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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Israel expulsa palestinos de Jerusalém Oriental, diz ONG

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Israel está expulsando palestinos de Jerusalém Oriental, como parte de uma política deliberada que pode constituir crime de guerra, disse uma ONG israelense nesta segunda-feira.

O Comitê Israelense Contra as Demolições de Casas (CICDC) apresentou suas conclusões à Organização das Nações Unidas (ONU) e exigiu um inquérito, alegando que Israel discrimina os palestinos ao demolir imóveis, revogar vistos de residência e piorar sua qualidade de vida.

"Estamos testemunhando um processo de deslocamento étnico", disse o advogado Michael Sfard, que participou da redação do relatório de 73 páginas. "Israel está manifestadamente e seriamente violando o direito internacional... e a motivação é demográfica."

Não houve comentários das autoridades israelenses, exceto por uma nota da prefeitura de Jerusalém, segundo a qual a parte leste da cidade está recebendo investimentos depois de passar anos sendo negligenciada.

"Jerusalém, sob a liderança do prefeito Nir Barkat, investiu uma quantidade de recursos e esforços sem precedentes para melhorar a qualidade de vida dos moradores muçulmanos de Jerusalém, após décadas de negligência das administrações anteriores", disse a nota.

Israel capturou Jerusalém Oriental, inclusive a Cidade Velha, na guerra de 1967 contra os vizinhos árabes.

Essa área e aldeias limítrofes da Cisjordânia foram posteriormente anexadas, sem reconhecimento internacional, à prefeitura de Jerusalém, que foi declarada capital única e eterna de Israel.

Os palestinos, no entanto, continuam reivindicando Jerusalém Oriental como capital do seu eventual Estado.

BAIRROS ÁRABES

Cerca de 300 mil palestinos vivem em Jerusalém Oriental, representando cerca de 35 % da população de toda a cidade. Mas o CICDC disse que Israel impede sistematicamente o desenvolvimento de bairros árabes.

Um terço da área de Jerusalém Oriental foi reservada para a construção de bairros judaicos, e apenas 9 por cento do restante está legalmente disponível para moradias. Todos esses terrenos já estão ocupados, o que inviabiliza a expansão.

"(Os palestinos) não têm opção senão deixar Jerusalém Oriental, construir ilegalmente ou viver em condições assustadoras, superlotadas", disse Emily Schaeffer, coautora do relatório.

Quem sai perde o visto de residência se passar pelo menos sete anos fora. Cerca de 14 mil palestinos perderam o direito à residência entre 1967 e 2010, sendo que metade disso foi desde 2006, disse o CICDC. O visto dá direito a benefícios como saúde e previdência.

Desde que tomou Jerusalém Oriental, Israel demoliu mais de 2.000 casas, sendo 771 desde 2000. Outras 1.500 ordens de demolição estão à espera de serem cumpridas.

"Os palestinos serão na prática deportados de Jerusalém Oriental, não pelo uso de armas ou caminhões, mas por não permitir que eles levem uma vida decente e normal", disse Sfard.

Fonte: Reuters
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Liga Árabe pede investigação de bombardeios israelenses

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A Liga Árabe pediu neste domingo uma investigação internacional sobre os bombardeios israelenses deste fim de semana na faixa palestina de Gaza e castigo com pena máxima aos culpados.

Em declarações à imprensa no Cairo, o subsecretário-geral para Assuntos dos Palestinos da organização, Mohammed Sabih, afirmou que com este ataque de Israel coloca em prática "uma política louca, cheia de terrorismo e extremismo em direção aos palestinos".

Os israelenses "estão repetindo os mesmos crimes e seguem com sua marca de morte, violência, racismo e opressão. Por esse motivo pedimos investigação destes crimes e penas máxima aos culpados", acrescentou.

De acordo com Sabih, esses atos pretendem "frustrar qualquer tentativa de tirar ao processo de paz da atual situação de estagnação".

O movimento islamita palestino da Jihad Islâmica anunciou neste domingo que havia chegado a um acordo de trégua com Israel, após 24 horas de ataques em Gaza e seus arredores, com nove de seus milicianos e um civil israelense mortos.

Segundo a agência de notícias palestina "Maan", a mediação egípcia foi que permitiu alcançar o acordo de trégua, em vigor desde as 6h da madrugada (2h de Brasília).

Fonte: EFE
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Direitos Humanos?

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Na Líbia chegou tragicamente ao fim o governo de Muamar Kadafi, deposto e assassinado pelos seus opositores com auxílio da OTAN e suas intervenções cada vez mais comuns fora do contexto para o qual foi criada.

Durante a “revolta” na Líbia, que na verdade não passou de uma manobra euro-americana para se apoderar das riquezas daquela nação, além de por fim a uma ameaça aos interesses capitalistas no continente africano. Uma vez que a Líbia possuía uma moeda independente do dólar e uma economia desatrelada do FMI, onde seu líder, Muamar Kadafi, possuía como uma de suas ambições criar uma moeda africana forte e desatrelada do dólar, o que representaria um impacto considerável na economia global diante das constantes crises que enfrenta a moeda norte-americana.

Eu agora pergunto o que seriam os tais direitos humanos defendidos como ignição da intervenção da OTAN na Líbia?

Pelo que pude acompanhar, tal alegação de proteger civis intervindo com a criação de uma zona de exclusão aérea que foi muito além de sua missão original. Principalmente se observarmos os inúmeros bombardeios contra áreas civis e residenciais que vitimaram centenas de inocentes, o ataque sistemático ao aparato de defesa do governo líbio e a clara intenção de vitimar Kadafi e sua família ao bombardear residências onde provavelmente estaria abrigado. Isso por si já poderia ser considerado e denunciado como crimes de guerra, porém não há que tenha interesse, ou coragem de levar essa questão ao tribunal internacional.

Outra atitude vergonhosa que não sofre qualquer forma de repressão da OTAN ou da comissão de direitos humanos da ONU, diz respeito á exposição do corpo de Kadafi em um frigorífico de Misrata como se fosse um troféu de caça, um claro desrespeito á figura humana e negando ao mesmo um digno repouso após o covarde ato perpetrado por seus algozes que o capturaram e executaram sem qualquer julgamento, algo que contraria os direitos humanos e deveria ser punido.

Os Direitos Humanos a cada dia me convence que são apenas uma bela desculpa para se proteger não civis e inocentes, mas algozes assassinos e os interesses de uma determinada elite. Cito aqui o caso brasileiro, onde um meliante mata e comete dezenas de crimes e quando sofre a reação de algum cidadão ou policial que ocasiona sua morte, os direitos humanos logo se levantam em defesa do criminoso, condenando quem em sua defesa ou de nossa sociedade pôs fim a um dos promotores da insegurança em nossa sociedade. Agora se o mesmo mata um cidadão ou policial, ainda assim é tratado como “o coitadinho” vítima da sociedade.

Sinceramente, estou farto de tantos absurdos em defesa dos ditos direitos humanos, e peço a Deus todos os dias que jamais eu venha a precisar desses tais “direitos humanos” defendidos pelo mundo afora.

Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Shalit é solto em troca de 1.027 palestinos

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O soldado Gilad Shalit que passou cinco anos em cativeiro na faixa de Gaza foi libertado na madrugada desta terça-feira, no Egito, após o acordo entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza, segundo confirmou uma fonte do Hamas à BBC.

Ele foi entregue em seguida a autoridades israelenses em Kerem Shalom, no lado israelense da fronteira, onde era aguardado por seus familiares, que não o viam desde 2006.

Israel confirmou que seu estado de saúde é bom.

Em troca, quase quinhentos prisioneiros palestinos vêm deixando prisões israelenses e se dirigindo para o Egito, de onde serão levados para uma grande festa de recepção preparada pelo Hamas na cidade de Gaza.

A movimentação chegou a sofrer atrasos depois que duas prisioneiras palestinas se recusaram a ser deportadas para Gaza, mas o problema já teria sido resolvido.

Ao todo, Shalit será trocado por mais de mil prisioneiros palestinos, dos quais 477 estão sendo soltos nesta terça-feira. Dentre esses, 280 haviam sido condenados à prisão perpétua pela morte de civis israelenses.
Israel terá agora de cumprir a segunda parte do acordo. Nos próximos dois meses, 550 outros prisioneiros devem ser libertados. Os nomes desses presos ainda não foram definidos.

CAPTURA

Shalit foi capturado em 25 de junho de 2006, quando tinha 19 anos, por militantes palestinos ligados ao Hamas. Ele servia em um posto do Exército israelense na fronteira com a Faixa de Gaza.

Meses depois, o Hamas assumiu a tutela de Shalit. Desde então, foram feitas várias negociações para a troca do soldado por prisioneiros palestinos. As conversas nunca progrediram.

Um ano após o sequestro, o Hamas divulgou um áudio no qual Shalit dava provas de que estava vivo. Em outubro de 2009, o soldado apareceu em um vídeo.

