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sábado, 5 de outubro de 2013

Ataque a posto militar mata 15 no sudoeste de Tripoli

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Homens armados atacaram neste sábado um posto militar localizado a sudoeste de Tripoli, matando 15 soldados e ferindo outros cinco, informou a agência estatal de notícias da Líbia. De acordo com uma autoridade do exército, os agressores estavam em veículos equipados com metralhadoras.
 
A estrada que liga as cidades de Tarhuna e Bani Walid, onde fica o posto militar, foi fechada imediatamente depois do atentado, na tentativa de rastreá-los. A autoridade informou que o ataque ocorreu na área de Wishtata, a cerca de 60 quilômetros da entrada de Bani Walid. A cidade foi um dos últimos redutos de partidários do ditador Muamar Kadafi durante a guerra civil de 2011 e foi tomada por milícias pró-governo no ano passado.
 
Mais recentemente, a Líbia enfrentou uma onda de ataques contra autoridades militares, ativistas, juízes e agentes de segurança. Boa parte da violência é infligida por grupos armados com origens no movimento anti-Kadafi.
 
Fonte: Associated Press.
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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Síria e Líbia: semelhanças e diferenças em dois casos de intervencionismo

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À medida que as lideranças mundiais caminham na direção de uma intervenção militar na Síria, vêm à tona os problemas da legalidade, dos caminhos e das consequências de uma ação externa para conter um conflito interno. A situação síria, tornada crítica pelo uso de armas químicas contra a população civil, representa um delicado xadrez para a comunidade internacional, mas esta dispõe de um exemplo recente de comparação: a Líbia.
 
Em 2011, mesmo ano do início dos conflitos na Síria, também os líbios viviam sua manifestação própria da chamada 'Primavera Árabe'. Mas os protestos, tal como na Síria, logo evoluíram para violentos confrontos entre forças do regime e da oposição. Diferentemente da Síria, no entanto, cedo a Líbia se tornou alvo de uma intervenção, que durou mais de meio ano e teve como resultado a mudança de rumo do conflito, vencido pelos rebeldes que desafiavam o regime do coronel Muammar Kadafi.
 
Origens e desenvolvimentos das guerras civis
Os protestos na Líbia começaram em fevereiro de 2011, cerca de um mês antes das manifestações na Síria. Politicamente, a situação de ambos os países era relativamente similar: a Líbia vivia havia 40 anos em um regime altamente centralizado e não constitucional liderado por Kadafi, ao passo que a Síria vive o mesmo tempo sob a égide dos Assad.
Diferentemente do curso dos eventos no país do Oriente Médio, todavia, rapidamente os conflitos tomaram forma de violentos confrontos entre as forças de Kadafi e dos rebeldes.
Mais que isso: cedo se observou uma forte disparidade entre os lados do conflito. Embora saibamos que o Exército é muito mais forte que os rebeldes sírios, o gradiente de poder era mais radical na Líbia, de modo que, em poucas semanas, os insurgentes estavam sendo esmagados.
Além de uma situação humana relativamente mais drástica que na Síria, na Líbia também havia a diferença dos interesses externos. Na Síria, o presidente Assad é aliado de Rússia e China, e sua oposição é próxima de aliados das potências ocidentais. Na Líbia, o coronel Kadafi e seu governo autocrático já não mais nutriam grandes laços com as grandes potências ocidentais ou orientais, e todos - em especial os europeus - tinham interesse nas reservas de petróleo do país africano.
 
Desafios e resultados do intervencionismo na Líbia
Essas diferenças - de disparidade de forças, interesses em jogo e laços de aliança - permitiram que a comunidade internacional chegasse cedo a uma ação na Líbia. Em 17 de março, poucas semanas depois do início dos conflitos, o Conselho de Segurança se reuniu e aprovou a resolução 1973 que autorizava uma intervenção internacional para conter as contínuas mortes na Líbia. A resolução estabelecia um embargo de armas a Kadafi, criava uma zona de exclusão aérea no país, mas impedia que as forças internacionais enviassem tropas para o solo africano.
A resolução foi encabeçada por França e Reino Unido, a dupla europeia que mantém a postura mais favorável a uma intervenção hoje na Síria. Os Estados Unidos esquivaram-se do protagonismo, mas votaram a favor da resolução, que acabou aprovada com 10 votos a favor e cinco abstenções (levando em conta membros permanentes e rotativos). Rússia e China, que hoje bloqueiam qualquer resolução mais incisiva sobre a Síria, abstiveram-se da decisão líbia, abrindo caminho - mas não participando - da intervenção. (O Brasil também se absteve.)
Em termos de objetivo, aquilo a que a resolução 1973 se propôs e aquilo a que a comunidade ocidental hoje propõe compõem objetivos similares: interromper a chacina de civis, e não contribuir para a “mudança de regime”, como têm afirmado os Estados Unidos. Foi assim que, no dia 19 de março, aviões e navios se aproximaram da costa líbia e começaram a intervenção, liderada pela Otan.
Mas a intervenção líbia, ainda que destinada à interromper as mortes, foi decisiva para enfraquecer as tropas de Kadafi e, ao mesmo tempo, possibilitar que os rebeldes, recebendo ajuda independente internacional, se fortalecessem e avançassem sobre o oeste líbio dominado pelo coronel. Este novo ordenamento de forças durou meses e teve como ápice o outubro de 2011, que no dia 20 viu Kadafi ser encurralado e morto na cidade natal de Sirte, dias depois da queda de Trípoli para os rebeldes. A intervenção simbolicamente terminou no dia 31, pouco depois da queda de Kadafi.
 
Desafios e resultados de um intervencionismo na Síria
Assim, olhando em retrospecto, a intervenção líbia apresenta muitas semelhanças, mas essenciais diferenças com a possível intervenção síria. A Síria dificilmente será um caso de acordo no Conselho de Segurança, o que retira o respaldo da ONU para qualquer ação, que recairia sobre os ombros de um movimento multilateral independente, mais caro e certamente mais polêmico.
A intervenção líbia também durou vários meses, e nisso parece diferir essencialmente das principais especulações americanas, que falaram na sexta, 30 de agosto, em uma “ação limitada e estreita”. O objetivo é o mesmo: interromper a chacina de civis, mas isso poderia também configurar uma especial dificuldade na Síria. Encravado no coração do Oriente Médio, o país tem acesso mais complexo que a Líbia e suas maiores cidades estão a poucos quilômetros de outros importantes atores regionais, como Líbano, Turquia e Turquia. Essa contiguidade aumenta o grau de complexidade da intervenção e da necessidade de precisão da mesma.
E quais seriam a consequências da intervenção? E se a intervenção para “proteger a população” resultasse, pouco a pouco, no enfraquecimento das tropas de Assad e, pouco depois, na vitória rebelde? Que impactos isso traria às relações do Conselho de Segurança? E qual seria o destino de Assad e sua elite política numa Síria dos rebeldes? E como estes seriam julgados pelos crimes de que são acusados por Assad?
Isso compõe um quadro que talvez configure a principais diferença entre Líbia e Síria. Na Líbia, a ação foi tomada rapidamente e não permitiu que inúmeros casos de acusações mútuas de atrocidades compusessem um quadro complexo para a justiça do pós-guerra. E esse é o caso da Síria: renegada e ignorada, e incapaz de resolver sua própria crise, sua intervenção tem, ao menos em teoria, o poder de gerar consequências igualmente delicadas e polêmicas.
 
