onde estuda várias opções no mercado internacional. Mirando esse programa brasileiro, a TAI apresenta a aeronave pela primeira vez no Brasil, tendo despertado a curiosidade e interesse pela aeronave.
Durante a LAAD 2019, iremos conferir de perto o T129 e buscar informações sobre as impressões que a aeronave deixou em sua passagem pelo BAvEx.
Nosso grande amigo Luiz Reis, lançou um artigo muito interessante que traz dados importantes sobre o histórico desta aeronave que entra na "briga" para dotar a Aviação do Exército Brasileiro com este tipo de aeronave, basta clicar aquie conferir.
A Mac Jee, empresa brasileira do setor de Defesa, apresentará com exclusividade durante a LAAD Defence & Security, as novas funcionalidades do sistema Armadillo TA-2. A empresa nos informou que durante esta edição da LAAD os visitantes poderão conhecer o protótipo do exclusivo e inovador sistema de posicionamento e lançamento de foguetes da desenvolvido pela empresa brasileira, além de conferir as funcionalidades por meio de animações.
O sistema Armadillo TA-2 foi desenvolvido e patenteado pela Mac Jee para oferecer ao mercado um sistema compacto, que atenda as demandas pelo uso de carros menores para suportar lançadores de foguetes. O sistema da Mac Jee será construído e montado já a partir do segundo semestre de 2020.
Entre as novas funcionalidades agregadas ao projeto inicial do Armadillo TA-2 estão: Sistema de conduta de tiro optrônico, desenvolvido com capacidade de designação de alvo até 10 quilômetros, tanto de dia quanto a noite; Mastro optrônico retrátil; Sistema de nivelamento do veículo eletrônico automático; Computador de Bordo touchscreen, permitindo a operabilidade do sistema completo desde a cabine do veículo.
A plataforma de lançamento opera em 360º e carrega três módulos, cada um contendo 16 foguetes de 70 mm, totalizando 48 disparos, contando com mais 32 foguetes em um compartimento de recarregamento automático. O sistema pode ser operado manualmente ou de forma automática e foi projetado para retrair integralmente no veículo durante a fase não ofensiva.
Por ser totalmente retrátil, o sistema fica totalmente escondido, fazendo com que o veículo seja confundido com um veículo de patrulha 4x4 padrão. Além disso, mantém a eficiência em qualquer condição meteorológica, mesmo em situações extremas como tempestades de areia, fortes chuvas ou frio extremo, ou variedades de terrenos.
O protótipo foi instalado no veículo da empresa americana AM General, modelo M1152 HMMWV e deve entrar em fase de testes no CAEX (Centro de Avaliações do Exército), no Rio de Janeiro.
Além desse protótipo, a Mac Jee já prepara novas versões do sistema lançador de foguete, como um veículo de comando e controle e um veículo de observação avançada.
“O Armadillo TA-2 é o veículo leve com maior poder de fogo do mundo, podendo disparar tiros diretos até dois quilômetros sem estabilização e até dez quilômetros em tiros de artilharia indireta. Esse é um novo conceito que a Mac Jee passa a oferecer ao mercado, representando um novo marco ao setor de Defesa”, destaca o CEO da Mac Jee, Simon Jeannot.
Com o sistema de recarga automática, o Armadillo TA-2 mostra-se também mais rápido, seguro e eficiente para operações de combate. O sistema de nivelamento elétrico e automático garante a estabilidade do veículo em missões, com tiros de artilharia precisos.
Características de cada módulo TA-2 (casulo)
16 foguetes de 70mm, oferecendo maior segurança e proteção maximizada
Transporte fácil e seguro
Revitalização possível
Armazenamento eficiente
Manutenção Otimizada
3 módulos na plataforma de lançamento + 2 módulos no compartimento de munições
80 FOGUETES carregados num único veículo
Utilização rápida e eficiente
Múltiplas aplicações em operações:
Reforço de patrulhamento
Avançado posto de artilharia
Suporte para lançadores de foguetes de calibre maior
Complemento à bateria da Artilharia
Monitoramento de fronteiras
Operações especiais
O GBN News irá conferir de perto o sistema durante a cobertura da LAAD 2019, o maior evento voltado ao setor de defesa da América Latina, trazendo para você um conteúdo ímpar sobre todos os lançamentos e informações que irão surgir durante o evento.