Os pais de Shalit, Noam e Aviva, passaram a liderar um movimento para a libertação do filho, que ganhou a adesão de israelenses, que se juntaram em grandes manifestações.

Nos últimos meses, ativistas montaram um acampamento em frente à residência do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, para pressionar o governo a assumir um acordo.

CONEXÕES BRASILEIRAS

Um dos liberados em troca de Shalit é Tawfic Abdallah, preso com a mulher, a brasileira Lamia Maruf, em 1986, dois anos após o assassinato do soldado israelense David Manos.

A pista que levou as forças de segurança israelenses a prenderem o casal foi o fato de que o carro utilizado para o sequestro do soldado foi alugado com o passaporte brasileiro de Lamia.

Embora tenha afirmado não ter envolvimento no assassinato, Lamia também foi condenada à prisão perpétua, da qual cumpriu 11 anos, até ser libertada em fevereiro de 1997, após um acordo similar ao atual.
Quem também foi incluído na primeira lista é Husan Badran, condenado por planejar o atentado à pizzaria Sbarro, em Jerusalém, que provocou a morte de 15 pessoas, em 2001.

Entre os mortos estava o brasileiro Giora Balazs, de 68 anos. A esposa de Balazs, Flora, e sua filha, Deborah, ficaram feridas pelos estilhaços da explosão.

FORTALECIMENTO DO HAMAS

O acordo firmado deverá fortalecer o grupo islâmico Hamas e enfraquecer seus rivais laicos do Fatah e a Autoridade Palestina, opinam analistas.

No dia posterior ao acordo, o analista militar do jornal Haaretz, Amos Harel, disse que haveria um "fortalecimento dramático" da posição do Hamas.

"Os pontos que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, ganhou com o pedido de reconhecimento (do Estado palestino) na ONU, enfrentando o governo americano, são insignificantes comparados com o lucro político que o Hamas obterá desse acordo", afirma o analista.

O assessor de Segurança Nacional de Netanyahu, Yaacov Amidror, também opina que o acordo dará força ao Hamas, considerado por Israel um grupo terrorista.

"O Hamas ganha pontos e se fortalece às custas do Fatah", disse Amidror à radio estatal israelense, Kol Israel.

No entanto, Amidror afirmou que o acordo firmado entre Israel e o Hamas para libertar Shalit é o "melhor possível nas circunstâncias atuais".

Ele mencionou as mudanças nos regimes do Oriente Médio, decorrentes da chamada Primavera Árabe, como um fator catalisador para o acordo, agregando que a instabilidade que vigora na região levou o governo israelense a se apressar em concluir o plano porque "ninguém sabe o que acontecerá no futuro".

Fonte: BBC Brasil
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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Justiça de Israel analisa recursos contra libertação de prisioneiros palestinos

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A Suprema Corte de Israel se reúne nesta segunda feira para analisar quatro recursos contra a libertação de prisioneiros palestinos em troca do soldado Gilad Shalit, apresentados principalmente por famílias de vitimas de atentados.

Um dos recursos será apresentado por Meir Schijveschuurder, que perdeu os pais e três irmãos no atentado suicida cometido em 2001 na pizzaria Sbarro, em Jerusalém.

O atentado matou 15 pessoas, entre elas o brasileiro Giora Balazs, de 68 anos.

A associação Almagor - que representa algumas famílias de vitimas de atentados e o advogado Zeev Dasberg, que perdeu sua irmã em um ataque em 1996, também entraram com recursos.

O quarto recurso é de autoria de uma residente de Jerusalém, Ronit Tamari, que afirma temer que a libertação dos prisioneiros "gere uma nova onda de terror".

Noam Shalit, pai do soldado Gilad, que será libertado em troca de 1.027 prisioneiros palestinos, também participará da discussão na Corte, defendendo o acordo.

De acordo com Noam, "qualquer mudança ou adiamento do acordo colocará em risco a vida de Gilad".

Precedentes


Segundo vários precedentes, a Suprema Corte costuma rejeitar recursos contra a libertação de prisioneiros palestinos, argumentando que trata-se de uma decisão politica de grande abrangência, que pode ter impacto na segurança nacional e nas relações exteriores do país.

De acordo com analistas locais, as chances de que neste caso a Corte aceite os recursos são "praticamente nulas".

A discussão na Suprema Corte é o último obstáculo para a troca dos prisioneiros palestinos por Shalit, prevista para a manhã desta terça feira.

As autoridades israelenses já concentraram 430 prisioneiros na cadeia de Ktziot, onde já foram identificados e examinados pela Cruz Vermelha.

De Ktziot, eles deverão ser transportados na terça, por ônibus da Cruz Vermelha, para pontos de checagem nas entradas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, onde serão libertados.

Outros 47 prisioneiros – 27 mulheres e 20 cidadãos árabes israelenses ou residentes de Jerusalém Oriental – foram concentrados na cadeia Hasharon, e de lá serão transportados no momento da libertação.

Pena de morte


Entre os prisioneiros a serem liberados, 279 foram condenados à prisão perpétua pela morte de israelenses.
O ministro dos Transportes de Israel, Israel Katz, do partido Likud, que apoiou a troca de Shalit por prisioneiros palestinos, afirmou nesta segunda-feira que vai exigir uma mudança no sistema penal de Israel, para que seja instituída a pena de morte "contra assassinos de judeus e de israelenses".

A pena de morte existe formalmente na legislação de 1945, herdada por Israel do Mandato Britânico, mas só foi aplicada uma vez, no caso do criminoso nazista Adolf Eichman.

"Não podemos mais permitir que os assassinos sejam libertados", disse o ministro à rádio estatal de Israel, Kol Israel.

Katz também disse que vai pedir ao primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, que apoie a pena de morte especificamente no caso dos assassinos da família Fogel, do assentamento de Itamar, na Cisjordânia.

Dois palestinos da Cisjordânia estão sendo julgados pelo assassinato a facadas de dois adultos e três crianças da família Fogel, em março deste ano.

Fonte: BBC Brasil
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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Palestinos avançam rumo a ingresso em agência da ONU

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Os palestinos deram nesta quarta-feira mais um passo rumo ao ingresso na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), quando seu conselho executivo respaldou o pedido de adesão plena do Estado palestino à agência da ONU. Os EUA criticaram a medida, argumentando que tal decisão é incoerente com o pedido em curso no Conselho de Segurança, que ainda está sob análise.

A chancela da Unesco, uma das mais importantes agências das Nações Unidas, com sede em Paris, pode conceder mais peso ao pedido de ingresso palestino à ONU como Estado pleno, que atualmente está sendo discutido no Conselho de Segurança da entidade.

O pedido foi aprovado por 40 dos 58 membros do conselho executivo da Unesco, repassando o tema para a próxima etapa, a votação pelos 193 países-membros do organismo, no dia 25 deste mês.

Quatro países rejeitaram a solicitação, incluindo os EUA, e 14 optaram pela abstenção, entre eles França e Espanha.

Os palestinos têm status de observadores na Unesco desde 1974. Para ganhar status de membro pleno, os chamados "Estados" que não são membros da ONU podem ser admitidos na Unesco se forem aprovados por maioria de dois terços na Conferência Geral.

EUROPA

A notícia chega no mesmo dia em que Mahmoud Abbas, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), chegou a Estrasburgo, na França, para um encontro com os parlamentares europeus no Conselho da Europa, onde deve pedir apoio ao pedido de ingresso à ONU como Estado pleno.

Acompanhado pelo negociador-chefe Saeb Erekat e o chanceler palestino Riyad al Malki, Abbas deve se reunir com a chefe de diplomacia do bloco, Catherine Ashton, durante a viagem.

Ele discursará diante da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa nesta quinta-feira.

BATALHA DIPLOMÁTICA

O anúncio da Unesco pode ser considerado mais uma etapa da batalha diplomática que os palestinos travam para pressionar a comunidade internacional a aceitar seu ingresso nas Nações Unidas.
Fortemente rejeitada pelos EUA e Israel, que acusam os palestinos de quererem isolar os israelenses ao angariar apoio mundial para a criação de seu Estado, a pressão diplomática vem avançando.

Abbas já tem em curso um pedido de ingresso à OMC (Organização Mundial do Comércio) e recebeu nesta semana o status de "parceiro" no Conselho da Europa, o principal órgão de direitos humanos do bloco europeu.

EUA

Washington, que declarou antecipadamente seu veto também ao pedido palestino de ingressar na ONU --EUA, Rússia, China, França e Reino Unido detêm poder de veto no conselho-- mostrou indignação frente à decisão da Unesco, classificada como "incoerente".

"No Conselho de Segurança há um processo em curso. É, portanto, incoerente tomar decisões a respeito de organismos da ONU antes de o Conselho de Segurança se pronunciar", argumentou Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado.

Em comunicado, o embaixador dos EUA na Unesco, David Killion, pediu a todos os delegados que se juntem aos Estados Unidos em votar "não".

Os EUA, que respondem por 22% do orçamento da agência da ONU, podem retirar seu financiamento à Unesco como represália.