Fonte: Terra Notícias
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terça-feira, 5 de junho de 2012

Milícia armada da Líbia cerca aeroporto de Trípoli

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Uma milícia líbia cercou o aeroporto internacional de Trípoli na segunda-feira, forçando os voos a serem desviados para o aeroporto militar da capital, afirmou uma autoridade de segurança.

Segundo a autoridade, a milícia, chamada de Brigada al-Awfea, da cidade de Tarhouna, 80 quilômetros a sudeste de Trípoli, exigiu a libertação de um de seus líderes, que eles afirmaram ter desaparecido na noite passada.

"A situação no aeroporto é muito tensa e tanques estão cercando os prédios. Não é permitida a entrada de ninguém dentro do edifício", afirmou o oficial, que não quis ser identificado.

Um oficial da alfândega do aeroporto afirmou que os voos foram cancelados e os aviões que entrariam no país foram desviados para o aeroporto Mitiga de Trípoli.

O porta-voz do atual governo do Conselho Nacional de Transição, Mohammed al-Harizy, disse que o chefe da milícia Coronel Abu Oegeila al-Hebeishi foi sequestrado por rebeldes armados desconhecidos, enquanto viajava entre Tarhouna e Trípoli na noite de domingo.

Presidente líbio negocia com rebeldes a evacuação do aeroporto de Trípoli

O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mustafa Abdel Jalil, iniciou negociações diretas com os milicianos que invadiram nesta segunda-feira o aeroporto de Trípoli em protesto pelo suposto sequestro de seu líder. Segundo disseram à Agência Efe fontes ligadas à negociação, Abdel Jalil prometeu aos invasores a abertura imediata de uma investigação sobre o desaparecimento de Abu Ayila al Hubshi, líder da brigada Al Awfiya.

No entanto, os milicianos rejeitaram abandonar o aeroporto internacional até que se conheça o paradeiro de seu líder.

O aeroporto internacional de Trípoli desviou nesta segunda-feira seus voos ao aeroporto de Matiga, situado também na capital da Líbia, depois que homens armados dessa milícia invadiram o local.

Segundo informaram à Agência Efe funcionários do aeroporto, os milicianos bloquearam os aviões com veículos que levam armamento pesado e combatentes com armas automáticas leves.

Os invasores também queimaram vários veículos de transporte em protesto pelo desaparecimento de Abu Ayila al Hubshi.

Para mostrar sua disposição a negociar, os milicianos retiraram parte dos veículos blindados e do armamento pesado das pistas do aeroporto, segundo a Agência Efe pôde constatar. No entanto, o tráfego aéreo segue interrompido.

A ausência de corpos de segurança estatais eficazes favorece este tipo de protesto por parte das milícias líbias que nasceram durante o levante armado que acabou com o regime de Muammar Kadafi e que continuam operativas.

No último dia 8 de maio, um grupo de milicianos que protestava pela falta de pagamento de indenizações prometidas pelo Conselho Nacional de Transição (CNT) lançou um ataque armado contra a sede do Executivo, no qual morreram duas pessoas.

Após essa agressão, o primeiro-ministro transitório líbio, Abderrahim al Kib, insistiu na necessidade de pôr fim à livre circulação de armas no país e advertiu sobre os perigos da presença incontrolada de armas.

Fonte: Reuters / EFE
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Líbia fora de controle

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Após a derrubada e assassinato do líder Muammar Al Kadafi, o estado Líbio mergulha em uma crise de segurança interna. As milícias que tem dominado a Líbia desde a queda do Líder Kadafi, estã fora de controle, há relatos de execuções sumárias, torturas e outros crimes contra os direitos humanos.

Mais uma vez temos como resultado de uma intervenção internacional irresponsável a retirada de uma liderança que mantinha de certa forma a lei e ordem dentro de uma nação para substituir pela anarquia e desordem. Exemplos como o Iraque que ainda enfrenta dificuldades em oferecer segurança ásua população.

Conforme cita o relatória da Anistia Internacional, as milícias estão fora de controle, propagando insegurança e dificultando a implantação de instituições do Estado. 

Os imigrantes e os refugiados africanos também foram alvo dos abusos, enquanto as autoridades não fizeram esforços para investigar e processar os responsáveis, acrescenta.

'Há um ano, os líbios arriscaram a vida para exigir justiça. Hoje, suas esperanças se veem prejudicadas por milícias armadas ilegais que pisoteiam os direitos humanos com impunidade', assinala o relatório divulgado hoje.

O governo atual exibe paralísia em relação á investigação e punição das transgressões dos direitos humanos no país, além de demonstrar falta de controle sobre as milícias atuantes no país.

Como já haviamos alertado durante a operação que culminou na derrubada e morte de Kadafi, a Líbia tem mergulhado em um mundo de incertezas e caos, uma vez que o país enfrenta um grave problema de coesão nacional devido ao perfil tribal que rege aquele povo.


Angelo D. Nicolaci

Fonte: GeoPolítica Brasil
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domingo, 20 de novembro de 2011

Missão da Otan na Líbia termina com êxito militar e custo diplomático

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Tropas da Otan deixam o país africano depois de sete meses de ação militar. Para chefe da aliança, mandato histórico foi "bem-sucedido". Por outro lado, críticos dizem que missão deixou como herança racha diplomático.

Foram sete meses de missão: nesta segunda-feira (31/10), a aliança militar internacional transfere a responsabilidade pela segurança da Líbia ao Conselho Nacional de Transição. Paralelamente, o mandato das Nações Unidas chega ao fim – a zona de exclusão aérea e a autorização para ação militar com finalidade de proteger a população do país africano também expiram.

O país agora é livre e Kadafi está morto. Depois de os rebeldes terem tomado o poder e assassinado o ditador, que ficou no comando por quatro décadas, a Otan não tem mais nada a fazer na Líbia.

"A nossa missão está cumprida", disse Anders Fogh Rasmussen, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo ele, o "mandato histórico" das Nações Unidas foi cumprido por completo e essa teria sido "uma das missões mais bem-sucedidas da história da Otan".

No entanto, o fato de a morte de Kadafi ainda não ter sido totalmente esclarecida e de o corpo do ditador ter sido exposto publicamente podem comprometer tal sucesso. Segundo Alain Juppé, ministro francês do Exterior, a morte de Kadafi não era o objetivo da ação. "O nosso alvo era forçá-lo a renunciar", completou.

Alto preço diplomático

Dentre os 28 países ligados à Otan, doze participaram diretamente da missão militar na Líbia, liderados pela França, Reino Unido e Estados Unidos. A Alemanha decidiu votar contra a ação no Conselho de Segurança e, por isso, despertou a irritação de alguns membros da aliança.

Desde março, os aviões da Otan sobrevoaram o país africano cerca de 26 mil vezes – a aliança administrou a área de exclusão aérea, bombardeou as tropas de Kadafi e os locais de armazenamento de armas, além de ajudar os rebeldes a abrir caminho rumo à tomada do poder. Nenhum soldado da Otan foi morto durante a missão. Entre os combatentes rebeldes e os aliados de Kadafi, o número de vítimas continua incerto - pode chegar aos dez mil.

Para Thomas Jäger, professor de política internacional da Universidade de Colônia, a missão militar na Líbia foi, sem dúvidas, bem-sucedida. "Politicamente, no entanto, o efeito é outro. A resolução líbia provocou um profundo racha entre os que lideraram a ação, como Reino Unido, França e Estados Unidos, e aqueles que se abstiveram, como China, Rússia, Brasil e Alemanha", analisa.

