A Força Aérea de Israel, que há muito contava com alguns dos melhores pilotos de caça do mundo, viu nos últimos tempos uma mudança tecnológica em que muitos pilotos deram lugar aos VANTs, mais conhecidos como drones, com mais de 80% de todas as horas de voadas pela Força Aérea de Israel executadas por aeronaves não tripuladas.
“No ano passado, 78% das horas de voo operacionais da IAF foram realizadas pelos VANTs. Este ano, o número aumentou para 80%”, segundo um oficial da IAF na base da Força Aérea de Tel-Nof, a qual opera o maior drone israelense, o Heron-TP.
O Heron, segundo o comandante do esquadrão, está realizando uma longa lista de missões, incluindo muitas que foram realizadas até recentemente por aeronaves tripuladas. A IAF já substituiu alguns esquadrões tripulados por novos esquadrões de VANTs que realizam as mesmas missões. Refletindo essa mudança, o número de Heron cresceu 50% recentemente. Suas horas de voo aumentaram mais de 25% desde o início de 2018. “Alguns dos esquadrões tripulados da força podem executar missões semelhantes às que realizamos, mas temos a vantagem de realizar operações de longa duração”, disse o oficial.
A IAI é a fabricante do Heron. O peso máximo de decolagem da aeronave aumentou 400kg, passando para 5.400kg, permitindo a adição de sensores mais refinados. A aeronave também conta com uma autonomia mais longa, pois pode transportar mais combustível. “A maioria das nossas missões exige longa duração e voo em grande altitude. As altitudes operacionais máximas do Heron é de até 45.000 pés”, disse o comandante do esquadrão. “O alto grau de redundância colocado neste VANT permite missões muito longas e ininterruptas, algumas vezes sob condições muito complexas.”
O Heron-TP possui um enorme compartimento na fuselagem que pode abrigar uma variedade de cargas úteis. O Heron-TP pode ser empregado em muitas missões, incluindo a vigilância de áreas como a Síria, onde os iranianos estão atualizando foguetes para serem usados pelo Hezbollah no Líbano e no deserto do Sinai. Relatórios recentes descrevem ataques israelenses a alvos iranianos longe de Israel, os quais incluem detalhes de drones não identificados. Israel nunca confirmou que realizou ataques de longo alcance.
Dotado de um motor PT6 de 1200HP, que permite o Heron atingir mais de 400 km/h e suba até 45.000 pés, o VANT israelense dispensa auxilio de "piloto externo" para realizar as tarefas de pouso e decolagem, contando com um sistema automático de decolagem e aterrissagem, que também funciona em condições climáticas adversas. Para iniciar uma missão, o comandante simplesmente aperta um botão. Os grandes drones taxiam para fora do hangar, continuam na pista e decolam. A mesma sequência é usada quando a missão estiver concluída.
Enquanto a decolagem e o pouso são automatizados, para executar uma missão, o VANT conta com um comandante de missão e um operador de carga, os quais assumem o controle do drone após a decolagem. Eles se sentam na frente das telas e joysticks.
A Alemanha recentemente alugou de Israel alguns exemplares do Heron, que irão operar por um período de nove anos no teatro de operações do Mali e no Afeganistão. Nos próximos dois anos, os alemães permanecerão em Israel, onde os operadores estão recebendo treinamento para operar com o Heron.
A versão alemã pode adotar um míssil ar-solo, de acordo com fontes, porém, até agora, nenhuma decisão foi tomada para armar os drones alemães.
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