A presidente do comitê de relações exteriores da Câmara dos Deputados americana, Ileana Ros-Lehtinen, sugeriu a medida caso o pedido palestino seja aprovado.

"Temendo que seus esforços junto ao Conselho de Segurança fracassem, a liderança palestina está buscando reconhecimento em outras partes do sistema da ONU. Esta tentativa de manipular o processo precisa ser interrompida. Nossas contribuições são a alavancagem mais forte que temos na ONU e devem ser usadas para defender nossos interesses e nossos aliados e sustar este esforço palestino perigoso", disse.

ISRAEL

O governo israelense rejeitou o anúncio da Unesco, argumentando tratar-se de uma "rejeição ao caminho das negociações, assim como ao plano do Quarteto para continuar o processo político [como tentativa de resolver o conflito israelo-palestino]".

"A medida nega os esforços da comunidade internacional para avançar o processo político. Um decisão como esta não ajudará os palestinos em suas aspirações rumo à criação de seu Estado", disse a Chancelaria israelense em comunicado.

Diplomatas de Israel se mobilizam agora para tentar convencer os Estados-membros a abandonarem o pedido e "não politizar a Unesco, deixando o assunto para Nova York", disse o embaixador de Israel na agência da ONU, Nimrod Barkan.



Fonte: Folha
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A América cruel

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Tem havido muitos sinais, recentemente, de que os EUA estão mergulhando fundo num padrão de crueldade. É difícil dizer por que uma coisa dessas está ocorrendo, mas parece que isso tem a ver com uma fé crescente na força como a solução de quase todos os problemas, seja em casa ou fora. O entusiasmo por matar é um sintoma inequívoco de crueldade. Isso é especialmente perturbador quando não são apenas os quadros do governo, mas pessoas comuns que se engajam nessas efusões.

Os debates da campanha presidencial são desenhados para dar aos candidatos uma oportunidade deles se expressarem aos eleitores. Mas as platéias, também, algumas vezes tornam seus pontos de vista conhecidos. Isso aconteceu nos debates republicanos ocorridos entre 7 e 12 de setembro, em dois episódios que foram bastante noticiados. No da NBC, do dia 7, Brian Williams perguntou ao governador do Texas, Rick Perry, se em algum momento durante seu mandato, no qual foram executadas 234 pessoas condenadas à pena de morte (que agora subiu para 235) ele “lutou para conseguir dormir à noite, com a ideia de que algum desses condenados pode ter sido inocente”.

Perry tem dormido bem. O Texas, ele disse, tem um sistema judicial muito “bom”. Então, partiu para um certo tipo de desafio. Disse ele: “se você vier ao nosso estado...e matar...um de seus cidadãos...você será executado”. A plateia aplaudiu entusiasticamente.

Williams, claramente surpreso com a manifestação, seguiu em frente perguntando a Perry o que ele tinha feito para que a sua resposta tivesse levantado aplausos. O governador foi impassível e repetiu o seu desafio: “Nossos cidadãos...tornaram claro o motivo, e eles não querem cometer esses crimes contra os nossos cidadãos, e se você o fizer, enfrentará a justiça final”.

Que esses não eram os únicos sentimentos possíveis em relação a execuções penais tornou-se claro rapidamente depois disso. Um movimento de massas, não apenas nos EUA mas nos países ao redor do mundo, levantaram-se, sem sucesso, contra a execução no Estado da Georgia, de Troy Davis, cuja condenação por assassinato há vinte anos tinha sido posta em dúvida por nova evidência, inclusive a retratação de sete de nove testemunhas. Uma petição assinada por mais de 600 mil pessoas foi apresentada à comissão de execução penal, que deixou a execução seguir adiante.

No debate republicano do dia 12, houve outra expressão pública de entusiasmo pela perda da vida no Texas. Wolf Blitzer, da CNN perguntou ao deputado do Texas, Ron Paul, que militou contra o projeto para a saúde apresentado pelo Presidente Obama, qual seria a resposta médica que ele daria se um jovem que tivesse decidido não contratar um plano de saúde entrasse em coma.

Paul respondeu: “É a isso que a liberdade diz respeito: assumir seus próprios riscos”. Ele parecia estar dizendo que se o jovem morresse isso seria problema dele.

Houve palmas na plateia.

Blitzer pressionou: “Mas deputado, você está dizendo que a sociedade deveria deixá-lo morrer?”. Grita alguém na plateia: “Sim!”. E a multidão segue batendo palmas, em apoio.

Uma das características que esses eventos têm em comum é a crueldade. A crueldade é a prima irmã da injustiça, ainda que seja diferente. A injustiça e seu oposto, a justiça – talvez o padrão mais comumente utilizado para julgar a saúde de um corpo político – são critérios por excelência, e se aplicam acima de tudo a sistemas e suas instituições. A crueldade e seus opostos, gentileza, compaixão e decência, são mais pessoais. São qualidades pessoais que têm, no entanto, consequências políticas. Um senso de decência de um país se situa acima de sua política, fiscalizando e estabelecendo limites frente aos abusos. Uma sociedade injusta deve reformar suas leis e instituições. Uma sociedade cruel deve reformar a si mesma.

Tem havido muitos sinais, recentemente, de que os EUA tem mergulhado fundo num padrão de crueldade. É difícil dizer por que uma coisa dessas está ocorrendo, mas parece que isso tem a ver com uma fé crescente na força como a solução de quase todos os problemas, seja em casa ou fora. O entusiasmo por matar é um sintoma inequívoco de crueldade. Ele também apareceu depois da morte de Osama Bin Laden, que mobilizou uma estrondosa celebração ao redor do país. Uma coisa é acreditar na necessidade infeliz de matar alguém; outra é revelar isso. Isso é especialmente perturbador quando não são apenas os quadros do governo, mas pessoas comuns que se engajam nessas efusões.

Em qualquer involução no sentido da barbárie pode-se estabelecer dois estágios. Primeiro, os demônios são apresentados – testados, se houver. Segundo, vem a reação – seja a indignação e a rejeição ou outra aceitação [da indicação do demônio], até mesmo o prazer com a coisa. A escolha pode indicar a diferença entre um país que está restaurando a decência ou um outro, que está afundando num pesadelo. Foi um dia escuro para os Estado Unidos aquele em que a administração Bush ordenou secretamente a tortura de suspeitos de terrorismo. Nesse dia, a civilização dos EUA caiu num buraco. Mas afundou ainda mais baixo quando, tendo os fatos dos crimes se tornado conhecidos, o ex-presidente Bush e o ex vice-presidente Cheney abraçaram publicamente o mal feito, como o fizeram em sua recente tour de divulgação de seus respectivos livros. À impunidade que já desfrutaram eles acrescentaram a insolência, como se desafiando a sociedade a responder ou a, de outra parte, entrar em cumplicidade tácita com seus abusos.

E ainda assim houve pouca reação. Numa outra afundada no buraco, o Presidente Obama, mesmo tendo ordenado o fim da tortura, decidiu na direção contrária, ao impedir qualquer responsabilização pelas patifarias, e de fato afastou qualquer punição em geral. Ele sequer buscou, digamos, algo equivalente a uma Comissão da Verdade como ocorreu na África do Sul, após o fim do apartheid.

Há muitos outros sinais de que o caminho ladeira abaixo está bem estabelecido. Nossa justiça criminal busca a injustiça. A pena de morte desafia padrões de decência aceitos em qualquer país civilizado. O encarceramento de mais de dois milhões de americanos – a maior proporção per capita no mundo – é um reflexo assustador de um país que parece saber que não há outro remédio para as doenças sociais que não a punição. As condições das prisões são temerosas. Atul Gawande, da The New Yorker, apresentou um quadro vasto e terrível do sistema prisional, com técnicas de isolamento que, muitos acreditam, equivalem à tortura. Os prisioneiros podem ser mantidos em solitárias por anos, em pequenas celas, sem janelas, nas quais permanecem por 23 horas por dia.

Muitos prisioneiros – assim como o senador John McCain, que foi mantido prisioneiro durante a Guerra no Vietnã do Norte – reportaram que tamanho isolamento é mais angustiante e destrutivo do que a tortura física. “Isso quebra o nosso espírito e enfraquece a nossa resistência mais efetivamente do que qualquer outra forma de mau trato”, disse McCain. Em muitos casos, o confinamento solitário leva à desintegração mental. Um artigo no Jornal da Academia Americana de Psiquiatria e Direito diz que “o confinamento da solitária ...pode ser tão estressante clinicamente como a tortura física”. A diferença entre uma jaula e uma solitária pode ser maior do que a diferença entre a liberdade e a jaula, mesmo que essa punição possa ser imposta apenas administrativamente, por diretores de presídios.