Além disso, a União Europeia (UE) viveu uma situação embaraçosa ao não adotar um discurso único. "A UE não tinha condição de lidar com um conflito à sua porta. A missão teve um alto preço diplomático", completa Jäger.

Armas químicas

A Otan também não deveria adotar a ação na Líbia como modelo para o futuro – afinal,, nem todas as missões podem ser conduzidas apenas por ar e com risco relativamente baixo, sem presença de tropas terrestres.  Segundo Robert Gates, ex-ministro norte-americano da Defesa, a missão na Líbia deixou os problemas da Otan mais visíveis. para ele, existem alguns países da Otan que absorvem os encargos e riscos das missões, e outros que "usam as vantagens da aliança, mas não gostam de assumir os riscos".

Thomas Jäger vê ainda outro problema na missão na Líbia: a aliança militar extrapolou o mandato das Nações Unidas. A resolução 1973 da ONU permitiu que "todas as medidas necessárias" fossem tomadas para proteger a população civil líbia dos ataques das tropas de Kadafi.

A meta mais importante da missão, entretanto, veio à tona no 15 de abril, nas páginas do jornal britânico Times, do espanhol Fígaro e do norte-americano Washington Post : "Kadafi deve partir e para sempre", diziam o presidente norte-americano, Barack Obama, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Assim foi estabelecido um alvo de guerra que não fazia parte da resolução da ONU, explica Jäger. O fato de a Alemanha não ter participado da ação na Líbia é "justificável", diz o especialista. Não era óbvio que a missão correria tão bem para a aliança. Para a Otan, "o melhor cenário virou realidade" na Líbia.

Herança do regime

O comando líbio de transição confirmou neste domingo a existência de armas químicas na Líbia. O atual primeiro-ministro Mahmoud Jibril disse que a Líbia não tem interesse em manter o armamento e que aguarda a chegada de inspetores internacionais até o fim da semana para tomar conta da situação.

"Nós queremos assegurar a todos que a nova Líbia será pacífica e que não temos interesse em manter armas aqui", comentou Jibril. Na última semana, um enviado da ONU havia dito que armazéns clandestinos com armas químicas haviam sido localizados.

Uma resolução esboçada pela Rússia, que deve ser votada ainda nesta semana,  pede que as autoridades líbias destruam os estoques desse tipo de armamento num trabalho conjunto com a comunidade internacional.

Fonte: Deutsche Welle
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Na Líbia, luta armada pode durar mais que a revolução

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Muitos dos líderes das milícias que ajudaram a derrubar Muamar Kadafi estão abandonando a promessa de entregar as armas e agora dizem que pretendem preservar sua autonomia e influenciar as decisões políticas como "guardiões da revolução".

A questão das milícias é uma das mais urgentes enfrentadas pelo governo interino da Líbia, o Conselho Nacional de Transição (CNT). Dezenas de brigadas de voluntários armados surgiram em todo o país e muitas vezes elas respondem a conselhos militares locais, que se tornaram o principal órgão de governo em cidades como Misrata e Zintan, bem como na capital, Trípoli.

O primeiro-ministro Mahmoud Jibril sugeriu em uma entrevista coletiva na noite de domingo que, em vez de esperar que as milícias locais se dispersem, o CNT deve tentar incorporá-las para incluir seus representantes nas decisões.

"Ninguém quer desistir das armas agora e muitas tribos e cidades estão acumulando armas ‘caso necessitem’”, disse Mahmoud Shammam, porta-voz da diretoria do conselho.

Relatos de confrontos esporádicos entre as milícias, bem como o assassinato de muitos líderes civis e alguns combatentes por vingança, atestam a mudança das milícias de um papel em que apenas recusam a entrega de armas a outro em que desafiam continuamente a frágil autoridade política do conselho.

"Isto poderia levar a uma confusão, ao conflito entre os conselhos", disse Ramadan Zarmoh, 63 anos, líder do conselho militar de Misrata, que argumentou que a milícia da cidade deve ser dissolvida imediatamente após a criação de um novo Ministério da Defesa. "Se quisermos ter democracia, não podemos ter isso."

Sua opinião, no entanto, parece ser a da minoria. Muitos membros dos conselhos militares insistem que precisam permanecer armados até que uma nova Constituição seja ratificada, porque eles não confiam no fraco governo provisório para levar a Líbia à democracia por conta própria.

"Nós – o povo que atua no combate – é que temos o poder e não vamos abrir mão disso até que tenhamos um governo legítimo que surgirá a partir de eleições livres e justas", disse Anwar Fekini, um advogado franco-líbio que é líder dos grupos armados nas montanhas ocidentais e também está próximo aos principais líderes do CNT.

"Vamos garantir que seja implementada uma Constituição civil e um regime democrático no país", acrescentou, "e vamos utilizar todos os meios disponíveis para isso – principalmente nossas forças em campo”.

Líderes da milícia já demonstraram sua determinação em entrar no processo político. Antes de o governo provisório nomear um novo primeiro-ministro na noite de segunda-feira, os líderes locais de Misrata – falando sob a condição de anonimato para evitar uma disputa aberta com o conselho nacional – ameaçaram que, se não chegarem a acordo sobre um candidato que considerem satisfatório, os conselhos militares locais de cidades no oeste da Líbia poderiam interceder para decidir a questão.

A escolha para primeiro-ministro, Abdel Rahim el-Keeb, um engenheiro e empresário de Trípoli, satisfez as cidades ocidentais e resolveu a questão pacificamente. Mas as autoridades do CNT afirmam que a ameaça de intervenção em si compromete a transição para uma democracia civil, na qual as disputas são resolvidas com cédulas e não com armas.

Shammam disse que a intervenção armada "seria um desastre" e que a adoção de uma nova Constituição deve acontecer "sob o escudo da lei – delegacias de polícia, juízes – ao invés de sob conselhos militares e da força de armas".

Ele e outros no CNT dizem esperar que o próximo governo de transição comece a criar um Exército nacional e desmantele os conselhos militares locais. Referindo-se à eleição prometida de um órgão governamental ainda este ano, ele acrescentou: "Se os conselhos militares começarem a ampliar e expandir sua ação, eles substituirão uma assembleia nacional."

Alguns apontam para o vizinho Egito, onde conselhos militares tomaram o poder na derrubada do presidente Hosni Mubarak e têm atrasado a transição para o controle civil. Outros dizem que existe o perigo de a Líbia poder se assemelhar ao caos que tomou conta do Iêmen ou da Síria porque existem várias milícias autônomas prestes a assumir um papel político – em Trípoli, nas cidades de montanha ocidentais como Zintan e suas vizinhas, em Misrata, e na cidade de Benghazi.

No leste e em Trípoli, algumas das maiores e mais bem equipadas brigadas estão associadas a grupos islâmicos que agora formam partidos políticos. "Eles vão manter as armas enquanto não fizerem parte do poder", previu Shammam, que é liberal.

Já houve confrontos entre grupos armados. Há duas semanas, os combatentes de Zintan e Misrata lutaram brevemente no aeroporto de Trípoli, deixando cerca de três mortos, disse Abed al Rzag Bakesh, 40, um líder militar de Zintan. Ele disse que provocações de um partidário de Kadafi disfarçado causaram o confronto.

Na semana passada, um tiroteio irrompeu entre os dois grupos na Praça dos Mártires da capital, que o conselho militar local proibiu para combatentes.

O CNT prometeu uma "declaração constitucional" dentro de oito meses após a seleção de um novo governo, que irá realizar eleições para uma assembleia nacional responsável por supervisionar a redação de uma Constituição.

Sem tradição democrática, as autoridades provisórias da Líbia precisam criar distritos eleitorais e elaborar um sistema de votação – decisões com inevitáveis ganhadores e perdedores, politicamente e geograficamente.

Durante a rebelião, oficiais do Conselho Nacional de Transição prometeram dar voz igual a todos os líbios, independentemente da sua localização ou posição política.

Fonte: The New York Times
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MATERIA EXCLUSIVA: Gaz Tigre da Rússia para o mundo

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As Forças Russas encerraram as negociações com a italiana IVECO e celebraram um contrato para o fornecimento de 300 unidades do Tigre-M nos próximos três anos. Este ano já foram entregues 30 unidades, com a previsão de entrega de mais 70 veículos até o fim deste ano.

O blindado russo despertou o interesse das autoridades de segurança pública no Brasil, onde o Tigre foi extensamente testado e aprovado nas baterias de avaliação realizadas pelo BOPE-RJ, tropa de elite da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, onde é tido como um dos favoritos na concorrência para o fornecimento de viaturas blindadas para a força policial.

nosso editor acompanhou de perto a avaliação do BOPE
Um fato desconhecido e ainda não veículado à mídia, diz respeito ao interesse e avaliação do Tigre-M pelo governo Líbio de Muamar Kadafi antes do levante que resultou em sua deposição e morte.

Em fevereiro, Seif Al Islam Kadafi, filho do Cel. Kadafi, esteve em uma visita secreta aos campos de prova da empresa russa para avaliar o blindado russo, onde estava em curso a negociação para a aquisição deste veículo para equipar as tropas de elite do exército líbio que estavam encarregados de garantir a segurança do governante líbio.

Seif Al Islam Kadafi avaliando o veículo russo

O contrato em questão previa o fornecimento de 100 veículos Tigre-M, equipados com blindagem de Nível 6, capazes de resistir a disparos de 7,62mm com cabeça de aço e explosivos de 6Kg. Deste total 40 veículos seriam destinados a proteção pessoal de Kadafi e seus filhos, outros 60 equipariam as forças especiais sob comando de Khamis Kadafi .

O primeiro lote tinha entrega prevista para abril de 2011, porém as sanções impostas ao regime líbio pela ONU impediu o recebimento destes veículos pelas forças líbias.

Esta materia exclusiva foi enviada por nosso correspondente especial na Rússia Rustam Bogaudinov, que fornece este furo de materia ao GeoPolítica Brasil e seu parceiro Plano Brasil.

Angelo D. Nicolaci
GeoPolítica Brasil
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UE quer participação do Brasil na reconstrução da Líbia

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O recém-criado serviço diplomático da União Europeia quer negociar projetos de cooperação com o Brasil em temas tão distintos quanto políticas de crescimento contra a crise econômica e a reconstrução da Líbia, disse ao Valor o secretário-geral do novo "Ministério de Relações Exteriores" europeu, Pierre Vimont.

Ex-embaixador francês em Bruxelas e nos Estados Unidos, Vimont esteve com autoridades brasileiras esta semana, com quem defendeu ações com vistas a "novos modos de garantir o crescimento econômico". A vinda do diplomata faz parte de uma série de visitas programadas de autoridades europeias, que inclui a vinda, em fevereiro, da representante da União Europeia para política externa, Catherine Ashton.

Segundo Vimont, que recebeu a incumbência difícil de consolidar uma política externa comum para os países da União Europeia, os europeus têm interesse na cooperação com o Brasil para a reconstrução institucional da Líbia após a queda do ex-ditador Muamar Gadafi.

Os líbios pediram tempo aos demais países para estruturar o novo governo, mas já informaram que querem apoio internacional para aspectos como legislação, serviços administrativos, Justiça, polícia, controle de fronteiras, segurança. "Vamos ver se trabalhamos juntos, para levar expertise à Líbia", comentou.

Apesar das diferenças de opinião entre Europa e Brasil sobre sanções a países árabes e do Norte da África acusados de desrespeito aos direitos humanos, Vimont afirma que o curso das mudanças no Oriente Médio desejado pela "Europa como tal" não está muito distante do defendido pelo Brasil, de atuar em contato estreito com a Liga Árabe, a Confederação das Organizações Islâmicas e a União Africana.

Na própria União Europeia, há divergências, como o voto da Alemanha contrário à ação armada na Líbia. "Mas, muito rapidamente, todos os países europeus passaram a adotar o mesmo caminho; trabalhamos juntos apesar das diferenças", argumentou. Com o Brasil, os responsáveis pela diplomacia europeia comunitária pretendem explorar projetos conjuntos em terceiros países em temas como promoção de direitos humanos em nações como Guiné e Guiné Bissau, e programas de educação para crianças em situação de conflito, no Haiti.

Educação e inovação científica tendem a assumir um papel de destaque nas relações e projetos de cooperação entre Brasil e União Europeia, com ação conjunta em iniciativas como o programa Ciência sem Fronteiras, uma das predileções da presidente Dilma Rousseff. No campo econômico, as iniciativas não têm sido tão bem-sucedidas, apesar das declarações otimistas de lado a lado. Vimont e o ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota chegaram a conversar sobre a necessidade de apoio no Congresso brasileiro para concretizar o acordo de céus abertos negociado entre a União Europeia e o Brasil em março, mas ainda não oficializado. Decidiram esperar pela discussão do acordo no Legislativo brasileiro.

Vimont minimizou, porém, as dificuldades na negociação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, hoje concentrada em aspectos menos polêmicos e paralisada nas questões de acesso a mercados. As recentes eleições na Argentina e as próximas eleições na França não asseguram clima político para uma discussão desse tipo, admitiu ele. "A ideia é seguir com o trabalho de preparação do acordo, para termos tudo pronto quando houver possibilidade de avançar", argumentou. Com o debate sobre os riscos de aprofundamento da recessão mundial, a liberalização comercial entre os dois blocos pode surgir como opção para ultrapassar a crise, defende.

Fonte: Valor Econômico
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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Há armas químicas na Líbia, diz primeiro-ministro interino

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O primeiro-ministro interino da Líbia, Mahmoud Jibril, confirmou que há armas químicas no país. Segundo ele, inspetores internacionais chegam esta semana para a investigação e análise do material existente.

De acordo com Jibril, não há interesse do NCT (Conselho Nacional de Transição), que governa temporariamente o país, em manter esse arsenal bélico.

"Gostaríamos de assegurar que a nova Líbia será um país pacífico e é do nosso interesse que não existam armas", afirmou, sem detalhar as informações identificadas pelo governo provisório.

Segundo ele, além da ONU, o tema será coordenado com o apoio das organizações não governamentais. "Há organizações internacionais que tomarão conta do assunto", disse Jibril.

O inspetor Ian Martins, enviado pela ONU à Líbia, informou aos Conselho de Segurança que há vários locais no país com armas nucleares.

Uma resolução da ONU, prevista para ser votada nos próximos dias, apela às autoridades líbias pela destruição das reservas de armas químicas em coordenação com organizações internacionais.