Em 2010 mais de 25 mil detentos foram mantidos nessas condições.
Um deles – confinado não no sistema de prisão regular, mas em instalações militares – é Bradley Manning, o recruta de 23 anos, suspeito de vazar documentos para o WikiLeaks. Embora prisioneiro modelo, ele foi mantido por anos numa prisão de segurança máxima, enquanto era sujeito ao confinamento de 23 horas, impedido de se exercitar, sob vigilância permanente e, por um tempo, mantido nu. Na época, ele não tinha sido acusado de crime algum.

Gawande estabelece uma conexão entre o abuso dos estadunidenses em casa e a tortura de suspeitos estrangeiros na “guerra contra o terror”. “Com pouca preocupação ou resistência”, escreve, “temos despachado milhares de nossos próprios cidadãos para condições que horrorizariam nossa Suprema Corte há um século. Nossa vontade de nos desfazer desses padrões para os prisioneiros americanos tornou fácil o descarte das Convenções de Genebra proibindo tratamento similar de prisioneiros de guerra estrangeiros”.

Também se pode estabelecer uma conexão entre esses abusos e as atuais diretrizes das decisões orçamentárias, nas quais, como na prontidão para denegar assistência em saúde aos moribundos, uma impiedosa vontade de se desfazer das pessoas em sofrimento de qualquer ajuda que possam receber é evidente. A lista de cortes, alcançados ou propostos na agenda da direita é longa demais para enumerar, mas exemplos recentes, incluindo a assombrosa obstrução de assistência às vítimas do recente furacão Irene e da tempestade Lee, além de outros programas, foram cortados; a oposição a que se amplie o seguro desemprego, a derrota do Dream Act, o qual poderia dar às crianças dos imigrantes um caminho para a cidadania, a oposição ao gasto do estado com o programa de assistência em saúde para as crianças (S-CHIP, na sigla em inglês), assim como do Head Start, e por aí vai. Parece que ninguém é infeliz o suficiente para ser isento ou isenta do corte orçamentário, ao passo que, ao mesmo tempo, ninguém é feliz o suficiente para ser inelegível para ter corte nos impostos. Decisões orçamentárias não envolvem pena de morte, embora para muitos elas sejam questão de vida ou de morte.

A crueldade de uma sociedade não pode ser quantificada mais do que o pode a sua reserva de decência. Nem tampouco pode ser legislada, embora ambas possam estar manifestas na legislação. Por tudo isso, não pode haver dúvidas de que decisões básicas, que antecedem qualquer lei e são provavelmente mais importantes, são silenciosamente tomadas nos corações e mentes de milhões. Se elas seguem um caminho, um movimento de milhões, de repente, aparentemente do nada, aparece para protestar fortemente contra uma execução injusta. Quando vão pelo outro caminho, você acorda um dia para ouvir, com um frio na espinha, uma sala cheia de gente comemorando o assassinato de centenas de seus concidadãos.

Por: Jonathan Schell - correspondente do The Nation, membro Doris Shaffer no The Nation Institute e dá um curso sobre o dilema nuclear na Universidade Yale. É autor de The Unconquerable World: Power, Nonviolence and the Will of the People, [O Mundo Inconquistável: Poder, Não-Violência e a Vontade do Povo] - uma análise do poder popular – e de The Seventh Decade: The New Shape of Nuclear Danger [A Década de Setenta: A Nova Forma do Perigo Nuclear].
Fonte: Carta Maior
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Iraque enfrenta novo dia de ataques; ao menos 3 morrem

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Homens fortemente armados e homens-bomba invadiram um prédio do governo no Iraque, na província de Anbar, nesta segunda-feira, fazendo cerca de 15 pessoas reféns, incluindo um chefe de polícia, informaram autoridades locais.

"Homens armados invadiram o complexo do governo na cidade e forças de segurança estão tentando resolver a situação", disse o governador de Anbar, Qassim Mohammed.

O número de vítimas do ataque, a começar pelos homens-bomba, não estava imediatamente claro, disseram fontes da polícia.

Anbar, que fica numa vasta província desértica no oeste do Iraque, é o antigo bastião de afiliados da rede terrorista Al Qaeda no país.

Pelo menos três pessoas morreram nesta segunda-feira e outras 14 ficaram feridas em vários ataques cometidos em diferentes regiões do Iraque, informou uma fonte da polícia.

Um grupo armado atacou um batalhão dos "Peshmerga", forças de segurança do Curdistão iraquiano, na região de Bay Doman, a 180 km ao nordeste de Bagdá, na província de Diyala, o que causou a morte de um soldado e ferimentos a outros cinco.

Além disso, outros três membros dessas forças ficaram feridos pela explosão de uma bomba durante a passagem de veículo no qual viajavam quando iam socorrer o batalhão agredido.

Em Bagdá, um grupo assassinou com armas com silenciador um oficial dos serviços secretos enquanto dirigia seu carro pelo oeste desta cidade. Outros quatro civis, entre eles duas mulheres, ficaram feridos em dois atentados com explosivos em Baquba, a 65 km ao oeste de Bagdá.

A violência no Iraque caiu fortemente desde o auge da luta sectária em 2006-2007, mas insurgentes islâmicos sunitas e milícias xiitas ainda fazem ataques diários mesmo com as tropas dos EUA se preparando para deixar o país no final do ano.

Fonte: Folha
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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Afeganistão está mais inseguro e violento, diz relatório da ONU

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Soldado patrulha rua de Turkhan no Afeganistão

O Afeganistão ficou mais inseguro em 2011, com um drástico aumento nos incidentes de segurança e um número maior de mortes de civis, desalojados e ataques suicidas, disse um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quarta-feira.

O número de incidentes registrados durante os primeiros oito meses do ano foi quase 40 por cento maior do que no mesmo período de 2010.

Embora dois terços dos casos estejam concentrados no sul e no sudeste, os ataques suicidas tornaram-se mais comuns fora dessa área. A região central é responsável por um em cada cinco casos.

O número de ataques suicidas complexos subiu 50% neste ano até agora em comparação com o ano anterior e representa uma proporção maior de todos os ataques suicidas.

As mortes de civis, que já registravam níveis recordes no primeiro semestre, subiram 5% no período de junho a agosto em comparação com o ano passado, com os insurgentes relacionados a três quartos das mortes e ferimentos.

A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), liderada pela Otan, informou que contesta os achados do relatório e forneceria dados próprios na quinta-feira, mas não deu mais detalhes.

"Seguindo-se à avaliação inicial, a Isaf considerou (o relatório) inconsistente com os dados que coletamos", disse o porta-voz da Isaf, Jimmie Cummings, em comunicado.

O relatório apresentado ao Conselho de Segurança da ONU pelo secretário-geral Ban Ki-moon salienta os desafios enfrentados pelo governo do Afeganistão e pela coalizão liderada pela Otan, que iniciou a transferência gradual da responsabilidade pela segurança à polícia e ao Exército afegão em julho.

Ele disse que áreas de transição, que incluem as províncias de Bamiyan e de Panjshir e a cidade de Lashkar Gah, no sul do país, "continuam a enfrentar uma insurgência resistente que tenta contestar a capacidade das forças afegãs."
Foi registrado um total de 1.841 mortes e ferimentos de civis entre junho e agosto. Desses, 282 casos, 12% são atribuídos às forças afegãs ou estrangeiras.

Os ataques aéreos foram a principal causa de mortes pelas forças de coalizão, matando 38 civis em julho, o maior número registrado em um mês desde fevereiro de 2010, disse o relatório

Fonte: Reuters
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Israel autoriza novo plano para colonos em Jerusalém Oriental

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Israel aprovou um plano de construção de 1.100 casas para colonos em Jerusalém Oriental, informou nesta terça-feira o ministério do Interior israelense.

O público tem 60 dias para apresentar possíveis objeções ao plano, que acaba de ser aprovado pelo comitê de urbanização do ministério, segundo um comunicado.

O comitê examinará as eventuais objeções antes de anunciar uma licitação para a construção das casas.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, deu a entender que não tinha a intenção de congelar novamente a colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, a parte da cidade ocupada e anexada por Israel em 1967, para tentar reabrir as negociações com os palestinos.

"É um pretexto que usam e voltam a usar, mas muitas pessoas consideram que é uma estratégia para evitar as negociações diretas", declarou ao "Jerusalem Post", em referência à exigência dos palestinos de que Israel congele a colonização para retomar as negociações de paz. 

Fonte: France Presse
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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Exército israelense arma e treina colonos para possíveis confrontos

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O Exército israelense começou a armar e treinar colonos judeus na Cisjordânia para possíveis distúrbios em setembro, quando os palestinos deverão comparecer à ONU em busca de reconhecimento internacional. A informação foi publicada nesta terça-feira pelo diário Ha'aretz, que precisa que as Forças Armadas israelenses estão fornecendo gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral aos responsáveis pela segurança dos assentamentos e fixando "linhas vermelhas" ao redor de cada colônia, a partir das quais as tropas poderão disparar contra os manifestantes palestinos.