Fonte: Agência Brasil
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OTAN sai da Líbia deixando para trás um cenário político instável

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Na véspera da captura e da morte de Muamar Kadafi em Sirte, o primeiro-ministro rebelde, Mohamed Jibril, convocou a imprensa líbia e estrangeira para uma reunião no Qaat Alshaab, o Congresso do Povo, em Trípoli. Em um discurso franco, criticou as lutas internas pelo poder no Conselho Nacional de Transição, advertiu para a ameaça de caos pós-revolucionário no país e anunciou – mais uma vez – seu afastamento da vida política tão logo a Líbia fosse liberada.

Quatro dias depois, Jibril nem mesmo participaria da festa da vitória, em Benghazi, revelando as divisões no Conselho Nacional de Transição (CNT) às vésperas do fim do mandato da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) no país, amanhã.

Com sua ausência, o chefe de governo e da diplomacia do CNT durante os oito meses da revolução desejava enviar um sinal: preferia deixar de lado qualquer ambição por poder e mudar-se para o Catar a ter de enfrentar as duras negociações internas por cargos no conselho. Esse é o cenário político na Líbia do pós-revolução: um emaranhado de grupos locais, representantes de cidades e tribos que enaltecem suas vitórias na guerra, assim como suas perdas, para obter mais espaço no governo interino que será formado até as eleições gerais, em oito meses.

Ao longo de duas semanas o Estado conversou com líderes locais e nacionais, intelectuais e com a população. Duas conclusões sobressaem: a primeira indica que a sociedade civil está desconectada das negociações, e mal conhece os nomes dos novos líderes políticos do país; a segunda é que, a despeito da indiferença pública, briga-se muito pelo poder em um momento delicado, em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas
revoga o mandato da Otan no país.

Na prática, o CNT perde seu “anjo da guarda”, a máquina de guerra que permitiu que vencesse a revolução contra as tropas de Kadafi. Além disso, os rebeldes perdem – ao menos oficialmente – grande parte da capacidade de inteligência para perseguir os líderes do regime deposto em fuga pelo país, como Saif al-Islam Kadafi, filho e herdeiro político do ditador, e Abdullah al-Senoussi, ex-chefe do poderoso serviço de espionagem da Líbia.

Disputas

Em meio a esse cenário político ainda instável, as disputas internas mostram-se cada vez mais presentes, com sobe e desce de nomes. Mohamed Jibril, o premiê do CNT, deixa o cargo sem dar maiores explicações, desgastado com o jogo político que diz não gostar. Mustafa Abdel Jalil, presidente do conselho, não apenas se mantém no cargo, como gesticula em favor de uma aproximação com as correntes mais conservadoras do Islã na Líbia. Daí seu discurso, há uma semana, defendendo que a nova Constituição do país tenha inspiração na lei islâmica, a sharia.

Mesmo dentro da corrente mais radical, as divergências mostram-se cada vez mais visíveis. Antes poderoso no comando militar dos rebeldes, Abdelhakim Belhadj – muito questionado por seus antigos vínculos com a Al-Qaeda no Afeganistão – saiu de cena e, segundo o Estado apurou, deve deixar nos próximos dias o CNT. Belhadj, ex-líder de um grupo de combatentes islâmicos proscrito após os atentados do 11 de Setembro – tinha emergido como líder durante a operação para tomar Trípoli.

Em seu lugar uma autoridade ascendente é Ramadan Zarmouh, chefe militar do CNT em Misrata. Fortalecido por três vitórias na guerra contra Kadafi – o cerco de Misrata, a participação na tomada de Trípoli e a tomada de Sirte, seguida da captura do ditador – Zarmouh estaria pressionando por mais espaço no comando do governo interino.

Fonte: Estadão
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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Nova aliança militar vai apoiar Líbia no lugar da Otan

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O principal general do Catar disse na quarta-feira que os países ocidentais propuseram a criação de uma nova aliança liderada pelo Catar para apoiar a Líbia depois que a Otan terminar sua missão no país do norte africano.

O general falou depois que a Otan adiou até o final desta semana uma reunião que era esperada para formalizar a decisão de terminar a missão na Líbia no final do mês, depois que autoridades líbias pediram que a missão fosse mantida por mais tempo.

"Depois que ficou claro que a Otan tem uma visão para se retirar em um determinado ponto, os países ocidentais amigos da Líbia propuseram essa ideia de criar uma nova aliança para continuar a apoiar a Líbia", disse o chefe do Estado-Maior do Catar, general Hamad bin Ali al-Attiyah, em comentários transmitidos pela televisão Al Jazeera.

"E eles pediram que ela seja dirigida pelo Catar, porque o Catar é um amigo deles e um amigo próximo da Líbia", acrescentou sem dar mais detalhes.

Attiyah disse também que centenas de soldados do Catar estavam no terreno na Líbia ajudando os combatentes que derrubaram Muammar Gaddafi.

Em Paris, o Ministério das Relações Exteriores francês disse que uma proposta de extensão da missão da Otan seria estudada.

"Vamos levar em consideração com nossos parceiros este pedido. A França continua a apoiar e ajudar o Conselho Nacional de Transição (da Líbia). Nós saudamos a libertação da Líbia e o fato de que a operação, militarmente falando, está em seu fim", disse um porta-voz do ministério do Exterior.

Questionado se uma missão liderada pela Catar seria possível, o porta-voz disse: "Tomamos conhecimento desta notícia, mas é muito cedo para comentar sobre isso e não faria de forma unilateral".

O Catar desempenhou um papel-chave na obtenção de uma resolução da Liga Árabe pedindo proteção internacional aos civis da Líbia no início do levante em março, que culminou na derrubada de Gaddafi após mais de quatro décadas no poder.

Eles também enviaram aviões de guerra para ajudar a operação liderada pela Otan para cumprir o mandato da ONU para proteger os civis.

O líder interino da Líbia, Mustafa Abdel Jalil, disse na quarta-feira na capital do Catar que a Otan deve continuar presente na Líbia até o final do ano para ajudar a prevenir que combatentes leais a Gaddafi fugam do país e escapem da Justiça.

A Otan disse que não tem a intenção de manter forças na região da Líbia após o término de sua missão e tem afirmado repetidamente que o seu mandato da ONU é para proteger os civis, não para perseguir indivíduos, embora o próprio Gaddafi tenha sido capturado depois que seu comboio foi atingido em um ataque aéreo da Otan.

Esperava-se que embaixadores da Otan se reunissem na quarta-feira para formalizar uma decisão preliminar tomada na semana passada de terminar a missão em 31 de outubro. A porta-voz da otan Carmen Romero disse que esta reunião foi adiada.

Fonte: Reuters
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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Família Kadhafi estuda ação contra Otan por crime de guerra

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A família de Muamar Kadhafi estuda processar a Otan por "crime de guerra" no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia pela morte em Sirte do ex-dirigente líbio, afirmou à AFP o advogado francês Marcel Ceccaldi.

O advogado disse que a morte foi provocada "pelos disparos da Otan contra o comboio de Muamar Kadhafi, que depois foi executado".

Depois de escapar de Trípoli no fim de agosto, Muamar Kadhafi, de 69 anos, que durante 42 anos governou a Líbia com mão de ferro, foi capturado no dia 20 de outubro perto da cidade de Sirte (360 km ao leste de Trípoli), linchado e morto a tiros em circunstâncias que ainda são confusas.

"O homicídio voluntário está definido como um crime de guerra pelo artigo 8 do estatuto de Roma do TPI", afirmou o advogado.

Ceccaldi não informou quando apresentará exatamente a ação.

"O homicídio de Kadhafi mostra que os Estados membros não tinham a intenção de proteger a população, e sim derrubar o regime", disse.

O processo deve ter como objetos os "órgãos executivos da Otan que fixaram as condições da intervenção na Líbia", os dirigentes que adotaram decisões e os chefes de Estado dos países da coalizão internacional que participaram na operação militar", completou o advogado.

"Ou o TPI intervém como jurisdição independente e imparcial, ou não o faz, e neste caso, a força se impõe ao direito", acrescentou Ceccaldi.

Kadhafi foi enterrado na noite de segunda-feira em um local secreto, mas a morte ainda provoca polêmicas.

O Conselho Nacional de Transição (CNT) afirma que o ex-ditador morreu com um tiro na cabeça durante um tiroteio. Mas testemunhas e vídeos gravados no momento da detenção levantam as suspeitas de uma execução sumária.

Organizações internacionais, incluindo a ONU, pediram uma investigação. O CNT anunciou a formação de uma comissão para investigar o caso.

Fonte: AFP
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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ahmadinejad diz que Ocidente quer administrar a Líbia

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Os países ocidentais apoiaram Muammar Gaddafi quando isso lhes era vantajoso, mas bombardearam o ditador líbio quando ele não servia mais a seus propósitos, a fim de "saquear" o país rico em petróleo, disse o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nesta terça-feira.

Embora o governo iraniano tenha aplaudido o povo líbio por ter derrubado o homem que considerava um ditador ilegítimo, Ahmadinejad advertiu os líbios que o Ocidente agora visava administrar o país.

"Mostre-me um presidente europeu ou americano que não tenha viajado para a Líbia ou não tenha assinado um acordo (com Gaddafi)", disse Ahmadinejad em um discurso transmitido ao vivo e no qual acusou o Ocidente de ordenar a execução do ditador.

"Algumas pessoas disseram que eles mataram esse cavalheiro para garantir que ele não pudesse dizer nada, o mesmo que eles fizeram com Osama bin Laden", disse.

O Irã acusa o Ocidente de ter ajudado a criar a rede terrorista Al Qaeda, liderado por Bin Laden, morto pelas forças especiais norte-americanas no Paquistão em maio.

Ahmadinejad disse que a resolução da ONU que aprovou a ação contra Gaddafi foi uma autorização para "saquear" o petróleo líbio.

"Qualquer decisão que reforce a presença, a dominação ou a influência de estrangeiros seria contrária aos interesses da nação líbia", disse Ahmadinejad.

Fonte: Reuters
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Otan confia que Líbia será um Estado democrático

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A Otan (aliança militar ocidental) expressou nesta terça-feira sua confiança de que a Líbia se transforme em um Estado democrático após a morte do ditador Muammar Gaddafi, que governou com mão de ferro esse país norte-africano durante 42 anos.

"O governo provisório nos prometeu que o processo político respeitará as leis internacionais e os direitos humanos", afirmou James Appathurai, representante da Otan para o Cáucaso e Ásia Central.

Appathurai ressaltou que "cada país tem direito de estabelecer seu sistema político de maneira democrática, com leis próprias, seus valores culturais e nós respeitamos esse direito", segundo as agências russas.

"Os princípios dos direitos humanos mundialmente aceitos são importantes para nós e lembramos continuamente aos nossos amigos, incluindo os líbios, sobre a necessidade de respeitá-los", acrescentou.

O diplomata aliado destacou a importância de as eleições na Líbia respeitarem os padrões internacionais.

Nesta semana, o presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), Mustafa Abdul Jalil, anunciou que a "sharia" (lei islâmica) será "a fonte do direito" no país e que qualquer lei que contradiga os princípios do islã será nula a todos os efeitos.

Esta afirmação causou inquietação às chancelarias ocidentais, que pediram às autoridades líbias que respeitem os valores democráticos. 

Fonte: EFE
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Declarações de líder do CNT sobre a sharia preocupam

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As declarações do chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT) Mustafá Abdul Jalil sobre a adoção da lei islâmica como base da legislação na Líbia preocupa, principalmente, as mulheres que temem por seus direitos.

Domingo, Abdul Jalil afirmou que a sharia será a principal fonte da legislação na nova Líbia, em discurso feito durante a cerimônia de proclamação da "libertação" do país.

"Como país islâmico, nós adotaremos a sharia como lei essencial. Toda lei que violar a sharia será legalmente nula e sem efeito", disse, citando como exemplo a lei de divórcio e casamento.

No regime de Muamar Kadhafi, a lei não proibia a poligamia, mas determinava pré-condições, como o consentimento da primeira esposa. O esposo também precisava provar perante a justiça que tinha capacidade financeira para sustentar uma família múltipla.

"É chocante e insultante constatar que depois do sacrifício de milhares de líbios pela liberdade, a prioridade dos novos líderes é permitir que os homens casem em segredo", lamentou Rim, uma feminista de 40 anos, "solteira e orgulhosa disto".

"Nós não vencemos Golias para viver na Inquisição", denunciou.

Azza Maghur, advogada e militante dos direitos Humanos, acredita que "este não é o momento para fazer tais declarações", e afirmou que prefere saber "sobre outros assuntos mais importantes, como o período de transição".

"Não queremos perder o que conquistamos durante a era socialista dos anos de 1970. São assuntos que devem ser dialogados. A mulher tem direito de voz", disse.

Ela considera que Abdul Jalil "expressou seu ponto de vista como pessoa e não como Estado. Ele não tem o poder de anular as leis".

Abdelrahman al-Chater, um dos fundadores do Partido da Solidariedade Nacional (centro-direita) afirmou que é "precoce falar na forma de Estado".

"Este é um assunto que precisa ser discutido pelas diferentes correntes políticas e pelo povo líbio", disse.

"Estas declarações provocam uma sensação de dor e amargura nas mulheres líbias, que sacrificaram suas vidas" para combater os homens do antigo regime, acrescentou.

"A anulação da lei do casamento, fará com que as mulheres percam o direito de ficar com a casa e os filhos em caso de divórcio. É uma catástrofe para as mulheres", denunciou.

A França e a União Europeia fizeram um apelo nesta segunda-feira pelo respeito aos direitos Humanos na Líbia, após as declarações de Abdul Jalil.

Antes, o chefe do CNT tentou acalmar a comunidade internacional.

"Eu quero que a comunidade internacional fique assegurada do fato de que na condição de líbios somos muçulmanos, mas muçulmanos moderados", declarou durante uma coletiva de imprensa.

"Eu citei (domingo) como exemplo a lei do casamento e do divórcio, eu apenas quis dar um exemplo (de leis que vão contra a sharia), pois a lei (atual) autoriza a poligamia apenas com certas condições. A sharia, que se baseia em um verso do Alcorão, autoriza a poligamia" sem pré-condições, disse.

No domingo, outro exemplo de lei foi dado por Abdul Jalil, que anunciou a abertura de bancos islâmicos, proibidos pela sharia de cobrar juros.

Fonte: AFP
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Líbia é cobrada a investigar "execução" de aliados de Kadafi

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Um grupo de direitos humanos cobrou nesta segunda-feira uma investigação sobre a suspeita de execução em massa de 53 homens leais a Muammar Kadafi e exortou autoridades líbias a reprimirem a violência de combatentes que ajudaram a derrubar o ex-líder da Líbia.

A organização Human Rights Watch, com sede em Nova York, disse que 53 corpos foram encontrados na semana passada, agrupados e cercados de cartuchos de fuzis, na área de um hotel abandonado em uma zona de Sirte que era controlada por combatentes anti-kadafi.