De acordo com o jornal, o Exército israelense está atualmente em processo de finalização dos preparativos da "Operação Sementes de Verão", cujo propósito é preparar os soldados para a possibilidade de enfrentamentos com palestinos em setembro, quando se prevê que a Assembleia Geral da ONU votará a favor do reconhecimento do Estado palestino. O principal temor da Defesa israelense é que uma declaração palestina de independência desencadeie uma revolta popular "que inclua desordens maciças", reza um documento ao qual o diário teve acesso.

Entre esses incidentes estão "marchas em direção aos principais cruzamentos, comunidades israelenses e centros educacionais, além de esforços para danificar símbolos do governo israelense". Além disso, não estão descartados possíveis tiroteios no meio dos protestos e até ataques terroristas, embora uma das maiores preocupações do Exército seja a possibilidade de confrontos entre palestinos e colonos.

Por esse motivo, nas últimas semanas o Exército testou a preparação das brigadas responsáveis pelos assentamentos e dos chefes de segurança dos mesmos. A Defesa israelense também decidiu equipar os oficiais chefes encarregados da segurança das colônias para dispersar manifestantes e buscou identificar pontos fracos ao redor dos assentamentos.

O Exército estabeleceu duas linhas virtuais nos enclaves judeus próximos a aldeias palestinas; se a primeira delas for cruzada por palestinos, estes serão atacados com gases e outros meios antidistúrbios. E se a segunda, uma "linha vermelha", também for atravessada, os soldados terão autorização para abrir fogo contra as pernas dos manifestantes.

Um porta-voz do Exército manifestou que "o Exército israelense leva a cabo um diálogo profissional com elementos da liderança dos assentamentos e com o pessoal de segurança de rotina, e está investindo grandes recursos para treinar suas forças do ponto de vista defensivo, assim como da preparação para qualquer cenário possível".

Fonte: EFE

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domingo, 7 de agosto de 2011

Governo da Somália declara vitória sobre rebelião islâmica

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O presidente da Somália, Sheikh Sharif Ahmed, disse neste sábado que seus militares derrotaram rebeldes islâmicos que lutavam para depor seu governo, que tem apoio ocidental, depois que o grupo Al Shabaab começou a retirar combatentes da capital Mogadíscio.

Rejeitando a alegação de Ahmed de ter esmagado a insurgência de quatro anos do Al Shabaab, o porta-voz dos insurgentes, Sheikh Ali Mohamud Rage, disse que seu recuo foi somente tático e que mantém suas posições em outros locais do anárquico país.

Uma força de paz africana de 9 mil militares e forças do governo somali vinham lutando com os militantes ao longo do ano pelo controle da devastada capital. A retirada do Al Shabaab veio na esteira de uma série de intensas disputas armadas no fim da sexta-feira.

A Somália não tem um governo central efetivo desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre 20 anos atrás.

O recuo do Al Shabaab de Mogadíscio assinala uma aceitação de que não pode derrotar militarmente um governo mantido pela influência e pelo poder de fogo estrangeiros, mas desperta o espectro de uma escalada nas incursões no estilo da rede terrorista Al Qaeda.

Ter conquistado Mogadíscio pode ampliar a aprisionada capital governamental um pouco, mas é improvável que traga alguma paz tangível para o resto do país do conturbado Chifre da África.

Fonte: Reuters
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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Otan reforçará sua presença no Kosovo para enfrentar tensão

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A Otan reforçará sua presença no Kosovo para enfrentar a situação de tensão gerada nos últimos dias na fronteira entre a Sérvia e sua antiga província, disse nesta terça-feira à Agência Efe a porta-voz do organismo, Carmen Romero.

“A mobilização começará nos próximos dias”, disse Romero, que não informou o número de soldados que irão para a região.

A missão da Otan no Kosovo (KFOR) tomou na semana passada o controle das duas passagens fronteiriças com a Sérvia no norte depois dos incidentes registrados nos postos alfandegários.

Segundo Romero, com a decisão desta terça-feira, a Otan ativa sua reserva operacional para o Kosovo a pedido do comando da missão com o objetivo de aliviar a tarefa das tropas presentes na região.

A Otan mantém atualmente no Kosovo mais de 6 mil militares de 31 países, 23 deles membros da Otan, com o objetivo de manter a paz e a segurança na ex-província sérvia.

Na segunda-feira, as forças da KFOR reabriram parcialmente ao tráfego as passagens de Jarinje e Brnjak, entre a Sérvia e o Kosovo, fechadas na semana passada após os confrontos entre as duas partes.

Enquanto isso, a tensão se mantém desde terça-feira passada, quando forças especiais kosovares ocuparam os postos fronteiriços com a Sérvia, uma operação à qual grupos de sérvios radicais responderam com violência.

Um policial kosovar morreu em um tiroteio e um dos postos alfandegários foi incendiado.

Fonte: EFE
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sábado, 30 de julho de 2011

Barradas por sérvios, tropas da Otan voltam a quartéis em Kosovo

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Tropas da Otan em Kosovo voltaram na sexta-feira para seus quartéis depois de serem impedidas por membros da etnia sérvia de chegarem até as forças de paz mobilizadas nos postos de fronteira com a Sérvia, onde atuam para conter a violência provocada por uma disputa alfandegária.

Usando caminhões, carretas, troncos e pneus, centenas de civis kosovares de origem sérvia bloquearam duas rodovias do norte de Kosovo que levam até a fronteira com a Sérvia.

Um comboio da Otan com pelo menos dois veículos blindados de transporte e vários caminhões, que levava água e comida para as tropas na fronteira, teve de recuar por volta de 15h (hora de Brasília) quando o comandante das forças da aliança, o general alemão Erhard Buehler, desistiu de dialogar com o negociador sérvio, Borislav Stefanovic, segundo relato de um fotógrafo da Reuters no local.

"Eu tenho de fato a força para passar, e terei de passar para abastecer meus homens. Desta vez cedemos ... mas vamos ver da próxima vez", disse Buehler a jornalistas.

Os sérvios prometem manter o bloqueio rodoviário até que o governo de Kosovo, controlado pela maioria de etnia albanesa, aceite não instalar seus policiais e agentes alfandegários em postos de fronteira estratégicos.

"O general Buehler tomou a decisão correta, de não usar a força. Superamos a crise aguda, mas isso não significa que tais situações não irão se repetir", disse Stefanovic à TV sérvia RTS.

A disputa teve início na segunda-feira, quando o governo kosovar enviou unidades policiais especiais a postos da fronteira -- até então mantidos principalmente por agentes de etnia sérvia.

O objetivo é fiscalizar a proibição de importações de produtos da Sérvia, adotada como retaliação por Belgrado ter proibido a importação de produtos de Kosovo, devido a divergências sobre regras alfandegárias.

Três dias de violência se seguiram na região, levando à morte de um policial da etnia albanesa. Nacionalistas sérvios radicais chegaram a incendiar um dos postos de fronteira, até que as forças da Otan interviessem.

Em Belgrado, o presidente da Sérvia, Boris Tadic, fez declarações sugerindo que não há um final à vista para o impasse, que preocupa gravemente os EUA e a União Europeia, e que pode complicar o processo de adesão da Sérvia à UE.

Kosovo era uma província sérvia que se tornou protetorado da ONU em 1999, quando a Otan bombardeou a então Iugoslávia durante 78 dias para coibir a repressão à etnia albanesa da região.

Em 2008, Kosovo declarou sua independência, mas os 60 mil sérvios que vivem no norte da região ainda consideram Belgrado como sua capital.

Fonte: Reuters
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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Noruega, Islã e a ameaça que nasce no Ocidente

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Há alguns anos, T J Winter, respeitado professor de Cambridge, fez palestra fascinante dirigida a professores e alunos de ciências humanas da Universidade de Leicester, sob o título de “O Islã e a ameaça que nasce no Ocidente”. O título chamava a atenção para ameaça diferente do slogan repetido (então, como hoje) “o Islã e a ameaça que nasce no Oriente”. Evidentemente se saberá mais nos próximos dias, mas o que se sabe hoje é que o assassino é “norueguês, louro, de olhos azuis”, com “tendências políticas de direita e convicções antimuçulmanas”.

Divulgar, antes de qualquer investigação e a partir de depoimentos de testemunhas traumatizadas que esse ato assassino foi “ato de um único louco” impede qualquer estudo mais detalhado das motivações do assassino.

Há alguns anos, T J Winter, respeitado professor de Cambridge, cujo nome muçulmano é Abdal Hakim Murad, fez palestra fascinante dirigida a professores e alunos de ciências humanas da Universidade de Leicester, sob o título de “O Islã e a ameaça que nasce no Ocidente”. Já o título chamava a atenção para ameaça diferente do slogan repetido (então, como hoje) “o Islã e a ameaça que nasce no Oriente”.

Foi nova abordagem que, em poucas palavras, ilustrou que, historicamente, sempre houve agressão maior da Europa contra o mundo muçulmano, que o contrário. Winter/Murad apresentou várias provas, de fontes impecavelmente dignas.