Funcionários da entidade de direitos humanos, que viram os corpos no domingo, disseram que algumas das vítimas tinham as mãos amarradas atrás das costas quando foram baleadas e foram identificadas por moradores locais como homens leais a kadafi.

A Human Rights Watch pediu ao Conselho Nacional de Transição (CNT), a nova liderança da Líbia, que
conduza uma "imediata e transparente" investigação das mortes em Sirte, a cidade natal de kadafi.

"Isso exige a atenção imediata das autoridades líbias para investigar o que aconteceu e responsabilizar os autores", disse Peter Bouckaert, diretor de emergências da Human Rights Watch, em comunicado.
O CNT não estava disponível para comentar o assunto.

A Human Rights Watch disse que a condição dos corpos sugeria que as vítimas foram mortas no Hotel Mahari entre 14 e 19 de outubro.

Moradores locais disseram à entidade que encontraram os corpos quando voltaram para casa em 21 de outubro, um dia depois de kadafi ser capturado e morto, terminando um cerco de dois meses a Sirte.

A Human Rights Watch disse ter encontrado os restos mortais de pelo menos 95 pessoas no local onde kadafi foi capturado. Eles disseram que a maioria das vítimas foi morta em combates e ataques da Otan,
mas entre seis e 10 parecem ter sido executadas.

O grupo disse que também tinha visto os corpos decompostos de 10 pessoas em um local separado em Sirte, mas acrescentou que não foi possível identificar as vítimas ou estabelecer se forças de kadafi ou combatentes anti-kadafi foram responsáveis pelas mortes.

Fonte: Reuters
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Venezuela diz que Otan conduziu "política de barbárie" na Líbia

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O governo da Venezuela oficializou nesta sexta-feira sua condenação contra "o crime cometido no dia 20 de outubro de 2011 contra o líder líbio Muammar Kadafi" e o que denominou "política de barbárie conduzida pela Otan e seus aliados na Líbia".
 
Em comunicado do Ministério das Relações Exteriores, o Governo do presidente Hugo Chávez disse que a Otan e seus aliados afundaram a Líbia na guerra e subverteram pela força a ordem institucional desse país nos últimos quatro meses.
 
"A agressão militar unilateral e ilegal da Otan contra um país que não efetuou ato de guerra algum, semeia um triste precedente que poderá ser utilizado convenientemente pelo império contra qualquer nação do Sul que se interponha no caminho de sua política de dominação", diz o documento.
 
O comunicado ressalta que "as potências colonialistas" conduziram uma política violenta na nação africana para mudar o regime "em violação dos mais básicos princípios do Direito Internacional".
 
Além disso, o texto da Chancelaria acrescenta que a "Venezuela reitera seu repúdio à cultura de morte imposta pelas elites ocidentais que hoje incendeiam o mundo a fim de monopolizar as riquezas e os recursos soberanos dos povos".

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi
Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

Fonte: EFE
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França alerta para que Líbia respeite direitos humanos

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O Ministério de Relações Exteriores da França reiterou nesta segunda-feira que a Líbia deverá construir um Estado de direito pleno, afirmando que ficará atento para que o país cumpra com todas as exigências de direitos humanos e da democracia.

"Acreditamos que o povo líbio, que se libertou após 42 anos de ditadura, construa um Estado de direito conforme os valores universais compartilhados pela comunidade internacional", informou um porta-voz do ministério.

Em nota, a fonte do Ministério de Relações Exteriores francês lembrou que o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mustafa Abdel Jalil, anunciou no último domingo que a "sharia" (lei islâmica) será "sua fonte de direito".

Jalil também afirmou que qualquer lei que contradiga os princípios do islã será nula em todos os efeitos.

"Vamos estar atentos sobre o respeito aos direitos humanos e aos princípios democráticos, principalmente do respeito à diversidade cultural e religiosa, além da igualdade entre homens e mulheres", acrescentou a fonte.

No entanto, a autoridade francesa destacou que a Líbia vive "um período de transição que suscita uma imensa esperança", destacando que o próprio país deve ter o direito de "definir os princípios de sua democracia".

Fonte: AFP
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sábado, 22 de outubro de 2011

Gaddafi continua a dividir líbios mesmo depois de morto

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Após o anárquico drama da captura e morte de Muammar Gaddafi, os novos líderes da Líbia discutem na sexta-feira o que fazer com seu corpo, enquanto o povo líbio aguarda a instauração formal de uma nova era democrática.

Um repórter da Reuters viu o cadáver, com um ferimento de bala na lateral da cabeça, colocado em uma câmara frigorífica em uma antiga zona comercial de Misrata, para onde o corpo foi levado depois que Gaddafi, de 69 anos, foi morto na quinta-feira em Sirte, sua cidade natal.

Um comandante local disse que Gaddafi será enterrado com dignidade e conforme os rituais muçulmanos dentro de 24 horas, mas não está definido se isso será em Misrata, Sirte ou outro local - um dirigente do Conselho Nacional de Transição (CNT) disse à Reuters que há divergências entre os altos escalões a esse respeito.

Em meio a expectativas de que o CNT irá declarar formalmente a "libertação" da Líbia até sábado, iniciando a contagem regressiva para uma nova Constituição e eleições, o ministro interino do Petróleo sugeriu aos seus colegas que o corpo de Gaddafi seja mantido refrigerado durante alguns dias, para que não restem dúvidas sobre sua identidade.

Os argumentos sobre onde e como sepultar os cadáveres de Gaddafi e do seu filho Mo'tassim - depois da surpresa e da confusão despertadas pela notícia da captura e morte deles na quinta-feira - simbolizam, de certa forma, os desafios que o novo governo enfrentará para impor a ordem em um país repleto de grupos armados.

Outro filho de Gaddafi, Saif al-Islam, que era apontado como seu herdeiro político, ainda estaria foragido, mas sem condições de armar uma resistência significativa, segundo funcionários do CNT.

Combatentes de Misrata, terceira maior cidade líbia - cujo cerco pelas forças gaddafistas se tornou um símbolo da revolta, no começo do ano -, se apressaram em levar os cadáveres para o seu lado, e talvez usem isso como parte da sua atual reivindicação por mais espaço no governo provisório.

Pelos atuais planos, uma declaração de libertação, após 42 anos de um regime monocrático, formalizará também a transferência do governo de Benghazi, segunda maior cidade líbia e berço da revolução, no leste, para Trípoli, a capital, no oeste. Ainda não se sabe, no entanto, se a declaração de vitória acontecerá em Benghazi ou Trípoli.


RIVALIDADES

Antigas rivalidades regionais em um país que só foi unificado sob o regime colonial italiano na década de 1930 são parte de complexas divisões tribais e étnicas exploradas por Gaddafi para manter o controle sobre esta nação escassamente povoada (6 milhões de habitantes) e suas substanciais reservas de gás e petróleo.

O ministro do Petróleo, Ali Tarhouni, disse à Reuters que espera ser nomeado primeiro-ministro interino na semana que vem, dando início a uma nova fase na transição para a democracia. Havia a expectativa de que uma nova Constituição fosse redigida em oito meses, mas Tarhouni afirmou que esse prazo pode ser otimista demais.

A confusão em torno das circunstâncias exatas da morte de Gaddafi ilustra as dificuldades que os líbios terão para instaurar a ordem em meio ao caos armado que é o legado de oito meses de guerra civil.