Voltei a pensar hoje nas palavras de Winter/Murad, quando lia as notícias sobre o terrível atentado a bomba e o tiroteio na Noruega, onde, evidentemente, as primeiras suspeitas foram de que os atentados tivesse algo a ver com “o terror islâmico”. Evidentemente se saberá mais nos próximos dias, mas o que se sabe hoje é que o assassino é “norueguês, louro, de olhos azuis”, com “tendências políticas de direita e convicções antimuçulmanas”.

Mas já se disse que as intenções do homem nada teriam a ver com esses “traços”, nem com seus postados em “páginas da internet com tendências cristãs fundamentalistas”: eventuais influências “terão de ser investigadas com cuidado”. Exatamente o que se ouviu quando do atentado de Oklahoma, em 1995.

Sem qualquer fundamentação e muito estranhamente, o criminoso já está descrito pela mesma autoridade norueguesa como “um louco”. É bastante possível que seja louco, mas esse ‘diagnóstico’ automático é um dos modos pelos quais as motivações de crimes de ódio podem ser apagadas da história, antes mesmo de chegarem a tomar forma na consiência das pessoas.

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Em 1969, por exemplo, um judeu australiano que pôs fogo na mesquita Al-Aqsa em Jerusalém, também foi sumariamente absolvido como “um louco” e internado em hospital psiquiátrico. Fim da notícia. Os judeus da direita fundamentalista que haviam planejado destruir a mesquita, e o Domo da Rocha, ali perto, sobreviveram mais um dia.

Suspeito que acontecerá coisa semelhante ao terrorista norueguês; seus laços com a extrema direita e com cristãos fundamentalistas serão apagados, por irrelevantes. Os crimes, como leremos em todos os jornais, serão descritos como ato de “pessoa desequilibrada” que “agiu individualmente”. Ergo, a única ameaça que continua a pesar sobre a civilização é a “ameaça terrorista” “dos islâmicos”. Ergo, o foco de toda a legislação e de todos os esforços antiterror deve continuar apontado contra o mundo muçulmano e as comunidades muçulmanas na Europa e nos EUA.

Se não nos manifestarmos e permitirmos que isso aconteça, estaremos prestando grave desserviço ao mundo, no mínimo porque a nova direita cresce em todo o ocidente – e Oklahoma foi prova de que essa nova direita é capaz de imensa destruição.

Imigrantes neonazistas da Europa Oriental continuam como sempre muito ativos em Israel, onde o governo, ao mesmo tempo em que deplora pelos jornais essa atividade da extrema direita, está, de fato, a caminho, a passos largos, da mesma extrema direita. Há ministros que pregam a limpeza étnica dos palestinos, para purificar Israel como “estado judeu”; preciosos direitos humanos, pelos quais o mundo tanto lutou, são apagados em nome da “segurança do estado judeu”; criminosos uniformizados são literalmente absolvidos ‘preventivamente’ dos assassinatos que cometem repetidamente.

Tudo isso acontece com a aprovação de governos ocidentais os quais, eles mesmos, mostram também tendências direitistas – o duplifalar, sempre que se trata de ensinar tolerância e respeito às minorias. Se você tem aparência, por pouco que seja, ‘diferente’ na Europa hoje, sobretudo se você for muçulmano, você é olhado com suspeitas e é possível que seja obrigado à dura tarefa de “provar” sua lealdade a um estado que, se a verdade aparecesse às claras, já se teria livrado de você, se tivesse coragem para aprovar as leis necessárias para tanto. Em alguns casos, até já há a necessária legislação, mascarada sob alguma “legislação antiterror”, ou de “segurança nacional”.

Tudo isso, apoiado por uma imprensa influente e sempre de direita, que defende o que Israel faça, errado ou certo, legal ou ilegal – e por um lobby pró-Israel que age como se fosse intocável. Dado o contexto político no ocidente, é provável que seja.

Ataques contra a esquerda
É significativo que o alvo do terrorista norueguês (o “louco”) pareça ter sido o Partido Trabalhista, de esquerda, tanto em Oslo quanto na ilha onde houve o tiroteio. Em toda a Europa as esquerdas estão fazendo alianças com grupos muçulmanos para combater o fascismo e o racismo, onde apareçam. Evidentemente não é coincidência que ensaios publicados em 1997 em todo o continente, tenham concluído, praticamente sem exceção. que “o desafio” que a Europa enfrentaria seria a presença de grandes comunidades muçulmanas entre “nós”. Assim sendo, quem considere graves os “traços de direita”, as ideias “antimuçulmanas” e até as ligações com “o fundamentalismo cristão” do terrorista norueguês será visto como opinião irrelevante.

O contexto oculto aí é que a ideologia da extrema direita de modo algum estaria ou poderia estar empurrando o mundo na direção do terrorismo.

Essa ideia é absoluto nonsense. A ideologia de direita levou a Europa ao Holocausto de judeus europeus e ao antissemitismo e sempre esteve por trás de outros tipos de racismo em todo o mundo. A ideia da superioridade da Europa e dos Europeus – construída a partir da ideologia da direita, levou ao comércio e à escravidão de seres humanos e atrocidades inenarráveis contra “o Outro” também no Oriente Médio e no Extremo Oriente.

Ironicamente, é uma extrema direita sionista – não, de modo algum, os mitos socialistas dos pioneiros sionistas socialistas utópicos dos anos 30s e de antes – que estão, hoje, por trás da limpeza étnica na Palestina ocupada por Israel, adotada como específica política israelense, também por meios militares, se preciso.

Tudo isso está bem documentado, embora permaneça ignorado pelos chefes políticos contemporâneos.

No contexto do que tudo leva a crer que sejam atos terroristas de uma extrema direita norueguesa, é também irônico que a palavra em inglês para traidor que colabora com forças inimigas de ocupação [ing. quisling] seja derivada do nome do major Vidkun Quisling, que governou a Noruega em nome da Alemanha Nazista durante a 2ª Guerra Mundial.

Hoje, estamos decidindo que “o louco” norueguês “não tem ligações com nenhuma organização terrorista internacional”. É grave risco para todos nós. A história já mostrou que as ideologias de extrema direita são transnacionais e atravessam todo o ocidente. Os efeitos podem ser catastróficos em todo o planeta global. Já fomos avisados.

Por: Ibrahim Hewitt - editor-chefe de Middle East Monitor

Fonte: Al-Jazeera via Carta Maior
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terça-feira, 5 de julho de 2011

Go, America, Go!

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Se buscamos as respostas pelas quais o terrorismo ainda persiste no Oriente Médio, na Ásia Central e na África, basta olhar para as tropas norte-americanas presentes nas regiões: os EUA ocupam, hoje, o Afeganistão e o Iraque; possuem bases militares ou tropas no Egito, na Arábia Saudita, em Omã, Qatar, Israel, Jordânia, Kuwait, Paquistão, Afeganistão, entre outros. Se os norte-americanos desejam compreender por que muitos os odeiam ou por que não podem vencer a guerra contra o terror, precisam escutar as ruas do mundo árabe e islâmico.

Se a Al-Qaeda, como muitos estudos indicam, não constitui uma organização extensa e nem mesmo possui vínculos diretos com grupos islâmicos ao redor do mundo; se a Al-Qaeda, ao que tudo indica, está mesmo enfraquecida, por que a morte de Bin Laden ainda reverbera, fazendo com que grupos, como o Talibã, possuam ainda mais motivações em sua luta? O caso do Talibã é fundamental para compreendermos isto.

As origens do Talibã, ao contrário do que muitos podem imaginar, não estão relacionada a Al-Qaeda; pelo contrário, os objetivos, propostas e ideais que influenciaram a criação do Talibã explicitam suas diferenças com a organização de Bin Laden. O Talibã surgiu no início dos anos 1990 como reação à crise econômica, política e social que envolvia o Afeganistão há mais de décadas e que não foram solucionadas pelo governo pós-soviético do partido Jamaad Islami, predominantemente dominado pela etnia dos tarjiques. O sentimento de injustiça foi combinado com uma motivação étnica e tribal do Talibã de retomar o poder para sua etnia, os pashtuns.

Os talibãs, assim como Bin Laden, compartilham a crença salafista de que por meio da aplicação da “shariah” será possível chegar a um mundo justo e perfeito. No entanto, o grupo, ao contrário da Al-Qaeda, não possui caráter internacionalista de modo que não pretende expandir isso para além das fronteiras dos pashtun. O Talibã é um grupo tribal e provinciano que nem mesmo evoca sentimento nacionalista pelo Afeganistão tanto que seu líder, o mulá Omar, nos sete anos de governo talibã, foi a Cabul apenas duas vezes.

A luta talibã pela conquista do poder no Afeganistão teve início em 1994 e dois anos depois, o grupo já se estabelecia no governo após a tomada de Cabul. Neste mesmo ano, Bin Laden se refugiou no país, mas, até então, nunca tinha tido contato com o Talibã. Bin Laden encontrou no Afeganistão a oportunidade de desenvolver campos de treinamento para ativistas islâmicos de todo o mundo, captar recursos e desenvolver sua propaganda, inclusive dando entrevistas à mídia ocidental. Mas seus planos atrapalhavam os do governo talibã que buscava reconhecimento internacional e nem mesmo coincidiam com as ambições do grupo pashtun. Mula Omar expressou seu descontentamento com Bin Laden diversas vezes.