Gaddafi e sua comitiva estavam em um comboio que tentou furar o bombardeio de aviões da Otan em uma desesperada tentativa de fugir de Sirte. O fato de o dirigente e membros do seu círculo íntimo terem sido todos mortos e capturados, incluindo possivelmente dois filhos dele, pode dificultar a reorganização de partidários recalcitrantes do regime deposto.

Por outro lado, as imagens feitas com celulares, aparentemente mostrando Gaddafi ainda vivo e sendo agredido, podem inflamar seus simpatizantes.

O primeiro-ministro interino, Mahmou Jibril, disse na quinta-feira que Gaddafi foi atingido no "fogo cruzado" quando estava sendo levado para o hospital, mas a maioria dos líbios, inclusive alguns ligados ao CNT, parece ter poucas dúvidas de que ele foi morto pelo grupo que o capturou.

Conforme a notícia da morte dele se espalhava, a população saía às ruas para comemorar. Muitos combatentes faziam disparos para o alto, gritando "Allahu Akbar" (Deus é grande). Outros picharam os parapeitos de uma rodovia nos arredores de Sirte. Uma das inscrições dizia: "Gaddafi foi capturado aqui".

Jibril, lendo o que ele disse ser um laudo pericial, afirmou que Gaddafi foi capturado sem resistência dentro de um "cano de esgoto". Teria sido então baleado no braço e colocado em um caminhão, que foi "apanhado no fogo cruzado" quando levava o ex-governante para o hospital.

"Ele foi atingido por uma bala na cabeça", disse Jibril, acrescentando que não estava claro de onde havia partido o tiro fatal. Um médico que examinou o corpo disse à emissora Al Arabiya que um disparo na barriga foi a principal causa da morte.

Nas rápidas imagens de celular divulgadas ao mundo, um homem de cabeleira longa e encaracolada, como a de Gaddafi, aparece ensanguentado e vacilante, sendo golpeado por homens armados, aparentemente combatentes do CNT. Ele aparece sendo puxado pelos cabelos da caçamba de um caminhão. Alguém grita
"Deixem-no vivo", mas o homem desaparece do quadro, e tiros são ouvidos.

"Enquanto ele estava sendo levado, (os combatentes) bateram nele e o mataram. Ele podia estar resistindo", disse à Reuters uma fonte de alto escalão do CNT, antes de Jibril apresentar outra versão.

O chefe da guarda pessoal de Gaddafi disse que o ex-governante havia sobrevivido a um bombardeio contra o seu comboio.

"Eu estava com Gaddafi e com Abu Bakr Younis Jabr (chefe do Exército de Gaddafi) e com uns quatro soldados voluntários", afirmou Mansour Daou à Al Arabiya. Ele acrescentou que não presenciou os últimos momentos de Gaddafi porque foi ferido e caiu inconsciente.

Não faltaram também combatentes dizendo terem visto Gaddafi - que prometera morrer lutando - encolhido em um buraco, como Saddam Hussein no Iraque há oito anos, e implorando por sua vida.

Numa dessas versões, reconstituída a partir de várias fontes, Gaddafi teria tentado escapar ao alvorecer de Sirte, o último reduto de resistência, num comboio de veículos formado quando estava claro que os combatentes do CNT conquistariam a cidade.

Mas ele teria sido contido por um bombardeio francês e capturado, possivelmente algumas horas depois, após tiroteios com as forças do CNT que o encontraram escondido em um cano de drenagem.

A Otan diz que seus aviões bombardearam um comboio próximo a Sirte por volta das 8h30 de quinta-feira (4h30 em Brasília), atingindo dois veículos militares no grupo, mas que não era possível confirmar se Gaddafi era um dos passageiros. A França posteriormente informou que seus jatos haviam interrompido o trajeto do comboio.

Fonte: Reuters
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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Aviões da França pararam comboio em que Gaddafi tentou fugir

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O ministro francês da Defesa, Gérard Longuet, anunciou nesta quinta-feira que aviões franceses identificaram e "pararam" o comboio no qual estava Muammar Gaddafi, antes que fosse atacado em terra por forças líbias do novo regime.

O comboio, "de várias dezenas de veículos", foi "parado quando tentava fugir de Sirte, mas não foi destruído pela intervenção francesa", explicou Longuet à imprensa.

Depois os combatentes líbios do Conselho Nacional de Transição (CNT) chegaram, destruindo os veículos dos quais "retiraram o coronel Gaddafi", acrescentou o ministro.

Segundo Longuet, um caça Mirage-2000 francês recebeu a ordem do comando conjunto da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) "de impedir o avanço dessa coluna" e após o ataque do avião ao comboio das forças do CNT "foram destruídos os veículos, deixando mortos e feridos, entre os quais, segundo foi confirmado posteriormente, estava o coronel Gaddafi".

As declarações do francês reforçam as suspeitas de que o ex-ditador tenha sido executado pelos rebeldes.

CONFIRMAÇÃO

O premiê líbio, Mahmoud Jibril, confirmou nesta quinta-feira a morte do ex-ditador Muammar Gaddafi, que foi capturado em sua cidade natal, Sirte.

"Nós confirmamos que todos os vilões, e também Gaddafi, deixaram nosso amado país. Acredito que seja o momento de começar uma nova Líbia, com uma Líbia unida, um só povo e um só futuro", afirmou ele em uma coletiva de imprensa em Trípoli.

"Esperávamos por este momento há muito tempo. Gaddafi está morto", acrescentou.

O premiê disse ainda que o anúncio oficial de libertação do país deve ocorrer até esta sexta-feira. Ele também pediu que a vizinha Argélia entregue os membros da família de Gaddafi que fugiram para lá em agosto. Dois dos filhos do ex-ditador, sua filha e sua mulher estariam na Argélia.

Comandantes das forças rebeldes da Líbia afirmaram nesta quinta-feira que oGaddafi foi capturado e morreu, segundo agências de notícias e emissoras de TV. A emissora de TV árabe Al Arabiya que o corpo do ex-ditador que os rebeldes dizem ter sido morto durante operação militar em Sirte, sua terra natal chegou à cidade de Misrata.

CORPO E SEGURANÇA

Mais cedo, Mohamed Abdel Kafi, membro do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político rebelde, disse à Reuters que o corpo era levado para um lugar secreto por razões de segurança.

Comandantes das forças rebeldes da Líbia afirmaram nesta quinta-feira que Gaddafi, cuja captura foi reportada mais cedo, não resistiu aos ferimentos e morreu, segundo agências de notícias e emissoras de TV.

As forças do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes, anunciaram a captura de Gaddafi nesta quinta-feira.

Citado pela agência France Presse, o porta-voz do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político rebelde, Abdel Hafez Ghoga, confirmou a morte do ex-ditador em Sirte. "Nós anunciamos ao mundo que Gaddafi foi morto pelas mãos da revolução", disse. "É um momento histórico. É o fim da tirania e da ditadura".

O chefe militar do CNT, Abdul Hakim Belhaj, também afirmou à rede qatariana Al Jazeera que Gaddafi havia morrido devido à gravidade de seus ferimentos durante sua captura em Sirte.

À agência de notícias Reuters, Abdel Majid Mlegta, também do CNT, afirmou que Gaddafi foi capturado e ferido nas duas pernas, quando tentava fugir em um comboio atacado por caças da Otan, a aliança militar do Ocidente. "Ele também foi atingido na cabeça", disse. "Houve muitos disparos contra seu grupo e ele morreu".

Fonte: Folha
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