O encontro do Talibã com a Al-Qaeda, que hoje observamos, foi muito mais uma decorrência das ações dos EUA e da ONU. Após os atentados às embaixadas na África Oriental, atribuído a Al-Qaeda, em 1998, o então presidente dos EUA, Bill Clinton, ordenou que o Afeganistão fosse bombardeado numa tentativa de pressionar o governo a entregar Bin Laden. Três semanas após o ataque dos EUA, Mula Omar se encontrou com o príncipe saudita para desfazer o acordo que tinham realizado, no qual o Talibã tinha prometido entregar Bin Laden à Arábia Saudita.

O Afeganistão sofreu sanções militares e financeiras pela ONU por se recusar a entregar o terrorista saudita em 1999. Neste mesmo ano, o grupo havia proibido toda a produção de ópio do Afeganistão, maior renda do país, para obter o reconhecimento da comunidade internacional. Apenas a Arábia Saudita, o Paquistão e os Emirados Árabes Unidos reconheciam seu governo. O que os EUA e a ONU pareciam não compreender era que se o Talibã expulsasse Bin Laden após suas coerções, pareceria um fantoche dos norte-americanos, como todos os governos que criticavam.

As ações dos EUA e da ONU não só afastaram o Talibã de sua promessa de entregar-lhes Bin Laden, mas fizeram com que a única aliança possível aos talibãs fosse a Al-Qaeda. O grupo afegão se aproximou do líder saudita, pois todas as portas lhe foram fechadas. A invasão do Afeganistão em 2001 fez com que a aliança estratégica entre os dois grupos se concretizasse: agora, o Talibã compartilhava os mesmos inimigos e objetivos que a Al-Qaeda, expulsar os EUA e seus aliados de suas terras.

Em 2003, Bin Laden explicou sua luta: “Um fato fundamental e realista é que a terra (dos dois lugares sagrados, isto é, a Arábia Saudita) está ocupada – e se está ocupada (pelos militares norte-americanos), o maior mandamento depois da própria fé é repelir o inimigo agressivo”. Em carta endereçada ao povo americano, o saudita lhes aconselha “a fazer as malas e saírem das nossas terras”. A Al-Qaeda nunca realizou atentados contra Israel e apenas uma vez atentou contra objetivos judeus (Istambul, novembro de 2002); seus atentados contra os EUA tiveram início depois de 1990, quando os norte-americanos enviaram tropas a Arábia Saudita, Qatar e Bahrein e não décadas anteriores, quando os Estados Unidos começou a exportar valores culturais que repugnavam o fundamentalismo islâmico.

Se buscamos as respostas pelas quais o terrorismo ainda persiste no Oriente Médio, na Ásia Central e na África, basta olhar para as tropas norte-americanas presentes nas regiões: os EUA ocupam, hoje, o Afeganistão e o Iraque; possuem bases militares ou tropas no Egito, na Arábia Saudita, em Omã, Qatar, Israel, Jordânia, Kuwait, Paquistão, Afeganistão, entre outros. Se os norte-americanos desejam compreender por que muitos o odeiam ou por que não podem vencer a guerra contra o terror, precisam escutar as ruas do mundo árabe e islâmico.

No Líbano, um clérigo islâmico sintetizou a indignação de muitos muçulmanos quanto ao modo pelo qual Osama foi enterrado: “essa é uma forma dos EUA humilharem os muçulmanos”. Em Jacarta, os posters afirmam: Obama é um terrorista. E, nas ruas do Paquistão, em manifestações contra a morte de Bin Laden, lemos o claro recado: Go, America, Go!

Fonte: Carta Maior
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domingo, 3 de julho de 2011

"Israel se converteu numa sociedade de força e violência"

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Um grupo de ativistas internacionais está disposto a navegar numa flotilha rumo às praias da Faixa de Gaza. Muitos deles são ativistas sociais e lutadores pela paz e pela justiça, veteranos da luta contra o apartheid, contra o colonialismo, contra o imperialismo, contra inúmeras guerras sem sentido e injustiças. Há intelectuais, sobreviventes do Holocausto e gente de consciência entre eles. Essa flotilha também não passará. O primeiro ministro e o ministro da Defesa já nos prometeram isso. Nos tornamos uma sociedade cuja linguagem é a violência, um país que trata de resolver quase tudo através da força.

Estaremos escutando a nós mesmos? Estaremos ainda conscientes do barulho horrível vindo daqui? Teremos nos dado conta de como o discurso está se tornando mais e mais violento e de como a linguagem da força se tornou quase que a única linguagem oficial de Israel?

Um grupo de ativistas internacionais está disposto a navegar numa flotilha rumo às praias da Faixa de Gaza. Muitos deles são ativistas sociais e lutadores pela paz e pela justiça, veteranos da luta contra o apartheid, contra o colonialismo, contra o imperialismo, contra inúmeras guerras sem sentido e injustiças. Pode-se dizer que a coisa vai ser difícil por aqui, posto que eles já foram catalogados como bandidos.

Há intelectuais, sobreviventes do Holocausto e gente de consciência entre eles. Quando eles lutaram contra o apartheid na África do Sul ou contra a guerra do Vietnam, eles conquistaram admiração por suas ações até mesmo aqui (em Israel). Mas o simples fato de expressar agora uma palavra de admiração sobre essa gente (alguns deles já bastante idosos) que está arriscando suas vidas e investindo seu dinheiro e tempo em uma causa que eles consideram justa é considerado como traição. É possível que algumas pessoas violentas tenham se infiltrado entre eles, mas a vasta maioria é composta de gente de paz, não de odiadores de Israel, e sim de gente que odeia suas injustiças. Eles decidiram não permanecer em silêncio – a desafiar a ordem atual, que é inaceitável para eles, que não pode ser aceitável para nenhuma pessoa de moral.

Sim, eles querem criar uma provocação – a única maneira de chamar a atenção do mundo para a situação de Gaza, sobre a qual ninguém parece se importar a menos que haja foguetes Qassam ou flotilhas. Sim, a situação de Gaza melhorou nos meses recentes, em parte por causa de flotilha anterior. No entanto, Gaza ainda não é livre – longe disso. Ela não tem saída pelo mar ou pelo ar, não há exportações, e seus habitantes vivem ainda parcialmente prisioneiros. Os israelenses que costumam ir à loucura quando o aeroporto internacional Bem Gurion fica fechado por umas duas horas deveriam entender bem o que significa a vida sem um porto. Gaza tem direito a sua liberdade, e aqueles que vão a bordo da flotilha têm o direito de tomar medidas para que isso se torne real. Israel deveria permitir-lhes que se manifestem.

Mas observem como Israel está reagindo. A flotilha foi imediatamente descrita, por todo mundo, como uma ameaça à segurança; seus ativistas foram classificados como inimigos, e não se pôs para nada em dúvida as suposições ridículas lançadas pelos oficiais de segurança e avidamente propaladas pela imprensa. Nem bem se apagaram os ecos da campanha de demonização da flotilha anterior, na qual cidadãos turcos foram injustificadamente assassinados, e a nova campanha já se iniciou. Ela inclui todos os chavões da moda: perigo, substâncias químicas, combates corpo-a-corpo, muçulmanos, turcos, árabes, terroristas e, quem sabe, homens bombas. Sangue, fogo e colunas de fumaça!

A conclusão inevitável é a de que há nada mais que uma maneira de agir contra os passageiros da flotilha: por meio da força, e tão somente pela força, assim como deve ser em cada ameaça à segurança. Este é um padrão repetitivo: primeiro a demonização, a seguir a legitimação do uso da violência. Lembram-se das marteladas invenções sobre o sofisticado armamento iraniano que estava sendo introduzido em Gaza através dos túneis de contrabando de armas; ou aquelas sobre como toda a faixa estava minada? Aí, então, a Operação Chumbo Derretido foi lançada e os soldados de Israel não encontraram nada daquilo.

A atitude em relação à atual flotilha é a continuação do mesmo comportamento. A campanha de táticas de amedrontamento e demonização é o que contribui para a violenta retórica que vem dominando todo o discurso público. E em que mais pensarão os israelenses que vêm sendo constantemente injetados com histórias horripilantes sobre a flotilha, a não ser no uso da força? Aqueles ativistas querem matar os soldados do IDF (exército israelense)? Vamos nos levantar e matá-los primeiro.

Agora os políticos, os generais e os comentaristas estão concorrendo para ver quem fornece a descrição mais tenebrosa da flotilha; para ver quem pode inflamar mais o público; para ver quem louva mais os soldados que irão nos salvar; e para ver quem usará a retórica mais pomposa que se espera antes de uma guerra. Um comentarista importante, Dan Margalit, já se fez poético em sua coluna jornalística: “Abençoadas sejam essa mãos”, ele escreveu em relação com as mãos que sabotaram um dos barcos que iria compor a flotilha. Essa foi outra ação ilegal e bandidesca, mas que conseguiu aprovação imediata por aqui, sem que ninguém perguntasse: Com que direito?

Esta flotilha também não passará. O primeiro ministro e o ministro da Defesa já nos prometeram isso. Uma vez mais Israel vai mostrar a eles, a esses ativistas, quem é mais homem – quem é mais forte e quem manda no ar, na terra e no mar. As “lições” da flotilha anterior foram bem aprendidas – não as lições sobre matanças inúteis ou sobre a desnecessária tomada do barco com violência, mas as da humilhação da força militar de Israel.

Mas a verdade é que a humilhação real radica no fato de que em primeiro lugar foram empregados comandos navais para interceptar os barcos, e isto é algo que reflete sobre todos nós: de como nos tornamos uma sociedade cuja linguagem é a violência, um país que trata de resolver quase tudo através da força, e somente pela força.

Fonte: Carta Maior
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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Dois barcos da frota rumo a Gaza foram sabotados, dizem ativistas

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Os organizadores de uma flotilha internacional pró-palestinos que tentará furar o bloqueio à faixa de Gaza acusaram Israel de sabotar dois dos barcos participantes.

Os ativistas não disseram como a sabotagem afetaria os planos de partir do porto de Piraeus, na Grécia, base das operações da Flotilha da Liberdade.

Huwaida Arraf disse à rádio militar israelense que o motor de um navio irlandês foi danificado quando estava ancorado.

"Quando demos partida no motor, ele não funcionou", disse Arraf. "Se isto tivesse acontecido quando estávamos no mar, o barco começaria a encher de água e poderia haver fatalidades."

No começo da semana, os ativistas disseram que Israel danificou o propulsor do navio sueco ancorado em Pireaus.

Israel não comentou as acusações, mas já afirmou que vai impedir que os navios avancem pelo bloqueio ao território palestino, imposto em 2007 quando o grupo islâmico Hamas tomou à força o controle da faixa.

Entre 300 e 400 ativistas devem navegar esta semana até Gaza para tentar furar o bloqueio, em uma viagem que durará dias.

No ano passado, uma ação militar israelense contra uma flotilha semelhante matou nove ativistas turcos no Mavi Marmara. Os dois lados trocaram acusações sobre a responsabilidade pela violência.

Fonte: Folha
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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Um breve panorama sobre a questão Líbia por Angelo D. Nicolaci

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A OTAN dá mais um passo em sua estratégia para derrubar Kadhafi, como noticiado pelos principais jornais no mundo, a França forneceu armamento aos rebeldes que lutam contra o governo Líbio.

Vamos traçar uma breve linha do desenrolar dos fatos que culminaram nesta minha postagem. Primeiro, após a onda de manifestações no que o ocidente intitulou “Revolução Árabe”, ou “Crise no Oriente Médio”, um grupo insurgente líbio iniciou a insurreição nos bastiões da resistência, á saber Benghazi, Derna e Tobruk , já conhecidos de longa data quando há algumas décadas estes grupos financiados pelos EUA e seus aliados ensaiaram um levante sem sucesso contra o governo de Kadhafi. O grupo iniciou uma onda de ataque contra as tropas do governo, sob a bandeira de manifestantes, algo que logo nas primeiras imagens ficou claro se tratar de um golpe contra o governo líbio, que reagiu energicamente na repressão.

Quero deixar aqui um ponto importantíssimo para que possamos ter uma visão real do que se passa na Líbia, a Carta das Nações Unidas defende que o Estado Soberano utilize dos meios que se façam necessários para garantir sua integridade institucional, algo que ficou claro quando “manifestantes” atacaram órgãos representantes do Estado Líbio com fuzis e granadas, armas classificadas como instrumentos de guerra, dando com isso a legalidade para que Kadhafi lança-se suas tropas para conter o movimento rebelde.

Segundo, em momento algum houve qualquer prova de desrespeito aos direitos humanos pelas tropas leais ao governo, uma vez que, ao contrário do divulgado pela grande mídia global, o governo realizou bombardeios contra seus próprios paióis de armamento nas cidades tomadas pelos insurgentes a fim de evitar que tais armas caíssem nas mãos destes criminosos. Posteriormente foram realizados ataques de artilaria contra posições rebeldes nas cidades ocupadas.

Terceiro, Kadhafi após apelo internacional tentou estabelecer cessar fogo, porém o mesmo foi rompido pelos rebeldes, sendo revidados pelo governo Líbio, que por conseguinte foi acusado pela ONU de atacar “civis inocentes”. Daí presenciamos uma forte pressão européia e americana para aprovar sanções contra o governo líbio e autorizar uma ação militar orquestrada pela OTAN, sob a prerrogativa de “ajuda humanitária” e “salvaguarda de civis”. Estabeleceu-se então uma zona de exclusão aérea.

Antes de passar ao próximo ponto, vamos aqui esclarecer o que seria uma zona de exclusão aérea. Esta zona trataria teoricamente de uma área a ser demarcada no mapa, onde qualquer aeronave militar seria proibida de sobrevoar, sob pena de ser abatida em caso de violação desta zona. Tal missão não tem qualquer prerrogativa para ataque a tropas terrestres, uma vez que a zona é de exclusão aérea e não zona desmilitarizada, até pelo fato que, caso se institui-se uma zona desmilitarizada, os rebeldes também deveriam respeitar tal área. Outro fator importante de se salientar é que tal missão em teoria não explicita atacar bases fora da zona de exclusão ou
prédios do governo.

Quarto, foi posteriormente divulgado que semanas antes do início das hostilidades na Líbia, representantes do grupo rebelde e um de seus líderes que residia há mais de 20 anos nos EUA, se reuniram secretamente em Paris com membros da inteligência daquele país.Demonstrando assim claramente se tratar de uma ação orquestrada pelos interesses ocidentais.

Quinto, após um longo período de bombardeios ás tropas leais ao governo de Kadhafi, ficou claro ao estrategistas da OTAN que os rebeldes não possuem capacidade de vencer as tropas legais apenas com o apoio aéreo, a OTAN passou a atacar zonas civis de Trípole a fim de neutralizar o governo, bombardeando onde possivelmente estaria Kadhafi, com isso vitimando em um desses ataques criminosos, filhos e netos do governante Líbio. Ainda observamos um aumento exponencial de vítimas desta guerra após a entrada da OTAN, que supostamente entrou para salvar vidas, tem matado mais do que protegido com suas bombas e munições “sujas”, conforme denunciamos aqui constantemente.

A penúltima medida foi condenar Kadhafi no TPI, para assim dar legalidade ao assassinato do mesmo em uma provável ação da OTAN, que como bem sabemos é expert em despejar bombas a esmo, como no Iraque, Afeganistão e outros exemplos do passado recente.

Hoje vemos a França fornecer armas e mísseis a estes rebeldes como forma de tentar finalmente derrubar o governo Líbio representado por Kadhafi, que embora seja ignorado pela comunidade internacional, possui apoio da grande maioria da população líbia, tendo mesmo levado o país á uma extraordinária posição nos índices de desenvolvimento humano e social nas últimas décadas.

Agora eu convido o amigo leitor a tirar suas próprias conclusões, para isso peço porém que leia o histórico de todas as notícias que postamos aqui, traçando assim um panorama real do que se passa naquela nação.

Angelo D. Nicolaci
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terça-feira, 28 de junho de 2011

Israel volta atrás em ameaça a jornalistas estrangeiros

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Israel voltou atrás nesta segunda-feira na ameaça de proibir, durante dez anos, a entrada dos repórteres estrangeiros que estivessem na frota que deve partir para Gaza nos próximos dias.
Segundo um comunicado oficial, não devem ser aplicados ao caso "os procedimentos comuns aos infiltrados e aos clandestinos".

O comunicado ainda afirmou que Israel permitirá que jornalistas israelenses e estrangeiros subam nos barcos de guerra que devem interceptar a frota.

No domingo, Israel havia afirmado que a participação na expedição poderia "custar" aos jornalistas estrangeiros, além da proibição de entrada em Israel por dez anos, "o confisco do material e sanções suplementares".

A Foreign Press Association (Associação da Imprensa Estrangeira) afirmou que o aviso israelense levanta dúvidas a respeito do compromisso de Israel com a liberdade de imprensa. Vários parlamentares israelenses também criticaram a decisão.

A frota internacional com ajuda humanitária para Gaza deve zarpar da Grécia nos próximos dias.

Essa é a segunda vez que uma frota sai em direção à Gaza. Em maio de 2010, a primeira frota da liberdade tentou chegar à Gaza, mas foi interceptada pelas forças israelenses, uma ação que resultou na morte de oito ativistas turcos e um turco-americano.

Fonte: Folha
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